Deputada federal usa verba da Câmara para pagar empregado particular, diz colunista

  • Bahia Notícias
  • 10 Jul 2024
  • 08:36h

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A Justiça condenou a deputada federal Antônia Luciléia da Cruz Ramos, conhecida como Antônia Lúcia (Republicanos-AC), por improbidade administrativa. Integrante da bancada evangélica, ela usou verba da Câmara para remunerar um empregado particular que atuava na emissora religiosa de sua família.

As informações foram veiculadas pelo Metrópoles nesta quarta-feira (10). A decisão atinge ainda a dentista e candidata a deputada distrital pelo Distrito Federal em 2022 Milena Ramos Godoy (PP/DF), filha de Antônia. As duas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) a partir de uma ação trabalhista impetrada pelo próprio empregado, Madson de Paula Barbosa, que foi nomeado para um cargo fantasma na função de secretário parlamentar.

Foto: Douglas Gomes / Republicanos

Ele cobrava o reconhecimento de vínculo trabalhista com a empresa Rádio e Televisão Boas Novas Ltda, de propriedade de Milena, localizada na cidade de Feijó, no Acre.

Na ação, o servidor comprovou que, enquanto esteve nomeado no gabinete de Antônia Lúcia em Brasília, entre 14 de fevereiro de 2011 e 8 de outubro de 2012, exercia a função de técnico de manutenção na rádio da família. Madson também afirmou nunca ter ido ao Distrito Federal e disse ter sido nomeado na Câmara sem seu conhecimento.

“Nos autos mencionados, Madson declarou que: ‘o recebimento de salários através da Câmara dos Deputados decorre possivelmente de eventual nomeação do obreiro, sem o seu conhecimento, para algum cargo ou função pública no gabinete da Deputada Federal Antônia Luciléia Cruz Ramos Câmara, mas que jamais exerceu direta ou indiretamente qualquer função ou cargo público naquela casa legislativa’”, observou a juíza Luzia Farias da Silva Mendonça, da 2ª Vara Federal Cível e Criminal do Acre.

Operação Força Total: 21 armas de fogo são apreendidas em todo estado na 27ª edição

  • Bahia Notícias
  • 09 Jul 2024
  • 18:30h

Foto: Divulgação / PM-BA

Em mais uma edição da Operação Força Total, a Polícia Militar da Bahia (PMBA) atuou com policiamento preventivo e ostensivo e retirou de circulação, em menos de 24 horas, 21 armas de fogo, prendeu 85 pessoas em flagrante, recuperou 15 veículos e registrou 32 ocorrências com drogas.

Segundo a SSP-BA, as ações são fundamentais para reduzir a criminalidade, tirar armas ilegais das ruas, combater o tráfico de drogas e garantir que criminosos sejam responsabilizados por seus atos.

“Estamos nas ruas, em todos os rincões do estado. A PMBA mais uma vez demonstrou o compromisso com a segurança de todo cidadão baiano e dos que nos visitam. Vamos para cima do crime. Essa é a missão da PM. Estamos juntos em defesa da nossa sociedade“, ressaltou o comandante-geral da PM, coronel Coutinho.

A operação envolve todo o efetivo, inclusive o administrativo, com objetivo de aumentar a segurança da população através de atuações estratégicas, como abordagens preventivas.

Em todas as edições da Operação Força Total, contando com a 27ª, já foram apreendidas 576 armas de fogo, 992 criminosos foram presos em flagrante, 445 veículos foram recuperados e 162 adolescentes foram apreendidos. 

Petrobras lança primeira encomenda de navios sob Lula 3

  • Por Nicola Pamplona | Folhapress
  • 09 Jul 2024
  • 16:27h

Foto: Divulgação Transpetro

A Transpetro, subsidiária da Petrobras para a área de transporte, anunciou nesta segunda-feira (8) a primeira licitação de navios do terceiro governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que colocou em suas promessas de campanha a retomada da indústria naval brasileira.

A empresa vai oferecer ao mercado contrato para a construção de quatro embarcações para transporte de combustíveis. Se o processo for concluído, serão os primeiros navios do tipo construídos no Brasil desde a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

A expectativa da Transpetro é a de que os vencedores da licitação sejam conhecidos em dezembro e que a primeira embarcação seja lançada ao mar para acabamentos finais em junho de 2026. Antes, portanto, da próxima campanha presidencial.

Os navios são parte de um programa de renovação da frota batizado de TP25, que trabalha com a meta de contratar 25 navios próprios a um custo estimado entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões. Os primeiros 16 já foram aprovados e os nove restantes ainda estão em análise.

A Transpetro espera lançar edital para mais oito ainda em 2024 e para outros quatro no ano seguinte. O presidente da companhia, Sergio Bacci, defendeu que o investimento em uma frota própria reduz a exposição da Petrobras a oscilações nos preços internacionais do frete.

A licitação será internacional e sem obrigação de conteúdo local, mas a Transpetro diz que condições de financiamento do FMM (Fundo de Marinha Mercante) e a aplicação de impostos de importação sobre as embarcações podem garantir competitividade à indústria nacional.

O FMM, por exemplo, pode oferecer taxas de até 2,3% ao ano para estaleiros que se comprometerem com índices de conteúdo local acima de 65%, explicou o diretor financeiro da empresa, Fernando Mascarenhas.

Bacci afirmou que estudos da subsidiária indicam que a construção de navios será mais econômica do que o afretamento das embarcações com outros armadores. "É mais barato construi aqui do que afretar", afirmou.

A empresa exibiu um vídeo da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reforçando a defesa de que a encomenda é vantajosa para a estatal. "Essa licitação marca o início do programa de renovação e ampliação da frota. É essencial para o sistema Petrobras", afirmou.

Insatisfação do governo com a demora em aprovar obras foi um dos motivos que levou à demissão de Jean Paul Prates do comando da estatal. Nesta segunda, Bacci agradeceu a atenção da nova presidente da Petrobras ao tema.

"O projeto já estava maduro, mas a presidente Magda o priorizou", afirmou o presidente da Transpetro, que comandou o conselho do FMM em gestões petistas anteriores.

A Transpetro foi responsável por parte relevante do programa de incentivo à indústria naval dos primeiros governos Lula, com um programa chamado Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota), que incentivou a abertura de novos estaleiros no Brasil.

Esse programa previa índices de conteúdo nacional nas embarcações e terminou com navios inacabados após o início da Lava Jato, que contou com delação premiada do ex-presidente da empresa, Sergio Machado.

O setor cobra do novo governo Lula uma reserva de mercado para estaleiros locais, como a retomada do imposto de importação de navios, zerado no governo Jair Bolsonaro (PL), além de mudanças legais que permitam restringir licitações a empresas brasileiras.

"Cada país tem sua própria defesa [para a construção de embarcações]. Estados Unidos, Inglaterra, China, Coreia... O Brasil é o único que não tem defesa nenhuma", argumenta Ariovaldo Rocha, do Sinaval (Sindicato da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore).

Medidas para incentivar essa indústria têm sido debatidas por grupos de trabalho coordenados pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), mas a demora é criticada por sindicatos de trabalhadores no setor.

Atualmente, estaleiros especializados em módulos para plataformas de petróleo têm trabalhado com maior intensidade no Brasil. Mas grandes instalações construídas no último ciclo de incentivo ao setor seguem operando bem abaixo da capacidade.

Pré-candidato no Oeste baiano é acusado pelo MPF de participar de fraude em dispensa de licitação

  • Bahia Notícias
  • 09 Jul 2024
  • 14:25h

Foto: Reprodução / Redes sociais/Bahia Notícias

Um pré-candidato à prefeitura de Santana, no Oeste baiano, está entre os acusados de um processo por fraude em dispensa de licitação. A ação foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF) na Bahia. Segundo o órgão, o caso remete à época em que Alex Tyago Moreira Queiroz atuava como procurador do município de Canápolis, também no Oeste do estado, na gestão do prefeito Rubiê Queiroz de Oliveira.

Segundo o MPF, o caso ocorreu em 2010 e resultou na contratação de uma empresa [Dark Prestação de Serviços Auxiliares] para operar o transporte escolar no município. Os suspeitos, o que incluem membros da comissão de licitação de Canápolis, teriam simulado um processo licitatório com valor previsto em R$ 79,9 mil, o que entraria na modalidade convite, já extinta pela nova lei de licitações, e que previa compras de até R$ 150 mil.

No entanto, o valor do contrato, a partir da dispensa de licitação, foi de R$ 324,2 mil, mas houve pagamento de pelo menos R$ 685,1 mil. Ainda segundo o MPF, Alex Tyago Moreira Queiroz teria se omitido a informar a diferença entre os valores envolvidos, o que impediria a contratação da empresa por dispensa de licitação.

Ele ainda é acusado de não apontar os vícios do procedimento e de emitir parecer à dispensa de licitação, fundamentado na ausência de interessados, o que não teria se comprovado, uma vez que a empresa Dark, beneficiada no caso, tinha comparecido.

Através do procurador Adnilson Gonçalves da Silva, o MPF pediu à Justiça a condenação dos acusados, como perda dos direitos políticos, além de julgar o valor de causa em R$ 685,1 mil.

Morre aos 11 meses filho do cantor Zé Vaqueiro; bebê tinha síndrome rara

  • Bahia Notícias
  • 09 Jul 2024
  • 12:10h

Foto: Reprodução / Redes sociais/Bahia Notícias

Morreu na madrugada desta terça-feira (9), aos 11 meses de idade, o filho do cantor Zé Vaqueiro com Ingra Soares. A informação foi confirmada pela equipe do artista nas redes sociais.

O bebê nasceu no fim de julho de 2023 e foi diagnosticado com uma malformação congênita decorrente da síndrome da trissomia do cromossomo 13, conhecida como síndrome de Patau.

Arthur ficou hospitalizado por quase 10 meses até receber alta. Contudo, um dia depois de deixar o hospital, sofreu uma parada cardíaca e voltou a ser internado.

Arthur era o filho caçula do cantor. Ele e a esposa têm outros dois filhos.

Rio intensifica investida por credenciamento de bets e desafia governo federal

  • Por Paulo Saldanã e João Gabriel | Folhapress
  • 09 Jul 2024
  • 10:20h

Foto: Joédson Alves / Agência Brasil

O governo do Rio de Janeiro, por meio da Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro), tem intensificado uma investida para ampliar o credenciamento de casas de apostas online (bets) no estado, em confronto com o processo de regulamentação federal, tocado pelo governo Lula (PT).

Até agora, a União não tomou medidas efetivas relacionadas a essa movimentação.

Depois de driblar regras federais e entendimento judicial ao credenciar, no estado, casas de apostas que podem operar em todo Brasil (e não só no Rio), a Loterj tem lançado mão de várias ações de pressão neste mercado bilionário.

O Rio notificou casas de apostas --contra as quais abriu processos administrativos-- e também pressionou empresas e clubes de futebol cariocas que têm bets como patrocinadores pela adesão ao credenciamento no estado. Até influenciadores foram notificados por protagonizar anúncios de casas não cadastradas no estado.

O governo Claudio Castro (PL) ainda avança na esfera judicial. Na semana passada, conseguiu decisão na Justiça Federal para que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) determine o bloqueio no Rio de todos os sites de apostas não legalizados pela Loterj --atualmente, cinco empresas estão liberadas no estado.

A decisão, de 2 de julho, foi do desembargador Pablo Zuniga Dourado, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, em recurso da Loterj após pedido negado em instância inferior.

A Anatel já notificou as operadoras de internet sobre o bloqueio. Segundo informações do mercado, a ação pode afetar 300 sites, mas ainda não houve derrubadas.

A medida causa controvérsias. É permitido que estados tenham loterias e credencie bets, mas cabe ao governo federal a regulamentação e a da legislação geral do mercado.

Enquanto o processo federal não termina, está assentado que os sites podem operar mesmo sem credenciamento --o que tem ocorrido desde 2018, apos aprovação de uma lei no Congresso que fez disparar a proliferação desse tipo de negócio.

No ano passado, os gastos de brasileiros com jogos e apostas online atingiram cerca de US$ 11,1 bilhões entre janeiro e novembro, o equivalente a R$ 54 bilhões.

O Ministério da Fazenda comanda o processo. O prazo para cadastro está aberto, e, segundo as regras publicadas, as bets podem atuar em todo o território nacional até 31 de dezembro de 2024 mesmo sem credenciamento.

A ANJL (Associação Nacional de Jogos e Loterias), que representa operadoras de jogo, diz em nota que a decisão já impacta as casas de aposta e traz "enorme insegurança jurídica ao setor". A entidade ressalta que o processo de regulamentação federal está em andamento.

"[A decisão e o bloqueio] foram baseados exclusivamente nos argumentos de uma autarquia estadual, a partir de uma interpretação equivocada da legislação, que não condiz com as leis federais."

Representantes das empresas se dividem sobre os efeitos práticos: por um lado, acreditam que a decisão pode ser inócua porque as determinações de bloqueio não conseguiriam chegar aos acesso por celular; por outro, temem que pode resultar em derrubada em todo o país, não só no Rio.

A Loterj insiste que atua na legalidade e na defesa dos interesses do estado na busca de maior arrecadação. A loteria carioca está disposta a chegar até as últimas instâncias judiciais em busca de mais espaço nesse mercado, inclusive se as disputas chegarem ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Essa ação teve como alvo a Anatel, que, em nota, diz ter cumprido determinação judicial e não comentaria o mérito. O presidente da Loterj, Hazenclever Lopes Cançado, disse à Folha que pretende processar diretamente as empresas.

"Pode ser que a União não possa mandar tirar do ar quem ainda não está credenciado porque foi inerte [com a demora no processo], mas no Rio podemos. Porque temos a regulamentação", diz ele. "Estamos tentando coibir concorrência desleal com quem opera legal."

Cançado defende que outros estados que já têm loterias regularizadas poderiam também exigir que só as credenciadas no estado possam operar no território. Além do Rio, Paraná, Minas, Paraíba e Maranhão construíram seus arcabouços legais. "A briga não é por licença, é para não pagar imposto", diz ele, referindo-se ao fato de que, enquanto a regulação federal não termina, as casas de aposta atuam sem pagar impostos ou taxas.

O presidente da Loterj admite que o objetivo da pressão é buscar mais credenciados e aumentar a arrecadação para o Rio. Ele diz que outras empresas procuraram o estado após a decisão do TRF-1.

Procurado, o Ministério da Fazenda afirmou que os estados podem regulamentar seus mercados de apostas para seus respectivos territórios, mas precisam estar submetidos à lei federal. "A regulamentação para âmbito nacional é exclusiva do Ministério da Fazenda, por meio de sua Secretaria de Prêmios e Apostas, como se lê em diversos dispositivos das Leis", diz a nota.

A pasta também questiona as regras da Loterj que abriram brecha para que uma bet credenciada no estado possa receber apostas de qualquer lugar do país. "Um estado não está autorizado à prestação desse serviço fora de seu território. Isso seria um descumprimento da lei e da própria lógica federativa."

Mas, além de um ofício enviado ao governo do Rio e conversas com integrantes do governo carioca, a gestão Lula não tomou outra medida.

O processo de regulamentação federal começou no meio do ano passado, quando o governo federal editou uma medida provisória (que depois resultou em lei), com as linhas gerais para o credenciamento e regras de tributação.

O Rio já havia lançado em abril de 2023 um edital para credenciar as empresas no estado. Mas, um dia depois da medida provisória federal, fez uma retificação no edital e passou a prever que as bets precisariam só informar que as operações são efetivadas no estado, sem travas de geolocalização -permitindo, assim, apostas de todo o país.

Por causa dessa retificação, mesmo feita após a medida provisória, o governo do Rio insiste que tem a liberação --única no país-- para credenciar casas de atuação nacional.

Para se credenciar no Rio, as empresas pagam uma outorga de R$ 5 milhões, além de percentuais sobre as apostas. No processo federal, esse valor é de R$ 30 milhões.

Na investida contra os não credenciados, a Loterj também notificou empresas de meio de pagamento (que fazem as operações financeiras) das casas de apostas e encaminhou denúncia ao Banco Central.

A Loteria do Rio fez uma licitação, cercada de questionamentos, para escolher uma única empresa para operar os pagamentos de todos os sites cadastrados no estado. O certame desclassificou uma concorrente que propôs mais recursos por um motivo peculiar: a ausência de um zero depois da vírgula, como a Folha revelou.

Havia apenas dois concorrentes. A exigência relacionada a zero depois da vírgula eliminou um deles e entregou o serviço para uma empresa com apenas três anos de existência, histórico de suspeitas em outra concorrência no Paraná e laços políticos pouco transparentes. A Loterj diz não haver irregularidade. 

Bolsonaro é elogiado por políticos e entrega medalha de imbrochável para Milei em congresso da direita em SC

  • Bahia Notícias
  • 09 Jul 2024
  • 08:12h

Foto: Reprodução/Redes Sociais

O ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) encontrou-se com o presidente argentino Javier Milei no último final de semana durante o CPAC Brasil, congresso voltado ao público conservador de direita e extrema direita, em Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

Em vídeo postado por Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente, Bolsonaro aparece entregando uma medalha com 3 “is” para o presidente argentino. Na explicação, Eduardo afirma que os “is” significam: “imorrível”, devido ao fato de Bolsonaro não ter morrido após receber uma facada, “imbrochável”, devido ao vigor sexual do pai e “incomível”, devido ao fato do ex-presidente ser heterossexual.

O presidente argentino reagiu com risadas à “honraria” e depois posou em vídeo com o deputado. A medalha é um costume do presidente, que a entrega para aliados. Nomes como o jogador Neymar, o empresário Pablo Marçal e o primeiro-ministro húngaro Viktor Orban já receberam a medalha das mãos do ex-presidente.

FESTIVAL DA DIREITA

Diversos nomes da cúpula bolsonarista estiveram presentes no evento, entre eles, Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado federal mais votado do Brasil e o governador de Santa Catarina Jorginho Mello (PL).

Em seu discurso, Bolsonaro, bem como os demais políticos palestrantes, ignorou o indiciamento no caso das joias. Em sua fala, disse que a Polícia Federal foi à sua casa três vezes, e que responde a vários processos, mas não quis especificá-los.

Nikolas Ferreira homenageou o ex-presidente e afirmou que ele era seu candidato para 2026. Tarcísio se referiu a Bolsonaro como “líder” e “melhor presidente”. Jorginho Mello disse que o estado que sedia o evento tem “orgulho de ser o mais conservador do país”

De acordo com o UOL, o caso das joias foi mencionado apenas uma vez no palco, pelo deputado estadual por Minas Gerais e pré-candidato a prefeito de Belo Horizonte Bruno Engler (PL). Engler mencionou que não houve corrupção no governo Bolsonaro e que foram inventadas “histórias sem pé nem cabeça”, como a das joias.

JORNALISTA HOSTILIZADO

Durante um momento menos formal, enquanto a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro tirava fotos com apoiadores, após participar da sessão de encerramento do primeiro dia do evento, o jornalista do Estadão Pedro Augusto Figueiredo questionou a Michelle a respeito do indiciamento de Bolsonaro no caso das joias.

A primeira-dama afirmou que não sabia de nada do caso e afirmou: “Que joias? Você tem que perguntar para quem ficou com a joias”. Em seguida, o repórter foi empurrado por apoiadores de Bolsonaro e foi seguido por um grupo de homens.

Um homem que acompanhava o repórter pediu para que os outros se afastassem e em seguida Pedro Augusto conseguiu retornar ao auditório.

STF mantém pagamento de honorários à DP-BA em ações contra o governo estadual

  • Bahia Notícias
  • 08 Jul 2024
  • 18:32h

Foto: DP-BA

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, manteve decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) que assegurou à Defensoria Pública do Estado (DP-BA) o recebimento de honorários advocatícios em ações contra a administração estadual. 

Em ação apresentada pela DP-BA, o TJ-BA condenou o governo baiano a fornecer tratamento médico para uma pessoa pobre portadora de doença grave e arbitrou honorários de 15% do valor da causa para a Defensoria. O fundamento foi o Tema 1.002 da repercussão geral, em que o STF reconhece que são devidos os honorários sucumbenciais (pagos pela parte vencida ao advogado da parte vencedora) às Defensorias Públicas, mesmo em ações propostas contra qualquer ente público.

Na reclamação, o governo da Bahia argumentava que a legislação estadual afasta o recebimento de honorários quando a Defensoria atua contra a administração pública.

Ao negar o pedido, Fachin explicou que a Lei Complementar federal (LC) 80/1994, que fixa as normas gerais de organização das Defensorias, prevê expressamente o pagamento das verbas, inclusive quando devidas por entes públicos, e destina os valores ao aparelhamento da entidade e à capacitação profissional de seus membros e servidores. Assim, eventuais leis locais em sentido contrário terão sua eficácia suspensa.

O ministro ressaltou ainda que, no Tema 1.002, o STF analisou a controvérsia de forma ampla, levando em consideração o caráter nacional da LC 80/1994. Portanto, não há situação excepcional que justifique a não aplicação da tese ao caso.

Farra do INSS: líderes ostentam vida de luxo e relação com políticos

  • Grupo por trás de entidades que faturam R$ 56 milhões por mês com descontos sobre aposentadorias do INSS acumula patrimônio e influência
  • Luiz Vassallo/Metrópoles
  • 08 Jul 2024
  • 16:22h

Foto: Reprodução/Metrópoles

São Paulo — Mansões que valem mais de R$ 20 milhões, apartamentos nos bairros mais caros da capital paulista, carros de luxo, contratos públicos, negócios com lobistas e festa com políticos em resort. Esse é o padrão de vida dos donos e executivos das empresas que estão por trás das principais entidades da farra dos descontos sobre aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Essas associações mantêm convênios com o INSS que lhes permitem cobrar mensalidades associativas de aposentados, com desconto direto na folha de pagamento do benefício, em troca de supostas vantagens em serviços como plano de saúde, seguro e auxílio-funeral. O problema é que em milhares de processos judiciais elas têm sido acusadas — e até condenadas — de fraudar filiações por aposentados que dizem sequer conhecê-las.As associações viraram alvo de investigações da Controladoria-Geral da União (CGU), do Tribunal de Contas da União (TCU) e do próprio INSS após o Metrópoles revelar que, em meio a denúncias de descontos indevidos, houve um salto de R$ 85 milhões para R$ 250 milhões no faturamento mensal das 29 entidades credenciadas pelo órgão — em um ano, elas receberam mais de R$ 2 bilhões.

Na última sexta-feira (5/7), o diretor da área do INSS responsável por autorizar e fiscalizar esses convênios foi demitido. Com base nas reportagens do Metrópoles, o Ministério Público Federal (MPF) pediu a suspensão dos descontos e a devolução de dinheiro aos aposentados lesados.

Grandes negócios e políticos

Entre as entidades que se destacam nos repasses do INSS, estão a Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), o Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap) e a União dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Unsbras) — atual Unabrasil. Juntas, elas receberam R$ 56 milhões com os descontos de aposentados somente em maio deste ano.

Como mostrou o Metrópoles, todas têm em suas diretorias parentes e funcionários de empresas ligadas a um mesmo grupo de empresários que cultivam boas relações com senadores, governadores, deputados e prefeitos, além de lobistas conhecidos em Brasília que já foram alvo da Polícia Federal (PF). Eles são donos e executivos do Grupo Total Health (THG), que controla seis empresas na área de saúde e seguros e detém contratos públicos.

À frente desse grupo está o empresário Maurício Camisotti. Dentista de formação, ele fundou a Prodent, do ramo de assistência odontológica, que acabou vendida à SulAmérica por R$ 145 milhões, em 2018. Àquela altura, Camisotti era a figura central do Grupo THG, cujas empresas estão formalmente em seu nome e de seu braço direito, José Hermicesar Brilhante Palmeira, que foi missionário de uma igreja na zona leste de São Paulo por mais de 30 anos.

Em eventos, o Grupo THG apresenta como seu braço nas “relações governamentais” o empresário e ex-deputado estadual pelo PSDB Antônio Luz Neto, que é bisneto do ex-governador de Santa Catarina Hercílio Luz. Ele foi convidado há dois anos por Camisotti para atrair investimentos e fazer o IPO de suas empresas, o que ainda não aconteceu. Ele não tem parentes e funcionários nas associações ligadas à THG – também não integra seus quadros – e rechaça a alcunha de “relações governamentais” porque não quer ser associado à atividade de lobby.

 

 

Festa em resort de luxo

Com bom trânsito no Congresso Nacional, Antônio Luz reuniu, em abril deste ano, empresários, como é o caso de Camisotti, da THG, senadores, deputados, empresários e até um governador no luxuoso Resort Ponta dos Ganchos (foto em destaque), que fica na cidade de Governador Celso Ramos (SC). A diária lá chega a R$ 10,7 mil. Segundo convidados, tratava-se de uma comemoração antecipada de seu aniversário, que é só em agosto.

Na ocasião, o hotel foi praticamente todo ocupado por figuras proeminentes da política, como o deputado federal Marcos Pereira, presidente do Republicanos e candidato à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara. A festança se deu à época do aniversário de Pereira. Nela, Antônio Luz tocou e cantou ao lado do ex-senador e empresário Cidinho Santos (PL). Na pista de dança, estavam Camisotti e outros empresários e políticos.

Também passaram pelo convescote com cerca de 40 convidados o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União), e deputados como Pedro Lupion (PP-PR) e Elmar Nascimento (União-BA), que também é candidato à sucessão de Lira. Procurados pelo Metrópoles, todos silenciaram sobre quem bancou a viagem e a hospedagem.

Mansões e carrões

Dono da THG, cujos executivos atuam nas associações envolvidas na farra dos descontos do INSS, Camisotti mora em um apartamento avaliado em R$ 9,2 milhões na capital paulista e comprou, em 2021, uma mansão em um dos condomínios de luxo mais badalados do país, em Porto Feliz (SP), por R$ 22 milhões. Pelo mesmo valor e no mesmo ano, também adquiriu uma mansão tombada no Jardim Europa, bairro nobre paulistano.

Ao todo, entre imóveis e carros, seu patrimônio passa dos R$ 60 milhões, segundou apurou o Metrópoles. Somente em nome de uma das empresas de Camisotti, a reportagem identificou uma frota de oito carros luxuosos, incluindo duas Mercedes-Benz, um Porsche e uma Lamborghini Urus — avaliada em R$ 3,1 milhões. Essa mesma empresa pessoal reúne R$ 5 milhões em casas e apartamentos.

Contratos públicos

Nos últimos anos, o empresário fez grandes negócios com o Poder Público. Em 2017, a Prevident, uma das empresas do grupo, em nome de Hermicesar, conseguiu contrato de R$ 9 milhões mensais com o Geap, o plano de saúde dos servidores públicos federais, cujos diretores são indicados pela Casa Civil e pelo INSS. À época, o órgão era um feudo do Partido Progressistas (PP).

No Geap, a Prevident subcontratava os serviços da Brazil Dental, empresa que também está em nome de Hermicesar e faz parte do Grupo THG. Em 2020, no governo de Jair Bolsonaro (PL), militares que assumiram a direção do Geap resolveram trocar contratos e tiraram as empresas de Camisotti, alegando prejuízo milionário. A partir de então, começou uma disputa entre o órgão e a Prevident que está hoje no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Para tentar reverter a rescisão, a Prevident contratou o advogado Marcos Tolentino, hoje acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de fazer parte do escândalo da Precisa Medicamentos, que firmou contrato bilionário com o governo Bolsonaro para fornecer a vacina indiana Covaxin durante a pandemia. Tolentino cobrou R$ 4 milhões pelo serviço, sendo metade adiantada. Nada deu certo, e eles brigaram.

Com a Precisa Medicamentos, Camisotti também tinha outros negócios. Um deles foi relatado em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf): uma operação de R$ 18 milhões, em dólares, que Camisotti tentou fazer em nome da Precisa, para fornecer testes de Covid ao governo do Distrito Federal. O banco não autorizou. Hoje, um ex-presidente da Precisa integra empresas do Grupo THG.

Foi depois dessas longas brigas com o lobby da vacina que Camisotti e seus aliados começaram a erguer outro negócio: o das entidades que efetuam descontos de mensalidade associativa de aposentados do INSS. No caso da Ambec, a que mais arrecada, a associação conseguiu seu “termo de cooperação” com o INSS em 2021. À época, o pai de um executivo da THG assinou o convênio como diretor da entidade.

Depois, a associação passou a ser dirigida por outros aliados, como Hermicesar e até funcionárias que moram na periferia de São Paulo. Como mostrou o Metrópoles, a Ambec teve um crescimento exponencial no faturamento com as mensalidades dos aposentados, saltando de R$ 1,8 milhão por mês para R$ 30 milhões, com 600 mil filiados. Em vários casos, as filiações foram feitas por meio de ligações telefônicas, o que é vetado pelo INSS.

Empresários negam irregularidades

O Grupo THG, os seus executivos e as associações Ambec, Cebap e Unsbras/Unabrasil têm negado irregularidades e afirmado que vão adotar a biometria nas filiações, conforme determinado pelo INSS e por órgãos como o TCU. As entidades também pontuam que, dessa maneira, haverá mais segurança nas filiações.

Maurício Camisotti nega ter relação com lobistas e com políticos. Ele afirma que teve uma “relação pontual com a Precisa, que foi um empréstimo pessoal e sem qualquer relação com compra de vacinas”.

“O referido empréstimo foi realizado em época diferente da reportagem sobre vacinas, inclusive, a ação judicial de cobrança do débito junto à Precisa foi ajuizada em data anterior (cerca de dois anos) ao caso de compra de vacinas”, diz. “Não tenho qualquer ligação com lobistas ou políticos do Centrão”, diz o empresário, que afirma ser vítima de tentativas de atingir sua imagem.

Camisotti também rechaça ser “dono” das entidades Ambec, Cebap e Unsbras. “Nunca procurei ou indiquei qualquer pessoa para o quadro associativo ou dirigente. Como alguém pode ‘ser dono’ de algo que não comporta tal atribuição?”, diz. “As associações são entidades constituídas por seus associados, representadas pelo quadro diretivo eleito, portanto, as associações não têm ‘dono'”, completa.

Em nota, a assessoria de imprensa de Camisotti, do THG e das associações afirma não ser uma empresa, mas sim um “nome fantasia que o empresário Mauricio Camisotti utiliza para alocar suas empresas e operações”. “Portanto, não há empresas do grupo THG. “O executivo Mauricio Camisotti não possui relação com políticos nem de amizade ou projetos de nenhuma espécie. As empresas de Maurício Camisotti não possuem contrato publico em suas carteiras”.

A respeito de seu patrimônio, Camisotti afirma, por meio da assessoria de imprensa, que a venda da Prodent é “fato relevante de conhecimento público” e que por se tratar de “empresa com capital aberto, além de outros grandes negócios que justificam plenamente seu patrimônio, suas empresas e suas holdings”.

“Maurício Camisotti foi convidado para um evento privado de aniversário, sem qualquer envolvimento de convites ou financeiro, particular ou de suas empresas. Camisotti é o único empresário do espaço THG. Antonio Luz presta serviços na busca de investimentos privados externos e internos. Não recebe qualquer participação das empresas de Maurício Camisotti sobre seus clientes ou contratos, que, como dissemos, são todos contratos privados. Reforçando: não há qualquer contrato público com as empresas de Camisotti”, afirma a assessoria em nota.

Por fim, o Grupo THG afirma que o “Geap é uma entidade privada sem fins lucrativos, portanto, não governamental, mas que atende serviços de saúde para servidores públicos federais”. “A Prodent manteve contrato de prestação de serviços odontológicos no período de 2014 a 2016, tendo cumprido e encerrado seu contrato sem qualquer demanda judicial”, afirma.

CONTINUE LENDO

Operação Força Total: PM intensifica ações de segurança na Bahia nesta segunda

  • Bahia Notícias
  • 08 Jul 2024
  • 14:18h

Imagem ilustrativa | Foto: Divulgação / PM-BA

A Polícia Militar da Bahia reforça a segurança em todo o estado nesta segunda-feira (8) com a 27ª edição da Operação Força Total. A ação envolve todo o efetivo no policiamento ostensivo, visando aumentar a segurança da população através de ações preventivas, como abordagens, apreensão de drogas e armas de fogo, além do cumprimento de mandados de prisão.

Nas edições anteriores da Operação Força Total, foram apreendidas 555 armas de fogo, 907 criminosos foram presos em flagrante, e 430 veículos foram recuperados. Essas ações são fundamentais para reduzir a criminalidade, tirar armas ilegais das ruas, combater o tráfico de drogas e garantir que criminosos sejam responsabilizados por seus atos.

Entenda nova versão do projeto que regulamenta reforma tributária

  • Bahia Notícias
  • 08 Jul 2024
  • 12:15h

Foto: José Cruz / Agência Brasil

Após mais de dois meses de discussões, o projeto de lei complementar de cerca de 600 páginas que regulamenta a reforma tributária sobre o consumo recebeu as primeiras mudanças na Câmara dos Deputados. A nova versão do texto não incluiu as carnes na lista de produtos da cesta básica que terão isenção do futuro Imposto sobre Valor Adicionado (IVA).

Os deputados incluíram carros elétricos e apostas no Imposto Seletivo, também conhecido como imposto do pecado. Os parlamentares também criaram a figura jurídica no nanoempreendedor e alteraram levemente a lista de medicamentos que terão alíquota zero e alíquota reduzida. As informações são da Agência Brasil.

As mudanças em relação ao texto original do governo, enviado no fim de abril, não são definitivas. O projeto pode receber emendas durante a tramitação em plenário. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disse que pretende votar o texto na próxima semana.

Diferentemente da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária, que exigia três quintos dos votos para ser aprovada (308 na Câmara e 49 no Senado), o projeto de lei complementar exige maioria absoluta. Isso equivale à metade mais um dos parlamentares (257 votos na Câmara e 41 no Senado). Diferentemente da PEC, a votação ocorre apenas em um turno, não em dois. O texto, no entanto, pode voltar à Câmara caso sofra mudanças no Senado.

As mudanças foram inseridas por um grupo de trabalho criado no fim de maio composto pelos seguintes deputados: Claudio Cajado (PP-BA), Reginaldo Lopes (PT-MG), Hildo Rocha (MDB-MA), Joaquim Passarinho (PL-PA), Augusto Coutinho (Republicanos-PE), Moses Rodrigues (União-CE) e Luiz Gastão (PSD-CE). Arthur Lira criou o grupo para chegar a um relatório comum, dada a complexidade do texto.

A aprovação e a eventual sanção do projeto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva não significam que as regras tributárias mudarão instantaneamente. Haverá um prazo de transição que começa em 2026 e vai até 2033, quando os tributos atuais sobre o consumo serão substituídos pelo IVA e pelo Imposto Seletivo.

Entenda as principais mudanças inseridas pelo grupo de trabalho na Câmara.

CARNES E CESTA BÁSICA

Apesar de o presidente Lula ter defendido a inclusão de carnes “populares” na cesta básica nacional, que terá isenção de IVA, o grupo de trabalho deixou esses alimentos fora da cesta. Dessa forma, as carnes de boi e de frango vão pagar 40% da alíquota cheia do IVA, como previsto no texto enviado pelo governo.

Caso a alíquota cheia fique em 26,5%, as carnes pagariam 10,5% de imposto, assim como diversos alimentos e insumos agropecuários com alíquota reduzida. Segundo o grupo de trabalho, caso as carnes fossem incluídas na cesta básica, a alíquota do IVA poderia subir para até 27,1%, o que tornaria o Brasil o país com a maior alíquota desse tipo de imposto, superando a Hungria, que cobra 27%.

Em troca da não inclusão da carne da cesta básica, o substitutivo sugeriu que a carne e o frango entrem no cashback, sistema de devolução de imposto em dinheiro a famílias mais pobres. A reforma tributária prevê a criação desse mecanismo.

Também enviada no projeto de lei complementar, a regulamentação do cashback estabeleceu que a devolução de tributos beneficiará famílias com renda per capita de até meio salário mínimo e as inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Quem estiver em uma dessas duas categorias será automaticamente incluído no programa. Uma lei ordinária definirá o funcionamento do programa.

IMPOSTO SELETIVO

Também apelidado de imposto do pecado, o Imposto Seletivo teve a lista de produtos ampliada pelo grupo de trabalho. O tributo, que substituirá parcialmente o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), passará a incidir sobre carros, incluindo os elétricos, e apostas.

Em troca, os parlamentares não incluíram a cobrança sobre caminhões, armas e munições. Durante a tramitação da PEC, o Imposto Seletivo sobre armamentos e munições foi retirado do Imposto Seletivo. Parlamentares e entidades da sociedade civil tentarão reincluir a tributação sobre os armamentos durante a tramitação.

 

Agora, a lista de produtos com Imposto Seletivo é composta por:
•    cigarros;
•    bebidas alcoólicas;
•    bebidas açucaradas;
•    embarcações e aeronaves;
•    extração de minério de ferro, de petróleo e de gás natural;
•    apostas físicas e online;
•    carros, incluindo os elétricos

NANOEMPREENDEDOR

Os deputados criaram a figura do nanoempreendedor, que não existe na legislação brasileira. A categoria é composta por empreendedores que faturam R$ 40,5 mil anualmente (R$ 3.375 mensais) que poderão escolher entre ficar no Simples Nacional, regime simplificado para micro e pequenas empresas cumulativo (com taxação em cascata), ou migrar para o IVA, que tem alíquota maior, mas não é cumulativo.

Pelo texto proposto, o nanoempreendedor que migrar para o IVA deixará de recolher para a Previdência Social. Atualmente, o empreendedor com o menor volume de receitas são os microempreendedores individuais (MEI), que faturam até R$ 81 mil anuais e contribuem para a Previdência. Dessa forma, o volume de receita para definir o nanoempreendedor equivale à metade do MEI.

MEDICAMENTOS E ABSORVENTES

Os deputados retiraram o citrato de sildenafila, medicamento para impotência sexual popularmente conhecido como Viagra, da lista de medicamentos com alíquota zero. O princípio ativo passará a pagar 40% da alíquota cheia. A tadalafila, outro princípio ativo usado para tratar disfunções eréteis, continuará com o IVA reduzido, na mesma categoria do Viagra.

Em contrapartida, os absorventes, que na versão original do projeto estavam na lista de alíquota reduzida de 40%, passarão para a alíquota zero.

A quantidade de medicamentos e produtos para a saúde com alíquota reduzida e com isenção de IVA foi mantida. Como ocorreram troca de produtos entre as listas, a quantidade de substâncias isentas de tributos ficou em 383 e a quantidade de princípios ativos com alíquota reduzida permaneceu em 850.

CONTINUE LENDO

Frente de esquerda e centro impede vitória da ultradireita na França

  • Por Folhapress
  • 08 Jul 2024
  • 10:11h

Foto: Reprodução/Bahia Notícias

FOLHAPRESS) - A coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) surpreendeu no segundo turno das eleições legislativas francesas, neste domingo (7), e tornou-se o maior bloco parlamentar em uma França partida em três. O pleito foi marcado pela ascensão da ultradireita, pelo forte comparecimento às urnas (67%, o maior desde 1981) e pelo temor de quebra-quebra.

Com quase 100% da apuração (falta apenas a contagem dos votos no exterior), a NFP somava 181 assentos na Assembleia Nacional, seguida pela coalizão Juntos, do presidente Emmanuel Macron, com 166 cadeiras, e pela antes favorita Reunião Nacional (RN), de ultradireita, com 143 deputados. Antes, esses blocos tinham, respectivamente, 150, 250 e 89 assentos. Outros partidos de direita ficaram com 60 cadeiras; outros de esquerda, com 13 vagas.

Na nova composição da Assembleia Nacional, portanto, nenhum dos grupos nem sequer se aproximou da maioria absoluta de 289 dos 577 deputados, o que implica a necessidade de alianças ao menos pontuais para o próximo governo e ameaça criar um impasse político na França, a duas semanas do início das Olimpíadas de Paris.

Macron não se pronunciou oficialmente até a última atualização deste texto. Segundo assessores, o presidente aconselhou prudência à esquerda. Seu pupilo, o atual premiê Gabriel Attal, 35, anunciou renúncia.

O segundo turno da eleição foi marcado por mais de 200 desistências de candidatos de esquerda em favor de candidatos do centro, e vice-versa, para tentar impedir a vitória de rivais de ultradireita. Essa manobra é conhecida como "frente republicana" —e teve sucesso nesta votação.

Os números surpreendem pela quantidade de assentos maior que a prevista para a bancada do centro governista e permitem prever que a esquerda indicará o sucessor de Attal.

Há ainda, no entanto, indecisão sobre qual será o nome sugerido. Há muitas disputas internas na NFP. Jean-Luc Mélenchon, 72, é o líder do maior partido da frente, a França Insubmissa. Mas é visto como radical demais por muitos. Seu discípulo Manuel Bompard, 38, mais moderado, é uma opção.

Outras possibilidades seriam Olivier Faure, 55, líder do Partido Socialista, e a ecologista Marine Tondelier, 37, que ganhou prestígio durante a campanha. O intelectual Raphaël Glucksmann, 44, filho do renomado filósofo André Glucksmann (1937-2015), teve um bom desempenho na eleição para o Parlamento Europeu, em junho, mas seu grupo é minoritário na NFP.

Mélenchon foi o primeiro a se pronunciar. Sem chegar a pleitear explicitamente o cargo de primeiro-ministro, pediu a renúncia de Attal —que a anunciou horas depois— e descartou coalizão com os macronistas. "Saúdo aqueles que se mobilizaram, porta a porta, para convencer e arrancar um resultado que diziam impossível. Nosso povo descartou a solução do pior. É um alívio para a maioria das pessoas em nosso país", disse Mélenchon.

Ele também defendeu a revogação da reforma das aposentadorias imposta em 2023 por Macron, passando a idade mínima, de modo geral, de 62 para 64 anos. "Recusamos entrar em negociação com o partido do presidente para fazer alianças, sobretudo depois de ter combatido sem descanso há sete anos sua política abuso social e de inação ecológica", afirmou o líder.

Mélenchon é uma figura controversa mesmo na esquerda. É acusado de extremismo e até de antissemitismo, devido à sua posição pró-Palestina em relação ao conflito em Gaza. Ele nega ser antissemita.

O presidente da RN, Jordan Bardella, afirmou após a divulgação das pesquisas de boca de urna que Macron e Attal "jogaram a França nos braços da extrema esquerda". "Privaram a França de qualquer resposta a suas dificuldades cotidianas. Os arranjos eleitorais entre um presidente isolado e uma extrema esquerda incendiária não levarão o país a lugar algum. A pergunta é: o que eles vão fazer? Mas um vento de esperança surgiu e ele nunca mais vai parar", disse Bardella, que, se o favoritismo da RN tivesse se confirmado, seria o mais provável nomeado pelo partido ao cargo de primeiro-ministro.

Marine Le Pen, madrinha política de Bardella e adversária de Macron na eleição presidencial, afirmou que o atual líder está "em uma situação insustentável e vai ter que administrar a situação que impôs aos franceses. "A maré está subindo. Não subiu o bastante desta vez, mas continua subindo. Nossa vitória, na verdade, foi adiada", disse ela em referência pouco velada à próxima disputa pelo Palácio do Eliseu.

A possível chegada da ultradireita ao poder, pela primeira vez desde o regime colaboracionista com o nazismo, na Segunda Guerra Mundial, elevou a tensão política na França nas últimas semanas. Houve episódios ocasionais de violência. A porta-voz do governo, Prisca Thevenot, e auxiliares foram agredidos esta semana quando colavam cartazes.

O medo levou muitos comerciantes a protegerem suas vitrines com tapumes e barreiras, inclusive na Champs-Elysées, a avenida mais famosa de Paris. Viralizou um vídeo mostrando a instalação de proteção na fachada da loja da marca de luxo Louis Vuitton.

O Ministério da Justiça havia anunciado um contingente excepcional de 30 mil policiais nas ruas francesas, devido ao temor de vandalismo. Após a divulgação das primeiras projeções com a vitória da esquerda, tumultos foram registrados em grandes centros urbanos, como Paris, Nantes, Lyon e Rennes.

O pleito foi convocado no início de junho por Macron, após o mau resultado do governo nas eleições para o Parlamento Europeu. A decisão de dissolver a Assembleia Nacional causou perplexidade, uma vez que ele possuía uma maioria relativa de 250 deputados até o final de seu mandato, em 2027.

 

O primeiro fim de semana das férias escolares de verão na França teve uma diferença importante em relação aos anos anteriores. Os franceses pegaram a estrada, mas 3,3 milhões dentre eles deixaram para trás votos por procuração para o segundo turno. Na França, votar é facultativo, mas é permitido autorizar outra pessoa a depositar sua cédula na urna.

O número recorde de votos por procuração —quatro vezes maior que na eleição anterior, em 2022— era um indicador do grande interesse despertado por este pleito fora de época.

Nos últimos dias, centenas de intelectuais, artistas, jornalistas e esportistas se pronunciaram publicamente em favor da frente republicana. A Folha ouviu algumas dessas personalidades esta semana na place de la République, tradicional ponto de manifestações políticas na capital francesa.

O jornalista Edwy Plenel, ex-diretor de redação do jornal Le Monde e fundador do site de jornalismo investigativo Médiapart, qualificou de irresponsável a decisão de Macron de dissolver a Assembleia Nacional e convocar a eleição, no início de junho.

"A oposição [de esquerda] não teve tempo de se organizar de verdade. [Macron] é como um juiz de futebol que diz ao time que ganhou uma partida: segue o jogo, a bola está no seu pé, pode fazer outro gol. E é bem possível que a extrema-direita faça esse gol", comparou Plenel.

Para ele, o risco é que chegue ao poder um grupo político "apoiado pelo imperialismo russo, um regime neofascista que apoia madame Le Pen". Ele se refere à líder da RN, Marine Le Pen, 55, que declarava publicamente sua admiração pelo líder russo, Vladimir Putin, até a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.

Plenel advertiu para o risco de, além de Rússia e China, dois outros membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas —França e EUA— passarem a ter governos antidemocráticos, em caso de vitória do partido de Le Pen na eleição legislativa francesa e do republicano Donald Trump na eleição presidencial americana, em novembro.

Julia Cagé, uma das economistas mais respeitadas da França, disse à reportagem que a vitória da RN seria "catastrófica sob todos os pontos de vista".

"Veja o que aconteceu no Brasil com Bolsonaro", afirmou Cagé, autora de um livro sobre a história eleitoral francesa, escrito com o marido, Thomas Piketty, outro economista de renome. "Será um desastre para a universidade, para a liberdade de pensamento, para a independência da mídia, para os direitos das mulheres."

Alguns jogadores da seleção francesa de futebol masculino, atualmente disputando a Eurocopa na Alemanha, conclamaram os eleitores a votar contra a ultradireita. Entre eles, o maior ídolo da França, Kylian Mbappé, e o atacante Marcus Thuram.

O pai de Marcus é Lilian Thuram, campeão mundial com a França em 1998 e conhecido pelo engajamento político. À Folha, Lilian disse se orgulhar do posicionamento do filho. "Na minha época, Jean-Marie Le Pen [pai de Marine e fundador da RN] já dizia que na seleção francesa havia jogadores demais com a pele negra. Não há nada de novo. A ideia da RN é dizer que, se você não é branco, você não é totalmente francês."

CONTINUE LENDO

Sonho de família: Seleção masculina e feminina de vôlei terão irmãos em busca do ouro

  • Por Bia Jesus I Bahia Notícias
  • 08 Jul 2024
  • 09:34h

Foto: Reprodução / Instagram

Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 terá um gostinho mais que especial para dois irmãos brasileiros. Julia e Lukas Bergmann foram convocados para as Seleções Brasileiras de vôlei, feminina e masculinas respectivamente, e irão à Paris juntos.

 

Cidadãos brasileiros nascidos em Munique, na Alemanha, Julia e Lukas são filhos de mãe brasileira e pai alemão. O gosto pelo esporte veio de berço, já que os pais foram desportistas da modalidade.

Júlia e Lukas com os pais. Foto: Instagram.

Mais velha, Júlia optou por fazer faculdade nos Estados Unidos, pela Universidade de Georgia Tech, entre os anos de 2019 e 2022. Com dupla cidadania e atraindo o interesse da seleção alemã, ainda na universidade a jovem escolheu defender a Seleção Brasileira e estreou com a camisa amarela na Liga das Nações de 2019. Júlia defendeu a seleção nos jogos Pan-Americanos de 2019. Grande destaque na faculdade, a ponteira acumula prêmios individuais no período que passou na Geórgia.

Júlia em quadra com a Seleção Brasileira na Liga das Nações. Foto: Instagram.

Já Lukas, que também atua como ponteiro, fez toda a base no Brasil. Em 2021 foi contratado pelo SESI-SP, com o qual finalizou seu período na base. Na atual temporada ele foi o grande destaque da Superliga Masculina. O jovem foi o segundo maior pontuador do SESI nas finais diante do Vôlei Renata e garantiu o prêmio de melhor ponteiro e atleta revelação do campeonato.

Lukas em quadra pela Seleção Brasileira. Foto: Instagram.

Ambos chegam a Paris com um objetivo em comum: a conquista do ouro olímpico. Júlia estreia diante da Quênia, no dia 29 de julho, às 8h. Enquanto Lukas encara a Itália no dia 27 de julho, às 8h.

Evento da direita termina com reforço a Bolsonaro e veto a plano B para 2026

  • Por Fábio Zanini | Folhapress
  • 08 Jul 2024
  • 08:03h

Foto: Marcos Corrêa / PR

Principal evento anual da direita brasileira, a Cpac, encerrada neste domingo (7) em Balneário Camboriú (SC), teve como maior saldo político o reforço da estratégia dos bolsonaristas de enfrentar o Poder Judiciário.

Dois pontos interligados nessa pauta se destacaram: o perdão aos presos pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 na praça dos Três Poderes e, sobretudo, a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para que possa concorrer à Presidência daqui a dois anos.

O próprio Bolsonaro, em uma de suas falas no evento, se mostrou confiante em reverter a inelegibilidade decidida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apostando na mudança de composição da corte.

"A composição do TSE já mudou. Se tivermos uma grande bancada em 2026, pode ter certeza que a gente faz pelo Parlamento, não por uma canetada, uma história melhor para todos nós", afirmou.

Bolsonaro não explicitou o que quis dizer, mas o recado foi entendido por todos os presentes: a estratégia é fazer uma bancada numerosa no Senado, Casa que aprova ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e pode também levar ao impeachment deles.

Não por acaso, diversas pré-candidaturas bolsonaristas ao Senado foram lançadas, como as dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Ricardo Salles (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF).

"Vamos cravar a estaca da direita no Senado, que está muito ideológico, muito esquerdinha", disse Salles.

Sobre o TSE especificamente, a boa notícia para os bolsonaristas foi a saída da corte, em junho, do ministro Alexandre de Moraes, algoz do ex-presidente. Na eleição de 2026, o presidente da corte eleitoral será o ministro Kassio Nunes Marques, um dos dois que foram indicados por Bolsonaro. O outro, André Mendonça, também estará na corte.

A estratégia é apostar na mudança do ambiente político para pressionar o Judiciário a ter decisões mais favoráveis ao ex-presidente, usando o que aconteceu com o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como parâmetro.

"Se o STF tirou o Lula, que é ladrão, da cadeia e o colocou na Presidência, por que não pode haver uma decisão que beneficie Bolsonaro, que não é ladrão?", disse o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro de Bolsonaro.

"Vamos preparar o terreno para 2026, Vamos ter a maioria do Senado para dar um basta no Supremo Tribunal Federal. Chega de interferência", disse o deputado federal Zucco (PL-RS).

Menos explícito, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediu paciência à militância para que Bolsonaro novamente tenha condições de liderar o campo conservador em 2026.

"A direita está aqui, está unida e tem uma liderança, que é o presidente Jair Messias Bolsonaro. A gente tem de ser paciente na atribulação. A gente vai penar, mas a gente vai vencer", discursou.

Tarcísio é o principal nome colocado para disputar a Presidência caso Bolsonaro não tenha condições de ser o candidato. Mas, no evento, "plano B" era um tema proibido.

O que se viu foi uma sucessão de juras de fidelidade a Bolsonaro, renovando por pelo menos mais dois anos sua posição de figura indiscutível da direita brasileira. A única a mencionar a possibilidade, ainda que de leve, de ele passar o bastão foi sua mulher, Michelle.

"Diferente da esquerda, você não é egoísta, você está aqui para criar novas lideranças", afirmou, dirigindo-se para o marido.

 

A estratégia do campo bolsonarista, segundo lideranças presentes no evento, é ir construindo capital político passo a passo. Primeiro, com um resultado expressivo na eleição municipal de outubro, conquistando um número de prefeituras maior do que o lulismo. Em seguida, tentando costurar algum acordo com os candidatos a presidente da Câmara e do Senado para incluir a anistia na pauta das Casas em troca de apoio.

Por fim, apostando na erosão da popularidade de Lula em 2025, o que mudaria o sentimento das ruas e faria subir a popularidade do ex-presidente. Isso, com o auxílio de novas manifestações populares, ajudaria a jogar mais pressão sobre o Judiciário.

Num dos momentos mais ruidosos do evento, foi anunciada uma manifestação para 14 de julho na avenida Paulista contra a "perseguição" de ministros do STF.

Os bolsonaristas também esperam que os ventos internacionais sejam favoráveis, especialmente em caso de vitória de Donald Trump na eleição americana em novembro.

Não por acaso, a conferência esteve coalhada de convidados da direita global, vindos de países europeus, latino-americanos e dos EUA. Mesmo a decepção com o resultado na eleição legislativa francesa não diminuiu muito o entusiasmo com o contexto global.

O próprio Bolsonaro preferiu adotar uma cautela estratégica, pedindo calma com as especulações em torno de seu nome e dando a entender que há outros nomes nesse campo. "Apesar de ser messias, não sou salvador da pátria", disse.

CONTINUE LENDO

Governo cogita cobrar de alunos ricos em federais e mudar Fundeb para ajustar contas

  • Por Fábio Pupo, Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli | Folhapress
  • 07 Jul 2024
  • 12:21h

Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil

Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartar mudanças no piso de despesas com educação, a equipe econômica redirecionou as atenções a outras medidas de ajuste ligadas à área. Entre elas, cobrar mensalidade de alunos ricos em universidades públicas e alterar parâmetros do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).
 

As medidas são analisadas por uma ala do governo e, de acordo com relatos feitos à Folha, fazem parte de um cardápio com mais de cem iniciativas vistas como passíveis de serem colocadas em debate. O objetivo é buscar o reequilíbrio fiscal diante do compromisso de eliminar o déficit nas contas públicas.
 

A cobrança das mensalidades nas universidades seria voltada apenas a alunos de classes sociais mais favorecidas. A iniciativa teria como alvo parte do universo de 1,3 milhão de estudantes matriculados na rede federal de ensino superior (segundo o Censo da Educação Superior do Inep de 2022).

Apesar de as discussões considerarem essas possibilidades, ainda é incerto o impacto fiscal das iniciativas. A mudança no perfil dos alunos de universidades públicas ao longo dos anos, por exemplo -com mais presença de estratos menos favorecidos-, pode limitar os ganhos com eventuais cobranças.
 

No caso do Fundeb, a visão é que as alterações podem proporcionar maior flexibilidade orçamentária. Em determinados anos, porém, a redução efetiva de despesa pode acabar não sendo tão significativa.
 

Uma das opções é elevar o percentual da contribuição paga pela União ao Fundeb que pode ser contabilizado no piso federal da educação. Hoje, só é possível considerar na conta 30% do valor repassado.
 

A chamada complementação ao Fundeb -abastecido por uma combinação de recursos federais, estaduais e municipais- é uma obrigação da União quando os demais entes não atingem determinados indicadores financeiros estabelecidos, que incluem um valor anual por aluno. Para 2024, por exemplo, o aporte do Tesouro é estimado em R$ 45 bilhões.
 

Contabilizar um valor maior para esse fim poderia, em tese, reduzir a pressão para atingir o piso da educação. Historicamente, no entanto, o governo aplica um valor bem acima do mínimo exigido -o que pode fazer com que a medida não gere efeito imediato.
 

Outra ideia para o Fundeb é reduzir de 70% para 60% o percentual do fundo destinado ao pagamento dos profissionais da educação básica em efetivo exercício. Nesse caso, o diagnóstico é que a regra tem causado problemas e elevado salários de maneira distorcida.
 

Na época da aprovação da medida, em 2020, especialistas apontavam que professores já recebiam 2,8 vezes mais que o salário mínimo e que as remunerações poderiam crescer 83% acima da inflação em uma década.
 

Uma terceira alternativa sobre a mesa é ampliar a gama de profissionais que podem receber esses recursos. Hoje, a lista de pessoal atendido inclui professores, diretores, coordenadores pedagógicos, entre outros que atuam em atividades ligadas à educação básica.
 

A ideia é incluir trabalhadores de outras áreas, como, por exemplo, segurança, portaria, limpeza e manutenção --não vinculados diretamente a atividades educacionais, mas que exercem funções essenciais para o funcionamento dos estabelecimentos de ensino.
 

Os repasses ao Fundeb não impactam o teto de despesas do arcabouço fiscal, mas entram na conta do resultado primário. As mudanças podem trazer também maior flexibilidade ao Orçamento.
 

O cardápio está sob análise da equipe econômica após Lula descartar mudanças mais estruturais nos pisos de saúde e educação, que tomam um espaço crescente do Orçamento federal por terem regras diferentes das demais.
 

A Constituição obriga que um percentual fixo da arrecadação da União seja direcionado a essas áreas. A regra tem impulsionado as despesas nesses casos, especialmente após a implantação do arcabouço fiscal do ministro Fernando Haddad (Fazenda), que exige uma elevação significativa das receitas para alcançar as metas fiscais.
 

Isso faz com que os gastos com saúde e educação, ligados à arrecadação, tenham que ser também cada vez maiores. Enquanto isso, o crescimento anual do limite de despesas pode ser de, no máximo, 2,5% acima da inflação.
 

O cenário levou a equipe econômica a considerar de maneira mais convicta uma mudança nas regras de avanço do piso, mas o plano foi descartado por Lula.
 

"Eu vou dizer em alto e bom som: a gente não vai fazer ajuste em cima dos pobres. Achar que nós temos que piorar a saúde e piorar a educação para melhorar... Isso é feito há 500 anos no Brasil. Há 500 anos o povo pobre não participava do Orçamento", disse Lula há cerca de três semanas.

CONTINUE LENDO