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Netanyahu se reúne com Kamala e Biden em meio a tensões entre EUA e Israel

  • Por Folhapress
  • 26 Jul 2024
  • 16:21h

Foto: Reprodução / Youtube / Forbes Breaking News

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, reuniu-se o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, na Casa Branca nesta quinta-feira (25).

O encontro foi observado de perto por analistas, que buscavam ali indícios de possíveis reformulações da política externa americana em relação à Israel por parte da provável candidata do Partido Democrata à Presidência caso ela seja eleita.

Horas antes, era o presidente, Joe Biden, que estava com Bibi, como o líder israelense é conhecido. Este foi o primeiro encontro presencial entre os líderes desde outubro do ano passado, quando teve início a guerra Israel-Hamas.

Biden viajou até Israel para demonstrar o apoio semanas depois da eclosão do conflito. Então, o americano abraçou Bibi, como o líder israelense é conhecido, e prometeu apoiá-lo.

Ao menos diante das câmeras, o americano manteve nesta quinta o tom amistoso daquela ocasião, e segundo relato do jornal The New York Times abriu um sorriso largo ao dar as boas-vindas ao israelense ao Salão Oval.

Suas palavras, "temos muito o que conversar", davam um indício, no entanto, da tensão que os países vêm acumulando nos últimos tempos.

Washington é o maior aliado externo de Tel Aviv desde os anos 1970. A relação entre os dois países já passou por diversos altos e baixos mas, desde a Segunda Guerra Mundial, o Estado judeu foi o país do mundo que mais recebeu ajuda direta dos EUA.

Ao responder o americano, Bibi, como o líder israelense é conhecido, citou justamente esse histórico. "Quero agradecê-lo por seus 50 anos de serviço público [Biden entrou na política 52 anos atrás, ao ser eleito senador por Delaware] e 50 anos de apoio ao Estado de Israel".

As divergências mais recentes entre os líderes começaram pouco depois que Netanyahu voltou ao posto de primeiro-ministro, no final de 2022 —seu governo, o mais à direita da história de Israel, iniciou uma ofensiva contra o Judiciário logo após assumir, uma iniciativa que foi publicamente criticada por Biden.

A guerra em Gaza, cujo estopim foi uma incursão do Hamas ao sul de Israel que deixou cerca de 1.200 mortos, no ataque mais letal a judeus desde o Holocausto, a princípio voltou a unir os líderes.

Mas a continuidade do conflito na faixa, já no seu nono mês, e o grande número de mortes que ela vem provocando —estimado em mais de 39 mil pelas autoridades da faixa, ligadas ao grupo terrorista—, tem sido motivo de repreensões cada vez mais duras por parte do presidente americano.

Defesa da democracia é mais importante do que qualquer cargo, diz Biden

  • Por Fernanda Perrin | Folhapress
  • 25 Jul 2024
  • 08:01h

Foto: Reprodução / YouTube / Jovem Pan News

Em pronunciamento histórico à nação, o presidente Joe Biden, 81, justificou sua desistência de concorrer à reeleição afirmando que a defesa da democracia é mais importante do que qualquer cargo.

"Eu reverencio este cargo, mas amo mais o meu país. Foi a honra da minha vida servir como seu presidente", disse. "Mas, na defesa da democracia, o que está em jogo é mais importante do que qualquer título", disse.

O discurso desta quarta-feira (24) foi feito do Salão Oval, reservado para ocasiões mais relevantes, e raramente utilizado pelo democrata.

Biden também agradeceu à vice-presidente, Kamala Harris, a quem endossou para substituí-lo na chapa democrata. "Ela é experiente. Ela é forte. Ela é capaz. Ela tem sido uma parceira incrível para mim e uma líder para o nosso país. Agora a escolha é sua, povo americano: vocês fazem essa escolha", disse.

Já Donald Trump não foi citado nenhuma vez. Embora não tenha mencionado o adversário, a linha do discurso foi muito próxima da estratégia democrata de caracterizar o republicano como uma ameaça à democracia.

O presidente também defendeu seu mandato, elencando diversas iniciativas dos últimos três anos e meio. "Acredito que meu histórico como presidente, minha liderança no mundo, minha visão para o futuro da América, tudo isso merecia um segundo mandato. Mas nada, nada pode atrapalhar salvar a nossa democracia. Isso inclui ambições pessoais", disse.

Biden afirmou ainda ser a hora de passar o bastão para uma nova geração, reconhecendo a necessidade de "vozes mais jovens". "Essa é a melhor forma de unir a nossa nação", disse.

"A história está nas suas mãos, o poder está nas suas mãos, a ideia da América está nas suas mãos", afirmou. "Vamos agir juntos e preservar nossa democracia."

Biden disse que vai continuar trabalhando os próximos seis meses restante de seu mandato pelo povo americano. Ele disse que, sendo um "menino com gagueira", jamais teria imaginado chegar à Presidência, e que isso ilustra os EUA em que ele acredita.

Em sua rede social, Truth, Trump afirmou que "mal deu para entender o discurso" e que a fala foi "muito ruim". Ele também afirmou que Biden e Kamala são uma vergonha para os EUA. Sua campanha disparou ainda uma mensagem pedindo doação de apoiadores.

Segundo a imprensa americana, após o discurso Biden foi saudado pelos funcionários da Casa Branca que o aguardavam no Rose Garden, junto com a primeira-dama, Jill, e que tomou sorvete —o presidente é conhecido pelo seu apreço pela sobremesa.

O democrata anunciou sua saída da corrida pela Casa Branca no último domingo (21) por meio de uma carta compartilhada em suas redes sociais. A decisão ocorre após ele sofrer forte pressão do próprio partido em razão da performance desastrosa no debate contra Donald Trump no mês passado.

Logo após retirar-se do pleito, ele endossou sua vice, Kamala Harris, como sua substituta na chapa.

O último presidente a desistir de concorrer à reeleição foi Lyndon B. Johnson. Sua decisão foi anunciada por meio de um pronunciamento à nação feito em março de 1968. O presidente era alvo de enorme insatisfação entre democratas em razão da guerra do Vietnã. A desistência, porém, aconteceu antes de ele tornar-se o candidato presumido do partido.

Biden estava isolado em sua residência em Rehoboth Beach (Delaware) após ser diagnosticado com Covid e, por isso, teria optado pelo anúncio em forma de texto nas redes sociais. Na carta, ele prometia que faria um discurso explicando suas razões ao longo da semana. Ele voltou à Casa Branca na tarde de terça.

Biden fez uma breve participação por telefone nesta segunda durante uma reunião do que era até domingo a sede da sua campanha em Wilmington (Delaware). O presidente agradeceu a equipe e disse que continuará "totalmente engajado" na campanha. "Eu estou de olho em você, menina. Eu amo você", disse ele a Kamala.

Na primeira pesquisa feita após a desistência de Biden, a vice apareceu numericamente à frente de Donald Trump e supera o republicano fora da margem de erro no cenário em que o candidato independente Robert F. Kennedy Jr. é incluído entre as opções.

O levantamento Reuters/Ipsos foi realizado na segunda (22) e na terça-feira (23). Foram ouvidas 1.241 pessoas em todo o país.

Uma outra pesquisa, divulgada nesta quarta (24) pela CNN, aponta o republicano numericamente à frente da democrata, mas com uma vantagem menor da que era observada em relação a Biden. Trump seria a escolha de 49% dos eleitores americanos, já Kamala teria 46% das intenções de voto.

A diferença entre os dois não é, porém, considerada estatisticamente relevante porque está dentro da margem de erro de três pontos percentuais. Com Biden, a diferença era de seis pontos. A pesquisa foi realizada virtualmente na terça (22) e quarta-feira (23).

Famosos reagem à desistência de Biden de concorrer à reeleição nos EUA

  • Por Vitor Moreno | Folhapress
  • 22 Jul 2024
  • 13:10h

Foto: Reprodução / Redes Sociais

O anúncio de que Joe Biden, 81, desistiu de concorrer à reeleição nos Estados Unidos causou, como não poderia deixar de ser, burburinho nas redes sociais. E muitas celebridades do país trataram de opinar sobre a questão, em especial as que apoiam o Partido Democrata.

"Vejo uma pessoa colocando os outros antes de si mesma e de seu orgulho hoje, e por isso, tenho um enorme respeito", destacou Finneas, 26, parceiro musical da irmã, a cantora Billie Eilish, 22.

"Estamos realmente vivendo em tempos sem precedentes", surpreendeu-se Lizzo, 36, ao republicar a notícia.

Barbra Streisand, 82, aproveitou para agradecer ao presidente em final de mandato. "Joe Biden entrará para a história como um homem que alcançou realizações significativas em seu mandato de 4 anos", disse. "Devemos ser gratos por sua defesa da nossa democracia."

Eterna Elaine de "Seinfeld", Julia Louis-Dreyfus, 63, também quis deixar sua gratidão registrada. "Obrigado, presidente Biden, pelo seu serviço, pela sua liderança extraordinária e pelo seu amor por este país e por todo o seu povo", escreveu.

Mark Hamill, o Luke Skywalker da saga "Star Wars", foi na mesma linha. "Joe Biden tem um histórico de realizações incomparável por qualquer presidente em nossa vida", disse. "Ele restaurou a honestidade, dignidade e integridade ao cargo após 4 anos de mentiras, crimes, escândalos e caos. Obrigado pelo seu serviço, presidente. Agora é nosso dever, como americanos patriotas, eleger o democrata que honrará e continuará seu legado."

Já a comediante Kathy Griffin, 63, foi mais sucinta. "Vamos fazer história!!! Finalmente!!!", escreveu.

Alguns demonstraram ter gostado de Biden ter anunciado que apoiaria que Kamala Harris, 59, sua vice, como candidata em seu lugar. Foi o caso da atriz Jamie Lee Curtis, 65.

"Apoio de todo o coração Joe Biden e sua decisão de renunciar e apoiar incondicionalmente Kamala Harris", afirmou Curtis. "Ela é confiável e testada e é uma defensora feroz dos direitos das mulheres e das pessoas de cor, e sua mensagem é de esperança e unidade para a América em um momento de grande divisão nacional."

O cineasta Spike Lee, 67, destacou o fato de Kamala ser uma mulher negra. "Mais uma vez uma irmã vem ao resgate", comentou ao publicar uma imagem da vice-presidente.

Conhecido por "Os Vingadores", o ator Mark Ruffalo, 56, disse que "é hora de começar a agir". "Não a Trump/Vance. Não à tomada religiosa cristã de direita do nosso país. Nada contra o cristianismo; só não deveria governar uma nação nascida da liberdade religiosa", afirmou.

A atriz e cantora Cher, 78, publicou pouco antes do anúncio que Biden deveria renunciar. Quando soube da notícia, voltou às redes sociais. "Não tinha visto TV ou falado com ninguém, então não sabia que tinha acontecido", comentou.

"Acredito que é a única chance para os EUA permanecerem uma democracia", prosseguiu. "O Partido Democrata deve realmente pensar fora da caixa. 'Vencer é tudo', mas se não vencer não pode mudar nada e os tempos devem estar mudando."

Kamala Harris pede união para derrotar Donald Trump

  • Bahia Notícias
  • 22 Jul 2024
  • 11:25h

Foto: Reprodução / Redes Sociais

Após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciar sua desistência de concorrer à reeleição, a vice-presidente, Kamala Harris, se pronunciou disse neste domingo (21) em uma rede social. Kamala disse que trabalhará para unir o partido Democrata e o país para vencer o candidato Republicano, o ex-presidente Donald Trump.

"Farei tudo o que estiver ao meu alcance para unir o Partido Democrata – e unir a nossa nação – para derrotar Donald Trump e a sua agenda extrema do Projeto 2025", afirmou Kamala, que ainda pediu doação de recursos para a sua campanha. O Projeto 2025, citado por Kamala, é o conjunto de proposições da direita conservadora dos EUA para remodelar o governo norte-americano. Essas propostas foram desenvolvidas pela instituição ultraconservadora Heritage Foundation.

Ao desistir de concorrer à Presidência do país, Biden manifestou seu apoio ao nome de Kamala para substituí-lo. Para concorrer à presidência dos Estados Unidos pelos democratas, no entanto, Kamala ainda precisa ter sua indicação aprovada pelo partido.

Na rede X, ela também agradeceu a liderança de Biden à frente do país e disse se sentir honrada com o endosso de sua candidatura pelo presidente. "Em nome do povo americano, agradeço a Joe Biden pela sua extraordinária liderança como Presidente dos Estados Unidos e pelas décadas de serviço prestado ao nosso país. Sinto-me honrada por ter o endosso do Presidente e minha intenção é merecer e conquistar esta indicação", disse.


DESISTÊNCIA

Na tarde deste domingo, em uma postagem na rede social X, Biden afirmou acreditar que, apesar de sua intenção de tentar um novo mandato, é do interesse do Partido Democrata e do país a retirada da sua candidatura. Em seguida, disse que se concentrará no seu trabalho como presidente até o final de seu mandato, em janeiro de 2025.

"Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E, embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que seja do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre apenas no cumprimento de meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato", escreveu Biden em uma carta publicada na rede social.

O anúncio de Biden segue-se a uma onda de pressão pública e privada de parlamentares democratas e membros ??do partido para que ele desistisse da corrida após desempenho fraco em um debate televisivo no mês passado contra o rival republicano.

Trump conversa com Zelenski por telefone e promete acabar com a Guerra da Ucrânia

  • Por Folhapress
  • 20 Jul 2024
  • 09:28h

Foto: Reprodução / Redes sociais/Bahia Notícias

O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (19) que conversou por telefone com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, e prometeu acabar com a guerra por meio de negociações entre Kiev e Moscou.

O republicano costuma atacar seu adversário, Joe Biden, dizendo que o russo Vladimir Putin nunca teria invadido a Ucrânia se ele, Trump, fosse presidente. O empresário fez uma publicação na rede social Truth afirmando que a conversa com Zelenski foi "muito boa" e prometeu, se eleito, acabar com a guerra antes mesmo de tomar posse em janeiro de 2025.

Zelenski também se pronunciou sobre a ligação, agradecendo mais uma vez pelo auxílio militar americano desde o início da guerra, mas sem mencionar negociações para encerrar o conflito. Republicanos alinhados à Trump no Congresso americano são contra o apoio de Washington a Kiev e foram responsáveis, por meio de obstruções no Legislativo, por um atraso de meses na entrega de novas armas e munições ao país invadido.

O presidente ucraniano disse que deu os parabéns a Trump por ter sido nomeado oficialmente candidato pelo Partido Republicano e condenou o atentado contra o ex-presidente no último sábado (13). "Desejei a ele força e segurança no futuro, e mencionei o apoio bipartidário do governo americano à nossa liberdade e independência", concluiu Zelenski.

Na sua publicação, Trump disse que, como presidente, ele vai "trazer paz ao mundo e acabar com a guerra que já custou tantas vidas". "Os dois lados vão poder sentar, conversar e negociar um acordo que vai pôr fim à violência e construir um caminho em direção à prosperidade", prosseguiu.

O candidato republicano não deixou claro que propostas pretende apresentar para encerrar o conflito. Entretanto, em uma entrevista à agência de notícias Reuters em 2023, disse que a Ucrânia pode ter que ceder território para chegar a um acordo de paz.

A possibilidade é rejeitada veementemente por Kiev, que dizem ainda não ser possível negociar com a Rússia enquanto tropas de Moscou estiverem em solo ucraniano.

Maduro fala em 'banho de sangue' se perder eleição; opositora denuncia suposto atentado

  • Por Folhapress
  • 19 Jul 2024
  • 18:18h

Foto: Reprodução / Instagram Nicolás Maduro

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou em um comício desta quarta-feira (17), a 11 dias das eleições presidenciais, que sua derrota nas urnas poderia desencadear uma guerra civil no país.
 

"O destino da Venezuela no século 21 depende da nossa vitória em 28 de julho. Se não querem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, vamos garantir o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo", afirmou Maduro durante o ato em Caracas.
 

O líder do regime, que aparece em desvantagem nas pesquisas de opinião enquanto busca um terceiro mandato de seis anos, vem subindo o tom de seus discursos nos últimos dias. Na quinta-feira passada (11), ele já havia feito referência a uma guerra.
 

"Em 28 de julho se decide entre guerra ou paz, guarimba [tipo de protesto com barricadas usado pela oposição] ou tranquilidade, projeto de pátria ou colônia, democracia ou fascismo. Estão preparados? Estão preparadas? Eu estou preparado. Tenho amor pela Venezuela, tenho experiência, não tenho medo nem do demônio. Deus vem comigo", afirmou ele em um comício no estado de Aragua, no norte do país.
 

A última declaração ocorre no momento em que a tensão aumenta no país. Também nesta quarta, membros da oposição afirmaram que o chefe de segurança de María Corina Machado, mais vocal crítica do regime, foi preso a 11 dias das eleições presidenciais de 28 de julho.
 

"Foi sequestrado o chefe de segurança de María Corina Machado, Milciades Ávila", afirmou na rede social X o Vamos Venezuela, partido fundado por Machado. "Na madrugada de hoje, funcionários do regime entraram à força na casa onde ele se encontrava, violando todo o procedimento legal."
 

De acordo com opositores do regime, Ávila, um ex-policial que trabalhava com Machado há dez anos, é acusado de violência de gênero por tentar proteger a líder e o candidato que entrou na corrida em seu lugar, Edmundo González, após um comício.
 

"Seu suposto delito? Ter protegido María Corina e Edmundo em La Encrucijada de Cagua, Aragua, colocando-se à frente de uma deputada estadual e uma funcionária da Prefeitura de Mariño, sem tocá-las, que queriam agredi-los enquanto comiam sanduíches de pernil", afirmou Perkins Rocha, assessor legal da campanha.
 

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um grupo de mulheres tentando confrontar González, Machado e sua equipe. O prefeito da cidade posteriormente homenageou as manifestantes, e o estabelecimento foi fechado, assim como vários outros que atenderam a líder da oposição.
 

"Aquele ato foi uma provocação planejada para nos deixar desprotegidos a 11 dias de 28 de julho", continuou Machado. "Faço um alerta ao mundo sobre a escalada de repressão de Maduro contra aqueles que trabalham na campanha ou nos ajudam em qualquer parte do país."
 

Na manhã desta quinta (18), a opositora voltou às redes sociais para denunciar uma suposta tentativa de atentado contra sua equipe em Barquisimeto, capital do estado de Lara. "Nossos carros foram vandalizados e cortaram a mangueira dos freios. Agentes do regime nos seguiram desde [o estado de] Portuguesa e rodearam a região onde pernoitamos."
 

Em um vídeo, Machado mostra dois carros com manchas de tinta e com escritos como "sem mais bloqueios", no que parece ser uma referência às sanções internacionais contra a Venezuela. Em um deles, esvaziaram o óleo do motor; no outro, cortaram a mangueira de freio, diz ela.
 

"É claramente um atentado à vida de quem utiliza esse veículo", diz ela. "A dez dias das eleições presidenciais de 28 de julho, poucas horas depois do sequestro do nosso chefe de segurança, Milciades Ávila."
 

A líder venceu as primárias da oposição em outubro, mas foi impedida por um tribunal de concorrer nas eleições por suposta fraude, o que ela nega. González, que aparece à frente de Maduro nas pesquisas de opinião, entrou na disputa após a primeira alternativa para substituir Machado, Corina Yoris, afirmar que ter sido impedida de se inscrever no sistema eleitoral.
 

Três dias antes da prisão de Ávila, a oposição denunciou outros nove detidos em quatro estados do país ligados a Machado.
 

Um porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos disse que Washington estava preocupado com a prisão de Ávila. "Prisões sem o devido processo vão contra o espírito do acordo da rota eleitoral de outubro de 2023", disse o funcionário, citando o documento assinado entre oposição e regime que ficou conhecido como Acordo de Barbados.
 

A ONG Foro Penal, dedicada à defesa de presos políticos, informou na terça-feira (16) que contabiliza 102 prisões ligadas à campanha da oposição. "Isso reflete um claro padrão de atuação contra ativistas, militantes ou mesmo colaboradores, pessoas que prestam serviços a essa opção política", disse o diretor da organização, Gonzalo Himiob.
 

Maduro, que busca um terceiro mandato de seis anos, frequentemente afirma que a oposição conspira para derrubá-lo. No início do mês, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e vice-presidente de Hugo Chávez entre 2007 e 2008, Jorge Rodríguez, afirmou que prefeitos independentes que declararam apoio a Maduro foram ameaçados. "Mais uma vez, a direita quer semear violência no país", afirmou no X.
 

O Ministério da Comunicação da Venezuela e o Ministério Público não responderam imediatamente a pedidos de comentário da agência de notícias Reuters sobre a prisão de Ávila.

Trump anuncia J.D. Vance como vice na disputa pela Casa Branca

  • Por Fernanda Perrin | Folhapress
  • 16 Jul 2024
  • 14:14h

Foto: Reprodução Youtube / Univision Noticias

Em uma eleição marcada pela temática da idade, Donald Trump escolheu o jovem J.D. Vance, 39, como vice de chapa na disputa pela Presidência dos EUA.

O anúncio, feito nesta segunda (15) na rede social Truth em paralelo à convenção republicana, encerra um mistério que vinha sendo feito havia meses. A demora é atribuída tanto a um cálculo político -estender o suspense ao máximo para impulsionar o impacto da notícia- quando a uma indecisão de Trump sobre seu companheiro de chapa.

"Após longas deliberações e reflexões, e considerando os talentos extraordinários de muitos outros, decidi que a pessoa mais adequada para assumir a posição de Vice-Presidente dos Estados Unidos é o Senador J.D. Vance, do grande estado de Ohio. J.D. serviu honrosamente ao nosso país no Corpo de Fuzileiros Navais, se formou na Universidade Estadual de Ohio em dois anos, com Summa Cum Laude, e é formado pela Faculdade de Direito de Yale", disse Trump em um post na rede social Truth.

"J.D. teve uma carreira empresarial muito bem-sucedida em tecnologia e finanças e agora, durante a campanha, estará fortemente focado nas pessoas por quem lutou tão brilhantemente, os trabalhadores e agricultores americanos na Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Ohio, Minnesota e muito além", completou.

Também nesta segunda, Trump se tornou oficialmente o candidato do Partido Republicano à Casa Branca na convenção da sigla. O ex-presidente venceu as primárias republicanas com facilidade no início do ano, derrotando adversários como a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley e o governador da Flórida, Ron DeSantis.

Vance é senador por Ohio. Originalmente um investidor de risco, ele ganhou projeção nacional em 2016 com o livro best-seller "Hillbilly Elegy" ("Era uma Vez um Sonho", na tradução para o português), adaptado para o cinema em 2020. Na obra, Vance faz um retrato da classe trabalhadora branca americana ao contar sua própria origem pobre no Cinturão da Ferrugem.

Como Trump já antecipou em seu anúncio, a escolha de Vance é vista como uma forma de conquistar votos entre esse eleitorado, especialmente importante no chamado "paredão azul": Wisconsin, Pensilvânia e Michigan. Biden precisa vencer nesses estados para se manter na Casa Branca, além de distritos em Nebraska e Maine. Se Trump furar esse paredão, como fez em 2016, ele é eleito.

"O senador Vance é um campeão da renovação da indústria americana e trabalhou para defender e ressuscitar a produção automotiva doméstica", disse a campanha de Trump.

O senador, que se define como um "outsider conservador", foi eleito pela primeira vez em 2022, endossado por Trump. A relação entre os dois, no entanto, começou conflituosa: Vance era um duro crítico do republicano. Ele já chegou a comparar Trump com Hitler, chamar o trumpismo de "ópio das massas" e afirmar que o empresário "não está apto para o mais alto cargo de nossa nação" em 2016.

 

Anos depois, quando decidiu lançar-se ao Senado, ele procurou Trump e ganhou o endosso do ex-presidente. Em entrevistas, Vance justificou a mudança radical de posição dizendo que mudou de opinião ao longo da presidência do empresário, que avalia como positiva.

Sua curta carreira no Congresso, porém, é vista como um dos pontos negativos da escolha. Outra questão é a posição de Vance sobre aborto -enquanto Trump tem defendido uma postura moderada, para não alienar eleitores, o senador já apoiou a proibição do procedimento adotada no Texas e criticou exceções feitas para casos de estupro e incesto. Recentemente, ele tem suavizado seu discurso para se aproximar de Trump.

Vance também é um dos principais porta-vozes do ex-presidente no Senado. O republicano é um ferrenho opositor de enviar mais ajuda à Ucrânia, por exemplo. Seus contatos no Vale do Silício, conquistados em sua carreira como investidor, são outro ativo. Segundo seu site oficial, ele serviu na Guerra do Iraque.

Os pontos fortes de Vance são sua idade -em uma corrida em que o tema ganhou centralidade- e sua eloquência. Ele é um convidado frequente em programas de TV, e sua performance é elogiada por Trump. O senador também tinha apoio do filho mais velho do ex-presidente, Donald Trump Jr.

"Vance começou como um 'Trump nunca', mas depois disse que ele estava errado sobre Donald Trump. Sua jornada não é muito diferente da de outros republicanos que não apoiaram Trump em 2016. Ele se tornou um grande nome do movimento Maga [como é chamada a base do presidente]", disse à CNN Scott Jennings, que já foi assessor de diversos republicanos, como Mitt Romney.

Analistas estão vendo a escolha do senador como um sinal de que Trump está passando o bastão, tendo em vista a idade do escolhido.

A convenção republicana, que ocorre em Milwaukee, no Wisconsin, vai oficializar a chapa do partido à Presidência. Na quarta, o vice deve fazer um discurso e, na quinta, Trump aceitará a nomeação.

O evento, que atrai ampla cobertura da imprensa, serve como uma oportunidade de projeção da candidatura para um eleitorado mais amplo, e está atraindo ainda mais atenção após a tentativa de assassinato sofrida por Trump durante um comício no sábado na Pensilvânia.

O republicano lidera das pesquisas de intenção de voto e, desde que perdeu a Casa Branca, ampliou ainda mais seu domínio sobre o partido. Diferentemente de 2016, quando o empresário precisava de um vice que fosse uma ponte com o establishment do partido e o eleitorado evangélico, encontrada em Mike Pence, dessa vez um vice importa muito pouco para ele em termos eleitorais.

Assim, pesou mais no cálculo de Trump a lealdade, reflexo do conflito vivido entre ele e Pence. A tensão atingiu o ápice no 6 de Janeiro, quando o ex-presidente o pressionou para rejeitar a confirmação da vitória de Joe Biden pelo Congresso -nos EUA, o vice preside o Senado e a sessão conjunta das duas Casas.

Pence se negou a fazer isso, afirmando que não teria poder constitucional para tal. Apoiadores do ex-presidente invadiram o Capitólio nesse dia, interrompendo o procedimento pela força. Desde então, os dois romperam relações, e Pence se tornou um dos principais críticos de Trump no partido, chegando a concorrer contra o empresário pela nomeação republicana.

Vance, por sua vez, já afirmou que não teria certificado o resultado da eleição imediatamente se estivesse na posição de Pence.

"Donald Trump escolheu J.D. Vance como seu companheiro de chapa porque Vance fará o que Mike Pence não fez em 6 de Janeiro", disse em nota a campanha de Joe Biden após o anúncio.

"Esta é uma pessoa que apoia a proibição do aborto em todo o país enquanto critica exceções para sobreviventes de estupro e incesto; criticou o Affordable Care Act, incluindo suas proteções para milhões com condições preexistentes; e admitiu que não teria certificado a eleição livre e justa em 2020", completou.

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Fuzil usado contra Trump teria sido comprado há 11 anos por pai do atirador

  • Por Folhapress
  • 16 Jul 2024
  • 10:47h

Foto: Reprodução Youtube / Guardian News

O fuzil usado na tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump teria sido comprado legalmente pelo pai do atirador há 11 anos.

Pai de Thomas Matthew Crooks, 20, comprou a arma em 2013, segundo jornal. As informações foram publicadas pelo The Washington Post. Thomas foi identificado pelo FBI como o atirador que tentou matar o ex-presidente Donald Trump.

O atirador teria comprado 50 cartuchos de munição em uma loja de armas local na manhã do atentado. Fonte conversou com o jornal sob condição de anonimato para compartilhar informações que não foram divulgadas publicamente.

Celular do atirador foi vistoriado. O FBI, a Polícia Federal dos EUA, afirmou que técnicos conseguiram acessar os dados do telefone de Thomas. A agência ainda não informou, no entanto, quais dados obtiveram e se varredura forneceu provas dos motivos do atirador, segundo jornal The New York Times.

Carro e casa também foram vistoriados. Agentes revistaram completamente o carro e a residência do atirador.

Quase 100 depoimentos foram colhidos deste o atentado, no último sábado (13). Foram ouvidos agentes, participantes do evento e outras testemunhas. Além disso, o FBI recebeu centenas de pistas por e-mail. Até o momento, não encontraram nenhuma postagem do jovem nas redes sociais com tom ameaçador.

O QUE SE SABE SOBRE O ATIRADOR

Crooks era de Bethel Park, Pensilvânia, a cerca de 64 km do local do comício. O FBI e a polícia de Pittsburgh informaram que os disparos contra Donald Trump estão sendo tratados como "tentativa de assassinato" e não descartam a possibilidade de haver outras pessoas envolvidas no episódio.

O atirador estava registrado no Partido Republicano, o mesmo de Trump. Apesar do registro, Crooks doou US$ 15 (R$ 81) para um comitê progressista em 20 de janeiro de 2021. Foi nessa data que o presidente Joe Biden foi empossado. O "Progressive Turnout Project" é uma organização que se dedica a impulsionar candidaturas democratas. A iniciativa também investe financeiramente em organizações focadas em engajar jovens eleitores.

Administrador da casa de repouso onde Crooks trabalhou como auxiliar também enalteceu bom comportamento do jovem. "Estamos chocados e tristes ao saber de seu envolvimento, pois Thomas Matthew Crooks desempenhou seu trabalho sem problemas e sua verificação de antecedentes estava limpa", disse Marcie Grimm, administrador do local, em um comunicado.

A casa de repouso ainda disse que está "cooperando totalmente" com a polícia. Segundo Marcie Grimm, Crooks não tinha antecedentes criminais quando foi contratado.Crooks sofria bullying na escola. A informação é de Jason Kohler, que estudou com o atirador na Bethel Park High School, onde ele se formou em 2022. Em entrevista à Associated Press, o antigo colega disse que Crooks ficava sentado sozinho na hora do almoço e ele era alvo de piadas pela maneira como se vestia.

Motivação para o crime ainda é mistério. FBI diz que família do atirador também está "cooperando com as investigações federais". A informação é da agência de notícias Associated Press.

Agência federal suspeita que jovem tenha agido sozinho. Ainda não foi encontrado nenhum indicativo de que outra pessoa teria atuado no atentado.

Saiba o que se sabe sobre atentado contra o ex-presidente Donald Trump

  • Por Folhapress
  • 14 Jul 2024
  • 14:21h

Foto: Reprodução

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi alvo de tiros enquanto discursava em um comício em Butler, no estado da Pensilvânia, neste sábado (13).
 

Após o ataque, era possível ver sangue escorrendo no rosto de Trump. Seus assessores afirmaram que ele passa bem.
 

Saiba o que já se sabe sobre o ataque sofrido por Trump.
 

QUANDO E EM QUE CONTEXTO ELE OCORREU?
 

Em campanha para retornar à Casa Branca, Trump fazia comício neste sábado em Butler, cidade a cerca de uma hora de Pittsburgh, segunda cidade mais populosa da Pensilvânia. O estado é um dos que são considerados decisivos para o pleito americano por seu eleitorado não ser fiel a nenhum partido.

O discurso do ex-presidente foi interrompido pelo som de tiros.
 

Vídeos mostram Trump colocar as mãos no rosto e se abaixar em busca de proteção, assim como os seus apoiadores.
 

Após ser protegido por sua equipe, o ex-presidente fechou e levantou o punho direito, aos gritos de "USA" (sigla para Estados Unidos da América, em inglês).
 

TRUMP FOI ATINGIDO?
 

Segundo o próprio Trump, ele foi atingido por uma bala que perfurou a parte superior da sua orelha direita.
 

Seus assessores afirmaram que ele passa bem.
 

O esquema de segurança em torno de Donald Trump tornou-se alvo de questionamentos após o ex-presidente ser ferido. O principal alvo é o Serviço Secreto, responsável pela avaliação prévia de segurança, organização do esquema e supervisão da área.
 

HOUVE OUTRAS VÍTIMAS ALÉM DELE?
 

O Serviço Secreto dos EUA informou em nota que um participante do comício foi morto e outros dois estão feridos em estado grave.
 

Além deles, o suposto atirador também foi morto, por agentes de segurança.
 

QUEM ERA O SUPOSTO ATIRADOR E O QUE MOTIVOU O ATAQUE?
 

O FBI, a polícia federal americana, revelou, na manhã deste domingo (14), a identidade do atirador de Butler. Trata-se de Thomas Matthew Crooks, 20.
 

Eles também declararam que a motivação por trás do ataque não foi determinada.
 

O incidente está sendo investigado como uma tentativa de homicídio.
 

Segundo o New York Times, um fuzil tipo do AR semiautomático foi encontrado na cena do crime.
 

QUAIS OS IMPACTOS DO ATENTADO PARA AS ELEIÇÕES À PRESIDÊNCIA DOS EUA?
 

O acontecimento embaralha ainda mais a corrida eleitoral pela Casa Branca. Trump lidera a corrida por uma margem apertada, segundo pesquisas de intenção de voto. Apostas em uma vitória do ex-presidente na eleição cresceram no site Polymarket em US$ 0,10 (R$ 0,54), para 70%.
 

A convenção republicana, em que ele será oficializado como o candidato do partido, está programada para começar nesta segunda (15). Segundo sua campanha, ele vai participar do evento.
 

COMO LÍDERES MUNDIAIS E OUTRAS FIGURAS INFLUENTES REAGIRAM AO EPISÓDIO?
 

O principal adversário de Donald Trump na corrida eleitoral, o presidente Joe Biden, condenou o atentado. Em pronunciamento, o democrata chamou de doentia a violência por trás dos disparos.
 

Segundo a Casa Branca, o líder chegou a falar com Trump na noite de sábado, mas o conteúdo da conversa não foi detalhado.
 

No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o episódio era inaceitável e "deveria ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política".
 

Enquanto isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros políticos do campo da direita no país publicaram mensagens em apoio e solidariedade ao candidato. Parte deles também está usando o atentado para criticar a esquerda e retomar o episódio da facada em Bolsonaro na campanha brasileira.
 

Ainda entre os líderes internacionais, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, disse "condenar fortemente o ataque" e afirmou que "violência não tem espaço na política e em democracias".
 

Já na seara empresarial, uma das primeiras declarações de apoio a Trump foi a do bilionário Elon Musk, presidente da SpaceX e da Tesla, que rapidamente usou a rede social de que é dono, X, para afirmar que "endossa totalmente o presidente [sic] Trump". "Espero sua rápida recuperação", escreveu.
 

Outro bilionário americano, Bill Ackman —que ganhou projeção ao fazer críticas contra a primeira mulher negra a ocupar o posto de reitora da Universidade Harvard—, também apoiou a candidatura do republicano após o episódio deste sábado. "Acabei de endossá-lo", escreveu ele no X.
 

O fundador da Amazon, Jeff Bezos, elogiou a coragem de Trump durante o ocorrido. "Estou muito grato por sua segurança e triste pelas vítimas e suas famílias", publicou.
 

Tim Cook, CEO da Apple, disse estar rezando por Trump e pelas vítimas do atentado. "Condeno fortemente essa violência", disse ele.

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Esquema de segurança de Donald Trump é questionado após atentado em comício na Pensilvânia

  • Bahia Notícias
  • 14 Jul 2024
  • 09:34h

Foto: Wikimedia Commons

O esquema de segurança em torno de Donald Trump tornou-se alvo de questionamentos após o ex-presidente ser ferido por um atirador durante um comício em Butler, na Pensilvânia, no sábado (13).

 

De acordo com a Folha de São Paulo, o principal alvo das críticas é o Serviço Secreto, responsável pela avaliação prévia de segurança, organização do esquema e supervisão da área, coordenando outras agências, como as polícias estadual e local. Nenhum porta-voz do órgão participou da coletiva de imprensa realizada em Butler na madrugada de domingo. Coube ao FBI, a polícia federal americana, e à polícia estadual responder às perguntas dos jornalistas.

 

"Não vamos fazer essa avaliação nesse momento", respondeu Kevin Rojek, agente do FBI responsável pelo escritório de Pittsburgh, cidade próxima do palco do crime, ao ser questionado se houve uma falha do sistema de segurança. "Há uma investigação em curso", completou.

 

"Estamos trabalhando na avaliação do aparato montado. Vai ser uma longa investigação sobre o indivíduo, como ele teve acesso ao local, o armamento usado", seguiu Rojek. Questionado se é surpreendente o atirador ter conseguido disparar contra o ex-presidente, o agente respondeu que sim.

 

O tenente-coronel George Bivens, da Polícia Estadual da Pensilvânia, disse que havia cerca de 30 a 40 policiais no local antes dos disparos. Não se sabe quantos agentes do Serviço Secreto estavam lá. "Em defesa deles [o Serviço Secreto], é incrivelmente difícil ter um lugar aberto ao público e garantir a segurança contra um atirador determinado. A investigação vai nos dar a oportunidade para ver se houve falhas e como fazer melhor no futuro", disse Bivens.

 

O tenente-coronel confirmou que a polícia recebeu denúncias de atividades suspeitas antes dos tiros serem disparados. Circulam nas redes sociais relatos de pessoas que afirmam que alertaram as autoridades de que tinham visto uma pessoa escalando um edifício com um fuzil. Um entrevistado pela BBC afirmou que procurou a polícia para avisar ter visto a cena, mas que nada foi feito. Há ainda um vídeo de uma pessoa correndo em direção ao prédio onde o atirador estava posicionado tentando chamar a atenção da polícia de que havia alguém no telhado. É possível ver outras pessoas próximas do local.

 

O atirador foi morto por um sniper do Serviço Secreto poucos segundos após disparar contra Trump. Segundo o ex-presidente, o projétil perfurou a parte superior de sua orelha direita. Ele passa bem.

 

Uma pessoa foi morta pelo suspeito, afirmou Rojek, e outras duas estão gravemente feridas. As três vítimas são homens. O suposto atirador foi identificado pelo FBI como Thomas Matthew Crooks, 20, um homem branco morador de Bethel Park, na Pensilvânia. Segundo registros eleitorais, ele era afiliado ao Partido Republicano, a sigla de Trump, e as eleições de novembro seriam as primeiras nas quais ele teria idade suficiente para votar em um pleito presidencial. A motivação do crime ainda não foi determinada.

Justiça anula julgamento do ator Alec Baldwin por homicídio culposo em set de filmagem

  • Bahia Notícias
  • 13 Jul 2024
  • 08:46h

Foto: ABC

A Justiça norte-americana anulou o julgamento do ator Alec Baldwin por homicídio culposo, realizado na sexta-feira (12) no tribunal de Santa Fé, nos Estados Unidos, com base na alegação de ocultação de provas. 

A decisão da Justiça foi uma grande reviravolta no processo que buscava esclarecer a responsabilidade do veterano na tragédia que abalou o set de "Rust", em outubro de 2021 e vitimou a diretora de fotografia Halyna Hutchins.

Os advogados de Baldwin alegaram que o ator não tinha responsabilidade em verificar o conteúdo da arma e não sabia que ela continha munições reais. 

De acordo com o jornal The Guardian, a juíza teria afirmado que "não há como o tribunal corrigir esse erro" ao declarar a decisão.

Com isso, a juíza Mary Marlowe concluiu que o Estado tinha ocultado provas que teriam sido favoráveis ao ator, o que prejudicou o processo, e anunciou o anulamento do caso.

Frente de esquerda e centro impede vitória da ultradireita na França

  • Por Folhapress
  • 08 Jul 2024
  • 10:11h

Foto: Reprodução/Bahia Notícias

FOLHAPRESS) - A coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) surpreendeu no segundo turno das eleições legislativas francesas, neste domingo (7), e tornou-se o maior bloco parlamentar em uma França partida em três. O pleito foi marcado pela ascensão da ultradireita, pelo forte comparecimento às urnas (67%, o maior desde 1981) e pelo temor de quebra-quebra.

Com quase 100% da apuração (falta apenas a contagem dos votos no exterior), a NFP somava 181 assentos na Assembleia Nacional, seguida pela coalizão Juntos, do presidente Emmanuel Macron, com 166 cadeiras, e pela antes favorita Reunião Nacional (RN), de ultradireita, com 143 deputados. Antes, esses blocos tinham, respectivamente, 150, 250 e 89 assentos. Outros partidos de direita ficaram com 60 cadeiras; outros de esquerda, com 13 vagas.

Na nova composição da Assembleia Nacional, portanto, nenhum dos grupos nem sequer se aproximou da maioria absoluta de 289 dos 577 deputados, o que implica a necessidade de alianças ao menos pontuais para o próximo governo e ameaça criar um impasse político na França, a duas semanas do início das Olimpíadas de Paris.

Macron não se pronunciou oficialmente até a última atualização deste texto. Segundo assessores, o presidente aconselhou prudência à esquerda. Seu pupilo, o atual premiê Gabriel Attal, 35, anunciou renúncia.

O segundo turno da eleição foi marcado por mais de 200 desistências de candidatos de esquerda em favor de candidatos do centro, e vice-versa, para tentar impedir a vitória de rivais de ultradireita. Essa manobra é conhecida como "frente republicana" —e teve sucesso nesta votação.

Os números surpreendem pela quantidade de assentos maior que a prevista para a bancada do centro governista e permitem prever que a esquerda indicará o sucessor de Attal.

Há ainda, no entanto, indecisão sobre qual será o nome sugerido. Há muitas disputas internas na NFP. Jean-Luc Mélenchon, 72, é o líder do maior partido da frente, a França Insubmissa. Mas é visto como radical demais por muitos. Seu discípulo Manuel Bompard, 38, mais moderado, é uma opção.

Outras possibilidades seriam Olivier Faure, 55, líder do Partido Socialista, e a ecologista Marine Tondelier, 37, que ganhou prestígio durante a campanha. O intelectual Raphaël Glucksmann, 44, filho do renomado filósofo André Glucksmann (1937-2015), teve um bom desempenho na eleição para o Parlamento Europeu, em junho, mas seu grupo é minoritário na NFP.

Mélenchon foi o primeiro a se pronunciar. Sem chegar a pleitear explicitamente o cargo de primeiro-ministro, pediu a renúncia de Attal —que a anunciou horas depois— e descartou coalizão com os macronistas. "Saúdo aqueles que se mobilizaram, porta a porta, para convencer e arrancar um resultado que diziam impossível. Nosso povo descartou a solução do pior. É um alívio para a maioria das pessoas em nosso país", disse Mélenchon.

Ele também defendeu a revogação da reforma das aposentadorias imposta em 2023 por Macron, passando a idade mínima, de modo geral, de 62 para 64 anos. "Recusamos entrar em negociação com o partido do presidente para fazer alianças, sobretudo depois de ter combatido sem descanso há sete anos sua política abuso social e de inação ecológica", afirmou o líder.

Mélenchon é uma figura controversa mesmo na esquerda. É acusado de extremismo e até de antissemitismo, devido à sua posição pró-Palestina em relação ao conflito em Gaza. Ele nega ser antissemita.

O presidente da RN, Jordan Bardella, afirmou após a divulgação das pesquisas de boca de urna que Macron e Attal "jogaram a França nos braços da extrema esquerda". "Privaram a França de qualquer resposta a suas dificuldades cotidianas. Os arranjos eleitorais entre um presidente isolado e uma extrema esquerda incendiária não levarão o país a lugar algum. A pergunta é: o que eles vão fazer? Mas um vento de esperança surgiu e ele nunca mais vai parar", disse Bardella, que, se o favoritismo da RN tivesse se confirmado, seria o mais provável nomeado pelo partido ao cargo de primeiro-ministro.

Marine Le Pen, madrinha política de Bardella e adversária de Macron na eleição presidencial, afirmou que o atual líder está "em uma situação insustentável e vai ter que administrar a situação que impôs aos franceses. "A maré está subindo. Não subiu o bastante desta vez, mas continua subindo. Nossa vitória, na verdade, foi adiada", disse ela em referência pouco velada à próxima disputa pelo Palácio do Eliseu.

A possível chegada da ultradireita ao poder, pela primeira vez desde o regime colaboracionista com o nazismo, na Segunda Guerra Mundial, elevou a tensão política na França nas últimas semanas. Houve episódios ocasionais de violência. A porta-voz do governo, Prisca Thevenot, e auxiliares foram agredidos esta semana quando colavam cartazes.

O medo levou muitos comerciantes a protegerem suas vitrines com tapumes e barreiras, inclusive na Champs-Elysées, a avenida mais famosa de Paris. Viralizou um vídeo mostrando a instalação de proteção na fachada da loja da marca de luxo Louis Vuitton.

O Ministério da Justiça havia anunciado um contingente excepcional de 30 mil policiais nas ruas francesas, devido ao temor de vandalismo. Após a divulgação das primeiras projeções com a vitória da esquerda, tumultos foram registrados em grandes centros urbanos, como Paris, Nantes, Lyon e Rennes.

O pleito foi convocado no início de junho por Macron, após o mau resultado do governo nas eleições para o Parlamento Europeu. A decisão de dissolver a Assembleia Nacional causou perplexidade, uma vez que ele possuía uma maioria relativa de 250 deputados até o final de seu mandato, em 2027.

 

O primeiro fim de semana das férias escolares de verão na França teve uma diferença importante em relação aos anos anteriores. Os franceses pegaram a estrada, mas 3,3 milhões dentre eles deixaram para trás votos por procuração para o segundo turno. Na França, votar é facultativo, mas é permitido autorizar outra pessoa a depositar sua cédula na urna.

O número recorde de votos por procuração —quatro vezes maior que na eleição anterior, em 2022— era um indicador do grande interesse despertado por este pleito fora de época.

Nos últimos dias, centenas de intelectuais, artistas, jornalistas e esportistas se pronunciaram publicamente em favor da frente republicana. A Folha ouviu algumas dessas personalidades esta semana na place de la République, tradicional ponto de manifestações políticas na capital francesa.

O jornalista Edwy Plenel, ex-diretor de redação do jornal Le Monde e fundador do site de jornalismo investigativo Médiapart, qualificou de irresponsável a decisão de Macron de dissolver a Assembleia Nacional e convocar a eleição, no início de junho.

"A oposição [de esquerda] não teve tempo de se organizar de verdade. [Macron] é como um juiz de futebol que diz ao time que ganhou uma partida: segue o jogo, a bola está no seu pé, pode fazer outro gol. E é bem possível que a extrema-direita faça esse gol", comparou Plenel.

Para ele, o risco é que chegue ao poder um grupo político "apoiado pelo imperialismo russo, um regime neofascista que apoia madame Le Pen". Ele se refere à líder da RN, Marine Le Pen, 55, que declarava publicamente sua admiração pelo líder russo, Vladimir Putin, até a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.

Plenel advertiu para o risco de, além de Rússia e China, dois outros membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas —França e EUA— passarem a ter governos antidemocráticos, em caso de vitória do partido de Le Pen na eleição legislativa francesa e do republicano Donald Trump na eleição presidencial americana, em novembro.

Julia Cagé, uma das economistas mais respeitadas da França, disse à reportagem que a vitória da RN seria "catastrófica sob todos os pontos de vista".

"Veja o que aconteceu no Brasil com Bolsonaro", afirmou Cagé, autora de um livro sobre a história eleitoral francesa, escrito com o marido, Thomas Piketty, outro economista de renome. "Será um desastre para a universidade, para a liberdade de pensamento, para a independência da mídia, para os direitos das mulheres."

Alguns jogadores da seleção francesa de futebol masculino, atualmente disputando a Eurocopa na Alemanha, conclamaram os eleitores a votar contra a ultradireita. Entre eles, o maior ídolo da França, Kylian Mbappé, e o atacante Marcus Thuram.

O pai de Marcus é Lilian Thuram, campeão mundial com a França em 1998 e conhecido pelo engajamento político. À Folha, Lilian disse se orgulhar do posicionamento do filho. "Na minha época, Jean-Marie Le Pen [pai de Marine e fundador da RN] já dizia que na seleção francesa havia jogadores demais com a pele negra. Não há nada de novo. A ideia da RN é dizer que, se você não é branco, você não é totalmente francês."

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Mulher é presa após derramar 60 mil litros de vinho e causar prejuízo de R$ 13 milhões após demissão na Espanha

  • Bahia Notícias
  • 29 Jun 2024
  • 12:30h

Foto: Reprodução/El País

Uma mulher foi presa por sabotar a empresa da qual foi demitida ao derramar 60 mil litros de vinho e causar um prejuízo de cerca de R$ 13 milhões. A ex-funcionária foi dispensada do cargo dois dias antes do ocorrido e violou os barris dos três vinhos mais comercializados da vinícola.

 

De acordo com informações do jornal espanhol El País, o caso aconteceu no dia 18 de fevereiro deste ano, dois dias após a mulher ter sido demitida da vinícola Cepa 21. A suspeita teria aberto, propositalmente, cinco barris que derramaram cerca de 60 mil litros de vinho tinto, causando um prejuízo estimado de 2,5 milhões de euros.

 

Segundo a Guarda Civil de Valladolid, cidade onde o caso aconteceu, os barris continham os três vinhos mais comercializados pela empresa. A mulher foi presa nesta quinta-feira (27) pela própria Guarda Civil, mas após ter se negado a prestar qualquer declaração sobre o caso, foi liberada e deve responder ao processo em liberdade.

General golpista na Bolívia é preso e acusa presidente de ter preparado autogolpe

  • Por Victor Lacombe | Folhapress
  • 27 Jun 2024
  • 10:16h

Foto: Divulgação/Exército da Bolívia

O general golpista Juan José Zúñiga foi preso nesta quarta-feira (26) depois de liderar uma tentativa de golpe de Estado na Bolívia contra o presidente Luis Arce. Falando com jornalistas durante a prisão, ele disse que agiu a mando de Arce, que teria tentado um autogolpe.
 

Zúñiga cercou o palácio presidencial por horas com tropas e veículos blindados e disse durante o cerco que estava lá para "expressar seu descontentamento" e que precisava haver uma troca ministerial. Ele chegou a se encontrar com Arce, que ordenou que o general se retirasse, demitiu os chefes das Forças Armadas e nomeou seus substitutos. O novo comandante do Exército reiterou a ordem, e as tropas esvaziaram a praça.
 

O general Zúñiga foi destituído do cargo de comandante do Exército na última terça-feira (25) por Arce depois de fazer uma série de ameaças contra o ex-presidente Evo Morales. Evo e Arce, antigos aliados, são hoje rivais políticos e devem se enfrentar nas urnas em 2025.

Em uma entrevista na segunda-feira (24), o militar disse que Evo "não pode mais ser presidente desse país". "Caso cheguemos a isso", continuou, "não permitirei que ele pisoteie a Constituição, que desobedeça o mandato do povo". Afirmou ainda que "as Forças Armadas são o braço armado do povo, o braço armado da pátria".
 

Evo respondeu que ameaças desse tipo não têm precedente na democracia e pressionou o governo Arce, dizendo que se a fala não fosse desautorizada pelo presidente e pelo ministro da Defesa, "estará comprovado que na verdade estão autorizando um autogolpe". Zúñiga foi removido do comando do Exército no dia seguinte.
 

De acordo com o jornal boliviano El Deber, Zúñiga disse ao ser preso que conversou com Arce antes da tentativa de golpe. "O presidente me disse que a situação está muito crítica, que era preciso algo para levantar sua popularidade." O general teria então perguntado ao presidente: "colocamos os blindados na rua?", ao que Arce teria dito "coloque". Zúñiga não apresentou evidências para sustentar a afirmação.

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Aumentar arsenal nuclear da Rússia preserva equilíbrio de poder no mundo, diz Putin

  • Por Folhapress
  • 22 Jun 2024
  • 11:13h

Foto: Reprodução / Instagram

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (21) que a Rússia vai continuar a desenvolver seu arsenal de armas nucleares, que é hoje o maior do mundo, com o objetivo de preservar o equilíbrio mundial entre os países.

Putin deu um discurso durante uma cerimônia de formatura de oficiais militares no Kremlin. Ele disse ainda que seu governo continuará equipando os soldados que lutam na guerra da Ucrânia com os equipamentos mais avançados disponíveis.

"Planejamos fortalecer a tríade nuclear para garantir nossa capacidade de dissuasão e o equilíbrio de poder no mundo", afirmou o presidente. A tríade nuclear é a capacidade de um país de lançar bombas atômicas por mar, terra e ar.

Putin voltou a Moscou depois de visitar a Coreia do Norte e o Vietnã nos últimos dias. Na quinta-feira (20), ele advertiu a Coreia do Sul de que o país cometeria um "grande erro" se enviasse armas para a Ucrânia, e que Moscou poderia responder enviando equipamento militar para a Coreia do Norte.

Seul levantou a possibilidade de armar Kiev depois da visita de Putin a Pyongyang, onde o líder russo se encontrou com o ditador Kim Jong-un e assinou um pacto de defesa mútua com a ditadura norte-coreana. Os termos do acordo estipulam que, caso um dos países seja atacado, o outro virá ao seu socorro, e prevê mais cooperação militar.

Putin também disse durante a visita que pode fornecer mísseis de precisão para Pyongyang como retaliação pela autorização dada pelos Estados Unidos e seus aliados para que a Ucrânia use armas ocidentais contra alvos na Rússia.

Como resposta, a Coreia do Sul, apoiada diplomatica e militarmente por Washington, convocou o embaixador russo para explicações, e aventou a possibilidade de entregar armas à Ucrânia, que está em guerra contra a Rússia.

"Enviar armas letais para zonas de combate na Ucrânia seria um grande erro", disse Putin, em visita ao Vietnã. "Se isso acontecer, tomaremos a decisão correspondente, que não deverá agradar os líderes atuais da Coreia do Sul", acrescentou.

"Aqueles que enviam [mísseis para a Ucrânia] acham que não estão lutando contra nós, mas já disse, inclusive em Pyongyang, que nos reservamos o direito de fornecer armas a outras regiões do mundo, em relação aos nossos acordos com a Coreia do Norte, ressaltou Putin. "Não descarto essa possibilidade."

Os EUA consideraram a declaração de Putin preocupante. O Departamento de Estado ressaltou que o envio de armas russas ao país comunista asiático "poderia desestabilizar a península coreana, dependendo do tipo de arma, e violar as resoluções do Conselho de Segurança que a própria Rússia apoiou".

O ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul disse que, na reunião com o embaixador russo Gueorgui Zinoviev, instou a Rússia a "agir de maneira responsável". O órgão afirmou que o apoio militar de Moscou a Pyongyang inevitavelmente traria um "impacto negativo nas relações" entre Rússia e Coreia do Sul.

De acordo com a embaixada russa, Zinoviev teria dito que "tentativas de intimidar a Rússia são inaceitáveis". "O embaixador disse que a cooperação entre [Moscou e Pyongyang] não tem como alvo nenhum outro país".