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Mulher de 90 anos é resgatada após cinco dias sob escombros no Japão

  • Bahia Notícias
  • 07 Jan 2024
  • 12:32h

Foto: Reprodução I X @NHKWORLD_News

Equipes de salvamento resgataram uma mulher de 90 anos que estava presa sob as ruínas de uma casa na cidade de Suzu, na província de Ishikawa, região mais afetada pelo terremoto que devastou o Japão. As informações são do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.


O Departamento de Polícia Metropolitana, que presta apoio às operações de resgate, busca por desaparecidos quando encontrou duas mulheres presas sob escombros de uma casa de dois andares que desabou durante o tremor da última segunda-feira (1º). As vítimas passaram cinco dias no local até serem resgatadas, na noite deste sábado (6).


De acordo com a imprensa japonesa, a idosa foi retirada dos destroços com vida e encaminhada a um hospital. A outra mulher, de 40 anos, sofreu uma parada cardíaca. O estado de saúde dela não foi informado.


Os tremores no Japão já mataram ao menos 126 pessoas desde a segunda-feira, quando um terremoto de magnitude 7,6 atingiu o país. Outras 210 pessoas seguem desaparecidas.


A recuperação dos corpos, a limpeza das cidades e a reconstrução de prédios continuam neste sábado (6).


“Rezamos, sinceramente, pelo repouso das almas daqueles que faleceram”, escreveu o primeiro-ministro Fumio Kishida no X. Ele continua a afirmar que todas as equipes que trabalham no resgate e na reconstrução são instruídas a agir “com urgência e rapidez”. Isso porque há a expectativa de novos tremores.


Além disso, o tempo não ajuda. Está prevista neve para este domingo (7).

Terremoto no Japão deixa ao menos 48 mortos; mais de 1 mil casas foram destruídas

  • Bahia Notícias
  • 02 Jan 2024
  • 09:10h

Foto: Reprodução / X Insider Paper

Autoridades do Japão apontam que pelo menos 48 pessoas morreram devido ao terremoto de magnitude 7,6 graus que atingiu o país na segunda-feira (1º). As equipes de salvamento enfrentam tremores secundários.

Apesar de o alerta contínuo de tsunami ter sido suspenso, governo pede cuidado. Eles procuram desaparecidos após deslizamentos de terra e o desabamento de vários edifícios. Além dos tremores secundários, as equipes enfrentam estradas fortemente danificadas. Cerca de 1 mil militares chegaram para a área mais atingida na relativamente remota península de Noto.

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, afirmou que o país enfrenta uma “batalha contra o tempo” para resgatar as pessoas afetadas. “Devemos resgatá-los o mais rápido possível, especialmente aqueles que estão presos sob estruturas desabadas”, disse.

Na cidade de Wajima, que fica no norte da península, o Corpo de Bombeiros disse que ao menos 30 prédios desabaram. Há relatos de pessoas presas sob escombros. Ainda na região, em Suzu, o prefeito da cidade afirmou que até 1 mil casas foram destruídas. “A situação é catastrófica”, disse Masuhiro Izumiya.

A emissora de TV NHK mostrou, na manhã desta terça-feira (2), imagens de um prédio de sete andares tombado, com muita fumaça, na área central de Wajima, província de Ishikawa. Por lá, as redes sociais aparecem com carros engolidos pela terra, casas e pontes destruídas.

Apesar da maior parte dos incêndios ter sido contida, as chamas queimaram mais de 200 estruturas em Wajima.

“Estamos numa situação terrível, com muitas casas de madeira desabadas devido ao terremoto, danos causados ??pelo que parece ser um tsunami e vários barcos e carros virados no porto de Iida”, escreveu Hiroshi Hase no X, governador de Ishikawa.

“Estamos numa corrida contra o tempo e continuaremos a fazer o nosso melhor para salvar vidas”, continuou.

Japão emite alerta de grande tsunami após terremoto de magnitude 7,6

  • Por Folhapress
  • 01 Jan 2024
  • 10:05h

Foto: Kyodo News / AP

A Agência Meteorológica do Japão emitiu, nesta segunda-feira (1º), alerta para a possibilidade de um grande tsunami após a costa oeste do país ser atingida por terremotos.
 

O tremor mais forte que atingiu a região foi de magnitude 7,6, segundo o serviço de meteorologia do Japão. Um tsunami com cerca de um metro de altura foi registrado em parte da costa oeste japonesa, mas as autoridades não descartam a possibilidade de ondas bem maiores, com até cinco metros. Regiões mais afastadas ao epicentro dos tremores podem atingir até três metros de altura.
 

Moradores das cidades costeiras de Ishikawa, Nigata e Toyama foram orientados a deixarem suas casas. O governo japonês ainda contabiliza os danos provocados pelos tremores e não descartou a possibilidade de novos abalos sísmicos, segundo a TV pública NHK.
 

Pelo menos 36 mil casas ficaram sem eletricidades em Ishikawa e Toyama. iOs números são da concessionária responsável pelo serviço.
 

O epicentro do terremoto de magnitude 7,6 foi na península de Noto, às 16h10 no horário local (4h10 em Brasília). É o o maior registrado para essa península desde 1885.
 

Até o momento, há relatos de estragos nas ruas e de danos a edifícios nas cidades atingidas. Ainda segundo o governo japonês, não foram detectadas irregularidades nas usinas nucleares do país.
 

O Japão não emitia alerta para risco de tsunami no país desde março de 2011. Naquele ano, cerca de 20 mil vítimas foram afetadas e a usina nuclear de Fukushima foi atingida.

Milei anuncia retirada da Argentina do Brics em carta enviada a países

  • Por Folhapress
  • 29 Dez 2023
  • 17:23h

Foto: Reprodução /Bahia Notícias

A Argentina não fará parte do Brics, informou o presidente argentino, Javier Milei, em carta enviada aos chefes de Estado dos cinco países que integram o bloco, incluindo o Brasil.

A carta foi endereçada ao presidente Lula. Mais detalhes sobre o conteúdo do comunicado não foram divulgados pelo governo brasileiro.

O país ingressaria no bloco a partir de 1º de janeiro de 2024. A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, já havia adiantado a decisão no fim de novembro, em uma postagem no X (antigo Twitter).

A Argentina estava entre os seis países convidados a se tornarem novos membros do Brics. A lista foi definida em uma cúpula realizada na África do Sul em agosto.

Além do país chefiado por Milei, estão na lista de expansão Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia. O bloco conta hoje com Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e não irá mudar de nome.

EXAPANSÃO DO BRICS

A escolha das nações passou por uma distribuição geográfica dos novos países membros e teve um cunho essencialmente político. Também se privilegiou governos que já estivessem no G20, ainda que esse não tenha sido o único critério.

À época, Lula demonstrou satisfação em receber novos membros. O presidente também dedicou uma mensagem especial ao presidente da Argentina na ocasião, Alberto Fernández.

"É com satisfação que damos as boas-vindas aos Brics Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. Dedico uma mensagem especial ao querido presidente da Argentina e grande amigo do Brasil e do mundo em desenvolvimento", declarou Lula.

O presidente Lula negou viés ideológico na inclusão dos novos países e disse que o critério "não foi aleatório". "A inclusão dos novos membros foi um avanço extraordinário. Não foi de forma aleatória que entrou fulano ou beltrano, mas países que já estavam na fila há anos", afirmou o presidente.

Israel prevê guerra em Gaza até fevereiro; custo da ação militar começa a preocupar

  • Por Folhapress
  • 26 Dez 2023
  • 09:29h

Foto: Reprodução /Bahia Notícias

O Ministério das Finanças de Israel projetou nesta segunda-feira (25) que a guerra em Gaza se estenda até fevereiro de 2024.

É um cálculo de tempo que leva em consideração as despesas em jogo. Segundo a pasta, o conflito contra o grupo terrorista Hamas custará mais US$ 14 bilhões (R$ 68 bilhões) aos cofres públicos nos próximos dois meses e vai triplicar o déficit orçamentário antes previsto.

A conta leva em consideração as despesas de mais dois meses de guerra no que diz respeito a segurança e despesas civis. Vice-comissário de Orçamento do ministério, Itai Temkin disse que o déficit, antes projetado para cerca de 2,25% do PIB, agora deve alcançar 5,9%.

Com isso, começam as discussões sobre de onde tirar o dinheiro. Está em debate, por exemplo, aumentar os impostos contra a renda, ainda que a medida seja amplamente impopular e que o governo local tema desidratar ainda mais sua aprovação.

O chefe da pasta, Bezalel Smotrich, disse que trabalharia para evitar qualquer fardo financeiro para os cidadãos e que sua prioridade é ajudar as famílias dos mais de 350 mil reservistas convocados para lutar. "Eles deixaram tudo para arriscarem suas vidas por todos nós, e devemos fazer tudo para recompensá-los", disse a repórteres.

Smotrich é uma das figuras mais radicais da coligação que alçou Binyamin Netanyahu novamente ao cargo de premiê. Membro do Sionismo Religioso, o ministro também teve confiada a ele a tarefa de gerir a presença de Israel na Cisjordânia ocupada, mesmo sendo um dos maiores defensores dos assentamentos judeus.

 

É também deste território palestino ocupado de onde vêm algumas das preocupações orçamentárias. Ainda nesta segunda-feira o Ministério das Finanças anunciou que a decisão do governo de proibir a entrada de trabalhadores palestinos que vivem na Cisjordânia em Israel após 7 de outubro pode custar até US$ 830 milhões por mês.

Isso porque, desde o início deste conflito, mais de 10 mil trabalhadores da agricultura e da construção civil, em especial aqueles oriundos da Tailândia, mão de obra muito comum em Israel, deixaram o país.

Isso criou uma alta demanda por reposição, quase impossível de ser atendida em um momento no qual palestinos são impedidos de entrar e israelenses são convocados para o campo de batalha.

Enquanto isso, o chefe do governo, o premiê Binyamin Netanyahu, discursou ao Knesset, o Parlamento de Israel, também nesta segunda.

Ele disse que o país não vai parar a guerra "até a vitória" e foi prontamente vaiado por familiares de reféns que estavam no local com camisetas e cartazes estampando os rostos dos cerca de cem civis que seguem sequestrados e mantidos em Gaza.

"Não vamos parar de lutar, mas precisamos de tempo", disse ele a certa altura, ao que ouviu dos manifestantes presentes "Não temos tempo!", segundo relatos do jornal local The Times of Israel.

Muitos carregavam cartazes com frases como "E se fosse seu pai?" (ou seu filho ou seu irmão). Netanyahu perdeu um irmão —Yonatan, ou Yoni, como era conhecido—, em 1976, durante um entre tantos conflitos com palestinos. À época ele liderava uma missão de resgate de judeus sequestrados e levados para Uganda. Yoni morreu na ação.

O primeiro-ministro também afirmou que entrou em contato com os líderes russo e chinês, Vladimir Putin e Xi Jinping, respectivamente, para pedir que intervenham em nome dos reféns. E que sua esposa, Sara, falou com o papa Francisco.

Quando vigorou um breve acordo de cessar-fogo que libertou as mulheres e meninas reféns do Hamas, Moscou logrou, em acordos paralelos ao oficial feito entre Tel Aviv e o grupo terrorista, libertar também ao menos três cidadãos de nacionalidade russa de Gaza.

Um novo acordo de trégua tentou ser costurado nesta segunda no Egito, país que faz fronteira com Gaza e que, ao lado do Qatar, é um dos principais mediadores deste conflito. Mas, ao que tudo indica, fracassou.

Em linhas gerais, a proposta egípcia previa chegar a um cessar-fogo permanente que envolveria a soltura de todos os reféns ainda mantidos no território palestino e novas eleições para Gaza, com o Hamas, que hoje controla a faixa, saindo de sua liderança. Também houve uma promessa de que os membros do grupo terrorista, muitos deles abrigados no Qatar, não seriam perseguidos ou processados.

De acordo com fontes diplomáticas que conversaram com a agência de notícias Reuters, no entanto, tanto o Hamas quanto o Jihad Islâmico, outra facção que atua em Gaza, negaram o plano em duas conversas separadas. O único ponto com o qual os grupos teriam concordado foi o de libertar mais reféns em um possível novo cessar-fogo.

Em atualização diária na tarde de segunda-feira, o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas afirmou que, nas 24 horas anteriores, morreram 250 pessoas em Gaza vítimas de ataques de Israel. Com isso, o número total de mortos passa de 20,6 mil, e o de feridos, de 54 mil.

ATAQUE ISRAELENSE MATA ASSESSOR DA GUARDA REVOLUCIONÁRIA DO IRÃ

Em uma outra frente do conflito no Oriente Médio, um ataque aéreo israelense nos arredores da capital da Síria, Damasco, matou um assessor sênior da Guarda Revolucionária do Irã nesta segunda.

A força foi criada na Revolução Islâmica de 1979 e atua no exterior, controlando grupos como o libanês Hezbollah, que faz ataques constantes contra o norte de Israel. Fontes familiarizadas com o caso disseram à Reuters que o assessor, Sayyed Razi Mousavi, era responsável por coordenar a aliança militar entre Síria e Irã.

A TV estatal do Irã interrompeu sua transmissão regular de notícias para anunciar que Mousavi havia sido morto, descrevendo-o como um dos assessores mais antigos da guarda na Síria.

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Líder do Hamas chega ao Egito para negociar nova trégua em Gaza

  • Por Folhapress
  • 21 Dez 2023
  • 10:30h

Foto: Reprodução / Wion Channel

O líder do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, desembarcou no Cairo nesta quarta-feira (20) para conversas com oficiais egípcios que vêm mediando negociações com Israel sobre um possível cessar-fogo na Faixa de Gaza. 

Esta é a segunda vez que Haniyeh, que mora no Qatar, visita o Egito desde o início da guerra. Ele iria se reunir com o chefe de inteligência egípcio, Abbas Kamel.

Representantes do Hamas disseram à agência de notícias AFP que o grupo busca um novo acordo para interromper os combates em Gaza durante uma semana em troca da possível libertação de mais 40 reféns israelenses.

Um dirigente do Hamas afirmou, contudo, que "um cessar-fogo total e a retirada do Exército de ocupação israelense de Gaza são condições necessárias para qualquer troca" entre reféns israelenses e prisioneiros palestinos.

O presidente de Israel, Isaac Herzog, declarou na terça-feira (19) que o país está "preparado para outra pausa humanitária e uma ajuda humanitária adicional para facilitar a libertação de reféns". Já o primeiro-ministro do país, Binyamin Netanyahu, descartou qualquer possibilidade de cessar-fogo sem primeiro ter conseguido "a eliminação" do Hamas.

O número de palestinos mortos na guerra até aqui já passa de 20 mil, segundo autoridades da Faixa de Gaza, que é governada pelo Hamas desde 2007 sob cerco israelense e egípcio. A cifra inclui cerca de 8.000 menores de idade e 6.000 mulheres mortos em operações e bombardeios do Exército israelense —outros milhares seguem desaparecidos sob os escombros.

Egito e Qatar foram intermediários da única trégua entre o Hamas e Israel até aqui, no fim de novembro. Na ocasião, foram libertadas 105 pessoas mantidas como reféns em Gaza em troca da soltura de 240 mulheres e menores de idade palestinos encarcerados por Israel.

Quase 250 pessoas foram tomadas como reféns nos ataques terroristas do Hamas no sul de Israel em 7 de ouubro, e 129 delas continuam em Gaza, segundo o governo de Israel. Ao todo, cerca de 1.200 pessoas morreram nos atentados, ainda de acordo com as autoridades de Tel Aviv.  

Polícia expulsa indígenas de praça na Argentina após Milei proibir fechamento de vias públicas

  • Por Folhapress
  • 17 Dez 2023
  • 10:02h

Foto: Reprodução/Redes Sociais

A polícia da Cidade de Buenos Aires agiu, neste sábado (16), para desmobilizar um acampamento do movimento indígena Terceiro Malón de la Paz instalado há quatro meses na praça Lavalle.
 

A ação aconteceu no mesmo dia em que o grupo havia marcado sua saída do local —e dois dias depois de um anúncio do governo de Javier Milei afirmando que as Forças Armadas vão atuar contra protestos na Argentina que bloquearem vias públicas.
 

As informações foram publicadas pelo jornal Clarín e também constam nas redes sociais do movimento indígena. Vindo de Jujuy, o grupo tinha como objetivo pedir investigação sobre a aprovação da nova constituição na província, que, segundo afirma, foi aprovada em um contexto de repressão.

"Embora o [grupo] Malón pretendesse retornar hoje ao seu território, ele está sendo violentamente hostilizado pela polícia, que o está desalojando de um espaço público", diz a conta de Instagram do grupo, que estava acampado em frente ao Palácio dos Tribunais, conjunto de edifícios que inclui o Supremo e de outras instâncias jurídicas.
 

Segundo o Clarín, o secretário de Segurança da capital argentina, Waldo Wolff, disse estar "trabalhando intensamente para fortalecer a ordem no espaço público".
 

A ação aconteceu depois do governo de Javier Milei anunciar que as Forças Armadas vão atuar contra quem bloquear ruas e impedir a livre circulação com protestos na Argentina. O anúncio foi considerado um aviso aos chamados "piqueteiros", conjunto de organizações que usa o fechamento de vias como principal meio de manifestação no país.
 

Na quinta-feira (14), a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, divulgou o que chamou de protocolo para a manutenção da ordem pública, "por ordem do presidente". "Isso não é um problema de ideologias. É um problema de entender que de uma vez por todas o país tem que viver em paz e em ordem", afirmou ela.
 

Bullrich, que é conhecida pelo discurso linha-dura contra esses protestos, detalhou que as quatro forças de segurança federais (Exército, Força Aérea, Marinha e Serviço Penitenciário) vão intervir em eventuais bloqueios de ruas, sejam eles parciais ou totais, e que agirão até que as vias sejam completamente liberadas. As novas regras se aplicam apenas às manifestações que não tiverem autorização prévia.
 

Segundo ela, os agentes poderão atuar em flagrante, de acordo com o artigo 194 do Código Penal argentino, que diz que quem "impedir, obstruir ou dificultar o funcionamento normal dos transportes por terra, água ou ar [...] será punido com prisão de três meses a dois anos". Milei e sua equipe têm usado o bordão "dentro da lei tudo, fora da lei nada".
 

Quem ocupar as ruas será identificado e terá seus dados enviados às autoridades competentes, afirmou ela.
 

As falas ocorrem em meio ao anúncio de um duro pacote de medidas econômicas para tentar conter a inflação, que atingiu 161% anuais em novembro. Com cortes em cargos públicos e subsídios, espera-se um aumento das manifestações por sindicatos e organizações sociais, que já marcaram um grande ato para a próxima quarta (20). 

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Venezuela x Guiana: Floresta Amazônica e fronteiras do Brasil podem ser afetadas em caso de guerra, diz especialista; entenda

  • Por Thiago Teixeira/Bahia Notícias
  • 13 Dez 2023
  • 09:20h

Foto: Reprodução / Agência Brasil

Uma extensão de quase 800 km é a dimensão da fronteira brasileira com a região de Essequibo que pode ser afetada caso o líder venezuelano, Nicolás Maduro, resolva iniciar uma incursão militar contra a província localizada em Guiana. Além disso, uma outra fronteira do Brasil, dessa vez com a própria Venezuela, que fica no estado de Roraima, também pode sofrer, já que, logisticamente, ela é a melhor opção para o exército de Maduro atravessar e ter a possibilidade de atacar Essequibo por terra.

O conflito armado entre os países também iria gerar um aumento do fluxo migratório de refugiados venezuelanos, em Roraima, e pessoas oriundas da Guiana, também em Roraima ou no Pará, que estariam fugindo da guerra. Essa é a avaliação do Doutor em Geografia Humana e pesquisador em geopolítica da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Antônio Lobo. Ao Bahia Notícias, o especialista pontuou que um conflito territorial dessa magnitude acontecendo no coração da Floresta Amazônica, por si só, já afeta o bioma e chama a atenção do mundo, uma vez que a disputa inclui uma região que é de grande interesse mundial.

“O Brasil, quer queira quer não está inserido nesse processo [de disputa], por ter fronteira com a Venezuela e ter 790 km de fronteira com a região que está em disputa: Essequibo. Uma incursão militar da Venezuela para uma tentativa de tomada da província de Essequibo afetaria o território brasileiro também, porque uma das áreas de acesso que a Venezuela teria para deslocar tropas seria pelo território brasileiro através de Roraima”, destacou Antônio Lobo, explicando que, diretamente pelo território venezuelano, a floresta é densa, montanhosa e de difícil acesso. Logo, o melhor caminho para o deslocamento de tropas seria pelo Brasil.

O detalhe é que esse trajeto passaria por diversas terras indígenas, a exemplo da Reserva Raposa Serra do Sol, situada no nordeste do estado de Roraima, entre os municípios de Normandia, Pacaraima e Uiramutã, entre os rios Tacutu, Maú, Surumu, Miang e que faz fronteira com a Venezuela.

Regiões do Brasil que fazem fronteira com Venezuela e Essequibo | Arte: Priscila Melo / Fonte: IBGE

 

POSTURA DO BRASIL EM MEIO AO CONFLITO

Como de costume, o Brasil vem adotando uma postura pacifista que segue de acordo com a que o país exerce tradicionalmente quando o assunto é diplomacia internacional. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a oferecer o Brasil para sediar reuniões para mediar o conflito entre a Venezuela e a Guiana, na fronteira entre os dois países. O governo brasileiro considera improvável que Caracas invada Essequibo, mas existe uma preocupação que os Estados Unidos, aliados da Guiana, utilizem a crise como subterfúgio para instalar bases militares no território disputado, que integra a Floresta Amazônica e faz fronteira com o norte do Brasil.

Sobre a possibilidade de invasão por terras brasileiras, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse que não vai permitir "em hipótese nenhuma" que a Venezuela invada a Guiana passando pelo Brasil. Durante um almoço com jornalistas promovido pela Marinha, nesta segunda-feira (11), Múcio disse que a missão das Forças Armadas é defender o território brasileiro e classificou as ameaças feitas por Maduro como uma “insensatez” e uma “manobra política”. Com portas fechadas por terra, o governo brasileiro acredita na possibilidade da Venezuela concentrar seus esforços pelo mar numa possível investida contra Guiana.

Assim como o ministro da Defesa, Antônio Lobo também vê as movimentações de Maduro como uma estratégia. O especialista explicou que a Venezuela se tornou uma autocracia, forma de governo autoritária em que o poder é concentrado nas mãos de um indivíduo, e que a ideia de anexar Essequibo é uma estratégia de fortalecimento político interno.

“Essa autocracia quer se manter no poder. É muito comum, em governos ditatoriais ou autocratas, arrumar um inimigo externo ou estimular disputas territoriais que estavam adormecidas. Isso é feito, na maioria das vezes, como estratégia de fortalecimento político interno através de uma espécie de coesão popular em torno daquela causa. Isso já aconteceu na Argentina, na década de 80, quando reivindicou mais fortemente as ilhas Malvinas, que são consideradas território inglês. Então, ‘requentar’ essa disputa por Essequibo, cai muito nesse crivo político de fortalecimento interno do governo autocrata do Nicolas Maduro”, explicou o especialista.

VOTAÇÃO PARA ANEXAR ESSEQUIBO À VENEZUELA

No dia 3 de dezembro, a Venezuela realizou uma votação para incorporar oficialmente Essequibo ao mapa do país. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, 10,5 milhões de eleitores participaram do referendo, dos quais 95,93% aceitaram conceder cidadania e documento de identidade aos mais de 120 mil guianenses que vivem no território.

A Corte Internacional de Haia decidiu que o governo venezuelano não pode tentar anexar Essequibo. Caracas, no entanto, já afirmou que não reconhece a autoridade da Corte. Com isso, na prática, permanece tudo igual, uma vez que Haia possui apenas autoridade diplomática. Na opinião do doutor em Geografia Humana, apesar da votação, a possibilidade real de guerra passa muito pelo fortalecimento do governo Maduro.

“Eu acho que se Nicolás Maduro conseguir o seu objetivo de se fortalecer internamente, essa disputa pode esfriar um pouco e passar a funcionar no campo da conversa e da diplomacia. Mas se a situação política interna começar a ficar mais complicada para que essa autocracia possa se manter, eu acredito que o Maduro possa, juntamente com os militares, tomar medidas mais efetivas e, até mesmo, [ocorrer] uma mobilização de tropas e uma possível ocupação territorial da área de Essequibo”, afirmou Antônio Lobo.

POR QUE O INTERESSE DA VENEZUELA EM ESSEQUIBO?

Com aproximadamente 160 mil km², pouco maior que o Estado do Ceará, Essequibo representa 70% do território guianês. É uma região rica em minerais como ouro, cobre, diamantes e, recentemente, lá também foram descobertos enormes depósitos de petróleo e outros hidrocarbonetos. A Venezuela reivindica Essequibo há mais de 100 anos como parte de seu território.

 

Em 1811, a Venezuela se tornou independente, e a região de Essequibo passou a fazer parte do país. Só que três anos depois o Reino Unido comprou a então Guiana Inglesa por meio de um tratado com a Holanda. O problema é que o tratado de compra não definiu exatamente qual seria a linha de fronteira do país com a Venezuela. Por isso, em 1840, o Reino Unido nomeou o explorador Robert Shomburgk para definir essa fronteira, e uma linha, chamada Linha Schomburgk, foi estabelecida. Com ela, a então Guiana Inglesa passou a ter 80 mil quilômetros quadrados adicionais em relação ao território inicialmente adquirido da Holanda.

Em 1841, começou oficialmente a disputa pelo Essequibo com denúncias sobre uma incursão indevida do Reino Unido no território. Em 1886, uma nova versão da Linha Schomburgk foi traçada, incorporando uma nova porção de território à Guiana Inglesa. Na visão de Antônio Lobo, a alegação da Venezuela acerca da posse da região de Essequibo é correta.

“A disputa da Venezuela é antiga e remonta a meados do século XIX. Os holandeses num primeiro momento, depois os britânicos avançaram e passaram a ocupar e tomar posse de toda a área que está a Oeste do Rio Essequibo. A Venezuela alega, de forma correta, que toda essa região de Essequibo pertencia à antiga capitania da Venezuela, que por sua vez pertencia aos espanhóis”, destacou o especialista explicando, outro motivo que justifica o interesse de Caracas é, o aumento de popularidade e aprovação devida à proximidade das eleições venezuelanas.

Além disso, Antônio Lobo que a riqueza de minerais, petróleo e outros hidrocarbonetos em Essequibo, é outro fator que voltou a despertar o interesse da Venezuela no território. Ele destacou que, em 2015, a ExxonMobil, empresa multinacional de petróleo e gás dos Estados Unidos, descobriu jazidas de petróleo e gás na região da Guiana e começou a explorar, fazendo a economia do país disparar no ano passado. A reserva de petróleo está a 183 km da zona costeira de Essequibo e ficou conhecida como bloco Stabroek. 

“Para se ter uma ideia, o PIB da Guiana foi o que mais cresceu no ano de 2022, mais de 60%. Foi o que mais cresceu no mundo devido ao processo de exploração de petróleo, sobretudo, mas também de minerais como ouro e diamante, por exemplo, na na Guiana e principalmente nessa região de Essequibo”, pontuou Antônio Lobo destacando que a descoberta de grandes jazidas de petróleo e de minerais, a exemplo de ouro e diamante nessa região, também acabou despertando o interesse maior do Estado venezuelano em retomar Essequibo, requentando assim, toda a disputa territorial que já tem mais de 100 anos.

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Letreiro de Hollywood faz cem anos e ganha pintura e iluminação para comemorar

  • Por Folhapress
  • 11 Dez 2023
  • 11:45h

Foto: Pixabay

O enorme letreiro de Hollywood, símbolo do distrito de Los Angeles conhecido como "fábrica dos sonhos", foi iluminado na noite desta sexta-feira em comemoração dos seus cem anos.

O letreiro ícone da indústria cinematográfica foi pano de fundo de muitos filmes, como "San Andreas" e "Rocketeer". Também foi referenciado inúmeras vezes em animações como "Os Simpsons", "Shrek 2" e "Três Espiãs Demais".

Na vida real, o letreiro foi palco de uma tragédia quando, em 1932, a atriz britânica Peg Entwistle se suicidou se atirando do alto da letra "H".

O letreiro centenário foi construído em 1923 como anúncio de um empreendimento imobiliário de luxo. Sua versão original era "Hollywoodland" e, na primeira década, era comum que as letras fossem iluminadas.

Na década de 1940, as letras enormes já mostravam sinais de desgaste. Foi quando a Câmara de Comércio de Hollywood decidiu fazer a reforma do letreiro, tirando as últimas quatro letras para que a estrutura se tornasse símbolo de todo o distrito, e não apenas um conjunto de casas.

 

A obra foi encerrada em 1949. Três décadas depois, porém, os sinais de desgaste voltaram a aparecer nas letras de madeira com 15 metros de altura. O músico Alice Cooper, então, liderou uma campanha para restaurar o letreiro na década de 1970.

Oito celebridades, entre elas o ator Gene Autry e o fundador da revista Playboy, Hugh Hefner, se juntaram e cada uma patrocinou a construção de uma letra --dessa vez com 13,5 metros de altura cada uma e feitas em aço.

Para o centenário, o letreiro ganhou uma nova pintura. O presidente do Hollywood Sign Trust, organização sem fins lucrativos destinada a manter o símbolo da cidade, afirmou à AFP que a iluminação do letreiro foi apenas algo simbólico, visto que não costuma acontecer --especialmente por objeção das pessoas que moram perto do letreiro.

Segundo ele, é possível que as letras voltem a brilhar em ocasiões especiais.

"Temos alguns eventos esportivos muito importantes que serão celebrados em Los Angeles, como a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos [em 2028]. Esses são eventos nos quais provavelmente gostaríamos de iluminar o letreiro de Hollywood no futuro."

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OEA diz que referendo de Maduro é ilegal; Conselho de Segurança da ONU vai discutir conflito entre Venezuela e Guiana

  • Por Edu Mota, de Brasília/Bahia Notícias
  • 08 Dez 2023
  • 17:24h

Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil

Uma semana depois de a Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia, ter determinado que a Venezuela se abstenha de tentar interferir no atual status do território da Guiana, desta vez foi a Organização dos Estados Americanos (OEA) que tachou de “ilegítimo” o referendo consultivo convocado pelo governo Nicolás Maduro. Segundo informações da Agência Lusa, o secretário-geral OEA, Luis Almagro, classificou ainda como “ilegal” a tentativa do governo venezuelano de se apropriar de mais de 60% do território guianense.

Diz a Agência Lusa que o gabinete de Almagro denunciou em comunicado a “posição agressiva” do governo Maduro em relação à Guiana. O comunicado afirma que as crescentes tensões entre os dois países são uma “preocupação para a segurança regional” e ameaçam a “estabilidade e a soberania territorial” no continente.

Para Luis Almagro, o referendo convocado pelo presidente Nicolás Maduro, no qual mais de 90% dos que participaram votaram a favor da anexação da região do Essequibo à Venezuela, representaria um uso “antidemocrático” dos “processos democráticos” por parte do líder venezuelano.

“As recentes ações tomadas pelo regime na Venezuela não só colocam em perigo o desenvolvimento e a estabilidade da Guiana, mas também representam um risco mais amplo para a segurança da América Latina e do Caribe”, afirma o comunicado assinado pelo secretário-geral da OEA, organização da qual a Venezuela deixou de fazer parte desde 2017.

 

 

Além da OEA, o governo do México também condenou a tentativa de invasão da Guiana por parte da Venezuela, e pediu diálogo para a solução do conflito. A diplomacia mexicana manifestou seu apoio à proposta brasileira de mediação da crise no continente sulamericano por meio da Comunidade dos Estados Unidos Latino Americanos e Caribenhos (Celac).

Nas redes sociais, a secretaria de relações exteriores do México, Alicia Barcena, afirmou que seu país estava se somando à iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que a Celac “fomente o diálogo” entre os dois países a fim de encontrar uma solução pacífica. “Reiteramos a importância de ater-se ao direito internacional e a carta da ONU”, completou Alicia Barcena.

Nessa sexta-feira (8), o Conselho de Segurança na ONU realiza a primeira reunião para tratar do assunto desde que a Venezuela realizou um referendo para anexar uma parte do território da Guiana. A solicitação foi feita pela representação da Guiana junto às Nações Unidas e foi analisada pelo Equador, país que ocupa a presidência rotativa do conselho em dezembro. A reunião deve ser a portas fechadas. 

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Pressão de produtores rurais da França frustrou acordo Mercosul-UE

  • Maior potência agrícola na UE, a França contabiliza 1/4 da produção total do bloco. Entrada do Mercosul assusta setor agropecuário francês
  • Mariana Andrade/Metrópoles
  • 08 Dez 2023
  • 09:24h

Foto:Corbis/Getty Images

Declaradamente contra o acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia (EU), a França é o país do bloco europeu que mais se beneficia de subsídios direcionados ao agronegócio. De acordo com dados da Comissão Europeia, os produtores do argonegócio francês receberam, entre 2014 e 2020, € 11,4 bilhões (cerca de R$ 61 bilhões) pelo Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (Feader).

E foram os produtores rurais franceses os maiores responsáveis por pressionar o presidente do país, Emmanuel Macron, a jogar contra o acordo que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), gostaria de ter fechado essa semana. Oficialmente, os dois blocos dizem que vão continuar negociando, mas diplomatas brasileiros admitem nos bastidores que a chance de um acerto num futuro próximo praticamente não existe.

Maior potência agrícola na União Europeia, a França contabiliza um quarto do agronegócio do bloco, graças, em parte, à competititvidade que os subsídios asseguram. E é exatamente essa competitividade que franceses acham que seria ameaçada com uma parceria entre Mercosul e UE.

As tratativas para essa cooperação entre o bloco sul-americano e a UE duram mais de 20 anos e encontram o maior obstáculo na França. Macron, disse, no último sábado (2/11), que o contrato entre Mercosul e União Europeia é “antiquado” e “incoerente”. A declaração tem como contexto a resistência do setor produtivo francês ao acordo.

Especialistas ouvidos pelo Metrópoles afirmam que a “desaprovação” de Macron trata-se de uma resposta à pressão do setor agropecuário, de ambientalistas e da sociedade civil franceses.

No entanto, a agropecuária representa apenas 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e emprega 3% da população francesa. O terceiro setor, de serviços, é responsável por 70,3% do PIB, seguido pela indústria (17,4%).

Lia Valls, professora de economia internacional na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), lembra que o setor agrícola francês tem um histórico de “protecionismo de séculos” e está empenhado em barrar o acordo.

Ela afirma que Macron responde ao lobby devido ao peso significativo do setor ruralista francês na política do país.

Foto:Ricardo Stuckert/Secom

Valls pontua que o acordo entre Mercosul e UE desagrada aos franceses, mas, por outro lado, agrada a países com menor poderio agrícola. Isso porque, com a aprovação da parceria, menos dinheiro será gasto durante algumas etapas da produção agrícola, altamente taxadas.

Assimetria de demandas

Segundo Carolina Pavese, professora de relações internacionais da ESPM, com especialização em assuntos ligados à Europa, o agronegócio francês teme perder “competitividade” ante os produtos produzidos pelos membros do bloco sul-americano.

Ela ressalta que o acordo sofre uma série de resistências de ambos os lados. No caso do Mercosul, o que pesam são as concessões ambientais e compras governamentais. Já na UE, há uma posição “heterogênea” devido à distribuição desigual dos possíveis ganhos e perdas no mercado europeu.

Nesse sentido, pesam para a França os impactos no agronegócio — setor com alta importância econômica, política e social. “É um setor que faz muito lobby e pressiona os governos regionais e nacional, além da União Europeia”, explica Pavese.

A professora afirma que o acordo dá poucas garantias de que os dois blocos vão observar os princípios de sustentabilidade nas respectivas atividades econômicas. Ela destaca uma “assimetria de demandas”, onde a UE exige responsabilidade ambiental dos países do Mercosul e, por outro lado, o bloco sul-americano não faz as mesmas exigências.

“Portanto, a posição de Macron vem respaldada em uma postura que agrada dois grupos antagônicos: o agronegócio e a sociedade civil, principalmente ambientalistas”, diz. “É muito mais uma fala direcionada para agradar a sociedade francesa do que uma fala de conciliação diplomática”, completa.

Além do agronegócio

Mesmo com grandes chances de deslanchar no agronegócio, o Mercosul poderia sentir impactos com a aprovação do acordo no setor de indústria, conforme Pavese.

“O acordo traz benefícios para o Mercosul, mas também traz um possível processo de desindustrialização e perda da competitividade dos nossos setores de serviços, inclusive, quando considera que o setor público é um dos grandes mercados desse setor”, fala.

Na análise de Pavese, empresas brasileiras não têm capacidade de ingressar no mercado europeu com a mesma força que as empresas europeias vão entrar no mercado sul-americano.

Em contrapartida, Valls entende que a ideia de que o acordo iria “destruir a indústria brasileira” é falsa. Para a professora de economia, como “acordos são cronogramas com muita defasagem”, os impactos não são imediatos.

Fim dos combustíveis fósseis é necessário para saúde, diz diretor da OMS na COP28

  • Por Ana Carolina Amaral | Folhapress
  • 04 Dez 2023
  • 09:25h

Foto: OMS

O diretor-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou à Folha de S.Paulo que espera ver como resultado da COP28, conferência do clima da ONU, "no mínimo, a eliminação dos combustíveis fósseis".

"Seria muito importante para a saúde", ele completou, citando que doenças respiratórias e poluição do ar estão ligadas à exploração de energias fósseis, que também são responsáveis por 75% das emissões de gases-estufa no planeta.

"A relação com a saúde é a forma mais convincente de mostrar às pessoas o impacto das mudanças climáticas", completou, em fala neste domingo (3) nos corredores da COP28, que acontece até o próximo dia 12 em Dubai (Emirados Árabes Unidos).

Pela primeira vez, a cúpula do clima dedicou um dia temático à agenda da saúde, que ocorreu neste domingo, com uma série de debates paralelos às negociações diplomáticas.

Ao deixar o palco de uma mesa com ministros da Saúde de diversos países, Tedros foi rodeado por admiradores, principalmente agentes de saúde e pesquisadores, que pediram fotos e lhe agradeceram pelo trabalho durante a pandemia de Covid-19.

Entre os desafios do período, o diretor da OMS precisou lidar com o negacionismo científico --uma barreira comum à agenda contra o aquecimento global e que chega a atingir as lideranças responsáveis pelo acordo climático.

No último dia 21, o presidente da COP28 e também CEO da petroleira Adnoc, Sultan al-Jaber, afirmou em uma videoconferência, revelada neste domingo pelo The Guardian, que não há ciência por trás da recomendação de eliminar os combustíveis fósseis.

Entretanto, o painel científico do clima da ONU (IPCC, na sigla em inglês) e também a Agência Internacional de Energia apontam em seus relatórios mais recentes o abandono da matriz fóssil como uma condição para manter o aquecimento global próximo de 1,5°C.

Questionado sobre a declaração de Jaber, Tedros respondeu que a necessidade de eliminação dos fósseis "não é só baseada na ciência, como também nos impactos que já são vividos". "Está tudo documentado", completou.

A menção a combustíveis fósseis, porém, ficou de fora de uma declaração política sobre clima e saúde organizada conjuntamente pela presidência da COP28 e a OMS.

Os Emirados Árabes articularam a doação de diversos países e fundações somando US$ 1 bilhão para a iniciativa, que promete aumentar a cooperação internacional para sistemas de saúde mais resilientes ao clima.

 

"Melhorar a capacidade dos sistemas de saúde para antecipar e implementar intervenções de adaptação contra doenças sensíveis ao clima e riscos para a saúde, através do reforço dos serviços de informação sobre saúde climática, vigilância, sistemas de alerta precoce e resposta e uma força de trabalho de saúde preparada para o clima", diz a declaração.

O documento também prevê a incorporação de considerações sobre a saúde nos processos de negociação das COPs, com o objetivo de minimizar os efeitos adversos do clima na saúde pública.

O texto foi assinado por 124 países, incluindo Brasil, China, Estados Unidos, Índia, Alemanha e Reino Unido.

Segundo estimativas da OMS, o clima deve causar pelo menos 250 mil mortes adicionais por ano entre 2030 e 2050. Dessas, 38 mil devem ser de idosos expostos ao calor extremo, outras 48 mil mortes devem acontecer por diarreia, 60 mil por malária e 95 mil mortes de crianças ligadas a má nutrição.

No último ano, o painel do clima da ONU estimou os impactos da crise climática no aumento de doenças infecciosas, calor e desnutrição, nos deslocamentos forçados de populações e até na saúde mental, por conta de traumas após desastres e pela perda de comunidades e suas culturas.

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Venezuela x Guiana: especialistas divergem sobre risco de guerra

  • Bahia Notícias
  • 03 Dez 2023
  • 15:01h

Foto: Reprodução / Agência Brasil

Enquanto a Venezuela se prepara para o referendo deste domingo (3), sobre a redefinição da fronteira com a vizinha Guiana, crescem as especulações sobre o risco de um conflito armado entre os países. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil têm opiniões diferentes sobre o assunto e analisam a crise que se instaurou entre os vizinhos na América do Sul.

O professor de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Williams Gonçalves, entende que existe a possibilidade de guerra e que ela pode envolver grandes potências estrangeiras.

“Não se trata apenas de [uma possível] guerra para tomar um pedaço de terra. Trata-se de tomar um mar de petróleo que existe ali. Portanto, a possibilidade de internacionalização do conflito, em virtude da importância do que está em jogo, é muito grande”, afirma Gonçalves. “Nicolás Maduro procura fortalecer sua posição política interna para as eleições [marcadas para 2024], mexendo numa questão com a qual todos estão de acordo [incorporar Essequibo à Venezuela], inclusive a oposição”.

Tradicionalmente um país pobre e com baixos indicadores sociais, a Guiana tem vivenciado um “boom” econômico nos últimos anos, devido à descoberta de reservas de 11 bilhões de barris de petróleo e outros bilhões de metros cúbicos de gás natural.

 

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Guiana teve o maior crescimento econômico entre todos os países do mundo, em 2022, com um avanço de 62,3% no Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Em setembro, o FMI projetava um crescimento de 38% neste ano.

“Os Estados Unidos têm interesse na exploração do petróleo [da Guiana] e na derrubada do governo Maduro. Mas, por outro lado, a Venezuela tem uma sólida relação com a Rússia e China. A Venezuela se tornou uma base militar e tecnológica da China e da Rússia. Portanto, uma internacionalização do conflito pode ser uma coisa realmente explosiva”, diz Gonçalves.

GUERRA IMPROVÁVEL

Mariana Kalil, professora de geopolítica da Escola Superior de Guerra (ESG), acredita que a postura atual da Venezuela sobre a Guiana atende prioritariamente a interesses políticos internos: a estratégia do presidente Nicolás Maduro é atrair apoio popular ao governo e tentar salvar o regime bolivariano. Para ela, portanto, é muito improvável que aconteça uma ofensiva militar.

“Claro que estamos lidando com um ator imprevisível, o Maduro. Caso o regime comece a se esvair, ele pode lançar uma ofensiva militar em ato de desespero. Mas acredito que, mesmo com a aprovação do referendo, a comunidade internacional vai se mobilizar para evitar que o conflito ocorra. Os custos vão ser altos demais para as relações entre os países”, disse Mariana.

A especialista explica que mudanças políticas e econômicas na Guiana ajudaram tanto a aumentar a desconfiança do governo venezuelano com o vizinho, como alimentar um discurso de que o país virou uma base para interferência dos Estados Unidos nos assuntos da América Latina.

“No governo do presidente anterior, David Granger [2015-2020], havia apaziguamento em relação à Venezuela e proximidade com a Rússia. Em 2020, Irfaan Ali foi eleito, mas Ganger o acusou de ter desestabilizado o governo e houve pedidos de recontagem de votos. Os Estados Unidos passaram a pressionar pelo fim das eleições e quem fez a recontagem dos votos foram as Organizações dos Estados Americanos (OEA) e a Comunidade e Mercado Comum do Caribe (Caricom), duas organizações consideradas por Maduro como braços dos Estados Unidos”, afirma Mariana Kalil.

“A situação na Guiana acabou gerando vários subterfúgios para o discurso bolivariano de que os Estados Unidos querem desestabilizar regimes que não seguem uma cartilha imperialista”, acrescentou.

PAPEL DO BRASIL

Com o acirramento das tensões na América do Sul, é colocado em pauta o papel do Brasil para evitar o aprofundamento da crise e uma guerra na região. Para a professora Mariana Kalil, o país tem tradição como mediador de conflitos na Venezuela e, por ter um governo atual que vê o mundo de forma cooperativa e multilateral, pode ajudar a mediar a situação.

“Brasil é fundamental, especialmente com o governo Lula, por ter credibilidade com o regime bolivariano. Não é visto pelo Maduro como um vassalo dos Estados Unidos. É visto como parceiro ou potencial parceiro. Por isso, o Brasil tem capacidade de transitar entre a Venezuela e a Guiana e legitimidade para encontrar soluções”, avalia.

O professor William Gonçalves concorda com a posição estratégica do Brasil e acredita em uma atuação mais contundente de mediação, já que o país entende que a paz na região é o melhor caminho.

“Para o Brasil, [a internacionalização do conflito] é uma coisa desastrosa. A possibilidade [desse conflito] existe. Agora, se isso vai prosperar depende muito da ação diplomática do Brasil. E também da Colômbia. São os dois países, no contexto regional, mais interessados [em evitar o conflito] e com maior lastro diplomático para negociar tanto com um lado como com o outro”, destaca o professor. “São dois interlocutores credenciados”, ressalta.

O Ministério da Defesa brasileiro informou que tem acompanhado a situação e que intensificou suas ações na “fronteira ao norte do país”, com um aumento da presença de militares na região. Já o Ministério das Relações Exteriores defende que Venezuela e Guiana busquem uma solução pacífica para a controvérsia.

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Hamas diz que só libertará reféns após fim da guerra ou soltura de todos os palestinos presos

  • Por Folhapress
  • 03 Dez 2023
  • 13:16h

Foto: Reprodução / Redes sociais/Bahia Notícias

O vice-chefe da ala política do Hamas, Saleh al-Arouri, afirmou neste sábado (2) que não há negociações possíveis sobre uma nova trégua e que nenhum outro refém de Israel será libertado até o final do conflito.

À rede qatari Al Jazeera ele disse que todos os sequestrados que permanecem em Gaza são militares israelenses e civis homens. Também declarou que todas as mulheres e crianças já teriam sido entregues, ao contrário do que alega Tel Aviv.

Al-Arouri disse que outra possibilidade para a libertação do chama de "prisioneiros sionistas" seria um novo cessar-fogo durante o qual todos os palestinos hoje detidos em prisões israelenses seriam soltos.

Na trégua, encerrada nesta sexta (1º) após uma semana, cerca de 30 detidos palestinos eram soltos diariamente em troca de grupos de reféns libertados pelo Hamas. Mais cedo neste sábado, Israel disse que as negociações para uma nova trégua chegaram a um "beco sem saída" e fracassaram.

Cantor The Weeknd doa mais de R$ 12 milhões para esforços humanitários em Gaza

  • Por Folhapress
  • 02 Dez 2023
  • 12:20h

Foto:Bahia Notícias

O cantor The Weeknd doou 2,5 milhões de dólares, um pouco mais de R$ 12 milhões para ajudar os esforços humanitários em Gaza. A quantia irá financiar 820 toneladas de cestas básicas que podem alimentar mais de 173 mil palestinos durante duas semanas. A informação é do site Billboard.

Embaixador da Boa Vontade do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas há dois anos, o cantor e fez a doação através do seu Fundo Humanitário XO. The Weeknd - cujo nome verdadeiro é Abel Tesfaye - já doou pessoalmente 1,8 milhões de dólares à missão global de combate à fome.

"As nossas equipas precisam de acesso humanitário seguro e sustentado e de apoio contínuo dos doadores para alcançar o maior número de pessoas possível", disse Corinne Fleischer, Diretora do PMA para o Oriente Médio, Norte da África e Região da Europa Oriental, em um comunicado sobre a pressa em fornecer ajuda a Gaza.

Ela agradeceu a ajuda do cantor, que atuou na série "The Idol", da HBO. "Agradecemos a Abel por esta valiosa contribuição para o povo da Palestina. Esperamos que outros sigam o exemplo de Abel e apoiem os nossos esforços."

Após uma semana de trégua na guerra que provoca crise humanitária no Oriente Médio, Israel retomou nesta sexta-feira (1º) os bombardeios contra a Faixa de Gaza para eliminar o grupo terrorista Hamas. As ofensivas recomeçaram, segundo Tel Aviv, após a facção rival violar o cessar-fogo temporário ao disparar em direção ao território israelense.

A pausa de sete dias, que começou em 24 de novembro e foi prorrogada duas vezes, permitiu a troca de reféns mantidos em Gaza por prisioneiros palestinos e facilitou a entrada de ajuda humanitária na faixa costeira devastada.