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Rebeldes atacam navio com milho do Brasil para o Irã no mar Vermelho

  • Por Igor Gielow | Folhapress
  • 13 Fev 2024
  • 08:49h

Foto: Reprodução

Em um incidente inédito no teatro secundário da guerra Israel-Hamas no mar Vermelho, rebeldes houthis dispararam dois mísseis contra um navio transportando milho do Brasil para o Irã --Teerã é o principal aliado do grupo xiita que domina parte do Iêmen.
 

É a primeira vez que uma carga brasileira entra na linha de tiro na região desde que os houthis passaram a atacar embarcações mercantes e militares que associam a Israel, Estados Unidos ou Reino Unido, em apoio ao grupo terrorista palestino.
 

Ao que tudo indica, foi um engano. Segundo disse na TV do grupo o porta-voz houthi, Yahya Saree, o Star Isis era um navio americano. Os registros em sites de monitoramento de tráfego marítimo mostram que ele tem bandeira das ilhas Marshall, território associado aos EUA, mas é de propriedade grega.

Mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer, mas não deixa de ser irônico que o navio tivesse produtos do Brasil, país que tem criticado duramente a condução da guerra por Israel, indo em direção ao patrocinador dos houthis, o Irã.
 

O episódio ainda está nebuloso. O que se sabe é que os rebeldes dispararam dois mísseis antinavio de suas posições em terra na margem iemenita do estrieto de Bab al-Mandab (o "portão das lágrimas" entre a península Arábica e o Chifre da África).
 

Segundo relatos de militares americanos operando na região, o Star Isis não chegou a ser atingido. Já a empresa de segurança naval britânica Ambrey disse que a embarcação foi atingida, mas sem danos significativos. De todo modo, segundo o site de monitoramento Marine Traffic, o navio seguiu viagem.
 

Ele deixou o porto de Vila do Conde, no Pará, no dia 12 de janeiro. Sua chegada ao porto de Band Imam Khomeini, no Irã, está prevista para o dia 19 deste mês. Até pela rota para o Irã, ele não desviou do mar Vermelho circunavegando a África, como tantas embarcações nessa crise.
 

A região, antes da crise, concentrava 15% do comércio marítimo do mundo. O Brasil é o maior exportador de milho para o Irã, com uma previsão de vender 4,5 milhões de toneladas do grão neste ano para o país do Oriente Médio.
 

O Star Isis é um graneleiro da categoria Panamax, que é certificada para transitar com o máximo de tamanho possível pelo canal do Panamá, e pode transportar até 80 mil toneladas de carga. O navio é operado pela Star Bulk Carriers, de Atenas, que direcionou perguntas para a força-tarefa liderada pelos EUA no mar Vermelho.
 

Formada para reagir à crise, a Operação Guardião da Prosperidade se vale de outras forças-tarefas já em ação na região, notadamente a CTF (Força-Tarefa Combinada, na sigla inglesa) 153, que já era liderada pelos EUA. Há também forças europeias independentes na região, reforçadas recentemente por navios alemães e dinamarqueses.
 

A CTF-153 é 1 das 5 equipes multinacionais em toda a região do Oriente Médio. A CTF-151, que age primariamente contra a pirataria no mar Vermelho e golfo de Áden, foi assumida pela Marinha do Brasil no final de janeiro.
 

Ela opera dois navios, um sul-coreano e outro, japonês, e pode eventualmente interferir em defesa de outras embarcações ou se proteger em caso de ataques houthis.

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Incêndios se espalham pelo Chile, causam grandes explosões e matam 51

  • Por Folhapress
  • 05 Fev 2024
  • 08:39h

Foto: Reprodução Redes Sociais/Bahia Notícias

Ao menos 51 pessoas morreram em decorrência dos grandes incêndios florestais que estão devastando as regiões do centro e sul do Chile.

O número de vítimas pode aumentar, disse o presidente chileno Gabriel Boric ao anunciar estado de emergência. Ele sobrevoou as áreas afetadas hoje e decretou estado de emergência na tentativa de reunir "todos os recursos necessários" para conter o fogo.

"Se você for orientado a sair de um local, não hesite em fazer isso. As chamas estão avançando rápido e as condições climáticas tornam o controle difícil. Há temperaturas altas, ventos fortes a baixa umidade.", Presidente Gabriel Boric em comunicado.

Viña del Mar, famosa cidade litorânea turística, teve ruas inteiras queimadas na noite de sábado. Milhares de pessoas que haviam deixado suas casas após uma ordem de evacuação só encontraram destroços queimados quando retornaram, e corpos cobertos por panos jaziam nas ruas. Uma espessa fumaça cinza pairava sobre a cidade.

Depósito de gás em Viña del Mar explodiu diversas vezes ao ser atingido pelo fogo. O incêndio também destruiu uma fábrica de tintas e indústrias de produtos químicos em cidades próximas, como El Salto.

Mais de mil casas foram destruídas e 46 mil hectares de vegetação foram queimados. O fogo continua a avançar, principalmente devido às condições climáticas e apesar dos esforços das equipes de combate aos focos.

As áreas mais afetadas ficam perto das praias do Pacífico, onde funcionam empresas vinícolas, agrícolas e madeireiras. As regiões estão entre 80 e 120 km a noroeste de Santiago. Durante essa temporada, também se recebe um grande número de turistas.

Autoridades locais impuseram um toque de recolher obrigatório. O alerta vale a partir das 21h (horário local) e irá permitir o acesso de abastecimentos de combustíveis de emergência nas zonas afetadas.

Itamaraty acompanha a situação de brasileiros no Chile. Em comunicado da noite de sábado (3), o Ministério das Relações Exteriores lamenta os mortos e feridos no país e diz estar "monitorando a situação por meio do Consulado-Geral do Brasil em Santiago".

O Chile e outros países do sul da América da Sul estão sofrendo com uma onda de calor há dias. Na Argentina, os bombeiros estão lutando contra um incêndio de grandes proporções desde o final de janeiro, que já destruiu mais de 3 mil hectares de terra no Parque Nacional Los Alerces. Na Colômbia, mais de 17 mil hectares de florestas foram destruídas em janeiro por incêndios.

Grammy é acusado de silenciar casos de assédio com contratos de sigilo

  • Por Folhapress
  • 04 Fev 2024
  • 11:48h

Foto: Divulgação / Grammy

A Academia de Gravação, organização por trás do Grammy, foi acusada de encobrir múltiplos casos de abuso sexual em seu quadro interno. Uma reportagem do Los Angeles Times afirma que a entidade obrigou mulheres a assinar contratos de confidencialidade após elas denunciarem crimes do tipo.

Procurada pelo jornal americano, a Academia diz que tem política de tolerância zero sobre má conduta sexual e que trabalha nos últimos quatro anos para mudar a cultura da organização. A entidade também declara que vai continuar a ouvir, mudar e trabalhar para fazer o melhor em todos os departamentos.

As acusações envolvem cinco mulheres que trabalharam na Academia em diferentes períodos desde os anos 1990 e que afirmam terem sido silenciadas pelo grupo. A maior parte cita o antigo conselheiro geral da organização, Joel Katz, que está previsto para ser homenageado na cerimônia deste ano do Grammy, que acontece no próximo domingo.

Entre as mulheres se destaca Terri McIntyre, ex-diretora executiva da divisão da Academia em Los Angeles, que afirma que Katz ofereceu dinheiro para ela em troca de seu silêncio sobre as denúncias de assédio. Uma das ofertas aconteceu em 2001, anos depois dela deixar o grupo, e foi da altura de US$ 1 milhão.

McIntyre abriu no ano passado um processo contra Mike Greene, o antigo presidente do grupo, alegando que ele a estuprou em duas ocasiões diferentes. Greene renunciou o comando da Academia em 2002, após chegar a um acordo na justiça americana de US$ 650 mil em outro processo que o acusava de assédio sexual. Outra mulher que trabalhou para ele também confirmou ao Times a existência dos acordos de confidencialidade.

Enquanto Mike Greene negou as acusações, Joel Katz não comentou o caso publicamente. A organização ainda lida no momento com um processo movido contra seu ex-CEO, Neil Portnow, que é acusado de crime de estupro na justiça americana.

A cerimônia do Grammy deste ano acontece neste domingo (4) em Los Angeles.

Homem é preso após tentar invadir prédio onde mora Taylor Swift em Nova York

  • Por Folhapress
  • 22 Jan 2024
  • 10:12h

Foto: Divulgação/Bahia Notícias

Um suspeito de "stalkear" Taylor Swift, expressão usada para se referir a pessoas que perseguem outras, foi preso em Nova York após tentar invadir o prédio onde a cantora mora, em Manhattan, neste sábado.

O homem não se identificou, mas foi visto nos arredores do prédio onde Swift mora. O suspeito foi detido pela polícia com base em um mandado ativo desde 2017, segundo informações do Daily Mail.

Não é a primeira vez que Taylor Swift é perseguida. Em 2014, um "stalker" já havia tentado entrar no prédio. Em 2018, outra pessoa subiu pelas escadas até o seu apartamento e dormiu em sua cama. Em 2021, um homem que se dizia apaixonado pela estrela também invadiu sua residência.

No ano passado, um homem chamado Mitchell Taebel foi preso por perseguir, invadir a privacidade, intimidação e assédio contra Swift. O "stalker" tentou contatar a cantora repetidas vezes, até que enviou uma mensagem de voz dizendo que iria "usar uma bomba" se não conseguisse estar com sua "alma gêmea", segundo informações da CNN.

Iraque denuncia "agressão" do Irã após ataque com mísseis em seu território

  • Bahia Notícias
  • 16 Jan 2024
  • 13:21h

Imagem ilustrativa | Foto: North Korea's Korean Central News Agency (KCNA)

O Iraque classificou, nesta terça-feira (16), como uma "agressão" o ataque com mísseis do Irã na região autônoma do Curdistão. A descrição ocorre em meio ao cenário de tensão regional provocado pela guerra entre Israel e o Hamas.

De acordo com fontes curdas, os ataques mataram quatro civis no norte do Iraque. Ainda segundo as informações, os mísseis destruíram um quartel-general nos arredores de Erbil, capital do Curdistão iraquiano, onde supostamente funcionavam serviços de inteligência israelenses.

Conforme divulgado, o ataque foi realizado pela Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, para destruir o QG "dos espiões do regime sionista", o Mossad, no Curdistão.

Trump se apresenta a tribunal para pedir imunidade e ameaça processar Biden

  • Por Folhapress
  • 09 Jan 2024
  • 17:25h

Foto: Shealah Craighead/White House

O republicano Donald Trump se apresentou nesta terça-feira (9) a um tribunal federal nos Estados Unidos para argumentar que, como ex-presidente, deveria ter imunidade frente aos processos criminais que o acusam de tentar reverter o resultado das eleições de 2020, na qual perdeu para o atual chefe do Executivo americano, Joe Biden,

Os advogados do empresário vão tentar convencer três juízes da Corte de Apelações de Washington a anular as acusações de interferência eleitoral com o argumento de que ex-presidentes gozam de "imunidade absoluta" e não podem ser processados por ações decididas durante sua permanência na Casa Branca. Trump não terá a chance de falar.

A previsão é de que o favorito à candidatura presidencial do Partido Republicano em 2024 seja julgado no dia 4 de março em um tribunal de Washington, a poucas ruas do Capitólio —prédio invadido por uma multidão de apoiadores de Trump em 6 de janeiro de 2021 para tentar impedir a certificação da vitória de Biden.

Mas com as primárias do Partido Republicano prestes a começar na próxima semana, Trump está usando a audiência como uma oportunidade para afirmar que é vítima de perseguição política.

Há muito o Departamento de Justiça dos EUA sustenta que presidentes em exercício não podem ser processados por ações que tomam no cargo, e Trump alega que isso também deve se aplicar a ex-presidentes.

O empresário diz que, se a argumentação não tiver êxito e ele voltar à Casa Branca após as eleições de novembro, vai processar Biden. "Se eu não tiver imunidade, então o desonesto Joe Biden também não terá imunidade", disse Trump em um vídeo postado nas redes sociais. "Joe estaria pronto para ser indiciado."

Trump, que perdeu para Biden na eleição de 2020, abriu uma vantagem significativa sobre seus rivais para a indicação presidencial republicana desde que a primeira acusação criminal contra ele foi anunciada, em março do ano passado. Espera-se que ele vença facilmente a disputa da próxima segunda-feira (15) em Iowa.

Mulher de 90 anos é resgatada após cinco dias sob escombros no Japão

  • Bahia Notícias
  • 07 Jan 2024
  • 12:32h

Foto: Reprodução I X @NHKWORLD_News

Equipes de salvamento resgataram uma mulher de 90 anos que estava presa sob as ruínas de uma casa na cidade de Suzu, na província de Ishikawa, região mais afetada pelo terremoto que devastou o Japão. As informações são do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.


O Departamento de Polícia Metropolitana, que presta apoio às operações de resgate, busca por desaparecidos quando encontrou duas mulheres presas sob escombros de uma casa de dois andares que desabou durante o tremor da última segunda-feira (1º). As vítimas passaram cinco dias no local até serem resgatadas, na noite deste sábado (6).


De acordo com a imprensa japonesa, a idosa foi retirada dos destroços com vida e encaminhada a um hospital. A outra mulher, de 40 anos, sofreu uma parada cardíaca. O estado de saúde dela não foi informado.


Os tremores no Japão já mataram ao menos 126 pessoas desde a segunda-feira, quando um terremoto de magnitude 7,6 atingiu o país. Outras 210 pessoas seguem desaparecidas.


A recuperação dos corpos, a limpeza das cidades e a reconstrução de prédios continuam neste sábado (6).


“Rezamos, sinceramente, pelo repouso das almas daqueles que faleceram”, escreveu o primeiro-ministro Fumio Kishida no X. Ele continua a afirmar que todas as equipes que trabalham no resgate e na reconstrução são instruídas a agir “com urgência e rapidez”. Isso porque há a expectativa de novos tremores.


Além disso, o tempo não ajuda. Está prevista neve para este domingo (7).

Terremoto no Japão deixa ao menos 48 mortos; mais de 1 mil casas foram destruídas

  • Bahia Notícias
  • 02 Jan 2024
  • 09:10h

Foto: Reprodução / X Insider Paper

Autoridades do Japão apontam que pelo menos 48 pessoas morreram devido ao terremoto de magnitude 7,6 graus que atingiu o país na segunda-feira (1º). As equipes de salvamento enfrentam tremores secundários.

Apesar de o alerta contínuo de tsunami ter sido suspenso, governo pede cuidado. Eles procuram desaparecidos após deslizamentos de terra e o desabamento de vários edifícios. Além dos tremores secundários, as equipes enfrentam estradas fortemente danificadas. Cerca de 1 mil militares chegaram para a área mais atingida na relativamente remota península de Noto.

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, afirmou que o país enfrenta uma “batalha contra o tempo” para resgatar as pessoas afetadas. “Devemos resgatá-los o mais rápido possível, especialmente aqueles que estão presos sob estruturas desabadas”, disse.

Na cidade de Wajima, que fica no norte da península, o Corpo de Bombeiros disse que ao menos 30 prédios desabaram. Há relatos de pessoas presas sob escombros. Ainda na região, em Suzu, o prefeito da cidade afirmou que até 1 mil casas foram destruídas. “A situação é catastrófica”, disse Masuhiro Izumiya.

A emissora de TV NHK mostrou, na manhã desta terça-feira (2), imagens de um prédio de sete andares tombado, com muita fumaça, na área central de Wajima, província de Ishikawa. Por lá, as redes sociais aparecem com carros engolidos pela terra, casas e pontes destruídas.

Apesar da maior parte dos incêndios ter sido contida, as chamas queimaram mais de 200 estruturas em Wajima.

“Estamos numa situação terrível, com muitas casas de madeira desabadas devido ao terremoto, danos causados ??pelo que parece ser um tsunami e vários barcos e carros virados no porto de Iida”, escreveu Hiroshi Hase no X, governador de Ishikawa.

“Estamos numa corrida contra o tempo e continuaremos a fazer o nosso melhor para salvar vidas”, continuou.

Japão emite alerta de grande tsunami após terremoto de magnitude 7,6

  • Por Folhapress
  • 01 Jan 2024
  • 10:05h

Foto: Kyodo News / AP

A Agência Meteorológica do Japão emitiu, nesta segunda-feira (1º), alerta para a possibilidade de um grande tsunami após a costa oeste do país ser atingida por terremotos.
 

O tremor mais forte que atingiu a região foi de magnitude 7,6, segundo o serviço de meteorologia do Japão. Um tsunami com cerca de um metro de altura foi registrado em parte da costa oeste japonesa, mas as autoridades não descartam a possibilidade de ondas bem maiores, com até cinco metros. Regiões mais afastadas ao epicentro dos tremores podem atingir até três metros de altura.
 

Moradores das cidades costeiras de Ishikawa, Nigata e Toyama foram orientados a deixarem suas casas. O governo japonês ainda contabiliza os danos provocados pelos tremores e não descartou a possibilidade de novos abalos sísmicos, segundo a TV pública NHK.
 

Pelo menos 36 mil casas ficaram sem eletricidades em Ishikawa e Toyama. iOs números são da concessionária responsável pelo serviço.
 

O epicentro do terremoto de magnitude 7,6 foi na península de Noto, às 16h10 no horário local (4h10 em Brasília). É o o maior registrado para essa península desde 1885.
 

Até o momento, há relatos de estragos nas ruas e de danos a edifícios nas cidades atingidas. Ainda segundo o governo japonês, não foram detectadas irregularidades nas usinas nucleares do país.
 

O Japão não emitia alerta para risco de tsunami no país desde março de 2011. Naquele ano, cerca de 20 mil vítimas foram afetadas e a usina nuclear de Fukushima foi atingida.

Milei anuncia retirada da Argentina do Brics em carta enviada a países

  • Por Folhapress
  • 29 Dez 2023
  • 17:23h

Foto: Reprodução /Bahia Notícias

A Argentina não fará parte do Brics, informou o presidente argentino, Javier Milei, em carta enviada aos chefes de Estado dos cinco países que integram o bloco, incluindo o Brasil.

A carta foi endereçada ao presidente Lula. Mais detalhes sobre o conteúdo do comunicado não foram divulgados pelo governo brasileiro.

O país ingressaria no bloco a partir de 1º de janeiro de 2024. A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, já havia adiantado a decisão no fim de novembro, em uma postagem no X (antigo Twitter).

A Argentina estava entre os seis países convidados a se tornarem novos membros do Brics. A lista foi definida em uma cúpula realizada na África do Sul em agosto.

Além do país chefiado por Milei, estão na lista de expansão Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia. O bloco conta hoje com Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e não irá mudar de nome.

EXAPANSÃO DO BRICS

A escolha das nações passou por uma distribuição geográfica dos novos países membros e teve um cunho essencialmente político. Também se privilegiou governos que já estivessem no G20, ainda que esse não tenha sido o único critério.

À época, Lula demonstrou satisfação em receber novos membros. O presidente também dedicou uma mensagem especial ao presidente da Argentina na ocasião, Alberto Fernández.

"É com satisfação que damos as boas-vindas aos Brics Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. Dedico uma mensagem especial ao querido presidente da Argentina e grande amigo do Brasil e do mundo em desenvolvimento", declarou Lula.

O presidente Lula negou viés ideológico na inclusão dos novos países e disse que o critério "não foi aleatório". "A inclusão dos novos membros foi um avanço extraordinário. Não foi de forma aleatória que entrou fulano ou beltrano, mas países que já estavam na fila há anos", afirmou o presidente.

Israel prevê guerra em Gaza até fevereiro; custo da ação militar começa a preocupar

  • Por Folhapress
  • 26 Dez 2023
  • 09:29h

Foto: Reprodução /Bahia Notícias

O Ministério das Finanças de Israel projetou nesta segunda-feira (25) que a guerra em Gaza se estenda até fevereiro de 2024.

É um cálculo de tempo que leva em consideração as despesas em jogo. Segundo a pasta, o conflito contra o grupo terrorista Hamas custará mais US$ 14 bilhões (R$ 68 bilhões) aos cofres públicos nos próximos dois meses e vai triplicar o déficit orçamentário antes previsto.

A conta leva em consideração as despesas de mais dois meses de guerra no que diz respeito a segurança e despesas civis. Vice-comissário de Orçamento do ministério, Itai Temkin disse que o déficit, antes projetado para cerca de 2,25% do PIB, agora deve alcançar 5,9%.

Com isso, começam as discussões sobre de onde tirar o dinheiro. Está em debate, por exemplo, aumentar os impostos contra a renda, ainda que a medida seja amplamente impopular e que o governo local tema desidratar ainda mais sua aprovação.

O chefe da pasta, Bezalel Smotrich, disse que trabalharia para evitar qualquer fardo financeiro para os cidadãos e que sua prioridade é ajudar as famílias dos mais de 350 mil reservistas convocados para lutar. "Eles deixaram tudo para arriscarem suas vidas por todos nós, e devemos fazer tudo para recompensá-los", disse a repórteres.

Smotrich é uma das figuras mais radicais da coligação que alçou Binyamin Netanyahu novamente ao cargo de premiê. Membro do Sionismo Religioso, o ministro também teve confiada a ele a tarefa de gerir a presença de Israel na Cisjordânia ocupada, mesmo sendo um dos maiores defensores dos assentamentos judeus.

 

É também deste território palestino ocupado de onde vêm algumas das preocupações orçamentárias. Ainda nesta segunda-feira o Ministério das Finanças anunciou que a decisão do governo de proibir a entrada de trabalhadores palestinos que vivem na Cisjordânia em Israel após 7 de outubro pode custar até US$ 830 milhões por mês.

Isso porque, desde o início deste conflito, mais de 10 mil trabalhadores da agricultura e da construção civil, em especial aqueles oriundos da Tailândia, mão de obra muito comum em Israel, deixaram o país.

Isso criou uma alta demanda por reposição, quase impossível de ser atendida em um momento no qual palestinos são impedidos de entrar e israelenses são convocados para o campo de batalha.

Enquanto isso, o chefe do governo, o premiê Binyamin Netanyahu, discursou ao Knesset, o Parlamento de Israel, também nesta segunda.

Ele disse que o país não vai parar a guerra "até a vitória" e foi prontamente vaiado por familiares de reféns que estavam no local com camisetas e cartazes estampando os rostos dos cerca de cem civis que seguem sequestrados e mantidos em Gaza.

"Não vamos parar de lutar, mas precisamos de tempo", disse ele a certa altura, ao que ouviu dos manifestantes presentes "Não temos tempo!", segundo relatos do jornal local The Times of Israel.

Muitos carregavam cartazes com frases como "E se fosse seu pai?" (ou seu filho ou seu irmão). Netanyahu perdeu um irmão —Yonatan, ou Yoni, como era conhecido—, em 1976, durante um entre tantos conflitos com palestinos. À época ele liderava uma missão de resgate de judeus sequestrados e levados para Uganda. Yoni morreu na ação.

O primeiro-ministro também afirmou que entrou em contato com os líderes russo e chinês, Vladimir Putin e Xi Jinping, respectivamente, para pedir que intervenham em nome dos reféns. E que sua esposa, Sara, falou com o papa Francisco.

Quando vigorou um breve acordo de cessar-fogo que libertou as mulheres e meninas reféns do Hamas, Moscou logrou, em acordos paralelos ao oficial feito entre Tel Aviv e o grupo terrorista, libertar também ao menos três cidadãos de nacionalidade russa de Gaza.

Um novo acordo de trégua tentou ser costurado nesta segunda no Egito, país que faz fronteira com Gaza e que, ao lado do Qatar, é um dos principais mediadores deste conflito. Mas, ao que tudo indica, fracassou.

Em linhas gerais, a proposta egípcia previa chegar a um cessar-fogo permanente que envolveria a soltura de todos os reféns ainda mantidos no território palestino e novas eleições para Gaza, com o Hamas, que hoje controla a faixa, saindo de sua liderança. Também houve uma promessa de que os membros do grupo terrorista, muitos deles abrigados no Qatar, não seriam perseguidos ou processados.

De acordo com fontes diplomáticas que conversaram com a agência de notícias Reuters, no entanto, tanto o Hamas quanto o Jihad Islâmico, outra facção que atua em Gaza, negaram o plano em duas conversas separadas. O único ponto com o qual os grupos teriam concordado foi o de libertar mais reféns em um possível novo cessar-fogo.

Em atualização diária na tarde de segunda-feira, o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas afirmou que, nas 24 horas anteriores, morreram 250 pessoas em Gaza vítimas de ataques de Israel. Com isso, o número total de mortos passa de 20,6 mil, e o de feridos, de 54 mil.

ATAQUE ISRAELENSE MATA ASSESSOR DA GUARDA REVOLUCIONÁRIA DO IRÃ

Em uma outra frente do conflito no Oriente Médio, um ataque aéreo israelense nos arredores da capital da Síria, Damasco, matou um assessor sênior da Guarda Revolucionária do Irã nesta segunda.

A força foi criada na Revolução Islâmica de 1979 e atua no exterior, controlando grupos como o libanês Hezbollah, que faz ataques constantes contra o norte de Israel. Fontes familiarizadas com o caso disseram à Reuters que o assessor, Sayyed Razi Mousavi, era responsável por coordenar a aliança militar entre Síria e Irã.

A TV estatal do Irã interrompeu sua transmissão regular de notícias para anunciar que Mousavi havia sido morto, descrevendo-o como um dos assessores mais antigos da guarda na Síria.

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Líder do Hamas chega ao Egito para negociar nova trégua em Gaza

  • Por Folhapress
  • 21 Dez 2023
  • 10:30h

Foto: Reprodução / Wion Channel

O líder do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, desembarcou no Cairo nesta quarta-feira (20) para conversas com oficiais egípcios que vêm mediando negociações com Israel sobre um possível cessar-fogo na Faixa de Gaza. 

Esta é a segunda vez que Haniyeh, que mora no Qatar, visita o Egito desde o início da guerra. Ele iria se reunir com o chefe de inteligência egípcio, Abbas Kamel.

Representantes do Hamas disseram à agência de notícias AFP que o grupo busca um novo acordo para interromper os combates em Gaza durante uma semana em troca da possível libertação de mais 40 reféns israelenses.

Um dirigente do Hamas afirmou, contudo, que "um cessar-fogo total e a retirada do Exército de ocupação israelense de Gaza são condições necessárias para qualquer troca" entre reféns israelenses e prisioneiros palestinos.

O presidente de Israel, Isaac Herzog, declarou na terça-feira (19) que o país está "preparado para outra pausa humanitária e uma ajuda humanitária adicional para facilitar a libertação de reféns". Já o primeiro-ministro do país, Binyamin Netanyahu, descartou qualquer possibilidade de cessar-fogo sem primeiro ter conseguido "a eliminação" do Hamas.

O número de palestinos mortos na guerra até aqui já passa de 20 mil, segundo autoridades da Faixa de Gaza, que é governada pelo Hamas desde 2007 sob cerco israelense e egípcio. A cifra inclui cerca de 8.000 menores de idade e 6.000 mulheres mortos em operações e bombardeios do Exército israelense —outros milhares seguem desaparecidos sob os escombros.

Egito e Qatar foram intermediários da única trégua entre o Hamas e Israel até aqui, no fim de novembro. Na ocasião, foram libertadas 105 pessoas mantidas como reféns em Gaza em troca da soltura de 240 mulheres e menores de idade palestinos encarcerados por Israel.

Quase 250 pessoas foram tomadas como reféns nos ataques terroristas do Hamas no sul de Israel em 7 de ouubro, e 129 delas continuam em Gaza, segundo o governo de Israel. Ao todo, cerca de 1.200 pessoas morreram nos atentados, ainda de acordo com as autoridades de Tel Aviv.  

Polícia expulsa indígenas de praça na Argentina após Milei proibir fechamento de vias públicas

  • Por Folhapress
  • 17 Dez 2023
  • 10:02h

Foto: Reprodução/Redes Sociais

A polícia da Cidade de Buenos Aires agiu, neste sábado (16), para desmobilizar um acampamento do movimento indígena Terceiro Malón de la Paz instalado há quatro meses na praça Lavalle.
 

A ação aconteceu no mesmo dia em que o grupo havia marcado sua saída do local —e dois dias depois de um anúncio do governo de Javier Milei afirmando que as Forças Armadas vão atuar contra protestos na Argentina que bloquearem vias públicas.
 

As informações foram publicadas pelo jornal Clarín e também constam nas redes sociais do movimento indígena. Vindo de Jujuy, o grupo tinha como objetivo pedir investigação sobre a aprovação da nova constituição na província, que, segundo afirma, foi aprovada em um contexto de repressão.

"Embora o [grupo] Malón pretendesse retornar hoje ao seu território, ele está sendo violentamente hostilizado pela polícia, que o está desalojando de um espaço público", diz a conta de Instagram do grupo, que estava acampado em frente ao Palácio dos Tribunais, conjunto de edifícios que inclui o Supremo e de outras instâncias jurídicas.
 

Segundo o Clarín, o secretário de Segurança da capital argentina, Waldo Wolff, disse estar "trabalhando intensamente para fortalecer a ordem no espaço público".
 

A ação aconteceu depois do governo de Javier Milei anunciar que as Forças Armadas vão atuar contra quem bloquear ruas e impedir a livre circulação com protestos na Argentina. O anúncio foi considerado um aviso aos chamados "piqueteiros", conjunto de organizações que usa o fechamento de vias como principal meio de manifestação no país.
 

Na quinta-feira (14), a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, divulgou o que chamou de protocolo para a manutenção da ordem pública, "por ordem do presidente". "Isso não é um problema de ideologias. É um problema de entender que de uma vez por todas o país tem que viver em paz e em ordem", afirmou ela.
 

Bullrich, que é conhecida pelo discurso linha-dura contra esses protestos, detalhou que as quatro forças de segurança federais (Exército, Força Aérea, Marinha e Serviço Penitenciário) vão intervir em eventuais bloqueios de ruas, sejam eles parciais ou totais, e que agirão até que as vias sejam completamente liberadas. As novas regras se aplicam apenas às manifestações que não tiverem autorização prévia.
 

Segundo ela, os agentes poderão atuar em flagrante, de acordo com o artigo 194 do Código Penal argentino, que diz que quem "impedir, obstruir ou dificultar o funcionamento normal dos transportes por terra, água ou ar [...] será punido com prisão de três meses a dois anos". Milei e sua equipe têm usado o bordão "dentro da lei tudo, fora da lei nada".
 

Quem ocupar as ruas será identificado e terá seus dados enviados às autoridades competentes, afirmou ela.
 

As falas ocorrem em meio ao anúncio de um duro pacote de medidas econômicas para tentar conter a inflação, que atingiu 161% anuais em novembro. Com cortes em cargos públicos e subsídios, espera-se um aumento das manifestações por sindicatos e organizações sociais, que já marcaram um grande ato para a próxima quarta (20). 

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Venezuela x Guiana: Floresta Amazônica e fronteiras do Brasil podem ser afetadas em caso de guerra, diz especialista; entenda

  • Por Thiago Teixeira/Bahia Notícias
  • 13 Dez 2023
  • 09:20h

Foto: Reprodução / Agência Brasil

Uma extensão de quase 800 km é a dimensão da fronteira brasileira com a região de Essequibo que pode ser afetada caso o líder venezuelano, Nicolás Maduro, resolva iniciar uma incursão militar contra a província localizada em Guiana. Além disso, uma outra fronteira do Brasil, dessa vez com a própria Venezuela, que fica no estado de Roraima, também pode sofrer, já que, logisticamente, ela é a melhor opção para o exército de Maduro atravessar e ter a possibilidade de atacar Essequibo por terra.

O conflito armado entre os países também iria gerar um aumento do fluxo migratório de refugiados venezuelanos, em Roraima, e pessoas oriundas da Guiana, também em Roraima ou no Pará, que estariam fugindo da guerra. Essa é a avaliação do Doutor em Geografia Humana e pesquisador em geopolítica da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Antônio Lobo. Ao Bahia Notícias, o especialista pontuou que um conflito territorial dessa magnitude acontecendo no coração da Floresta Amazônica, por si só, já afeta o bioma e chama a atenção do mundo, uma vez que a disputa inclui uma região que é de grande interesse mundial.

“O Brasil, quer queira quer não está inserido nesse processo [de disputa], por ter fronteira com a Venezuela e ter 790 km de fronteira com a região que está em disputa: Essequibo. Uma incursão militar da Venezuela para uma tentativa de tomada da província de Essequibo afetaria o território brasileiro também, porque uma das áreas de acesso que a Venezuela teria para deslocar tropas seria pelo território brasileiro através de Roraima”, destacou Antônio Lobo, explicando que, diretamente pelo território venezuelano, a floresta é densa, montanhosa e de difícil acesso. Logo, o melhor caminho para o deslocamento de tropas seria pelo Brasil.

O detalhe é que esse trajeto passaria por diversas terras indígenas, a exemplo da Reserva Raposa Serra do Sol, situada no nordeste do estado de Roraima, entre os municípios de Normandia, Pacaraima e Uiramutã, entre os rios Tacutu, Maú, Surumu, Miang e que faz fronteira com a Venezuela.

Regiões do Brasil que fazem fronteira com Venezuela e Essequibo | Arte: Priscila Melo / Fonte: IBGE

 

POSTURA DO BRASIL EM MEIO AO CONFLITO

Como de costume, o Brasil vem adotando uma postura pacifista que segue de acordo com a que o país exerce tradicionalmente quando o assunto é diplomacia internacional. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a oferecer o Brasil para sediar reuniões para mediar o conflito entre a Venezuela e a Guiana, na fronteira entre os dois países. O governo brasileiro considera improvável que Caracas invada Essequibo, mas existe uma preocupação que os Estados Unidos, aliados da Guiana, utilizem a crise como subterfúgio para instalar bases militares no território disputado, que integra a Floresta Amazônica e faz fronteira com o norte do Brasil.

Sobre a possibilidade de invasão por terras brasileiras, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse que não vai permitir "em hipótese nenhuma" que a Venezuela invada a Guiana passando pelo Brasil. Durante um almoço com jornalistas promovido pela Marinha, nesta segunda-feira (11), Múcio disse que a missão das Forças Armadas é defender o território brasileiro e classificou as ameaças feitas por Maduro como uma “insensatez” e uma “manobra política”. Com portas fechadas por terra, o governo brasileiro acredita na possibilidade da Venezuela concentrar seus esforços pelo mar numa possível investida contra Guiana.

Assim como o ministro da Defesa, Antônio Lobo também vê as movimentações de Maduro como uma estratégia. O especialista explicou que a Venezuela se tornou uma autocracia, forma de governo autoritária em que o poder é concentrado nas mãos de um indivíduo, e que a ideia de anexar Essequibo é uma estratégia de fortalecimento político interno.

“Essa autocracia quer se manter no poder. É muito comum, em governos ditatoriais ou autocratas, arrumar um inimigo externo ou estimular disputas territoriais que estavam adormecidas. Isso é feito, na maioria das vezes, como estratégia de fortalecimento político interno através de uma espécie de coesão popular em torno daquela causa. Isso já aconteceu na Argentina, na década de 80, quando reivindicou mais fortemente as ilhas Malvinas, que são consideradas território inglês. Então, ‘requentar’ essa disputa por Essequibo, cai muito nesse crivo político de fortalecimento interno do governo autocrata do Nicolas Maduro”, explicou o especialista.

VOTAÇÃO PARA ANEXAR ESSEQUIBO À VENEZUELA

No dia 3 de dezembro, a Venezuela realizou uma votação para incorporar oficialmente Essequibo ao mapa do país. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, 10,5 milhões de eleitores participaram do referendo, dos quais 95,93% aceitaram conceder cidadania e documento de identidade aos mais de 120 mil guianenses que vivem no território.

A Corte Internacional de Haia decidiu que o governo venezuelano não pode tentar anexar Essequibo. Caracas, no entanto, já afirmou que não reconhece a autoridade da Corte. Com isso, na prática, permanece tudo igual, uma vez que Haia possui apenas autoridade diplomática. Na opinião do doutor em Geografia Humana, apesar da votação, a possibilidade real de guerra passa muito pelo fortalecimento do governo Maduro.

“Eu acho que se Nicolás Maduro conseguir o seu objetivo de se fortalecer internamente, essa disputa pode esfriar um pouco e passar a funcionar no campo da conversa e da diplomacia. Mas se a situação política interna começar a ficar mais complicada para que essa autocracia possa se manter, eu acredito que o Maduro possa, juntamente com os militares, tomar medidas mais efetivas e, até mesmo, [ocorrer] uma mobilização de tropas e uma possível ocupação territorial da área de Essequibo”, afirmou Antônio Lobo.

POR QUE O INTERESSE DA VENEZUELA EM ESSEQUIBO?

Com aproximadamente 160 mil km², pouco maior que o Estado do Ceará, Essequibo representa 70% do território guianês. É uma região rica em minerais como ouro, cobre, diamantes e, recentemente, lá também foram descobertos enormes depósitos de petróleo e outros hidrocarbonetos. A Venezuela reivindica Essequibo há mais de 100 anos como parte de seu território.

 

Em 1811, a Venezuela se tornou independente, e a região de Essequibo passou a fazer parte do país. Só que três anos depois o Reino Unido comprou a então Guiana Inglesa por meio de um tratado com a Holanda. O problema é que o tratado de compra não definiu exatamente qual seria a linha de fronteira do país com a Venezuela. Por isso, em 1840, o Reino Unido nomeou o explorador Robert Shomburgk para definir essa fronteira, e uma linha, chamada Linha Schomburgk, foi estabelecida. Com ela, a então Guiana Inglesa passou a ter 80 mil quilômetros quadrados adicionais em relação ao território inicialmente adquirido da Holanda.

Em 1841, começou oficialmente a disputa pelo Essequibo com denúncias sobre uma incursão indevida do Reino Unido no território. Em 1886, uma nova versão da Linha Schomburgk foi traçada, incorporando uma nova porção de território à Guiana Inglesa. Na visão de Antônio Lobo, a alegação da Venezuela acerca da posse da região de Essequibo é correta.

“A disputa da Venezuela é antiga e remonta a meados do século XIX. Os holandeses num primeiro momento, depois os britânicos avançaram e passaram a ocupar e tomar posse de toda a área que está a Oeste do Rio Essequibo. A Venezuela alega, de forma correta, que toda essa região de Essequibo pertencia à antiga capitania da Venezuela, que por sua vez pertencia aos espanhóis”, destacou o especialista explicando, outro motivo que justifica o interesse de Caracas é, o aumento de popularidade e aprovação devida à proximidade das eleições venezuelanas.

Além disso, Antônio Lobo que a riqueza de minerais, petróleo e outros hidrocarbonetos em Essequibo, é outro fator que voltou a despertar o interesse da Venezuela no território. Ele destacou que, em 2015, a ExxonMobil, empresa multinacional de petróleo e gás dos Estados Unidos, descobriu jazidas de petróleo e gás na região da Guiana e começou a explorar, fazendo a economia do país disparar no ano passado. A reserva de petróleo está a 183 km da zona costeira de Essequibo e ficou conhecida como bloco Stabroek. 

“Para se ter uma ideia, o PIB da Guiana foi o que mais cresceu no ano de 2022, mais de 60%. Foi o que mais cresceu no mundo devido ao processo de exploração de petróleo, sobretudo, mas também de minerais como ouro e diamante, por exemplo, na na Guiana e principalmente nessa região de Essequibo”, pontuou Antônio Lobo destacando que a descoberta de grandes jazidas de petróleo e de minerais, a exemplo de ouro e diamante nessa região, também acabou despertando o interesse maior do Estado venezuelano em retomar Essequibo, requentando assim, toda a disputa territorial que já tem mais de 100 anos.

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Letreiro de Hollywood faz cem anos e ganha pintura e iluminação para comemorar

  • Por Folhapress
  • 11 Dez 2023
  • 11:45h

Foto: Pixabay

O enorme letreiro de Hollywood, símbolo do distrito de Los Angeles conhecido como "fábrica dos sonhos", foi iluminado na noite desta sexta-feira em comemoração dos seus cem anos.

O letreiro ícone da indústria cinematográfica foi pano de fundo de muitos filmes, como "San Andreas" e "Rocketeer". Também foi referenciado inúmeras vezes em animações como "Os Simpsons", "Shrek 2" e "Três Espiãs Demais".

Na vida real, o letreiro foi palco de uma tragédia quando, em 1932, a atriz britânica Peg Entwistle se suicidou se atirando do alto da letra "H".

O letreiro centenário foi construído em 1923 como anúncio de um empreendimento imobiliário de luxo. Sua versão original era "Hollywoodland" e, na primeira década, era comum que as letras fossem iluminadas.

Na década de 1940, as letras enormes já mostravam sinais de desgaste. Foi quando a Câmara de Comércio de Hollywood decidiu fazer a reforma do letreiro, tirando as últimas quatro letras para que a estrutura se tornasse símbolo de todo o distrito, e não apenas um conjunto de casas.

 

A obra foi encerrada em 1949. Três décadas depois, porém, os sinais de desgaste voltaram a aparecer nas letras de madeira com 15 metros de altura. O músico Alice Cooper, então, liderou uma campanha para restaurar o letreiro na década de 1970.

Oito celebridades, entre elas o ator Gene Autry e o fundador da revista Playboy, Hugh Hefner, se juntaram e cada uma patrocinou a construção de uma letra --dessa vez com 13,5 metros de altura cada uma e feitas em aço.

Para o centenário, o letreiro ganhou uma nova pintura. O presidente do Hollywood Sign Trust, organização sem fins lucrativos destinada a manter o símbolo da cidade, afirmou à AFP que a iluminação do letreiro foi apenas algo simbólico, visto que não costuma acontecer --especialmente por objeção das pessoas que moram perto do letreiro.

Segundo ele, é possível que as letras voltem a brilhar em ocasiões especiais.

"Temos alguns eventos esportivos muito importantes que serão celebrados em Los Angeles, como a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos [em 2028]. Esses são eventos nos quais provavelmente gostaríamos de iluminar o letreiro de Hollywood no futuro."

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