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Uso prolongado de melatonina pode aumentar risco de insuficiência cardíaca, diz estudo

  • Por Luísa Monte | Folhapress
  • 04 Nov 2025
  • 14:44h

Foto: American Heart Association

O uso prolongado de melatonina foi associado a um risco maior de insuficiência cardíaca, hospitalização e morte em pessoas com insônia crônica, de acordo com um estudo preliminar apresentado nesta segunda-feira (3) no congresso anual da American Heart Association.
 

A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pela glândula pineal que sinaliza ao corpo o período escuro do dia, iniciando o processo que promove o sono. Suplementos (versões sintéticas quimicamente idênticas do hormônio) são frequentemente usados para tratar insônia, que é a dificuldade de adormecer ou permanecer dormindo.
 

Suplementos de melatonina podem ser comprados sem receita médica em muitos países, incluindo o Brasil e os Estados Unidos. Agora, os resultados apresentados nesta segunda levantam preocupações em relação à segurança, para o coração, do uso prolongado da substância.
 

"Os suplementos de melatonina podem não ser tão inofensivos como comumente se presume. Se nosso estudo for confirmado, isso poderá afetar como os médicos aconselham os pacientes sobre indutores do sono", afirma Ekenedilichukwu Nnadi, autor principal do estudo.
 

Os pesquisadores usaram um banco de dados internacional (TriNetX) com informações de 130.828 adultos com insônia crônica. Eles foram divididos em dois grupos de controle e analisados em pares.
 

Pessoas que haviam usado melatonina no longo prazo (durante um ano ou mais) fizeram parte do "grupo melatonina". Aqueles que nunca tiveram melatonina registrada em seus registros médicos foram classificados como o "grupo não melatonina".
 

Pessoas que tivessem sido previamente diagnosticadas com insuficiência cardíaca ou recebido prescrição de outros medicamentos para dormir foram excluídas da análise.
 

O estudo mostrou que, entre adultos com insônia, aqueles que tiveram uso prolongado de melatonina tiveram uma chance 90% maior de desenvolver insuficiência cardíaca ao longo de cinco anos (4,6% de chance), em comparação com não usuários (2,7% de chance).
 

Em países onde é necessário prescrição médica, como Reino Unido, pessoas que tiveram ao menos duas prescrições de melatonina com pelo menos 90 dias de intervalo tiveram chance de insuficiência cardíaca 82% maior do que aquelas que não receberam receita.
 

Os participantes que tomavam melatonina tiveram uma probabilidade três vezes maior de serem hospitalizados por insuficiência cardíaca, quando comparados àqueles que não tomavam o suplemento (19% e 6,6%, respectivamente).
 

Ainda segundo o estudo, participantes do grupo melatonina tiveram quase duas vezes mais chances de morrer por qualquer causa do que aqueles no grupo sem melatonina (7,8% e 4,3%, respectivamente) durante o período de cinco anos.
 

Embora tenha encontrado uma associação, o estudo não conseguiu estabelecer uma relação direta de causa e efeito entre o uso prolongado da melatonina e os riscos cardiovasculares. "Isso significa que são necessárias mais pesquisas que testem a segurança da melatonina para o coração", diz Nnadi.
 

Além disso, a pesquisa tem várias limitações. O banco de dados inclui países que exigem receita médica para melatonina e países que não exigem. Como o uso de melatonina no estudo foi baseado em registros de medicação no prontuário eletrônico, todos que a tomavam como suplemento sem receita teriam sido incluídos no grupo sem melatonina; portanto, as análises podem não refletir isso com precisão.
 

Para Nhadi, a conclusão não é que a melatonina seja ruim e que todos devam parar de tomá-la, mas sim de que "não devemos presumir que algo não oferece riscos apenas porque é natural ou vendido sem receita médica".
 

É SEGURO TOMAR MELATONINA?

 

Lucio Huebra, neurologista membro da Academia Brasileira do Sono, diz que a melatonina normalmente é bem tolerada, com estudos mostrando baixa toxicidade, sem evidências de dependência, tolerância ou abstinência.
 

Segundo o médico, os efeitos adversos mais comuns são:
 

- Sonolência matinal
 

- Tontura
 

- Cefaleia
 

- Náusea
 

- Interferência no ritmo circadiano, especialmente se tomada em horários indevidos
 

O uso da melatonina e de outros indutores do sono, contudo, não é indicado para qualquer indivíduo, pois a grande maioria da população tem sua produção saudável.
 

Casos para os quais a melatonina é indicada:
 

- Indivíduos com diagnóstico de distúrbios do ritmo circadiano, como atraso de fase do sono
 

- Tratamento do jet lag
 

- Tratamento de irregularidade do ritmo circadiano em cegos
 

- Controle dos sintomas de algumas parassonias, como o transtorno comportamental do sono REM
 

Ainda assim, a melatonina não é o tratamento inicial indicado para transtorno de insônia crônica no Brasil.
 

A Academia Brasileira do Sono, como outras sociedades internacionais, indica medidas comportamentais, como higiene do sono e terapias psicológicas. Para casos em que o tratamento não funciona é indicado o uso de indutores do sono por períodos curtos, na menor dose possível, segundo Huebra.

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Anvisa aprova uso do Mounjaro para apneia do sono em casos de obesidade

  • Por Folhapress
  • 21 Out 2025
  • 16:04h

Foto: Divulgação/Bahia Notícias

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso do Mounjaro para o tratamento da apneia do sono em adultos com obesidade. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (20) no Diário Oficial da União.
 

A apneia obstrutiva do sono é uma condição que ocorre quando os músculos da garganta se estreitam durante o sono, levando a pausas temporárias na respiração que podem fazer as pessoas roncarem e acordarem sobressaltadas, com falta de ar.
 

Se não tratada, a apneia do sono pode aumentar o risco de doenças graves, como pressão alta, diabetes tipo 2, ataque cardíaco e derrame.
 

Ensaios clínicos já haviam mostrado que a tirzepatida, que está na mesma classe de medicamentos que o Ozempic e é vendida comercialmente como Mounjaro e Zepbound, melhorou significativamente os sintomas da apneia do sono obstrutiva em pessoas com obesidade.
 

O Mounjaro foi aprovado pela Anvisa neste ano para o tratamento de pacientes com diabetes tipo 2, com sobrepeso com comorbidades e com obesidade.
 

Existem atualmente três medicações injetáveis aprovadas no Brasil para tratamento de obesidade e diabetes tipo 2: a liraglutida (uso diário), a semaglutida e a tirzepatida (ambas de uso semanal) -comercializadas em diferentes dosagens, preços e nomes, como Saxenda, Olire, Wegovy, Ozempic e Mounjaro.

Estudo aponta que bebidas diet podem causar mais danos ao fígado do que as versões com açúcar

  • Bahia Notícias
  • 13 Out 2025
  • 12:42h

Foto: Reprodução/ Freepik

Um estudo apresentado na UEG Week 2025, principal congresso europeu sobre gastroenterologia, apontou que o consumo de bebidas adoçadas artificialmente — como refrigerantes “diet” ou “zero” — pode estar mais associado a problemas no fígado do que as versões com açúcar comum.

 

A pesquisa acompanhou mais de 123 mil pessoas do banco de dados britânico UK Biobank por cerca de 10 anos. Nenhum dos participantes tinha histórico de doenças hepáticas no início do estudo.

 

De acordo com os resultados, quem consumia mais de 250 gramas por dia de bebidas com adoçantes artificiais — o equivalente a uma lata — teve um risco 60% maior de desenvolver doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica, condição que pode evoluir para cirrose e câncer de fígado. No grupo que consumia bebidas adoçadas com açúcar, o aumento de risco foi de cerca de 50%.

 

Durante o período de acompanhamento, 1.178 participantes desenvolveram a doença hepática gordurosa e 108 morreram por causas relacionadas ao fígado. Segundo os pesquisadores, apenas as bebidas diet apresentaram relação com mortes por doenças hepáticas, o que chamou atenção.

 

Ambos os tipos de bebida foram associados ao acúmulo de gordura no fígado. Quando os pesquisadores simularam a substituição de refrigerantes por água, houve uma redução no risco de desenvolver a doença: 12,8% no caso das bebidas com açúcar e 15,2% no caso das diet. No entanto, trocar uma pela outra não demonstrou nenhum benefício.

 

Os autores do estudo afirmam que os adoçantes artificiais podem interferir em processos metabólicos e na composição da microbiota intestinal, o que pode explicar os efeitos negativos mesmo na ausência de açúcar.

 

“Esses achados desafiam a percepção de que as versões ‘sem açúcar’ são automaticamente mais seguras. É necessário cautela e novos estudos para entender os efeitos metabólicos dos adoçantes artificiais”, alertam os pesquisadores.

Cientistas brasileiros criam medicamentos com proteínas da placenta para pessoas tetraplégicas

  • Bahia Notícias
  • 11 Set 2025
  • 10:22h

Foto: Reprodução/Bahia Notícias

Uma equipe de brasileiros descobriu que é possível reverter parte da mobilidade prejudicada por uma lesão na medula espinhal com uma proteína presente na placenta, a laminina. O tratamento está em fase experimental, mas já conseguiu mostrar eficácia.

 

O bancário Bruno Drummond de Freitas e outros participantes do estudo receberam um medicamento, polilaminina, criado a partir da proteína laminina. O bancário conseguiu ter a recuperação completa dos movimentos, após realizar o tratamento 24 após um acidente de carro que lesionou parte da medula espinhal. 

 

“No início, os médicos disseram que eu ficaria em cadeira de rodas para o resto da vida. Depois, que talvez conseguisse andar com muletas. Mas eu nunca perdi a esperança. Um dia, ainda no hospital, mexi o dedão do pé e aquilo foi um choque para todo mundo. A cada semana, eu evoluía mais”, relembra ele. 

 

A pesquisa foi liderada pela professora doutora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), pesquisadora brasileira Tatiana Sampaio, e acabou contando com outros pesquisadores e especialistas. 

Wegovy e Ozempic: OMS inclui semaglutida em lista de medicamentos essenciais pela 1ª vez

  • Bahia Notícias
  • 06 Set 2025
  • 12:47h

Foto: Reprodução / Diário do Nordeste

A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu pela primeira vez os medicamentos análogos ao GLP-1 — como a semaglutida, presente no Ozempic, e a liraglutida — em sua Lista Modelo de Medicamentos Essenciais, divulgada nesta sexta-feira (5).

 

A recomendação, no entanto, é restrita ao tratamento de adultos com diabetes tipo 2 que apresentem comorbidades, como doença cardiovascular, doença renal crônica ou obesidade.

 

A lista, atualizada a cada dois anos desde 1977, serve como referência para mais de 150 países na definição de tratamentos prioritários. Nesta edição, o comitê avaliou 59 propostas de inclusão, alteração ou exclusão de medicamentos.

 

De acordo com o Metrópoles, os agonistas de GLP-1 apresentaram benefícios relevantes, como melhor controle glicêmico, redução do risco de eventos cardiovasculares e desaceleração da progressão da doença renal crônica.

 

Por outro lado, o uso para tratar exclusivamente a obesidade em pessoas sem outras comorbidades não foi recomendado. O comitê apontou que ainda faltam evidências suficientes sobre impactos em desfechos clínicos importantes — como mortalidade e segurança a longo prazo — nesse grupo de pacientes.

 

Os especialistas também destacaram que, embora haja algum benefício em pessoas com obesidade, a magnitude dos efeitos é mais significativa e consistente entre pacientes com diabetes tipo 2.

 

Outro ponto levantado foi o custo elevado desses medicamentos. A OMS, porém, avalia que a iminente expiração das patentes da semaglutida e da liraglutida pode estimular a entrada de biossimilares no mercado, aumentando a concorrência e reduzindo preços.

Planos de saúde passam a custear contraceptivo Implanon; produto tem mais de 99% de eficácia

  • Bahia Notícias
  • 03 Set 2025
  • 16:14h

Foto: Adobe Stock / Reprodução G1

Planos de saúde de todo o Brasil passaram a cobrir a oferta do contraceptivo Implanon para mulheres de 18 a 49 anos. A medida foi iniciada nesta segunda-feira (1º) após aprovação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no último dia 8. 

 

A decisão chegou após o Ministério da Saúde anunciar a oferta do produto na rede pública de saúde. A pasta tem a expectativa de distribuir 1,8 milhão de implantes por meio do SUS até 2026 e 500 mil apenas neste ano. 

 

Segundo O GLOBO, o produto, fabricado pela empresa Organon, custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil. O Governo Federal vai investir R$ 245 milhões.

 

O Implanon é indicado para prevenir a gravidez indesejada. O item é um pequeno bastão de plástico flexível, de 4cm por 2mm de diâmetro, que contém 68 mg de etonogestrel. Ele é aplicado diretamente sob a pele, embaixo do braço, com anestesia local, exclusivamente por um médico ou enfermeiro especializado na técnica.

 

A empresa produtora do implante comunicou que a eficácia para evitar a gravidez é de 99,95%, a maior encontrada entre todos os métodos contraceptivos.

CFM libera ozonioterapia para dores e feridas, mas Anvisa ainda não aprovou aparelho

  • Por Vitor Hugo Batista | Folhapress
  • 03 Set 2025
  • 14:11h

Foto: Reprodução/Bahia Notícias

O CFM (Conselho Federal de Medicina) publicou na sexta-feira (29) uma resolução autorizando o uso da ozonioterapia para o tratamento de seis condições de feridas e dores musculoesqueléticas.
 

A ozonioterapia é um procedimento terapêutico que aplica uma mistura de oxigênio e ozônio nos pacientes por via endovenosa, retal, intra-articular, local ou intramuscular. A prática depende do uso de um aparelho gerador de ozônio. No entanto, esse equipamento não é aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para as condições que o CFM autorizou. Atualmente, o aparelho está liberado pela agência apenas para finalidades odontológicas e estéticas.
 

De acordo com a resolução do CFM, a ozonioterapia está autorizada como terapia médica adjuvante para tratar úlceras de pé diabético, úlceras arteriais isquêmicas, feridas infecciosas agudas e úlceras venosas crônicas. Já para dores musculoesqueléticas, seu uso é permitido na osteoartrite de joelho e na dor lombar decorrente de hérnia de disco.
 

Mas, segundo a Anvisa, até o momento, os únicos equipamentos regularizados pela agência para uso da ozonioterapia são para fins de dentística, periodontia, endodontia, cirurgia odontológica e limpeza e assepsia da pele, cuja segurança e eficácia já foram comprovados, e não para aplicações médicas em pacientes.
 

Segundo o CFM, a regulamentação da ozonioterapia ocorre no contexto da lei federal 14.648 de 2023, que autorizou o procedimento como complementar em todo o país, deixando a cargo dos conselhos profissionais a normatização do uso.
 

Mas a própria lei afirma que "a ozonioterapia somente poderá ser aplicada por meio de equipamento de produção de ozônio medicinal devidamente regularizado pela Anvisa ou órgão que a substitua".
 

A Anvisa afirmou que, desde 2023, não recebeu solicitações para regularização de dispositivos médicos que incluam novas indicações para ozonioterapia além das cinco já aprovadas.
 

"Assim, para que dispositivos médicos que utilizam ozônio possam ser utilizados para finalidade médica, é necessário que novas submissões de registro ou alterações de registro com novas indicações de uso sejam realizadas pelas empresas interessadas, apresentando evidências científicas robustas, de forma a comprovar a sua eficácia clínica para cada indicação de uso pleiteada", afirmou a Anvisa por meio de nota.
 

Em 2022, a Anvisa já havia publicado uma nota técnica destacando que "o ozônio é um gás com forte poder oxidante e bactericida" e que, devido a estas características, "é utilizado para fins odontológicos e estéticos, não havendo, até o momento, nenhuma evidência científica significativa de que haja outras aplicações médicas para a utilização de tal substância nas modalidades de ozonioterapia aplicada em pacientes".
 

A nota daquele ano alerta ainda para os riscos à saúde decorrentes do uso indiscriminado dessa tecnologia fora das indicações clinicamente comprovadas.
 

Em nota publicada em seu site oficial, o CFM destaca que o uso da ozonioterapia segue critérios claros, "com base em evidência científica atualizada, análise da relação benefício-dano e foco na segurança do paciente". A norma do conselho proíbe o uso da ozonioterapia para o tratamento de cânceres.
 

O CFM afirma também que a decisão é baseada em estudos clínicos randomizados recentes e metodologicamente aceitáveis, que buscam proteger o paciente e evitar o uso indiscriminado da ozonioterapia fora dessas indicações validadas.
 

A nota enfatiza ainda que a ozonioterapia não deve ser primeira escolha, mas um complemento após avaliação médica.
 

As sociedades médicas têm posicionamentos distintos em relação à autorização do CFM para o uso da ozonioterapia.
 

A ABOZ (Associação Brasileira de Ozonioterapia) comemorou o reconhecimento da ozonioterapia como prática médica complementar pelo CFM, destacando a importância do marco para ampliar terapias seguras e eficazes no Brasil.
 

Para a associação, a decisão abre um novo capítulo para ampliar o acesso com qualidade e embasamento científico.
 

A SBED (Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor) também recebeu a medida de forma positiva, ressaltando que a técnica já é amplamente utilizada por diversos profissionais da saúde que não são médicos, como fisioterapeutas, odontólogos e farmacêuticos, e que a liberação para os médicos era o que faltava.
 

A SBED destaca ainda que a ozonioterapia conta com "excelentes resultados e com larga experiência nacional desde 1975".
 

Por outro lado, a SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia) disse que não foi consultada pelo CFM durante a elaboração da resolução e que sua comissão científica está atualmente analisando o tema para, eventualmente, emitir um posicionamento oficial.
 

A AMB (Associação Médica Brasileira) manifestou cautela em relação à recente resolução do CFM, afirmando que o tema precisa ser melhor avaliado, o que demanda tempo para uma análise aprofundada antes de qualquer posicionamento definitivo.
 

Já a SBN (Sociedade Brasileira de Neurocirurgia) afirmou que o assunto não está dentro do escopo de atuação da entidade, apesar da resolução do CFM mencionar a dor lombar da hérnia discal, que tem relação com o sistema neurológico.
 

A SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) fez uma avaliação cautelosa sobre o uso da ozonioterapia para o tratamento de úlceras nos pés em pessoas com diabetes, destacando que ainda não há evidências robustas e consistentes sobre o tema.
 

A reportagem também pediu posicionamento para a SBCJ (Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho), mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

Estudo aponta que ibuprofeno e paracetamol podem aumentar resistência a antibióticos

  • Bahia Notícias
  • 28 Ago 2025
  • 16:37h

Foto: Arquivo / Agência Brasil

Medicamentos populares utilizados pelos brasileiros como anti-inflamatórios e analgésicos foram associados à resistência a remédios antibióticos por uma pesquisa da Universidade do Sul da Austrália (UniSA). O ibuprofeno e o paracetamol são citados no levantamento com outros sete medicamentos, que variam entre remédios para tratamento de pressão alta, redução de colesterol, problemas de sono, diabetes e congestionamento nasal

 

No primeiro estudo desse tipo, pesquisadores descobriram que o ibuprofeno e o paracetamol não apenas aumentam a resistência aos antibióticos quando usados individualmente, mas também a amplificam quando usados juntos.

 

Os pesquisadores avaliaram a interação de medicamentos não antibióticos, o antibiótico de amplo espectro ciprofloxacino e a Escherichia coli (E. coli) — uma bactéria comum que causa infecções intestinais e do trato urinário — e descobriram que o ibuprofeno e o paracetamol aumentaram significativamente as mutações bacterianas, tornando a E. coli altamente resistente ao antibiótico.

 

A pesquisadora principal, professora associada da UniSA, Rietie Venter, diz que as descobertas levantam questões importantes sobre os riscos da polifarmácia (uso de múltiplos medicamentos), principalmente no atendimento a idosos, onde muitas vezes vários remédios são administrados regularmente.

 

“Os antibióticos são vitais há muito tempo no tratamento de doenças infecciosas, mas seu uso excessivo e incorreto generalizado levou a um aumento global de bactérias resistentes. Isso é especialmente prevalente em instalações residenciais de cuidados para idosos, onde eles têm maior probabilidade de receber prescrição de vários medicamentos, tornando-se um ambiente ideal para a proliferação de bactérias intestinais resistentes a antibióticos”, explica Venter.

 

De acordo com reportagem do “O Globo”, os pesquisadores revelaram que quando as bactérias foram expostas à ciprofloxacina juntamente com ibuprofeno e paracetamol, desenvolveram mais mutações genéticas do que com o antibiótico isolado, o que as ajudou a crescer mais rápido e a se tornarem altamente resistentes.

 

Preocupantemente, as bactérias não só se mostraram resistentes ao antibiótico ciprofloxacina, como também foi observada uma resistência aumentada a vários outros antibióticos de diferentes classes.

 

O estudo avaliou nove medicamentos comumente usados em cuidados residenciais para idosos: ibuprofeno (analgésico anti-inflamatório), diclofenaco (anti-inflamatório para tratar artrite), acetaminofeno (paracetamol para dor e febre), furosemida (para tratar pressão alta), metformina (para tratar altos níveis de açúcar associados ao diabetes), atorvastatina (ajuda a reduzir o colesterol e as gorduras no sangue), tramadol (analgésico mais forte após a cirurgia), temazepam (usado para tratar problemas de sono) e pseudoefedrina (descongestionante).

SUS vai oferecer dois novos tratamentos de endometriose em 2025

  • Bahia Notícias
  • 10 Jul 2025
  • 16:50h

Foto: Marcelo Casal Jr. / Agência Brasil

O Ministério da Saúde informou que as pacientes em tratamento de endometriose vão contar com duas novas opções de tratamento de base hormonal no Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda em 2025, o Dispositivo Intrauterino Liberador de Levonogestrel (DIU-LNG) e o desogestrel serão incorporados à rede de saúde pública de todo o Brasil. 

Nas mulheres que têm a doença, o tecido semelhante ao endométrio (que reveste o útero) cresce fora do útero em órgãos como ovários, intestino e bexiga, o que causa reações inflamatórias. Cólica menstrual intensa, dor pélvica crônica, dor durante a relação sexual, infertilidade e queixas intestinais e urinárias com padrão cíclico estão entre os principais sintomas da endometriose.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a endometriose afeta cerca de 10% das mulheres e meninas em idade reprodutiva no mundo todo, representando mais de 190 milhões de pessoas. No Brasil, o SUS registrou mais de 53.793 atendimentos especializados em 2024. 

O Ministério deu mais detalhes sobre os novos tratamentos. O DIU-LNG, que pode ser conhecido pelas marcas mais conhecidas como Mirena ou Kyleena, suprime o crescimento do tecido endometrial fora do útero, sendo uma opção para mulheres com contraindicação ao uso de contraceptivos orais combinados (COCs). A nova tecnologia pode melhorar a qualidade de vida das pacientes, uma vez que sua troca só é requerida a cada cinco anos, o que contribui para aumentar a adesão ao tratamento. 

Já o desogestrel é um anticoncepcional hormonal que atua principalmente inibindo a ovulação, que pode reduzir a dor e dificultar a progressão da doença. Ele age bloqueando a atividade hormonal, que impede o crescimento do endométrio fora do útero. Esse medicamento poderá ser usado como primeira linha de tratamento, ou seja, pode ser prescrito já na avaliação clínica até que o diagnóstico se confirme por meio de exames. 

O DIU-LNG e o desogestrel foram incorporados pelo Ministério da Saúde, por meio da Portaria SECTICS/MS N° 41/2025 e da Portaria SECTICS/MS N° 43/2025. Na rede pública de saúde, as pacientes já contam com tratamento clínico e cirúrgico.  

No primeiro caso, é ofertada terapia hormonal, como o uso de progestágenos e medicamentos hormonais, como contraceptivos orais combinados (COCs) e análogos do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH). Além disso, analgésicos e anti-inflamatórios podem ser utilizados para controle da dor. Vale destacar que as mulheres também contam com acompanhamento multidisciplinar. 

Nos casos em que a cirurgia é indicada, estão disponíveis procedimentos como videolaparoscopia, técnica minimamente invasiva para a remoção de focos de endometriose, também usada para diagnóstico quando necessário; a laparotomia, cirurgia aberta para casos mais complexos; e a histerectomia, que consiste na remoção do útero, sendo recomendada apenas em situações específicas e após avaliação criteriosa. 

Bebês de 1 ano terão reforço contra meningite com vacina mais completa

  • Por Folhapress
  • 30 Jun 2025
  • 14:40h

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O Ministério da Saúde ampliou a oferta da vacina meningocócica ACWY no SUS (Sistema Único de Saúde) para crianças de 1 ano.
 

O esquema vacinal inclui duas doses da vacina meningocócica C, aplicadas aos três e cinco meses, e um reforço aos 12 meses. A partir desta terça (1º), esse reforço passará a ser feito com a vacina ACWY, que oferece proteção ampliada contra os sorogrupos da bactéria causadora da meningite.
 

Crianças que já tomaram as duas doses da vacina meningocócica C e a dose de reforço não precisam receber a ACWY neste momento. Já aquelas que não foram vacinadas aos 12 meses poderão receber a dose de reforço com a ACWY.
 

No ano passado, o Ministério da Saúde lançou as Diretrizes para o Enfrentamento das Meningites até 2030, elaboradas em parceria com a sociedade civil e com organismos nacionais e internacionais. O documento está alinhado ao esforço global conduzido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para o combate à meningite bacteriana.
 

No SUS, a vacina meningocócica ACWY era ofertada a adolescentes de 11 a 14 anos, em dose única ou como reforço, conforme o histórico vacinal.
 

O Brasil registra em 2025, até o momento, 4.406 casos confirmados de meningite, sendo 1.731 do tipo bacteriana e 1.584 do tipo viral, além outras 1.091 por causas ou tipos não identificados.
 

Outras vacinas disponíveis no SUS, como BCG, penta e pneumocócicas (10, 13 e 23-valente) também ajudam a proteger contra formas de meningite.
 

A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal.
 

Pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas, mas também pode ter origem não infecciosa, como em casos de câncer (com metástase nas meninges), lúpus, reações a medicamentos, traumatismos cranianos ou cirurgias cerebrais.
 

No Brasil, a doença é endêmica. As meningites bacterianas são mais frequentes no outono e no inverno, enquanto as virais predominam na primavera e no verão.
 

Em geral, a transmissão ocorre de pessoa para pessoa, pelas vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Também ocorre por via fecal-oral, através da ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes.

Taxa de evasão da 2ª dose da tríplice viral passa de 50% em 14 estados, diz relatório

  • Por Cláudia Collucci | Folhapress
  • 17 Jun 2025
  • 12:38h

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A taxa de evasão entre a primeira e a segunda dose da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) ultrapassa os 50% em 14 estados brasileiros, entre eles Acre, Pará, Amapá, Maranhão e Mato Grosso do Sul, o que compromete a efetividade da imunização e aumenta o risco de reintrodução de doenças controladas.
 

O abandono também afeta vacinas como a pneumocócica e a rotavírus, o que dificulta o cumprimento das metas mesmo onde as primeiras doses tiveram boa cobertura.
 

Esses são alguns dos achados do Anuário VacinaBR 2025, elaborado pelo IQC (Instituto Questão de Ciência) com apoio da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e parceria do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), lançado nesta terça (17).
 

O relatório analisa doses aplicadas, taxa de abandono e cobertura da vacinação infantil e da vacina HPV para adolescentes, a partir do cruzamento de bancos públicos de vacinação com dados populacionais e de nascidos vivos. A proposta é dar transparência e acessibilidade a essas informações.
 

As disparidades regionais e municipais ainda preocupam muito, segundo o documento. Mesmo quando a média estadual é satisfatória, há uma variação grande entre os municípios, que apresentam coberturas vacinais muito diferentes ainda que sejam vizinhos.
 

"Se a gente pega municípios do Brasil por taxa de sucesso [da tríplice vira], só um punhadinho está com a cobertura adequada. E estamos vendo surtos de sarampo na América do Norte e casos ressurgindo por aqui", diz Paulo Almeida, diretor executivo do IQC e coordenador do relatório.
 

Neste ano, o Brasil voltou a apresentar casos de sarampo autóctones (com transmissão no país), após quase três anos sem registros. Em março, foram notificados dois casos em São João de Meriti, no Rio de Janeiro. Em abril, São Paulo registrou o seu primeiro caso autóctone.
 

De acordo com análise uma epidemiológica que integra o anuário, as tentativas de contenção do sarampo por meio de campanhas pontuais ou nacional nos últimos anos em geral não obtiveram adequada adesão da população e é fundamental desenvolver estratégias locais para resgate dos não vacinados.
 

Entre as ações sugeridas estão horário estendido de vacinação, abertura de postos de imunização nos finais de semana, vacinação casa a casa em localidades de difícil acesso e postos volante em áreas desassistidas de postos de vacinação.
 

Segundo Paulo Almeida, em conversas com gestores municipais e estaduais foi observado que o problema muitas vezes está na falta de ferramentas de diagnóstico da situação vacinal. "Falta orçamento, falta muita coisa."
 

Ele afirma que parte do interesse na construção da plataforma VacinaBR foi agregar esse dados compilados. "Pode permitir que gestores consigam ter um horizonte de onde investigar e entender qual imunizante está em condição pior."
 

Almeida diz que a proposta do anuário é fazer o que o Atlas da Violência faz na segurança pública. "Levantar dados, dar clareza e disponibilidade. E garantir para que não haja competição com o Ministério da Saúde em relação a isso."
 

O estudo considera dados entre 2000 e 2023. A partir de 2015, o país apresentou uma queda contínua e generalizada nas coberturas vacinais infantis, intensificada em alguns casos após a pandemia de Covid.
 

O relatório mostra que, em termos populacionais, apesar da recuperação observada em 2023, 80% ou mais da população brasileira ainda vivia em municípios que não atingiram as metas de cobertura vacinal para a maioria das vacinas analisadas individualmente.
 

Em nota, o Ministério da Saúde diz que reverteu a tendência de queda nas coberturas vacinais após quase uma década de retrocesso. Afirma que, em 2023 e em 2024, 13 das 16 vacinas recomendadas para o público infantil apresentaram aumento de cobertura. A tríplice viral, segundo a pasta, ultrapassou a meta de 95% de cobertura nacional.
 

"Em 2024, o Brasil saiu da lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas no mundo (zero-dose) -até 2022, o país ocupava o 7º lugar no ranking mundial. Além disso, recebeu a recertificação de país livre do sarampo, conquista possível graças ao avanço da vacinação."
 

De acordo com o ministério, os resultados alcançados se devem ao fortalecimento do PNI (Programa Nacional de Imunizações) a partir de 2023, ao enfrentamento ao negacionismo, à retomada das grandes mobilizações nacionais, como o Dia D de Vacinação, e a vacinação nas escolas, além da garantia do abastecimento de imunizantes em todo o país.
 

A pasta afirma também que, para incentivar a vacinação nos estados e municípios, destinou um repasse extra de R$ 150 milhões por ano para fortalecer as ações regionais, adaptadas às realidades locais.
 

Um estudo da CNM (Confederação Nacional de Municípios) realizado no mês passado mostrou, porém, que o país segue com um problema de desabastecimento de imunizantes: 33,7% dos 1.490 municípios brasileiros pesquisados alegam enfrentar falta de vacinas.
 

Segundo Paulo Almeida, os dados de vacinação de 2024 não foram incluídos no relatório porque houve conflito de informações de doses aplicadas nas bases de dados do Ministério da Saúde e não haveria tempo hábil para ajustá-las até o fechamento do anuário.
 

"De fato existe um retrato melhor em 2024 do que em 2023, mas a gente continua com uma situação muito complicada nos rincões do Brasil em relação à taxa de cobertura e de pessoas que não tomam todas as doses", afirma.
 

Ele explica que, a partir da ferramenta, será possível entender um pouco mais a dinâmica desses municípios, o que possibilitará diferentes estratégias de enfrentamento.
 

Em outra análise que integra o anuário, a enfermeira sanitarista Antonia Maria da Silva Teixeira diz que o cenário desafiador para a vacinação infantil é evidenciado por mecanismos de avaliação internos do próprio governo federal.
 

Ela cita o Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em Saúde, que oferece incentivos financeiros aos entes federativos por objetivos atingidos. Em 2023, menos de um terço dos municípios (32%) tinha atingido o índice de 95% de cobertura de quatro vacinas para crianças com menos de um ano de idade: pentavalente (terceira dose), poliomielite (terceira dose), pneumocócica 10-valente (segunda dose), e, com um ano, a tríplice viral (primeira dose).
 

Para Luciana Phebo, chefe de saúde do Unicef no Brasil, após anos de queda na imunização infantil, o país tem avançado na retomada da cobertura vacinal, mas há desigualdades regionais e estruturais que precisam ser enfrentadas. "Ter um instrumento como esse é essencial para acompanhar os avanços alcançados e para embasar a construção de políticas públicas de imunização cada vez mais eficazes."

Usuários de Ozempic relatam aumento no órgão genital e mudança vira tema de discussão em redes sociais

  • Bahia Notícias
  • 09 Jun 2025
  • 14:27h

Foto: Reprodução/Bahia Notícias

Homens que utilizam Ozempic nos Estados Unidos têm relatado um efeito colateral inesperado: o aumento do pênis. Segundo postagens em redes sociais, como o Reddit, diversos usuários afirmam ter notado um crescimento no comprimento do órgão genital desde o início do tratamento com o medicamento indicado originalmente para diabetes tipo 2, mas amplamente utilizado para perda de peso.

 

"Recentemente me medi e percebi um aumento de cerca de 2,5 cm", escreveu um usuário anônimo. “Na época da primeira medição, eu era mais magro, então não acho que o ganho esteja relacionado apenas à perda de gordura. Fiz a medição da mesma forma nas duas vezes”, afirmou.

 

Outro participante da conversa relatou um ganho ainda maior. “Ganhei 3,8 cm. Não é exagero. Eu sabia exatamente quanto tinha antes de engordar. Não acho que seja só por emagrecer”, opinou.

 

Embora alguns associem o suposto aumento apenas à perda de gordura abdominal, o que poderia deixar o pênis mais exposto visualmente, outros usuários insistem que fizeram as comparações em condições semelhantes, descartando essa possibilidade.

 

Especialistas, no entanto, apontam que não há evidências científicas de que Ozempic cause aumento peniano. Médicos explicam que o tamanho do pênis pode variar naturalmente devido a fatores como temperatura ambiente, fluxo sanguíneo, níveis hormonais e até mesmo o horário do dia. Ou seja, alterações percebidas podem ser circunstanciais.

 

O fenômeno, apelidado nas redes sociais como “pênis de Ozempic”, se junta a outras expressões populares relacionadas aos efeitos colaterais do medicamento. Um deles é a chamada “boca de Ozempic”, que descreve sinais de envelhecimento facial como flacidez, rugas ao redor dos lábios e mudanças no contorno do rosto, associados à rápida perda de peso. As informações são do Globo.

Pílula anticoncepcional masculino sem hormônios começa a ser testada; entenda

  • Bahia Notícias
  • 23 Abr 2025
  • 12:20h

Foto: Unsplash / Reprodução

Uma pílula anticoncepcional masculina sem hormônio entrou em testes clínicos pela primeira vez. Os resultados iniciais indicaram que o YCT-529 limitou de forma eficiente a produção de espermatozoides em camundongos e primatas não humanos. O produto registrou ainda poucos efeitos colaterais.

Segundo O GLOBO, em camundongos machos, o anticoncepcional age até um mês após o início do uso. O item reduz e impede as gestações nas parceiras fêmeas em quase 100%. De acordo com a reportagem, os macacos machos precisaram de uma dosagem maior do produto, mas provocaram também uma queda rápida na contagem de espermatozoides sem apresentar efeitos colaterais. 

No entanto, de forma similar aos anticoncepcionais hormonais femininos, os produtos indicados aos homens também podem causar efeitos indesejados, como ganho de peso, depressão ou aumento do colesterol “ruim”, conforme apresentou o teste.

Anvisa aprova primeira vacina para Chikungunya

  • Bahia Notícias
  • 15 Abr 2025
  • 18:30h

Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil

Anvisa aprovou, nesta segunda-feira (14), o registro da vacina IXCHIQ (vacina Chikungunya recombinante atenuada), do Instituto Butantan. A vacina, de dose única, será indicada para a prevenção da doença em pessoas com 18 anos ou mais, que estejam em risco aumentado de exposição ao vírus Chikungunya. O imunizante demonstrou induzir produção robusta de anticorpos neutralizantes contra o vírus Chikungunya em estudos clínicos realizados em adultos e adolescentes que receberam uma dose da vacina.

 A vacina é contraindicada para mulheres grávidas, pessoas imunodeficientes ou imunossuprimidas. Para a publicação do registro, a Anvisa definiu, em conjunto com o Instituto Butantan, um Termo de Compromisso que prevê a realização de estudos de efetividade e segurança da vacina, e de atividades de farmacovigilância ativa para ampliar o conhecimento sobre o perfil de eficácia e segurança da vacina.

O imunizante é uma vacina recombinante atenuada, desenvolvida pela farmacêutica austríaca Valneva. A fabricação será feita na Alemanha, pela empresa IDT Biologika GmbH. O Butantan prevê a fabricação no Brasil no futuro.

A vacina já havia sido aprovada por outras autoridades internacionais, como FDA, dos Estados Unidos e pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), para a prevenção de Chikungunya.

A Chikungunya é uma arbovirose transmitida pela picada de fêmeas infectadas do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue. O vírus chikungunya foi introduzido no continente americano em 2013 e ocasionou uma importante epidemia em diversos países da América Central e ilhas do Caribe. No segundo semestre de 2014, o Brasil confirmou, por métodos laboratoriais, a presença da doença nos estados do Amapá e Bahia. Atualmente, todos os Estados registram transmissão desse arbovírus.

AVALIAÇÃO
Para esta análise, a equipe da Anvisa avaliou a documentação submetida no dossiê de registo, que incluiu dados de produção e qualidade, e de estudos clínicos para demonstração de eficácia e segurança da vacina. Os estudos clínicos para avaliação da eficácia e segurança da vacina incluíram a avaliação de adultos nos EUA e de adolescentes no Brasil. Nestes estudos foi demonstrado que a vacina, administrada em dose única, induziu resposta robusta de anticorpos neutralizantes contra o vírus Chikungunya e que o perfil de segurança foi aceitável para a indicação aprovada.

Além disto, a Anvisa participou como convidada da avaliação da vacina IXCHIQ pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), no âmbito do projeto OPEN (Opening our Procedures at EMA to Non-EU authorities). Esse projeto permite que diferentes agências avaliem simultaneamente vacinas e medicamentos de interesse em saúde pública, trocando informações técnicas e científicas, mas mantendo a autonomia de cada autoridade reguladora.

A Anvisa também contou com a avaliação independente do Grupo de Trabalho para discussão do desenvolvimento não clínico e clínico de vacinas destinadas à proteção contra Arboviroses, instituído no âmbito da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme), composta por especialistas em arboviroses e desenvolvimento de vacinas. As informações são da Agência GOV. 

Brasil vê salto em uso de opioides em uma década e consumo chega a 8% da população, diz pesquisa

  • Por Raquel Lopes | Folhapress
  • 27 Mar 2025
  • 12:24h

Foto: OMS

O consumo de analgésicos opioides registrou um aumento expressivo na última década, conforme aponta uma pesquisa inédita do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo os dados levantados, a taxa na população geral saltou de 0,8% em 2012 para 7,6% em 2023.

O estudo faz parte do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, uma pesquisa domiciliar conduzida pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) com financiamento da Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos).

O objetivo é mapear padrões de consumo e comportamentos associados ao uso de substâncias no Brasil. A pesquisa abrange indivíduos com 14 anos ou mais, selecionados em diferentes cidades do país.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (26) durante o lançamento do Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas, no Ministério da Justiça. O levantamento inclui substâncias como morfina, tramadol, Tylex, dolantina, entre outras.

Os opioides são compostos que interagem com receptores do sistema nervoso para aliviar a dor e são amplamente utilizados no pós-operatório para amenizar desconfortos intensos. No entanto, seu uso inadequado pode levar à dependência, tornando-se um problema de saúde pública.

No Brasil, essas substâncias já circulam no mercado ilegal, chegando a usuários sem prescrição médica e fora do ambiente hospitalar, o que amplia os riscos associados ao consumo descontrolado.

Segundo a pesquisa, entre as mulheres, o crescimento foi ainda mais expressivo, saltando de 1% para 8,8% de 2012 a 2023.

Para Marta Machado, secretária Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, os dados evidenciam a necessidade de maior atenção ao tema.

"Esses estudos significam um alerta para todos nós —para a sociedade, para os gestores da política de drogas e para a comunidade da saúde. Sabemos que o consumo abusivo de opioides no hemisfério norte, especialmente nos EUA, levou recentemente a uma epidemia de overdoses, que é justamente o que temos o dever de evitar que aconteça no Brasil", disse.

"É claro que vivemos hoje uma situação muito distinta, em que o mercado ilícito de opioides é reduzido e pontual, mas é fundamental aumentar nossa capacidade de antever, detectar e monitorar riscos e ampliar a nossa capacidade de responder rapidamente a esses riscos. Essa vem sendo uma prioridade da Senad", acrescentou.

A pesquisa mostra ainda que o uso de benzodiazepínicos é significativamente mais comum entre as mulheres. Quase uma em cada cinco já fez uso desses medicamentos ao longo da vida, e, no último ano, 12,7% delas recorreram a essas substâncias, em comparação com 7,6% dos homens.

Amplamente prescritos para tratar ansiedade e insônia, os benzodiazepínicos apresentam riscos quando utilizados sem acompanhamento médico, incluindo dependência e efeitos adversos no longo prazo.

O projeto Saúde Pública tem apoio da Umane, associação civil que tem como objetivo auxiliar iniciativas voltadas à promoção da saúde.