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- Por Patrícia Pasquini | Folhapress
- 15 Jan 2025
- 08:18h
Foto: Breno Esaki / Agência Saúde
Pesquisadores de diversos países, inclusive do Brasil, defendem uma reformulação no diagnóstico da obesidade. Segundo eles, o IMC (índice de massa corporal) não é confiável se for o único parâmetro para definir a doença. A métrica não é uma medida direta de gordura, não reflete sua distribuição ao redor do corpo e nem fornece informações sobre saúde e doença no nível individual, dizem.
A recomendação dos especialistas é que o método seja usado apenas como uma medida substituta de risco à saúde em nível populacional, para estudos epidemiológicos ou fins de triagem. Atualmente, são considerados com sobrepeso aqueles que têm IMC igual ou maior do que 25. Trata-se de obesidade qual o índice é igual ou acima de 30.
Na nova abordagem, além do IMC, deve-se considerar a análise do acúmulo de gordura corporal e componentes clínicos.
O assunto deu origem a um artigo da Comissão sobre Obesidade Clínica, publicado nesta terça (14), na revista The Lancet Diabetes & Endocrinology.
A Comissão envolveu 58 representantes globais de especialidades como endocrinologia, medicina interna, cirurgia, biologia, nutrição e saúde pública, além de pessoas com obesidade. A discussão é endossada por 75 organizações médicas ao redor do mundo.
Para a análise de medição de gordura corporal e sua distribuição pelo corpo, a comissão recomenda um dos métodos abaixo:
Pelo menos uma medição do tamanho corporal (circunferência da cintura, relação cintura-quadril ou cintura-altura) em complemento ao IMC; Ao menos duas medições do tamanho corporal, independentemente do IMC; Medição direta da gordura corporal (por meio de densitometria óssea ou Dexa), independentemente do IMC; Em pessoas com IMC muito alto --por exemplo, maior que 40--, pode-se presumir a presença de adiposidade. Além disso, o grupo também propõe um novo modelo de diagnóstico de doenças relacionadas à obesidade, em que são utilizadas duas categorias: pré-clínica e clínica.
"Agora, obesidade é definida como o tamanho da pessoa. E o que nós fizemos foi defini-la como doença crônica e progressiva, com sinais e sintomas pertinentes", diz Ricardo Cohen, coautor da publicação, chefe do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e presidente mundial da IFSO (Federação Internacional de Cirurgia da Obesidade e Distúrbios Metabólicos).
" E obesidade pré-clínica é aquela que não tem os sinais e sintomas. Apesar do IMC mais alto, do excesso de adiposidade, o paciente simplesmente tem um fator de risco [relacionado] à sua doença. E isso faz com que as estratégias para ele mudem. Quem tem obesidade clínica tem que ser tratado imediatamente. Quem tem a pré-clínica precisa passar por estratégias de prevenção, dependendo do seu risco", afirma Cohen.
Os autores estabelecem 18 critérios de diagnóstico para obesidade clínica em adultos e 13 para crianças e adolescentes (vide abaixo).
Segundo Cohen, a nova metodologia é aplicável em qualquer lugar do mundo, mas os fatores de risco podem ser diferentes a depender da região. "Cada risco dos pacientes, na obesidade pré-clínica, por exemplo, difere de quem mora no Brasil e na Índia. A medicina hoje é de precisão, individualizada", declara o pesquisador.
"A comissão global oferece um diagnóstico mais refinado e preciso do que significa viver com obesidade. Essa distinção é crucial, pois reconhece que nem todas as pessoas com excesso de gordura corporal possuem uma doença instalada no momento do diagnóstico. No entanto, muitas estão em risco e necessitam de acompanhamento adequado."
O que dizem os especialistas
Para Paulo Augusto Carvalho Miranda, coordenador da Comissão Internacional da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), a junção de medidas antropométricas com uma análise clínica individualizada humaniza mais o diagnóstico e facilita a implantação de melhores protocolos de tratamento e de alocação de recursos.
"Esse é um documento internacional. Acho que o papel dos especialistas e das entidades governamentais do país seria se debruçar sobre esse tema e discutir mais profundamente para que possamos fazer um documento nacional que se adapte às nossas condições de recurso", afirma o endocrinologista.
Na opinião de Cynthia Valério, diretora da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), a nova abordagem é um avanço.
"Contar apenas com o IMC para definir pessoas com obesidade é insuficiente e com limitações. Você deixa de tratar muitas pessoas e acaba tratando aquelas que não têm tanta indicação assim", diz a médica.
Sobre os critérios para a definição de obesidade, a especialista propõe que sejam revistos e aprimorados.
"Algumas das definições são mais subjetivas ou, em alguns casos, insuficientes e que vão depender da avaliação clínica. E isso tem a ver também com a visão do médico em relação ao paciente. Enfim, não são critérios tão objetivos", declara Valério.
IMC
A fórmula para medir o IMC nasceu graças ao matemático, astrônomo e estatístico belga Lambert Adolphe Quetelet, em 1832. Seu interesse não era em obesidade. Quetelet queria entender como as tendências probabilísticas se refletiam nas populações humanas e começou a estudar a relação entre altura e peso. A métrica foi adotada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) nos anos 1970.
Para calculá-lo, basta dividir o peso pela altura ao quadrado. Segundo a Abeso, o resultado pode ser classificado da seguinte forma:
Abaixo do normal: menor ou igual a 18,5 kg/m²
Normal: entre 18,6 e 24,9 kg/m²
Sobrepeso: de 25 a 29,9 kg/m²
Obesidade grau 1: 30 a 34,9 kg/m²
Obesidade grau 2: 35 a 39,9 kg/m²
Obesidade grau 3: maior ou igual a 40 kg/m²
Critérios de diagnóstico para obesidade clínica segundo nova publicação
ADULTOS
Sinais de aumento da pressão intracraniana, como perda de visão e/ou dores de cabeça recorrentes;
Apneia/hipopneia durante o sono;
Falta de ar e/ou chiado;
Insuficiência cardíaca;
Fibrilação atrial crônica;
Hipertensão arterial pulmonar;
Fadiga crônica;
Trombose venosa profunda recorrente e/ou doença tromboembólica pulmonar;
Aumento da pressão arterial;
Altos níveis de triglicerídeos e baixos níveis de colesterol HDL;
Esteatose hepática não alcoólica;
Microalbuminúria com redução da TFG (taxa de filtração glomerular);
Incontinência urinária recorrente/crônica;
Ausência de ovulação, alteração do ciclo menstrual e síndrome dos ovários policísticos;
Hipogonadismo masculino;
Dor crônica e intensa no joelho ou quadril associada à rigidez articular e redução da amplitude de movimento articular;
Linfedema nos membros inferiores causando dor crônica e/ou redução da amplitude de movimento;
Limitações das atividades do dia a dia.
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Perda de visão e/ou dores de cabeça recorrentes;
Apneias/hipopneias durante o sono devido ao aumento da resistência das vias aéreas superiores;
Falta de ar e/ou chiado;
Aumento da pressão arterial;
Conjunto de hiperglicemia/intolerância à glicose com perfil lipídico anormal (níveis elevados de triglicerídeos ou colesterol LDL alto ou colesterol HDL baixo);
Aumento das enzimas hepáticas devido à doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica microalbuminúria tenal;
Incontinência urinária recorrente/crônica;
Síndrome dos ovários policísticos;
Dor recorrente/crônica ou tropeçar/cair devido a pé plano ou mau alinhamento das pernas;
Dor recorrente/crônica ou limitação de mobilidade devido adistúrbio assimétrico da tíbia que causa deformidade;
Dor aguda e/ou recorrente/crônica, ou limitação de mobilidade, ou tropeçar/cair devido a epífise capital femoral escorregada;
Limitações das atividades do dia a dia.
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- Bahia Notícias
- 13 Jan 2025
- 18:29h
Foto: Reprodução/Youtube
Um empresário, que comanda uma agência de turismo e apresenta um programa de televisão, é investigados pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por golpes envolvendo pacotes turísticos para Cidade do Cabo, na África do Sul.
Duas vítimas compraram reservas em hotéis que não eram feitas pelo autor do crime, que não foi identificado, e passeios a sáfaris. Elas registraram ocorrência na 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina) denunciando o estelionato.
O empresário aparentava credibilidade por gerir uma agência de turismo no Rio de Janeiro e apresentar um programa sobre viagens “autênticas e acessíveis”.
As vítimas desembolsaram cerca de R$ 3,3 mil que cobririam a estadia e o passeio, prometidos no pacote turístico. No entanto, quando chegaram à Cidade do Cabo, a reserva no hotel havia sido cancelada há três dias pela mesma pessoa que fez o pedido.
Da mesma forma, as reservas para o passeio no famoso Áquila Safaria foram canceladas e os turistas não conseguiram vagas para o passeio, que já estava com a agenda completa.
O estelionatário afirmou que as vítimas seriam reembolsadas, o que não foi cumprido. As informações são do site Metrópoles.
- Bahia Notícias
- 07 Jan 2025
- 16:20h
Foto: Divulgação/Bahia Notícias
Em viagem aos Estados Unidos (EUA), o opositor do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, o ex-candidato à presidência do país, Edmundo González Urrutia, divulgou vídeo direcionado à Força Armada Nacional Bolivariana da Venezuela, na noite deste domingo (5), pedindo que os militares garantam a posse dele próprio no dia 10 de janeiro, tomando medidas contra o governo de Nicolás Maduro.
“Em 10 de janeiro, por vontade soberana do povo venezuelano, eu devo assumir o cargo de comandante chefe com a responsabilidade de proteger nossas famílias e dirigir nossos esforços até um futuro de bem-estar e prosperidade para todos os venezuelanos. Nossa Força Armada Nacional está chamada a ser a garantia da soberania e do respeito à vontade popular”, afirmou González, que sustenta ser o vencedor da eleição presidencial do dia 28 de junho de 2024.
Em resposta, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Sobrino López, divulgou comunicado nesta segunda-feira (6) afirmando que a mensagem de González é “ridícula”.
“Rejeitamos, categórica e veementemente, este ato palhaço e bufão de politicagem desprezível que não terá o menor impacto na robusta consciência patriótica e revolucionária das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, que, em perfeita fusão popular-militar-policial, defenderão com todas as forças a Constituição”, afirmou López, ressaltando que os militares reconhecem a vitória de Maduro na última eleição presidencial.
Antes da posse do presidente Nicolás Maduro para o terceiro mandato 2025-2031, prevista para esta sexta-feira (10), o opositor Edmundo González visitou países que o apoiam. Neste fim de semana, González foi recebido pelos presidentes da Argentina, Javier Milei, e do Uruguai, Luis Lacalle Pou.
Segundo a Agência Brasil, ele também conversou por videoconferência com o presidente do Paraguai, Santiago Peña.
Nesta segunda-feira (6), Edmundo se reuniu com o presidente dos EUA, Joe Biden, e afirmou estar em contato com o presidente eleito Donald Trump, informou a Reuters.
Enquanto Edmundo tenta mobilizar apoio internacional contra a posse de Maduro, o governo da Venezuela afirmou que ele será preso caso entre no país. Inicialmente exilado na Espanha, o candidato opositor que disputou as eleições contra Maduro promete voltar ao país para o dia 10 de janeiro.
- Por Folhapress
- 05 Jan 2025
- 11:25h
Foto: Reprodução/Bahia Notícias
O governo do presidente americano Joe Biden aprovou uma venda de armas de cerca de US$ 8 bilhões (R$ 49,2 bilhões) para Israel, anunciou o Departamento de Estado dos EUA neste sábado (4). O pacote inclui munições de defesa antiaérea.
A exportação -que deve ser aprovada pelo Congresso- foi acordada poucos dias antes da posse do presidente eleito Donald Trump, também um forte aliado de Tel Aviv na guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza.
Com a venda às vésperas de deixar o cargo, Biden ignora a pressão das organizações de direitos humanos e dos legisladores democratas que se opunham a fornecer armamentos a Israel.
"O presidente deixou claro que Israel tem o direito de defender seus cidadãos, de acordo com a lei internacional e o direito internacional humanitário, e de impedir a agressão do Irã e de suas organizações aliadas", disse o governo americano.
Ataques militares atribuídos a Tel Aviv na Faixa de Gaza mataram pelo menos 70 pessoas desde sexta-feira (3), disseram médicos palestinos.
Entre os mortos, ao menos 17 foram vítimas de ataques aéreos em duas casas na Cidade de Gaza. O primeiro ataque destruiu completamente o imóvel.
"Por volta das 2h fomos acordados pelo som de uma enorme explosão", disse Ahmed Ayyan, um vizinho do imóvel, afirmando que 14 ou 15 pessoas estavam na casa.
"A maioria delas são mulheres e crianças, todos são civis, não há ninguém lá que tenha disparado mísseis ou que seja da resistência", Ayyan disse à Reuters.
Outro ataque a uma casa na Cidade de Gaza matou cinco pessoas mais tarde deste sábado, de acordo com o Serviço de Emergência Civil Palestino. A estimativa é que ao menos outras 10 estejam presas sob os escombros.
O Exército israelense não comentou os ataques.
O aumento nas operações israelenses e no número de palestinos mortos ocorre durante uma nova tentativa de cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas e na devolução de reféns israelenses antes que Trump assuma o cargo.
Representantes de Israel foram enviados para retomar as negociações em Doha, mediadas pelo Catar e pelo Egito. A administração de Biden, que está ajudando a mediar as negociações, pediu ao Hamas na nesta sexta que aceite um acordo.
O Hamas disse que estava comprometido em chegar a um acordo, mas não estava claro quão próximas as duas partes estavam.
O grupo terrorista divulgou um vídeo neste sábado mostrando a refém israelense Liri Albag pedindo que o país faça mais para garantir a libertação. Ela disse que suas vidas estavam em perigo devido à ação militar em andamento em Gaza.
A família de Albag disse que o vídeo "partiu os corações em pedaços". "Esta não é a filha e irmã que conhecemos. Seu grave sofrimento psicológico é evidente", disse um comunicado da família, pedindo ao governo israelense e aos líderes mundiais que não percam a oportunidade de trazer todos os reféns de volta com vida.
Não houve comentário imediato por parte das forças de Israel, que no passado chamou tais vídeos de "guerra psicológica" pelo Hamas.
A ação militar de Israel foi uma resposta aos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023, no qual integrantes do grupo invadiram comunidades fronteiriças de Gaza, matando cerca de 1.200 pessoas e capturando cerca de 250 reféns.
- Por Julia Chaib | Folhapress
- 04 Jan 2025
- 14:10h
Foto: Shealah Craighead / Casa Branca
Apoiado por Donald Trump, o republicano Mike Johnson foi reeleito presidente da Câmara dos Estados Unidos, nesta sexta-feira (3), após enfrentar resistências em seu partido e quase perder a primeira votação na Casa. Ele foi declarado vencedor somente depois que o presidente eleito ligou e convenceu os correligionários a mudarem de ideia para apoiarem seu aliado.
No primeiro discurso após a vitória, Johnson afirmou que vai trabalhar para aprovar a agenda prometida pelo presidente eleito na campanha. O deputado apontou a defesa das fronteiras como sua prioridade número um à frente da Casa.
"Em coordenação com o presidente Trump, este Congresso dará aos nossos agentes de fronteira e imigração os recursos de que precisam para fazer o seu trabalho," disse. "Vamos deportar imigrantes ilegais perigosos e criminosos e, finalmente, terminar de construir o muro na fronteira."
Johnson ainda disse que atuará para cortar impostos e rever políticas implementadas pelo atual presidente, Joe Biden, que incentivam a energia limpa. Segundo ele, os EUA devem investir em outras frentes, incluindo no setor de combustíveis fósseis.
O discurso ocorreu no mesmo dia em que o 119º Congresso dos EUA tomou posse. Eleito junto com Trump no dia 5 de novembro de 2024, os republicanos têm maioria nas duas Casas do Legislativo.
Na Câmara, são 219 deputados republicanos, só um a mais do que o necessário para a maioria de 218 membros —o partido saiu das eleições com 220 deputados eleitos, mas um deles, Matt Gaetz, renunciou após ser nomeado secretário da Justiça por Trump.
Mike Johnson conquistou 218 dos 434 votos dos deputados após tensão. Ele teve de virar dois votos de congressistas do próprio partido, que em um primeiro momento tinham votado contra ele. Além disso, seis deputados demoraram para votar, em um sinal de resistência a Johnson.
Esses parlamentares fazem parte de uma ala mais à direita do partido, chamada "Freedom Caucus" (Caucus da Liberdade), e divulgaram uma carta dizendo que o grupo "tem reservas" em relação a Jonhson e só votaram nele devido ao "firme apoio" a Trump.
Caso a Câmara não conseguisse eleger um presidente nesta sexta, a certificação da vitória de Trump —em que o Congresso conta e valida os votos do Colégio Eleitoral— teria de ser adiada. Em 2023, a Casa demorou vários dias para eleger seu líder.
Além dos que demoraram para votar na primeira rodada, os republicanos Keith Self, do Texas, e Ralph Norman, da Carolina do Sul, votaram contra Johnson. Dez minutos depois, os dois mudaram de ideia e alteraram a posição. Os dois que voltaram atrás no voto afirmaram que receberam ligações de Trump pedindo que votassem a favor de Jonhson.
Em entrevistas, Norman disse que o presidente eleito da República perguntou a ele o que seria necessário para um acordo para votar pelo republicano.
"Eu disse, ‘Senhor Presidente, nós só queremos que Mike Johnson te apoie para que você possa fazer o seu acordo; para que você consiga tudo o que quer. Ele disse, ‘Eu entendo. Mike é o único que pode ser eleito'", disse ao New York Times.
O único que se manteve contra a reeleição do deputado foi Thomas Massie, de Kentucky. Outros 215 votaram no democrata Hakeem Jeffries. O resultado na Câmara mostra como a maioria na Casa é apertada e que poderá ser um desafio para Johnson conseguir aprovar projetos de interesse de Trump com grande facilidade.
Ainda assim, Johnson reforçou as prioridades do presidente eleito. "Eu liderarei os republicanos da Câmara para reduzir o tamanho e o alcance do governo federal, responsabilizar a burocracia e levar os Estados Unidos a uma trajetória fiscal mais sustentável", afirmou Johnson.
Johnson ainda afirmou que criou um grupo para atuar junto com Elon Musk e Vivek Ramaswamy no departamento que será responsável por propor corte de gastos e enxugamento do governo.
Ele também minimizou as divergências no partido. "Não diz nada, é parte do processo", afirmou ao ser questionado antes da votação.
Em um post nas redes sociais, Trump comemorou a eleição de Johnson. "Mike será um grande presidente da Câmara, e nosso país será o beneficiário," escreveu Trump.
Já no Senado, os republicanos têm 52 senadores contra 45 dos democratas, além de dois independentes que votam com a oposição.O senador Marco Rubio também foi eleito, mas renunciou para assumir como o Secretário de Estado de Trump.
Entre os senadores, o republicano John Thune, que lidera o partido, foi eleito o líder da maioria. O presidente do Senado é, segundo a Constituição, o vice-presidente da República, neste caso JD Vance, eleito com Trump, mas ele só vota em casos de empate e participa de cerimônias simbólicas. Na prática, quem definirá a pauta será Thune.
Nesta sexta, coube à vice-presidente Kamala Harris, derrotada para Trump, conduzir o juramento do novo Senado. Ela ficou frente a frente com Vance, que é senador, mas abrirá mão do cargo para assumir ao lado de Trump na Casa Branca.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, junto com a vitória republicana, o controle do Legislativo por homens brancos mais velhos se aprofundou: considerando o número total de 435 deputados na Câmara dos Representantes e 100 membros do Senado, 74% do Congresso americano agora é composto por pessoas brancas.
Isso representa um ligeiro aumento em comparação com a composição das Casas em 2023 e 2024 —eram 383, e agora são 393, de acordo com uma pesquisa da Universidade Rutgers, de Nova Jersey, e com dados oficiais
- Por Folhapress
- 03 Jan 2025
- 11:40h
Foto: Reprodução/Bahia Notícias
O presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, disse a apoiadores em carta divulgada nesta quinta-feira (2) que vai "lutar até o fim" após a Justiça do país aprovar um mandado de prisão contra ele.
Investigadores solicitaram a captura depois que Yoon, afastado pelo Parlamento em razão de uma tentativa de autogolpe, recusou-se a prestar depoimento sobre o decreto de lei marcial que desencadeou a crise.
O CIO (Escritório de Investigação de Corrupção para Autoridades de Alto Escalão) disse que as autoridades vão prender Yoon até a próxima segunda (6), mas não está claro se os agentes responsáveis por sua segurança, que já impediram o cumprimento de um mandado de busca, tentarão impedir a ação. O caso não tem precedentes e aprofunda a crise política pela qual atravessa a Coreia do Sul.
Na carta, Yoon se dirige aos apoiadores reunidos em frente à residência oficial. "Lutarei até o fim para proteger esse país junto de vocês", escreveu. "Estou assistindo tudo ao vivo e vejo o trabalho duro que vocês estão fazendo."
Com a aprovação do impeachment na Assembleia Nacional, em 14 de dezembro, o ministro das Finanças, Choi Sang-mok, assumiu o cargo de presidente interino. Yoon foi afastado do cargo, mas tecnicamente ainda é presidente da Coreia do Sul até o Tribunal Constitucional decidir se chancela ou revoga a medida do Parlamento.
Ao longo da semana, manifestantes contrários a Yoon organizaram protestos nas ruas da capital, Seul, contra o presidente afastado, pedindo sua prisão.
Yoon Kab-keun, advogado do presidente afastado, disse que o mandado é ilegal porque o CIO não teria autoridade, de acordo com a Constituição sul-coreana, para determinar a prisão.
Nesta quinta, o advogado disse que policiais poderiam ser presos pelo serviço de segurança presidencial se tentassem deter Yoon a mando do CIO. Segundo ele, a autoridade do órgão se limita ao controle de multidões e à manutenção da ordem pública.
O Tribunal Constitucional deve realizar a segunda audiência para julgar o impeachment nesta sexta (3). Se o tribunal confirmar o remoção de Yoon da Presidência, uma nova eleição será convocada para até 60 dias.
Caso sejam declarados culpados, Yoon e vários de seus colaboradores podem ser condenados à prisão perpétua ou mesmo pena de morte. Por ora, o presidente afastado está proibido de viajar ao exterior.
No começo de dezembro, Yoon anunciou em um discurso na televisão a imposição de uma lei marcial pela primeira vez no país desde a instauração da democracia, na década de 1980. Em seguida, ordenou o envio de soldados à Assembleia Nacional.
Um relatório divulgado pela Promotoria do país informou que Yoon disse ao chefe do comando de Defesa de Seul, Lee Jin-woo, que as forças militares poderiam disparar, caso necessário, para entrar no Parlamento.
"Eles [militares] ainda não entraram? O que estão fazendo? Arrombe a porta e tire-os [parlamentares] de lá, mesmo que seja atirando neles", teria dito Yoon a Lee, de acordo com o documento.
Apesar da presença de militares, deputados da oposição conseguiram entrar no Parlamento e votar contra a lei. Após várias horas de tensão, com protestos nas ruas, o presidente recuou da medida.
O caos que se instaurou no país após o decreto causou preocupação quanto à estabilidade da região, especialmente no momento em que Donald Trump se prepara para voltar à Casa Branca. Em seu primeiro mandato, o republicano se encontrou com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, em três ocasiões.
A relação entre as duas nações, tecnicamente em guerra desde o armistício que suspendeu a Guerra da Coreia na década de 1950, costuma ser alvo de atenção global e foi usada como justificativa para a lei marcial. Em meio a uma disputa com a oposição pelo orçamento, Yoon defendeu o decreto como uma forma de proteger o país da "ameaça das forças comunistas da Coreia do Norte".
A crise política sul-coreana se aprofundou na sexta com o impeachment de Han Duck-soo, premiê que ocupava a chefia do Executivo de forma interina, apenas duas semanas após a destituição de Yoon.
O estopim para o novo capítulo da crise foi a recusa de Han em nomear os três juízes que preencheriam as vagas do Tribunal Constitucional necessárias para concluir o processo de destituição do antecessor. O líder interino argumentou que não havia consenso para a escolha, o que lhe rendeu acusações de "agir em prol da insurreição" iniciada por Yoon.
- Por Folhapress
- 31 Dez 2024
- 17:17h
Foto: Reprodução / Getty Images
Um tribunal federal ratificou, nesta segunda-feira (30), o veredicto de um júri que determinou ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, o pagamento de US$ 5 milhões (R$ 30,9 milhões) no caso em que o republicano é acusado de abuso sexual e difamação da escritora E. Jean Carroll.
O 2º Tribunal de Apelações dos EUA rejeitou de forma unânime o argumento apresentado pela equipe de Trump de que o julgamento e o veredicto foram injustos porque o juiz não deveria ter permitido o depoimento de duas mulheres que afirmaram terem sofrido abusos sexuais por parte dele.
O júri de Nova York concluiu em maio do ano passado, após um julgamento de nove dias, que o presidente eleito abusou sexualmente de Carroll em uma loja de Manhattan em 1996.
O caso ocorreu por volta de 1996 em um provador da loja de departamentos Bergdorf Goodman, em Manhattan, onde Carroll, agora com 81 anos, disse que Trump a estuprou. O líder republicano diz que as acusações não passam de farsas.
Um júri federal considerou Trump responsável por abuso sexual e difamação da escritora E. Jean Carroll, mas não por estupro. Ainda assim, o juiz que supervisionou o processo afirmou depois que, devido à estreita definição legal de estupro de Nova York, o veredicto do júri não significava que Carroll havia "falhado em provar que o Trump a 'estuprou'".
O júri decidiu ainda que Trump deve pagar US$ 5 milhões a Carroll pelos danos causados, sendo que US$ 2 milhões por agressão sexual e US$ 3 milhões por difamação.
O republicano recorreu da decisão, argumentando que os depoimentos de duas mulheres que afirmaram terem sofrido abusos sexuais por parte dele eram inválidos.
No entanto, o painel de juízes discordou. "Concluímos que o senhor Trump não demonstrou que o tribunal de distrito cometeu erros em nenhuma das decisões contestadas."
O tribunal afirmou que as evidências, incluindo Trump se gabando de sua proeza sexual em um vídeo do "Access Hollywood" que surgiu durante a campanha presidencial dos EUA em 2016, estabeleceram um "padrão de conduta repetido e idiossincrático" consistente com as alegações de Carroll.
"Além disso, ele não cumpriu sua obrigação de demonstrar que qualquer erro ou combinação de erros reivindicados afetaram seus direitos fundamentais, como exigido para justificar um novo julgamento."
Um júri diferente ordenou em junho de 2019 que Trump pagasse a Carroll US$ 83,3 milhões por difamá-la e danificar sua reputação. Mas o republicano recorreu e conseguiu diminuir a pena.
Trump afirma que não conhecia Carroll, que a mulher "não era seu tipo", e que ela fabricou a acusação de estupro para promover seu livro de memórias.
Colunista da revista de moda Elle por 26 anos, Carroll trouxe o caso à tona em 2019, quando a New York Magazine publicou um trecho de seu livro. Na sua versão, ela se encontrou casualmente com Trump na loja Bergdorf Goodman da Quinta Avenida, em Nova York, e ele a teria empurrado contra a parede e estuprado no vestiário da loja.
Naquela época, Trump era um proeminente promotor imobiliário, e ela, uma conhecida jornalista e apresentadora de televisão.
Steven Cheung, porta-voz de Trump, disse em um comunicado que os americanos "exigem um fim imediato à politização do nosso sistema de justiça e uma rápida rejeição de todas as caças às bruxas, incluindo a Farsa Carroll financiada pelos democratas, que continuará a ser apelada."
- Bahia Notícias
- 30 Dez 2024
- 13:38h
Foto: Divulgação / X / The Carter Center
Morreu, na tarde deste domingo (29), aos 100 anos, Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos entre os anos de 1977 e 1981. A informação foi divulgada por seu filho ao jornal americano "The Washington Post".
Jimmy era filiado ao Partido Democrata, foi senador e governador do estado da Geórgia antes de chegar à presidência, que foi marcada por uma grave crise econômica e esforços de paz em todo o mundo.
Foi sob o seu governo que que a disputa diplomática com o Irã implodiu, resultando no sequestro de 52 norte-americanos na embaixada de Teerã, em 1979. Os reféns só foram soltos 444 dias depois, já na gestão do presidente Reagan, e o caso manchou a reputação de Carter, criticado por lidar de forma desastrosa com o evento.
Ele continuou atuando politicamente por meio da Fundação Carter, criada por ele em 1982, e organizou missões diplomáticas pelo mundo. O político ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2002 pela promoção de soluções pacíficas em conflitos internacionais.
Junto de sua esposa, Rosalynn, Jimmy teve quatro filhos.
- Por Folhapress via Bahia Notícias
- 29 Dez 2024
- 08:17h
Foto: Reprodução / X
Um avião que transportava 175 passageiros e 6 tripulantes saiu da pista, bateu contra um muro e explodiu no Aeroporto Internacional de Muan, no sudoeste da Coreia do Sul, na noite deste sábado (28), já manhã de domingo no horário local.
De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, apenas duas pessoas sobreviveram. Todos os outros a bordo foram presumidos mortos pelos bombeiros.
A aeronave, um Boeing 737-800, decolou de Bancoc, na Tailândia, com destino a Muan. Na lista de passageiros do voo 2216 aparecem 173 pessoas de nacionalidade sul-coreana e dois tailandeses.
A Coreia do Sul cancelou todos os voos domésticos e internacionais que tinham como origem ou destino o terminal envolvido no acidente.
O acidente aconteceu às 9h07 no horário local (21h07 no horário de Brasília). Segundo a polícia e os bombeiros, o avião, operado pela companhia aérea Jeju Air, tentava pousar em Muan, localizado a 288 km de Seul.
Uma apuração preliminar indicou que o acidente foi causado por "contato com pássaros, o que resultou em uma falha no trem de pouso" enquanto o avião tentava aterrissar.
Em vídeo compartilhado pela imprensa sul-coreana, é possível ver a aeronave derrapando pela pista, aparentemente sem o trem de pouso acionado, antes de se chocar contra uma parede do terminal, o que resultou na explosão.
Equipes de emergência trabalhavam para resgatar passageiros pela cauda da aeronave, informou a Yonhap. Ainda segundo a agência, autoridades tinham conseguido apagar o incêndio. Também iniciaram uma investigação para determinar as causas do acidente.
Uma imagem mostra a parte traseira do avião em chamas no que parece ser a lateral da pista, com bombeiros e veículos de emergência próximos aos destroços da aeronave. Outras fotos mostraram fumaça e fogo em pedaços do avião.
O presidente em exercício da Coreia do Sul, Choi Sung-mok, exigiu que todos os esforços se concentrem no resgate às vítimas, informou seu gabinete. Choi foi nomeado líder interino do país em meio à crise política após o impeachment de Yoon Suk Yeol, que tentou dar um autogolpe no último dia 3.
- Por Igor Gielow | Bahia Notícias
- 26 Dez 2024
- 18:30h
Foto: Reprodução / AFP
O jato comercial da Embraer que caiu no Cazaquistão nesta quarta (25) pode ter sido vítima da defesa antiaérea da Rússia. As condições da rota, relatos de passageiros e imagens de dentro e de fora da aeronave sugerem que ela foi atingida por estilhaços de um míssil ou de um drone interceptado.
Até aqui, as autoridades são evasivas. Inicialmente, tanto o órgão regulador da Rússia, destino do voo da Azerbaijan Airlines, quanto do Azerbaijão falaram que o avião havia sido atingido por um bando de pássaros.
A versão desapareceu ao longo da tarde (manhã no Brasil), e os azeris falaram na "explosão de um balão" dentro do E-190, algo que não faz sentido ao pé da letra.
Três indícios sugerem que o avião foi atingido antes de cair. Primeiro, sua rota: ele ia de Baku para Grozni, a capital da Tchetchênia, voando pela costa do mar Cáspio a norte e fazendo uma curva à esquerda, entrando pela república russa do Daguestão, sobrevoando sua capital, Makhachkala.
Segundo sites de monitoramento de voo, a rota não mudou na última semana, sendo cumprida em média em uma hora. Nesta manhã, havia registro de ataques de drones ucranianos em toda a região, como as vizinhas Inguchétia e Ossétia do Norte.
Makhachkala teve seu aeroporto, o único da rota, fechado nesta manhã devido aos drones. O que foi possível observar por sites de monitoramento foi o desaparecimento do avião antes de chegar a Grozni, reaparecendo do outro lado do mar Cáspio, em Aktau (Cazaquistão).
Lá, vídeos de moradores mostram o avião alternando descidas e subidas, com o trem de pouso baixado, como se tivesse dificuldade de controle. Ao fim, ele parece tentar fazer um pouso de emergência e explode no solo.
O que ocorreu de um momento ao outro é mistério até aqui, mas um vídeo gravado por um passageiro dentro da aeronave dá mais uma pista. Ele mostra o que parecem ser danos internos na altura dos bagageiros do E-190, com ao menos dois sistemas de oxigênio com as máscaras penduradas. Um painel na parede da cabine também está danificado.
Relatos de sobreviventes dizem que o avião tentou pousar, presumivelmente em Grozni, mais de uma vez, quando ouve uma explosão do lado externo da aeronave. Segundo a mídia russa, a administração do aeroporto tchetcheno disse que havia dificuldades na hora do pouso devido a uma forte neblina.
Mas a evidência mais relevante veio após o desastre, com imagens de seções da fuselagem do avião. Nelas, é possível ver claramente furos compatíveis com estilhaços típicos de explosão de mísseis antiaéreos.
A Folha de S.Paulo ouviu dois analistas militares russos que viram as imagens e concordam com a avaliação.
Grozni é defendida, segundo analistas militares russos, por sistemas de curto alcance Pantsir-S1, calibrados para atacar drones. A bateria dispara mísseis que não atingem seus alvos, mas sim explodem a uma certa distância e lançam uma nuvem de fragmentos para otimizar a chance de acertar o inimigo.
Se foi isso que ocorreu, restará saber se algum sistema antiaéreo russo estava em ação contra drones. Neste caso, o míssil pode tanto ter atingido um drone e o E-190 quanto pode ter havido algum engano por parte de operadores.
A autoridade de aviação do Azerbaijão iniciou uma apuração e cancelou todos os voos no norte do Cáucaso até segundo ordem.
O episódio, que precisa ser apurado para sair do campo das especulações, lembra à distância o famoso caso do voo da Malaysia Airlines que foi abatido sobre o leste da Ucrânia em 2014, matando 298 pessoas.
Ali, ficou estabelecido por uma investigação internacional que um míssil antiaéreo do sistema russo Buk atingiu o avião, provavelmente por engano de seus operadores. A bateria estava na região então dominada pelos separatistas pró-Moscou que iniciavam a guerra civil que, em última instância, deu à luz a invasão total de Vladimir Putin contra o vizinho em 2022.
Os russos negam responsabilidade sobre o episódio e dizem que foi um míssil de Kiev, que também operava o mesmo sistema, que derrubou o Boeing-777.
- Por Victor Lacombe | Folhapress
- 14 Dez 2024
- 08:50h
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Depois de uma tentativa fracassada no último dia 7, o Parlamento da Coreia do Sul obteve apoio necessário e votou neste sábado (14) pela destituição do presidente Yoon Suk Yeol, 11 dias depois da tentativa de autogolpe promovida por ele com a decretação de lei marcial.
O impeachment foi aprovado por 204 votos a favor e 85 contra -- era necessário o aval de dois terços da Assembleia Nacional, ou 200 dos 300 assentos. Três congressistas se abstiveram e outros oito votaram nulo.
Logo após o anúncio, Yoon veio a público afirmar que "não vai desistir" após a votação. "Estou frustrado que todos os esforços até agora serão em vão", disse ele em declarações feitas à TV coreana.
No último dia 7, a votação de impeachment tinha falhado depois de um boicote do PPP. Neste sábado, como já havia indicado o presidente da sigla à imprensa, o partido não inviabilizou o movimento da oposição.
Com o impeachment, o primeiro-ministro Han Duck-soo assume as funções presidenciais, conforme determina a Constituição sul-coreana. Caso a Corte Constitucional chancele a decisão do Legislativo, o que é provável, novas eleições para o cargo de chefe do Executivo precisam ser realizadas em até 60 dias.
Investigado pela polícia por insurreição e alvo de protestos por sua renúncia, a permanência de Yoon no cargo se tornou praticamente insustentável na quarta-feira (11), quando fez um discurso televisionado no qual subiu o tom contra a oposição.
Na ocasião, disse que a declaração de lei marcial classificada como autogolpe pela oposição foi necessária e questionou a lisura das eleições legislativas de abril deste ano, nas quais perdeu a maioria na Assembleia Nacional. Yoon reafirmou também que não renunciaria. A posição do presidente causou surpresa e indignação até entre aliados, pois no sábado anterior (7), horas antes da primeira votação de impeachment, ele pediu desculpas à nação e afirmou que havia sido movido pelo desespero ao recorrer à lei marcial, que restringe direitos políticos.
No segundo pronunciamento, em uma tentativa de justificar a declaração da lei, o presidente afirmou que "grupos criminosos" que paralisam o trabalho do Estado e desafiam o Estado de Direito devem ser combatidos e impedidos de chegar ao poder "a qualquer preço".
A investigação contra ele levou a polícia sul-coreana a tentar fazer uma operação de busca no gabinete presidencial na quarta (11), mas os agentes foram impedidos pela equipe de segurança de Yoon. Além disso, o ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun está preso desde o dia 8 --na última terça (10), ele tentou cometer suicídio na prisão.
Nos dias que se seguiram ao autogolpe frustrado, o líder da bancada governista no Legislativo, o deputado Choo Kyung-ho, havia dito que se esforçaria para tentar barrar um impeachment, mas que isso não significava concordância com a "lei marcial inconstitucional". Choo também teria pedido que Yoon deixasse o partido.
A declaração de lei marcial, na noite de 3 de dezembro, foi a primeira desde o fim da ditadura no país, em 1987. O texto suspendia atividades políticas e liberdades civis e levou militares às ruas de Seul, que chegaram a invadir o Parlamento, mas recuaram.
A medida foi rejeitada no Parlamento por unanimidade na madrugada de quarta (4), tarde de terça no Brasil, em uma votação sem participação de parlamentares governistas, que ademais também se manifestaram contra o expediente.
Ex-promotor de Justiça que se tornou estrela no país, Yoon Suk Yeol foi eleito em 2022 com uma plataforma conservadora no pleito mais apertado da história coreana. A vantagem em relação ao segundo colocado foi de apenas 0,73 ponto percentual.
Yoon liderava a equipe de investigação dos crimes que levaram ao afastamento da primeira mulher presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, presa e condenada em 2018 a 24 anos de prisão por uma série de violações envolvendo corrupção e abuso de poder. Libertada após um indulto presidencial em 31 de dezembro de 2021, tornou-se aliada de seu antigo algoz.
- Bahia Notícias
- 13 Dez 2024
- 18:01h
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Mark Zuckerberg, presidente e fundador da Meta, empresa dona das redes sociais Facebook e Instagram e do WhatsApp, doou 1 milhão de dólares (cerca de R$ 6 milhões) ao fundo de posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira (11) pelo jornal norte-americano Wall Street Journal. A contribuição ocorre apenas duas semanas após Zuckerberg jantar com o presidente eleito no resort de luxo que possui em Mar-a-lago, na Flórida. Durante o jantar, o milionário teria apresentado os óculos inteligentes desenvolvidos pela Meta ao futuro presidente.
O bilionário e o republicano já trocaram desavenças no passado, mas os ânimos parecem ter se acalmado passadas as eleições. Em 2021, após os ataques de apoiadores de Trump ao capitólio, as contas do então presidente foram banidas do Facebook e do Instagram. Trump, por sua vez, ameaçou retaliar Zuckerberg, este ano, caso ele “tentasse interferir nas eleições”.
O bilionário norte-americano é a terceira pessoa mais rica do mundo, segundo o ranking da Forbes, revista estadunidense de negócios e economia. O fundador do Facebook tem um patrimônio estimado de US$ 218,7 bilhões (1,32 trilhão de dólares), fruto de suas ações na empresa que fundou, ao lado do brasileiro Eduardo Saverin.
Zuckerberg, no entanto, não é o doador mais rico do futuro presidente. Durante as eleições estadunidenses deste ano, Trump se aliou ao homem mais rico do mundo, Elon Musk, para conseguir se eleger novamente. Ao todo, o bilionário sul-africano investiu mais de US$ 250 milhões (R$ 1,5 bilhão) na campanha do republicano.
- Por Matheus dos Santos | Folhapress
- 12 Dez 2024
- 14:27h
Foto: Reprodução / Agência Brasil
O governo de Tóquio, capital do Japão, anunciou no começo de dezembro (3) que planeja implementar uma semana de quatro dias de trabalho para funcionários públicos. A medida busca incentivar casais a terem filhos e está marcada para começar a partir de abril de 2025.
O país tem atravessado uma crise de natalidade. Segundo a agência de notícias Reuters, o número de nascimentos no Japão caiu pelo oitavo ano consecutivo e atingiu seu menor patamar em 2023.
Segundo o Japan Times, o anúncio foi feito pela governadora de Tóquio, Yuriko Koike, em discurso na Assembleia Metropolitana da cidade. "Continuaremos a revisar os estilos de trabalho de forma flexível para garantir que as mulheres não tenham de sacrificar suas carreiras devido ao nascimento ou criação de filhos."
O objetivo, segundo Koike, é criar "um futuro onde tanto homens quanto mulheres possam prosperar".
Hoje, os funcionários do governo metropolitano têm uma jornada de trabalho que permite um dia extra de folga a cada quatro semanas. A regra será revisada para permitir um dia fixo de folga por semana.
Outra medida anunciada foi a possibilidade de pais com filhos matriculados do primeiro ao terceiro ano do ensino fundamental poderem trocar parte de seus salários pela opção de sair mais cedo do trabalho.
"Agora é o momento para Tóquio tomar a iniciativa de proteger e melhorar as vidas, os meios de subsistência e a economia de nosso povo durante estes tempos desafiadores", afirmou Koike.
Em 2023, os nascimentos no Japão caíram 5,1% em relação ao ano anterior (foram pouco mais de 758 mil bebês). Os casamentos também diminuíram 5,9%, para aproximadamente 489,2 mil -a primeira vez em, ao menos 90 anos, que ficou abaixo de 500 mil.
O secretário-chefe do gabinete do país, Yoshimasa Hayashi, disse em fevereiro que a taxa de natalidade está em uma situação crítica. "Os próximos seis anos ou mais, até 2030, quando o número de jovens diminuirá rapidamente, serão a última chance de reverter a tendência", afirmou na ocasião.
O total de menores de 15 anos no Japão está em baixa recorde e representa 11,4% da população total, enquanto o número de pessoas com mais de 65 anos está em uma máxima recorde de 29,1%, segundo o Ministério de Assuntos Internos e Comunicação do país.
De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Pesquisa da População e da Seguridade Social, a população do Japão deve diminuir cerca de 30% para 87 milhões até 2070, com 4 em cada 10 pessoas tendo 65 anos ou mais.
No Brasil, idosos devem ser a maior parcela da população em 2070, com quase 4 de cada 10 brasileiros, segundo projeções do IBGE.
Há também um debate sobre o fim da escala 6x1, que propõe alterar a jornada dos trabalhadores. O tema virou alvo de uma proposta da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que busca alterar o artigo 7º da Constituição, inciso 13, que trata do tema.
A sugestão da parlamentar é adotar uma jornada de quatro dias semanais, seguindo o exemplo de alguns países do mundo e de algumas empresas no Brasil. Segundo especialistas, a medida pode gerar diminuição do estresse e da exaustão dos trabalhadores.
- Bahia Notícias
- 11 Dez 2024
- 14:45h
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Os rebeldes que tomaram o poder na Síria e depuseram o ditador Bashar al-Assad nomearam como primeiro-ministro interino do país Mohammad Al-Bashir, do Governo da Salvação, ligado ao maior grupo rebelde do país, o Hayat Tahrir al-Shaw (HTS). A nomeação foi anunciada pelo próprio Al-Bashir, durante um discurso televisionado nesta terça-feira (10)
Durante o período de três meses em que governará, Al-Bashir será responsável por supervisionar a transição para um novo governo. Até lá, ministros do antigo Governo da Salvação, bem como funcionários públicos da era de Bashar as-Assad, continuarão servindo no governo interino até 1º de março de 2025. Mohammad Al-Bashir, de 41 anos, é engenheiro e possui qualificações em inglês e na lei Sharla.
CONFLITO NA SÍRIA
O regime da família Assad na Síria caiu no último dia 8, após mais de 50 anos no poder. A queda ocorreu quando grupos rebeldes tomaram Damasco, a capital do país, forçando o ditador Bashar al-Assad a fugir para a Rússia, em busca de asilo.
A guerra civil no país surgiu em 2011, quando, durante a primavera árabe, o regime reprimiu uma uma revolta pró-democracia. Desde então, o país mergulhou em um conflito de grande escala e uma força rebelde foi formada. Além disso, o grupo terrorista Estado Islâmico conseguiu se firmar no país e chegou a obter o controle de 70% do território sírio.
Em 2020, um acordo de cessar-fogo foi assinado entre o governo sírio e os rebeldes. A partir deste momento, o conflito amainou-se. Ao todo, segundo estimativas da ONU, foram mortos mais de 300 mil civis na guerra.
- Por Folhapress
- 09 Dez 2024
- 15:45h
Foto: Reprodução/CNN
A extrema direita tem crescido na Alemanha e deve ser "normalizada'' nos próximos anos, analisam especialistas. O processo ocorre apesar das cicatrizes do passado nazista e das duras leis antifacistas do país.
O partido alemão de extrema-direita, a AfD (Alternativa para Alemanha), teve ganhos políticos significativos neste ano. Em junho, o foi o segundo mais votado nas eleições do Parlamento Europeu e colocou seus deputados em 15 assentos - um crescimento de quase 50% em relação a 2019.
O partido também ganhou em eleições estaduais. A AfD conquistou 32,8% dos votos no estado da Turíngia, no leste do país. Na Saxônia, estado vizinho e mais populoso, a sigla também se destacou, mas para o CDU (União Democrata-Cristã) de centro-direita.
Criada em 2013, a legenda sempre já foi investigada diversas vezes pela polícia alemã por seus posicionamentos. A AfD é conhecida por colocações extremistas, anti-imigração, anti-União Europeia, nacionalistas e, principalmente, que relativizam o regime nazista.
Na semana passada, por exemplo, a sigla protagonizou uma polêmica após usar um slogan nazista. O grupo do conselho municipal da AfD de Leuna colocou uma coroa de flores com a frase ''para os líderes, o povo e a pátria. Por quê?'' no cemitério da cidade. Ela foi removida após a repercussão.
Partidos de extrema-direita se tornaram populares em toda Europa nos últimos anos, mas o avanço na Alemanha chama atenção. ''O ressurgimento de um regime fascista em um país que iniciou duas guerras mundiais, com passado nazista, evidentemente chama atenção em qualquer circunstância'', entende Kai Enno Lehmann, professor de Relações Internacionais da USP.
"SERÁ NORMALIZADO"
''Em algum momento, a extrema-direita será normalizada'', diz Lehmann. Para o especialista, o processo de normalização da ultradireita já tem ocorrido em muitas nações, como na Itália e na Áustria. Segundo ele, o mesmo deve ocorrer nos próximos cinco anos na Alemanha.
Até o momento, o país tem um "pacto de exclusão" do partido. ''Os partidos tradicionais tentaram excluir completamente a AfD na última década, deixando claro que não teria um governo com eles e nem mesmo alianças, mas isso não adiantou'', argumenta o professor da USP.
Neste ponto, Lehmann avalia que será inevitável formar coalizões no parlamento com a AfD. De acordo com ele, a dificuldade daqui em diante será governar de forma estável, já que as legendas CDU, SPD (Partido Social Democrata) e o partido Verde não terão cadeiras suficientes no parlamento para formar um governo maioritário.
O pesquisador também enxerga possíveis alternativas para este cenário. Lehmann explica que haveria como montar uma coalizão de minoria e buscar maioria de proposta em proposta, de modo mais instável. Outra opção seria obrigar a AfD ''a assumir responsabilidades de governo e mostrar como esse partido é incapaz de abraçá-las''. ''Uma coisa é criticar, outra coisa é governar. É muito mais complexo'', fala.
INSATISFAÇÃO DA POPULAÇÃO JUSTIFICA ASCENÇÃO DA AFD
Roberto Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM, analisa que parte das pessoas desaprova os rumos do país. ''Vejo que a AfD já tem um espaço garantido dentro da política alemã, tem uma simpatia sobretudo de eleitores da antiga Alemanha Oriental, que é a população mais insatisfeita com os rumos da política e economia alemã atualmente.''
Eleitores veem na AfD uma saída para as condições atuais. Uebel constata que ''eles não se veem beneficiados por programas sociais e se sentem colocados de lado''. Além disso, esse eleitorado também enxerga a questão migratória, da União Europeia e da integração econômica regional como um ''inimigo do seu bem-estar''.
AfD se vende como uma solução para um ''sistema ineficaz para o cidadão comum'' em meio à crise econômica do país. ''Nos últimos 15 anos, para muitas pessoas o sistema não está funcionando. Não há avanços de qualidade de vida, reformas no sistema social e previdenciário'', fala o professor Lehmann.
"Essa ascensão da extrema-direita na Alemanha é um movimento relacionado aos movimentos globais de aumento da extrema-direita, mas também uma forma de protesto, de manifestação contrária às estruturas políticas, como aconteceu no mundo todo, nos Eua com Trump, na Argentina com Milei e no Brasil com Bolsonaro", disse Roberto Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM.
Apesar disso, Uebel diz ainda não ver o partido de extrema-direita ganhando locais estratégicos do país. ''Não o vejo com capacidade de formar maioria no parlamento alemão. Ele não tem uma proeminência nacional que faça com que ganhe o parlamento ou até a presidência do país'', fala.