OEA diz que referendo de Maduro é ilegal; Conselho de Segurança da ONU vai discutir conflito entre Venezuela e Guiana

  • Por Edu Mota, de Brasília/Bahia Notícias
  • 08 Dez 2023
  • 17:24h

Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil

Uma semana depois de a Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia, ter determinado que a Venezuela se abstenha de tentar interferir no atual status do território da Guiana, desta vez foi a Organização dos Estados Americanos (OEA) que tachou de “ilegítimo” o referendo consultivo convocado pelo governo Nicolás Maduro. Segundo informações da Agência Lusa, o secretário-geral OEA, Luis Almagro, classificou ainda como “ilegal” a tentativa do governo venezuelano de se apropriar de mais de 60% do território guianense.

Diz a Agência Lusa que o gabinete de Almagro denunciou em comunicado a “posição agressiva” do governo Maduro em relação à Guiana. O comunicado afirma que as crescentes tensões entre os dois países são uma “preocupação para a segurança regional” e ameaçam a “estabilidade e a soberania territorial” no continente.

Para Luis Almagro, o referendo convocado pelo presidente Nicolás Maduro, no qual mais de 90% dos que participaram votaram a favor da anexação da região do Essequibo à Venezuela, representaria um uso “antidemocrático” dos “processos democráticos” por parte do líder venezuelano.

“As recentes ações tomadas pelo regime na Venezuela não só colocam em perigo o desenvolvimento e a estabilidade da Guiana, mas também representam um risco mais amplo para a segurança da América Latina e do Caribe”, afirma o comunicado assinado pelo secretário-geral da OEA, organização da qual a Venezuela deixou de fazer parte desde 2017.

 

 

Além da OEA, o governo do México também condenou a tentativa de invasão da Guiana por parte da Venezuela, e pediu diálogo para a solução do conflito. A diplomacia mexicana manifestou seu apoio à proposta brasileira de mediação da crise no continente sulamericano por meio da Comunidade dos Estados Unidos Latino Americanos e Caribenhos (Celac).

Nas redes sociais, a secretaria de relações exteriores do México, Alicia Barcena, afirmou que seu país estava se somando à iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que a Celac “fomente o diálogo” entre os dois países a fim de encontrar uma solução pacífica. “Reiteramos a importância de ater-se ao direito internacional e a carta da ONU”, completou Alicia Barcena.

Nessa sexta-feira (8), o Conselho de Segurança na ONU realiza a primeira reunião para tratar do assunto desde que a Venezuela realizou um referendo para anexar uma parte do território da Guiana. A solicitação foi feita pela representação da Guiana junto às Nações Unidas e foi analisada pelo Equador, país que ocupa a presidência rotativa do conselho em dezembro. A reunião deve ser a portas fechadas. 

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