Brumado: A sensação de insegurança tem os menores infratores como principal vetor

  • Brumado Urgente
  • 11 Fev 2016
  • 11:14h

Com o menor foi apreendida um simulacro de uma pistola, sendo o mesmo logo liberado (Foto: Divulgação Polícia Militar)

Ainda não são oficiais, mas os números de delitos praticados por menores de idade em Brumado devem compreender mais de 60% das infrações, o que provocou um desabafo do comando da PM que declarou que “o que vem causando essa sensação de insegurança na cidade são esses menores infratores, que acabam se amparando na desatualização das leis”. A prática criminosa por parte de adolescentes na cidade é realmente muito preocupante, o que mostra uma fragilidade do sistema, que vem se mostrando incompetente na solução de um dos problemas mais cruciais do momento.  A Polícia, de forma heroica, cumpre o seu trabalho, mas, como na grande maioria dos crimes que acontecem no município, existe, quase sempre, a presença de menores, cria-se um círculo vicioso do crime, pois, protegidos sob o “manto da impunidade”, os menores logo são liberados e, na grande maioria dos casos, voltam a delinquir, zombando de tudo e de todos e criando um ambiente dos mais nocivos possíveis, colocando em risco a vida da população, que se mostra cada vez mais amedrontada com essa situação, que parece, até o momento, sem solução. Na manhã desta quinta-feira (11), a Polícia, após uma denúncia anônima de que um bandido estava armado na Av. João Paulo I, chegou rapidamente ao local e constatou que era mais um menor infrator, o qual estava de posse de um simulacro de pistola e de uma bicicleta, que possivelmente, seria produto de roubo. O mesmo, depois de encaminhado para a 20ª Coorpin pela guarnição da PETO, foi logo liberado, mas, apesar de pouca idade, já é um velho conhecido da Polícia, que apreende, mas, infelizmente as leis anacrônicas acabam liberando. Nestes dias de carnaval 7 menores foram apreendidos num mini QG do tráfico, comprovando a tese de que cada vez mais adolescentes estão ingressando no mundo do crime. O problema é complexo, o que acaba sendo um desafio para os governos, pois não adianta somente se aparelhar as polícias, melhorar o sistema de segurança, mudar as leis e deixar o vácuo social e educacional cada vez mais profundo. Mesmo que para muitos seja utópico, é necessário uma revolução educacional, que realmente venha ensinar e, principalmente, a conscientizar as crianças de que o crime que não compensa, mas não só isso, de uma revisão do ECA que mostre de que o trabalho é a única forma de se vencer na vida, tendo, cada vez mais, o incremento em programas para o ingresso no primeiro emprego. 

Faculdade Maurício de Nassau participa da Jornada da Educação

  • Ascom I Faculdade Maurício de Nassau I Mara Ferraz
  • 11 Fev 2016
  • 10:43h

(Foto: Divulgação)

A Faculdade Maurício de Nassau, unidade Vitória da Conquista, participará da Jornada da Educação promovida pela Secretaria de Educação da cidade. Com o tema, “Educação e Sociedade: relação homem e mundo”, o encontro acontece de 10 a 13 de fevereiro na Arena MiraFlores, situado na Olívia Flores. Dedicado aos professores, o evento é aberto ao público em geral. A Jornada tem a proposta de valorizar o conhecimento e a cultura, promovendo troca de experiências. A programação terá mesas redondas, palestras, conferências, oficinas, workshops e stands. Participam da Jornada profissionais de renome internacional, nacional e regional que irão discutir a vida no século XXI. O encontro integra o calendário acadêmico da Secretaria de Educação desde 1998, e a cada edição um tema diferente é trabalhado. Alguns com abordagens metodológicas, outros voltados para motivação, nos dois últimos anos, a abordagem foi filosófica. A participação da Faculdade Maurício de Nassau na Jornada  será   ministrar  duas palestras com os seguintes temas: “O Ensino Superior como manutenção da dignidade do ser humano em sociedade”, que será ilustrada pelo  diretor da Instituição, Ricardo Marques,no dia (11) às 14h. No dia (13), também às 14h, com o tema “O Ensino Superior e as Novas Tecnologias”, quem explana é o professor Giovane Santos. Para Ana Cláudia Mata, coordenadora da Secretaria de Educação e organizadora do evento, desde o início da Jornada os participantes tiveram uma oportunidade para o amadurecimento teórico e metodológico dos educadores. “A formação continuada, é primeiramente um crescimento pessoal, que contribui para a qualificação do fazer pedagógico, e consequentemente, melhoria na qualidade do ensino oferecido aos nossos alunos”, defende.

Sucesso: Fann Estourado é destaque do Carnaval de Rio De Contas e Piatã

  • 11 Fev 2016
  • 09:56h

O cantor Fann Estourado teve uma perfomance incrível neste Carnaval 2016 (Foto: Divulgação)

O cantor brumadense Fann Estourado confirmou as previsões e, com uma performance incrível, sendo o destaque do Carnaval de Piatã e Rio de Contas. Ele que tinha sido contratado para tocar na segunda-feira (08) como uma das atrações da festa, acabou roubando a cena e, devido ao grande sucesso, acabou sendo chamado para fazer o encerramento da festa na terça-feira em Rio de Contas, que neste ano recebeu um grande número de turistas advindos de vários lugares do país. Em Piatã o “Baixinho da Ostentação” também foi muito aplaudido pelo grande público presente. Tendo a humildade e um forte carisma como marcas principais, Fann Estourado comprovou que vive a melhor fase de sua carreira e que já é um dos nomes consagrados dessa nova safra de artistas baianos. Com a sua agenda cada vez mais em alta, o “Baixinho Delícia” já começa a criar o seu novo repertório, que contará com uma forte diversidade musical e mistura de ritmos, trazendo uma evolução musical e uma produção ainda mais aprimorada.

Receita Federal libera lote de declarações retidas na malha fina

  • 11 Fev 2016
  • 09:51h

(Foto: Reprodução)

A Receita Federal liberou da malha fina mais um lote de declarações do Imposto de Renda Pessoa Física. Além de 2015, foram liberadas declaração retidas nos exercícios de 2008 a 2014. O crédito bancário para 63.885 contribuintes será realizado no dia 15 de fevereiro, totalizando o valor de R$ 150 milhões. Para saber se o contribuinte teve a declaração liberada no lote residual, ele deve acessar a página da Receita na Internet ou ligar para o Receitafone 146. Ainda há a possibilidade de consulta pelo aplicativo para tablets e smartphones que facilita consulta às declarações do IRPF e situação cadastral no CPF. Com ele é possível consultar, diretamente nas bases da Receita Federal, informações sobre liberação das restituições.Os montantes de restituição para cada exercício e a respectiva taxa selic aplicada podem ser acompanhados na tabela a seguir: A restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se o contribuinte não fizer o resgate nesse prazo, deverá requerê-la por meio da Internet, mediante o Formulário Eletrônico – Pedido de Pagamento de Restituição, ou diretamente no Centro Virtual de Atendimento e-CACno link Extrato do Processamento da DIRPF. Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá contatar pessoalmente qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para a Central de Atendimento pelo do telefone 4004-0001 (capitais).

TAISAN: GOL 1.0 TREND

  • 11 Fev 2016
  • 09:19h

Baianão: Em Ilhéus, Vitória da Conquista e Vitória ficam no empate na segunda rodada

  • 11 Fev 2016
  • 08:41h

Foto: Reprodução / TV Bahia

Pouco mais de 1200 torcedores pagantes compareceram ao Estádio Mário Pessoa, em Ilhéus, para o confronto entre Vitória da Conquista e o Vitória, na noite desta quarta-feira (10), pela segunda rodada do Campeonato Baiano de Futebol. Em um jogo de muitas polêmicas na arbitragem comanda por Jailson Macedo Freitas ficou mesmo no empate. O Alviverde, que soma dois pontos no Baianão, retorna ao campo pela competição no próximo dia 21 de fevereiro, em Senhor do Bomfim, contra o Bahia de Feira. Antes disso, no domingo (14), o Bode volta a Ilhéus onde enfrena o Ceará, pela Copa do Nordeste.

Ministério da Saúde confirma terceira morte pelo vírus da zika

  • 11 Fev 2016
  • 08:04h

(Foto: Reprodução)

O Ministério da Saúde confirmou a terceira morte pelo vírus da zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, no Brasil. O paciente era uma jovem de 20 anos, do município de Serrinha, no Rio Grande do Norte. Ela ficou internada em Natal durante 11 dias com problemas respiratórios. A morte foi em abril do ano passado, mas o resultado dos exames saiu apenas agora. No final de novembro, o Instituto Evandro Chagas confirmou o primeiro caso de morte pelo vírus da zika no Brasil. A vítima foi um homem que morava no estado do Maranhão. Segundo os especialistas, o paciente tinha lúpus, uma doença que afeta o sistema imunológico, e por isso não resistiu à zika. O segundo caso de morte ligada ao vírus da zika foi o de uma menida de 16 anos, do município de Benevides, no Pará. O comunicado foi feito pelo ministério no dia 28 de novembro. Ela morreu no final de outubro. Os dados mostram que os sintomas começaram em 29 de setembro, e que a coleta de sangue foi feita sete dias depois, quando o caso foi notificado, em 6 de outubro. Ela apresentou dor de cabeça, náuseas e petéquias (pontos vermelhos na pele e mucosas). "O teste foi positivo para o vírus, confirmado e repetido", disse o ministério na ocasião. A doença é transmitida pela picada dos mosquitos da família “aedes”, a mesma que transmite dengue e a febre chikungunya. A prevenção é evitar lixo acumulado e não deixar água parada como criadouro de mosquitos.

 

Casos de microcefalia
O Ministério da Saúde também confirmou no final do ano passado a relação entre o vírus da zika e o surto de microcefalia na região Nordeste. Na época, o Instituto Evandro Chagas, na capital paraense, encaminhou o resultado de exames realizados em uma bebê, nascida no Ceará, com microcefalia e outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos, foi identificada a presença do vírus Zika. A partir desse achado do bebê que veio à óbito, o Ministério da Saúde passou a considerar confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de microcefalia. Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial. As investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.

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O aborto e a microcefalia

  • Por Lucio Carvalho / OI
  • 11 Fev 2016
  • 06:30h

(Foto: Reprodução)

Além de motivar a atenção de organismos internacionais, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a recente epidemia causada pelo Zika vírus tem levado os governantes de países de todo o mundo a sugerirem cautela para turistas em visita às regiões mais afetadas, especialmente o Brasil, país que tem mais casos reportados e diagnosticados até o presente momento. A OMS, inclusive, acaba de declarar , por intermédio de sua diretora-geral, Margaret Chan, que a disseminação do Zika vírus e sua provável ligação com casos de microcefalia tornaram-se uma emergência de saúde pública internacional. É a terceira vez que a OMS faz uma declaração desta monta. Antes, apenas a pólio e o vírus Ebola haviam motivado o alerta global. No que isso afetará o desenvolvimento do contexto em solo brasileiro ainda é muito impreciso dizer. Antes disso, talvez fosse relevante para o debate público, além de se debater a prevenção do incremento de casos, considerar a primazia do interesse e da dignidade da imagem da pessoa com deficiência, antes de se deflagrar mais uma onda de temor, como já vem ocorrendo episodicamente na imprensa, por parte de setores governamentais e, obviamente, entre as pessoas comuns também, principalmente nas redes sociais, onde debates e discussões acaloradas têm lugar garantido. As razões para o temor são realmente graves, sobretudo porque sua disseminação está relacionada à propagação do aedes aegypti, mosquito vetor da doença que tem nos meses de verão seu pico de infestação, como informa periodicamente o Ministério da Saúde (MS), através dos LIRAs (Levantamento Rápido do Índice de Infestação) metropolitanos, mas também porque a microcefalia decorrente da infecção pelo vírus Zika não tem cura ou tratamento disponível e ainda é pouquíssimo conhecida pelos cientistas, embora grandes investimentos tenham sido realizados em todo o mundo no sentido de conhecer melhor o vírus e, em algum prazo incerto, até mesmo colaborar com terapêuticas. Dada a perspectiva de uma cura ser praticamente inviável ou pelo menos encontrar-se em longínquo horizonte, tal investimento tem sido largamente empregado na prevenção, através da busca pelo desenvolvimento de vacinas e da ampliação paulatina de conhecimento acerca da ação do vírus. Porém, enquanto a vacina não está disponível, outra realidade é a de que não existe, de fato, nenhuma prevenção disponível a não ser a detecção precoce durante a gestação e a consequente interrupção, ainda que realizada à margem da legalidade, isto porque em território brasileiro ela é facultada somente nos casos de anencefalia, situações em que não existe no feto a presença de massa encefálica compatível com o desenvolvimento da vida, resultando em gestações destinadas à morte do nascituro . É importante lembrar ainda que, no Brasil, o aborto é proibido pela lei, com exceção de quando a gestação envolve risco de morte da mãe ou é resultante de estupro.

Talvez um paralelo – ainda que bastante forçado – do pânico em torno da microcefalia possa ser encontrado somente entre aquelas populações que estiveram expostas à radiação atômica, como no Japão pós-guerra (1945), ou então em guerras nas quais se utilizaram amplamente armas químicas, como a do Vietnã (1955-1975), por exemplo. Em casos como estes, a exposição a componentes químicos com severa ação biológica sempre suscitou temores, principalmente entre as mulheres, de que má-formações pudessem vir a ocorrer de modo acentuado, ou seja, diferentemente dos padrões normais, situações em que aconteceriam numa distribuição demográfica mais ou menos previsível. Ao contrário do que se poderia imaginar de imediato, a explosão presente de casos de microcefalia no Brasil não é o primeiro episódio do surgimento deste temor na história (apesar de que possa parecer numa busca aos meios de comunicação), que é tão antigo quanto a própria história da medicina moderna ou até mesmo aquém daí. Pouco provável também, numa situação corriqueira, é a possibilidade de uma pessoa dimensionar antecipadamente a probabilidade de um filho vir a nascer com alguma deficiência. Algumas poucas situações atualmente podem ser detectadas precocemente através de exames pré-natais, embora as tecnologias de rastreamento sejam aperfeiçoadas dia a dia. Da mesma forma, compreender o significado e o impacto da deficiência envolve muitas situações incomparáveis, dado que o acesso à atenção precoce, de questões de saúde, de serviços e outras necessidades ocorram às pessoas de maneira tão desigual quanto a sociedade brasileira é desigual. De outro modo, o temor por que a situação de deficiência possa vir a acontecer, este sim pode ser de algum modo dimensionado. Como é muito difícil ou impossível – ainda mais em uma época marcada por epidemias – sentir-se seguro ou imune de todo a uma condição que aparentemente não escolhe classe social ou status econômico para manifestar-se, como parece ser o caso da infecção pelo Zika (embora a distribuição de casos indique incidência distinta geograficamente e estreitamente relacionada às condições sanitárias), é compreensível que o risco seja ainda mais presente e considerado e o temor por isso mesmo aumente. Some-se o alerta generalizado que as autoridades e também os meios de comunicação têm preferido realizar, até mesmo porque os dados oficiais sobre incidência e contaminação não são absolutamente confiáveis, dadas as características sintomatológicas da infecção pelo Zika e dúvidas no meio científico e governamental inclusive a respeito dos critérios de enquadramento dos recém-nascidos no diagnóstico. O resultado explosivo da combinação do compreensível temor das autoridades sanitárias em alertar a população, dos meios de comunicação em muitas vezes repassar informações sem apuração detalhada e de declarações irresponsáveis das autoridades legais não é outro, como se vê, que o de disseminação do pânico. Prova disso é o levantamento divulgado no dia 31 de janeiro pela Folha de S.Paulo, dando conta do aumento substancial da procura e realização do aborto em situações clandestinas, uma vez que, como já dito, a interrupção no Brasil é permitida apenas em casos de anencefalia. Isso sem falar na coleção de declarações, no mínimo estranhas, do titular da pasta da Saúde, Marcelo Castro, que já chegou a manifestar-se recomendando que as mulheres contraiam o vírus Zika antes da idade fértil, num movimento espontâneo visando à imunização, além de afirmar publicamente que a guerra contra o aedes é perdida, entre outras curiosidades sem maior efeito ou sentido.

A omissão do Estado brasileiro

Por outro lado, o que a reportagem da Folha  revela está muito longe do que não se saiba. O aborto clandestino existe de fato há muito tempo no Brasil e, bem como demonstra a repórter especial sobre saúde do jornal, Claudia Colluci, vem sendo procurado sobretudo por pessoas de elevado nível econômico que o realizam sem maiores dificuldades, ainda que em situações nebulosas. Ao que tudo indica, o procedimento é relativamente tranquilo, envolvendo apenas a ingestão de um medicamento e está muito distante da realidade disponível a quem não pode arcar com seus custos, que parecem não ser poucos. “Tranquilo”, evidentemente, se comparado às condições incrivelmente insalubres em que ocorre para aquela parcela da população que não pode pagar por técnicas como a medicamentosa e nem muito menos acontece dentro de alguma margem mínima de segurança. É muito importante reafirmar isto, porque o pensamento em vigor em boa parte do senso comum é o de que a decisão pelo aborto poderia ser popularizada e utilizada indistintamente a partir da abertura de brechas na lei. Trata-se de um argumento recorrente entre aqueles que defendem a manutenção da proibição em todos os casos e até mesmo a revogação dos casos em que atualmente é permitido pela justiça. Incrivelmente, a situação do aborto no Brasil vem ocorrendo há décadas nesta mesma situação, à margem da lei, à margem de qualquer fiscalização acerca das condições de segurança procedimental e, principalmente, à margem de mínimas condições de dignidade, isso a despeito de qualquer juízo moral ou religioso que se possa realizar a respeito. Por essas ironias ou exatamente por causa disso, o assunto é dos mais amortecidos tanto no meio jurídico quanto nos meios de comunicação, sendo muitas vezes mais fácil encontrar análises da situação e uma abordagem desimpedida do tema no exterior, isto mesmo quando se trata da realidade brasileira. Mas a reportagem veiculada pela Folha ainda desnuda uma outra situação que revela ainda mais a extensão do temor disseminado em relação à microcefalia, uma vez que diz respeito a casos não diagnosticados de infecção pelo vírus Zika. É isto mesmo, segundo a jornalista Claudia Colluci, a atitude seria um comportamento de antecipação à possibilidade do risco. Ora, se o nome dessa situação não é pânico, o que seria? E o que essa realidade vertida em notícia pode informar a respeito tanto sobre o temor generalizado à deficiência? Sobre o acesso distinto aos serviços de saúde e direitos reprodutivos? E, sobretudo, a respeito da omissão do Estado brasileiro em providenciar condições sanitárias que poderiam, se recursos fossem investidos, ter evitado a propagação dos casos e nascimentos?

O aborto entre os direitos civis

Observando este cenário de intensas e conflituosas informações e expectativas, um grupo de pesquisadores, médicos, juristas e ativistas dos direitos das mulheres, planeja impetrar uma ação no STF possibilitando às mulheres realizarem no sistema público de saúde a interrupção nos casos de diagnóstico de microcefalia. O grupo, liderado, pela antropóloga Débora Diniz, que também esteve a frente da ação que culminou na jurisprudência sobre anencefalia, baseia-se em diversas premissas, de acordo com entrevista concedida à BBC, principalmente em uma que aponta a responsabilidade governamental em combater a causa da epidemia, ou seja, o próprio vetor aedes aegypti e em impedir o surgimento de situações evitáveis pela ação pública e a consequente disseminação de casos de microcefalia. A ação ainda visa obrigar o estado a, por responsabilidade direta, oferecer condições de tratamento e inclusão social lato senso das crianças nascidas com a microcefalia. Na entrevista, Débora ressalta que não se trata em nenhuma circunstância de obrigar quem quer que seja ao aborto, mas facultá-lo, uma vez que a causa da microcefalia seria de todo evitável, e a epidemia teria ocorrido por mera omissão ao cuidado com o vetor, não podendo comparar-se com intercorrências genéticas, por exemplo, que acontecem por razões totalmente fora do controle humano, ou outro tipo de acidentes, além de não se poder atribuir ao descuido materno. O objetivo da ação, portanto, seria apenas o de igualar as condições de diagnóstico e resolução, escapando ao ciclo de temor generalizado, sem necessariamente buscar uma solução para todas as situações, mas fundamentalmente garantindo o acesso da mulheres ao controle de suas vidas e permitindo a expansão de seus direitos reprodutivos em um cenário complexo, no qual já se verificam o incremento na busca de soluções “alternativas”, mas nas condições em que historicamente o aborto vem acontecendo no Brasil e, diga-se de passagem, há muito tempo já. Que a discussão a respeito do direito à interrupção em situações de diagnóstico de deficiência venha a ocorrer justamente no Brasil, onde o assunto chega ao extremo de ser tratado como política negociável no âmbito político-eleitoral, é fato que deveria ser irônico, não fosse trágico. Em países europeus e outros que garantem o direito ao aborto dentre os direitos civis, a discussão sobre o direito nestes casos obedece a uma outra lógica, muito menos suscetível às pressões religiosas e políticas do que aqui, como foi possível acompanhar nas últimas eleições presidenciais. Trata-se de nações que partiram da condição de livre escolha para soluções individuais em nada conflitantes com a situação do aborto, então esculpido como opção individual e amplamente disponíveis no mercado de saúde, como até mesmo a detecção precoce e avançada de alterações cromossômicas e outras situações até mesmo em nível embrionário.

Lazer e diversão são historicamente priorizados

Ao mesmo tempo, é importante dizer que existem no campo da bioética e na medicina, no mundo todo, pesquisadores que postulam tanto a ideia de fomentar a investigação pré-natal com fins de garantir a máxima saúde da prole ou até mesmo de desencargo econômico, como o norte-americano Peter Singer e outros (ver aqui). Ainda que ideias assim possam significar interferências por vezes radicais na reprodução assistida e exageros perfeccionistas que poderiam estar flertando, sim, com a ideologia eugenista, mesmo que numa versão atualizada e culturalmente palatável, é uma tendência, ao que tudo indica, cada vez mais bem recebida e absorvida pela cultura destes tempos. De outro lado, estão os que defendem que a mensagem de busca pela perfeição humana escaparia à própria alçada humana, acabando por significar na desvalorização daqueles indivíduos que já nasceram ou ainda venham a nascer com alguma deficiência, como se pudessem tratar-se de meros erros de programação, o que o filósofo norte-americano Michael Sandel chamou em seu livro  Contra a Perfeição: Ética na Era da Engenharia Genética , muito diretamente, de “nova eugenia”, ou “eugenia de livre mercado”. Até o presente momento, a perspectiva dominante é a de que o governo adote práticas de prevenção que estão ao seu alcance mais imediato, ou seja, nada além de um esforço de pouca monta incapaz de deter o avanço da proliferação do mosquito, e por vezes mais contribuindo na disseminação do pânico do que em adotar medidas de equiparação e atenção imediatas. Todavia, a perspectiva de debater o tema convida especialistas, estudiosos e instituições relacionadas às deficiências de um modo geral a manifestarem-se, sob pena de que a comunidade de famílias e pessoas com microcefalia acabe falando sozinha, como acontece nos grupos de microcefalia nas redes sociais, enquanto que a sua imagem e de seus próprios filhos é amplamente divulgada junto a mensagens de pânico, quando talvez justamente deveriam ser as primeiras pessoas a buscar-se e amparar-se, num momento crítico como o presente, com o esforço de toda a sociedade, entre setores governamentais, filantrópicos, científicos e civis. Alguém há de lembrar que, em vésperas de Carnaval, um tema sério assim deva esperar uns dias mais. Os direitos ao lazer e à diversão obviamente são historicamente priorizados por aqui, então é bastante possível que isso venha mesmo a acontecer. Talvez por esse tipo de prioridade pública a população do país acabe por conformar-se um estigma até mesmo pior que o de qualquer deficiência: o de que aqui não se pode estragar o carnaval, ainda mais na semana do Carnaval, em vésperas da grande festa nacional, mas pode destruir-se a vida das pessoas com a liberdade que, na prática e em situações onde ela realmente importa, pouquíssimos podem usufrui-la e para a qual a sociedade costuma ladrar ou gritar, festejar, enfim é Carnaval por aqui. Às vezes não parece que sempre é?

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Lucio Carvalho é autor de Inclusão em Pauta (Ed. do Autor/KDP), A Aposta (Ed. Movimento) e do blog Em Meia Palavra . Editor da Inclusive – Inclusão e Cidadania 

 

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Confiança de micro e pequenos empresários tem leve melhora em janeiro

  • 11 Fev 2016
  • 06:17h

(Foto: Reprodução)

O Indicador de Confiança dos micro e pequenos empresários (MPEs), calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apresentou leve melhora em janeiro, na comparação com dezembro. O indicador, que varia de 0 a 100, passou de 40,03 pontos para 42,03 pontos, mas segue abaixo do nível neutro (50 pontos). De acordo com a CNDL, esse resultado indica que os empresários entrevistados continuam pouco confiantes com as condições econômicas do país e de seus negócios. O Indicador de Confiança do SPC Brasil e da CNDL é baseado nas avaliações dos micro e pequenos empresários sobre as condições gerais da economia brasileira e também sobre o ambiente de negócios, além das expectativas para os próximos seis meses tanto para a economia quanto para suas empresas. Para 79% dos MPEs, a economia piorou nos últimos seis meses. De acordo com o Indicador de Condições Gerais, que mensura a percepção do empresariado tanto em relação à trajetória da economia como de seus negócios nos últimos seis meses, registrou em janeiro 26,60 pontos, o que representa leve melhora em relação ao mês de dezembro do ano passado, quando o número estava em 26,34 pontos. O subindicador das condições gerais para os negócios, que avalia apenas a percepção do empresário em relação ao seu próprio empreendimento, levando em consideração os últimos seis meses, também esboçou leve melhora, passando de 31,56 pontos em dezembro, para 31,64 pontos em janeiro. Já o subindicador condições gerais, que diz respeito à situação econômica do país, avançou de 21,11 para 21,57 pontos. Os resultados, muito abaixo dos 50 pontos, indicam que na percepção desses empresários, houve piora tanto da economia quanto dos negócios, explicou a CNDL. Com o início do ano, a expectativa dos micro e pequenos empresários sobre os próximos seis meses da economia e dos seus negócios apresentou melhora, apesar do ambiente econômico adverso. O indicador de expectativas para os negócios passou de 54,97 pontos para 58,5 pontos. O resultado, acima dos 50 pontos, mostra que a maior parte dos empresários está relativamente confiante em sua empresa. Já o subindicador de expectativas para a situação econômica do país ficou em 48,71 pontos, acima do observado em dezembro passado, quando estava em 45,61 pontos, porém abaixo dos 50 pontos. Considerando as expectativas sobre o faturamento da empresa nos próximos seis meses, para 30,1% dos entrevistados, haverá aumento, ao passo que para 19,9% haverá queda. Outros 46,6% dos entrevistados acreditam que seu faturamento não vai se alterar. Entre aqueles que acreditam que o faturamento vai crescer, 21,2% justificam dizendo que estão diversificando seu portfólio e 25% garantem estar buscando novas estratégias de vendas. Há ainda 10% de micro e pequenos empresários que afirmam que a crise não afeta o seu negócio. Dentre os que estão prevendo queda no faturamento, a maioria (54,1%) atribui o motivo à crise econômica. Outros 14,5% alegam que a demanda por seu produto e serviço está diminuindo, mas por razão externa à crise. O indicador e seus subindicadores mostram que houve melhora quando os pontos estiverem acima do nível neutro de 50 pontos. Quando o indicador vier abaixo de 50, indica que houve percepção de piora por parte dos empresários. A escala do indicador varia de 0 a 100, sendo zero indica a situação em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais da economia e dos negócios “pioraram muito”; e 100 indica que todos os entrevistados consideram que as condições gerais “melhoraram muito”.

Conquista: Quantidade de trotes para o Samu 192 no período de férias cai mais de 40%

  • Secom . PMVC
  • 11 Fev 2016
  • 06:07h

Além do investimento em tecnologia, a equipe do Samu 192 visitou às escolas para conversar com crianças e adolescentes ao funcionamento do serviço.(Foto: Secom - Conquista)

Os meses de dezembro e janeiro, período de férias escolares, sempre foram críticos para o Serviço de Urgência e Emergência (Samu 192) por conta do aumento do número de trotes que o serviço recebia. O aumento chegou a ultrapassar 50% das ligações recebidas, causando muito transtorno para as equipes que se deslocavam para falsas ocorrências, colocando em risco as vidas das pessoas que realmente precisam. Ao comparar o mês de dezembro de 2014, onde foram registrados 53,5% de trotes, com dezembro de 2015, quando foi registrado 30,64%; e o mês de janeiro de 2015, quando foi registrado 51,6%, com o mesmo período deste ano, cujo índice foi de 29,65%; constata-se que a diminuição foi de mais de 40% nos trotes em ambos os períodos. Para alcançar este resultado, o Governo Municipal investiu numa tecnologia “inteligente”.

Taisan Auto

  • 11 Fev 2016
  • 06:06h

Taisan Auto: Move UP!

  • 10 Fev 2016
  • 19:04h

Pesquisas indicam novas fontes para produção de gás natural no País

  • 10 Fev 2016
  • 19:03h

(Foto: Reprodução)

Existem no litoral brasileiro áreas com acumulações de hidratos de gás que podem ser, no futuro, novas fontes para produção de gás natural no país, informa a Petrobras. De olho no potencial dos depósitos não convencionais, o Brasil trabalha em cooperação tecnológica com a Jogmec (Companhia Japonesa de Óleo, Gás e Metais), pioneira em testes de produção offshore de gás natural de hidratos de metano. O intercâmbio tecnológico entre as empresas foi formalizado em novembro de 2015. O acordo visa a exploração e produção de óleo e gás de depósitos não convencionais, incluindo óleos pesados, shale gas (conhecido como gás de xisto) e principalmente, hidratos de gás.

 

O Japão foi o primeiro país a extrair do fundo do mar um gás a partir de hidrato de metano, que consiste em uma molécula de gás aprisionada em uma estrutura de água cristalizada, devido às condições submarinas de pressão e temperatura. Porém, ainda não existem, no mundo, tecnologias para explorar e produzir comercialmente esses reservatórios, pela dificuldade técnica de garantia de escoamento e estabilidade na produção do gás natural. A Petrobras acredita que a transferência de conhecimento será um fator decisivo para desenvolver tecnologia a ser aplicada nas bacias de Pelotas (Rio Grande do Sul) e Foz do Amazonas, áreas de identificação de hidratos. A Jogmec desenvolve tecnologia para extrair o gás natural (metano) de forma estável e sem perdas fugidias desse gás. A produção do metano poderia ser consumida nos mercados locais ou transportada para longas distâncias, na forma de gás natural liquefeito (GNL). A aproximação da Petrobras com a Jogmec começou em 2005, quando foi assinado o primeiro Memorando de Entendimento com o nosso Centro de Pesquisas (Cenpes), sendo estendido em 2009. Em 2011, a companhia brasileira assinou um Specific Agreement com o E&P, em cobertura ao acordo anterior, para estudos de viabilidade de produção, no Brasil, de dutos flexíveis para os trabalhos no pré-sal.

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Google estreia livraria só de livros que não podem ser impressos

  • 10 Fev 2016
  • 19:03h

(Foto: Reprodução)

O Google inaugurou uma livraria que só vende livros impossíveis de serem impressos. Chamada Editions At Play, a loja trabalha com obras desenvolvidas exclusivamente para o ambiente virtual. O espaço foi inaugurado na semana passada com dois livros. O primeiro, Entrances & Exits, exige que o leitor descubra partes do texto escondidas em imóveis que são visitados com a ajuda do Street View. É uma leitura de uma hora desenvolvida por Reif Larsen. O segundo livro se chama The Truth About Cats & Dogs e foi elaborado por Sam Riviere e Joe Dunthorne. A obra - que leva 30 minutos para ser consumida - consiste em dois diários combinados que podem ser lidos na ordem desejada. O leitor escolhe qual dos autores ficcionais ele prefere seguir e, com isso, acaba decidindo qual deles tem a palavra final. De acordo com o BuzzFeed, a Editions At Play foi pensada pelo Google Creative Labs em colaboração com a publicadora britânica Visual Editions. Eles querem que as pessoas usem smartphones e tablets para ler, mas também é possível fazer isso pelo computador. A ideia é usar ferramentas de distração, que geralmente atrapalham a leitura, para prender a atenção.

Brasil reduz alunos sem conhecimento básico de matemática, mas continua atrás em ranking

  • 10 Fev 2016
  • 18:04h

(Foto: Reprodução)

O Brasil é um dos países que mais reduziram o número de alunos sem conhecimentos básicos de matemática. Mas ainda é um dos últimos colocados em um ranking de competências nessa disciplina, aponta estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) publicado nesta quarta-feira (10). O número de alunos brasileiros na faixa de 15 anos que estava abaixo do nível de conhecimentos básicos em matemática caiu 18% entre 2003 e 2012 (último dado disponível). O estudo, intitulado Alunos de baixo desempenho: por que ficam para trás e como ajudá-los?, considera que, para chegar ao primeiro nível, os alunos têm de saber mostrar competências básicas como uma operação de adição. O documento divulgado nesta quarta faz uma nova análise das séries de dados do último estudo PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) da OCDE, publicado no final de 2013, com dados de 2012.

 

Mau desempenho
Apesar da melhora em relação aos conhecimentos básicos, os alunos brasileiros ficaram apenas no 58° lugar em matemática entre os 65 países e territórios analisados no último estudo PISA. Com essa classificação, o Brasil se situa abaixo da Albânia e da Costa Rica. O Brasil totalizou 391 pontos em matemática, de acordo com o PISA. A média dos países da OCDE é de 494 pontos. A organização considera que os alunos que ficam abaixo do nível 2 (entre os seis existentes, que evoluem de acordo com o grau de dificuldade das perguntas) nas disciplinas analisadas (matemática, leitura e ciências) terão dificuldades na escola e, mais tarde, no mercado de trabalho, e poderão não ascender socialmente. Segundo o PISA, 67,1% dos alunos brasileiros com 15 e 16 anos (faixa etária analisada no estudo) estão abaixo do nível 2 em matemática, com baixa performance na disciplina. Apenas 0,8% dos alunos brasileiros atingiram os níveis 5 e 6 na disciplina, que exigem análises complexas. Em Xangai, na China, primeiro do ranking em matemática, mais da metade dos estudantes (55,4%) integram os níveis 5 e 6, de alta performance. A OCDE destaca, no entanto, que o Brasil registrou uma das maiores taxas de crescimento no total de pontos em matemática entre 2003 a 2012, passando de 356 a 391 pontos no período.

Mais alunos desfavorecidos
O que explica o fato de o Brasil ainda se manter entre os últimos no ranking de matemática (e também de leitura e de ciências do PISA) é o número maior de alunos, principalmente desfavorecidos e de zonas rurais, que passaram a integrar o sistema educacional, disse à BBC Brasil Sophie Vayssettes, analista de educação da OCDE. A taxa de escolarização no Brasil passou de 65% em 2003 para 78% em 2012, ressalta Vayssettes. Programas como o Bolsa Família permitiram maior acesso à educação, diz ela, acrescentando que os novos alunos, desfavorecidos socialmente, "acumulam desvantagens" e geralmente apresentam atrasos de aprendizado em relação aos demais. "Se a base de comparação no Brasil tivesse se mantido a mesma, se não fossem incluídos os alunos novos que tinham passado anos fora da escola, a pontuação obtida nos testes do PISA seria bem mais alta. Chegamos a fazer uma simulação sobre isso", afirma. Entre os fatores que permitiram a redução do número de alunos brasileiros sem conhecimentos básicos em matemática, a especialista cita melhorias na formação dos professores, que também passaram a ter incentivos como aumentos salariais e planos de carreira. Maiores investimentos em educação, que hoje representam 6,1% do PIB brasileiro, a mesma média dos países da OCDE, e também melhoria na qualidade do material pedagógico são outros fatores apontados pela especialista. Também houve o acréscimo de um ano letivo no antigo sistema primário e o secundário se tornou obrigatório (segundo segmento do ensino fundamental). "Há uma dinâmica positiva no Brasil em relação à educação", diz a analista. Os gastos por aluno com idade entre 6 e 15 anos no Brasil, de US$ 26,7 mil (cerca de R$ 103,8 mil) ainda representam, no entanto, apenas pouco mais da metade do montante considerado adequado pela OCDE, que é de US$ 50 mil. "O Brasil precisa aumentar os gastos por aluno", diz a especialista, acrescentando que é preciso também dar mais recursos para escolas com estudantes desfavorecidos e melhorar o ensino pré-escolar no país. O Brasil também possui uma das mais altas taxas de repetência entre os 65 países que integram o PISA. Mais de um terço dos alunos com 15 anos (36%) já repetiu de ano pelo menos uma vez. "A repetência é um fator de abandono dos estudos e de perda da confiança. É preciso criar pedagogias diferentes para motivar os alunos", afirma Vayssettes.

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