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Empresa brasileira vai desenvolver cabine do maior avião cargueiro do mundo

  • Por Paulo Ricardo Martins | Folhapress
  • 20 Jun 2025
  • 18:18h

Foto: Reprodução/Bahia Notícias

A Akaer, empresa brasileira do setor aeroespacial, anunciou nesta semana que foi selecionada pela companhia americana Radia para desenvolver a cabine do maior avião cargueiro do mundo. A parceria foi firmada durante o Paris Air Show, tradicional evento da indústria da aviação.
 

Batizada de WindRunner, a aeronave está sendo desenvolvida pela Radia, que também anunciou recentemente novas parcerias com outras quatro empresas: a espanhola Aciturri, a britânica Element Materials Technology e as americanas Astronautics Corporation of America e Ingenium Technologies.
 

A Akaer ficará responsável pelo desenvolvimento da cabine pressurizada da aeronave. O projeto será feito nas instalações da companhia, em São José dos Campos, no interior de São Paulo.
 

Segundo a Radia, o WindRunner é o maior avião cargueiro já desenvolvido em termos de volume, com um compartimento de carga de 7.700 metros cúbicos e capacidade de carga útil superior a 70 toneladas.
 

Para comparação, o cargueiro C-390 Millenium, da Embraer, é capaz de suportar 26 toneladas de carga útil.
 

De acordo com a companhia, a aeronave pode operar em pistas não pavimentadas com pelo menos 1.800 metros de extensão, sem necessidade de infraestrutura terrestre especializada.
 

A Aciturri Aeronáutica, da Espanha, será responsável pelo desenvolvimento da estrutura traseira do WindRunner. Já a Astronautics Corporation of America vai projetar e fabricar os equipamentos responsáveis pela integração dos sistemas aviônicos.
 

A Element Materials Technology desenvolverá o sistema de combustível da aeronave. E a Ingenium Technologies ficará responsável pelo desenvolvimento dos dispositivos para sustentação do avião em voo.

Líderes da Câmara relatam a Rui e Gleisi suspeita de "jogo casado" de governo e Dino sobre emendas parlamentares

  • Bahia Notícias
  • 20 Jun 2025
  • 14:14h

Foto: Antônio Augusto/Secom/STF

Líderes partidários da Câmara dos Deputados relataram aos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) a percepção de que integrantes do governo federal têm influenciado decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, em ações que tratam da execução de emendas parlamentares.

As queixas foram apresentadas durante uma reunião realizada na segunda-feira (16), na residência oficial da presidência da Câmara, em Brasília, segundo relataram três participantes do encontro. De acordo com um dos líderes presentes, foi transmitida aos ministros a avaliação de que, no plenário da Câmara, “a voz corrente” é de que o governo federal atua em uma espécie de “jogo casado” com Dino.

Ainda conforme relatos, Rui Costa e Gleisi Hoffmann negaram qualquer tipo de interferência do Executivo nas decisões do Judiciário.

Desde o ano passado, deliberações de Flávio Dino sobre o cumprimento das emendas parlamentares têm gerado atritos entre os Poderes.

As informações são da Folha de S.Paulo.

Deputados da UE enviam carta à Motta criticando flexibilização do licenciamento ambiental

  • Por Folhapress
  • 20 Jun 2025
  • 12:40h

Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

Deputados da União Europeia enviaram uma carta, nesta quinta-feira (19), ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), demonstrando preocupação com o projeto de lei que flexibiliza o licenciamento ambiental no Brasil.
 

O Projeto de Lei Geral de Licenciamento Ambiental (PL 2.159/2021) foi aprovado com modificações pelo Senado em 21 de maio e será votado na Câmara, ainda sem data prevista.
 

A proposta prevê andamento acelerado para empreendimentos classificados como estratégicos, independentemente do risco ambiental, caso, por exemplo, da exploração de petróleo na Foz do Amazonas.
 

Segundo o texto enviado por membros do Parlamento Europeu, as revisões adotadas nessa proposta modificam e removem disposições essenciais existentes no processo de licenciamento ambiental brasileiro.
 

"Como certamente é de seu conhecimento, o Parlamento Europeu está atualmente avaliando a ratificação do acordo comercial UE-Mercosul. Caso este projeto de lei seja aprovado, ele alteraria significativamente o marco de proteção ambiental do Brasil, exacerbando preocupações existentes na Europa sobre os impactos potenciais do acordo na floresta amazônica e em outros ecossistemas", diz trecho do documento.
 

A carta é assinada por 16 eurodeputados, como a alemã Anna Cavazzini, do Partido Verde. No texto, eles afirmam que estão preocupados com o curto prazo para essa "votação significativa", especialmente diante das potenciais consequências adversas do projeto de lei.
 

"Segundo especialistas da ONU, essas mudanças podem causar sérios impactos negativos aos direitos humanos, 'especialmente os direitos dos povos indígenas e comunidades quilombolas', bem como 'danos graves e irreversíveis ao meio ambiente'", afirma outro trecho da carta.
 

Os deputados europeus questionam ainda o fato de o projeto de lei permitir que empreendimentos com potenciais impactos socioambientais realizem "autolicenciamento" por meio de formulários online.
 

"O projeto de lei também isenta certas atividades agrícolas de licenciamento adequado, sem qualquer avaliação de impacto socioambiental —uma disposição que pode favorecer o 'agronegócio predatório' e intensificar o desmatamento na amazônia e em outros ecossistemas", aponta a carta.
 

"Nesse espírito, instamos você a preservar o nível de ambição do marco legal de licenciamento ambiental no Brasil, necessário para proteger adequadamente a natureza e os direitos dos povos indígenas", segue o texto.
 

Em geral, a lógica do projeto que será votado na Câmara dos Deputados é simplificar e acelerar o licenciamento ambiental no Brasil, ampliando possíveis punições.
 

Um dos principais instrumentos para isso é a LAC (Licenciamento por Adesão e Compromisso).
 

Esse mecanismo permite ao Conselho do governo federal escolher empreendimentos classificados como estratégicos, que passam por uma análise muito mais simples e rápida, de etapa única e com prazo de um ano, independentemente do seu potencial impacto ambiental e do uso de recursos naturais.
 

Neste procedimento, o empreendedor recebe o aval para iniciar sua atividade por se comprometer a cumprir exigências ambientais previamente estabelecidas, sem passar por uma análise individualizada.
 

O licenciamento é uma análise dos possíveis impactos ambientais para empreendimentos como obras, exploração de petróleo e minérios.
 

Estariam aptos a conseguir autorização por meio da LAC iniciativas de até médio porte e potencial poluente.
 

O projeto também restringe as áreas protegidas que devem ser consideradas na análise ambiental apenas às terras indígenas homologadas (fase final da demarcação) e territórios quilombolas titulados (oficializados), excluindo processos de regularização em andamento.
 

Além disso, a proposta, isenta do licenciamento ambiental atividades relacionadas à agropecuária extensiva e de pequeno impacto ambiental.
 

Se aprovada, essa flexibilização do licenciamento ambiental pode impulsionar empreendimentos polêmicos, como mineração em terras indígenas ou a extração de petróleo na Foz do Amazonas.
 

Dispositivos do texto ainda revogam trechos da Lei da Mata Atlântica e beneficiam empreendimentos na região Norte.

Soldado é preso por dar as costas a médico em hospital da PM, diz advogada

  • Por Folhapress
  • 20 Jun 2025
  • 08:18h

Foto: Reprodução / Bahia Notícias

Um soldado da Polícia Militar de São Paulo foi preso nesta quarta (18) e liberado nesta quinta-feira (19) após virar as costas para um capitão no Hospital da Polícia Militar.
 

Lucas Neto foi ao hospital para revalidação de um atestado médico, segundo a advogada Fernanda Borges de Aquino. Ele foi acompanhado de sua advogada porque médicos da unidade não ofereciam "tratamento adequado" para Neto há um ano, alega Fernanda, em conversa com o UOL.
 

Médico civil pedia 30 dias de afastamento, enquanto médicos do hospital da PM davam apenas 3, exemplifica ela. "No retorno que ele teve para revalidar atestado médico, fui como advogada. Não falei nada, porque não posso interferir."
 

Para provar as queixas de seu cliente, Fernanda conta que começou a filmar o atendimento dentro da sala. Após iniciar a gravação, ela diz que um capitão, chamado Cavalcante, ordenou mais de uma vez que o atendimento não podia ser gravado. Ao insistir, o capitão mandou a advogada se retirar por se sentir "intimidado", afirma ela.
 

No final do atendimento, Neto repreendeu a atitude do capitão com a advogada. "O que o senhor fez, não se faz", teria dito ele, segundo Fernanda.
 

Após a consulta, Neto perguntou para a major que estava na consulta se ele poderia sair. Ela, então, o liberou.
 

Autorizado a sair, ele levantou, mas o capitão anunciou a prisão do policial. A justificativa, segundo Fernanda, foi porquê Neto virou as costas para ele e que o capitão foi chamado de "você". Três tenentes que foram testemunhas do caso corroboraram a versão do capitão, em que Neto supostamente o teria desrespeitado.
 

Com a prisão, Fernanda acionou o advogado Mauro Ribas Junior e ouviu com ele as gravações que fez da consulta. Os dois, então, deram voz de prisão ao capitão por denunciação caluniosa e aos três tenentes por falso testemunho.
 

SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) afirma que Neto foi liberado e o caso será apurado. "Todas as circunstâncias do ocorrido são apuradas por meio de Inquérito Policial Militar (IPM)", disse a secretaria. A pasta afirma que Neto foi autuado por desrespeitar um superior na presença de outro militar.
 

Neto foi liberado porque foi provado que capitão e tenentes estavam errados, segundo Fernanda. "Eles queriam passar a mão no que o oficial fez".

Após nova alta, Selic só deve começar a cair em 2026, dizem analistas

  • Por Felipe Gutierrez | Folhapress
  • 19 Jun 2025
  • 18:20h

Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Economistas e especialistas que acompanham a política monetária brasileira afirmam que, após a nova alta de 0,25 ponto percentual da Selic (taxa básica de juros), que foi de 14,75% para 15% ao ano nesta quarta-feira (18), os juros devem ser mantidos nesse patamar até o início de 2026.
 

"Até dezembro deste ano [a Selic] vai ficar em 15% e, na primeira reunião do ano que vem, vai começar uma queda", diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings.
 

Segundo ele, nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), mesmo com manutenção da taxa no mesmo patamar, as atas devem sinalizar que em algum momento um ciclo de queda de taxas vai começar.
 

Gabriel de Barros, economista-chefe da ARX Investimentos, também diz que espera que o juro fique estável em 15% pelos próximos seis meses.
 

Para ele, houve duas surpresas nesta quarta-feira: o aumento da taxa e o tom do comunicado do Copom, com frases que ele classificou como "hawkish" (um jargão do mercado financeiro para se referir a política rigorosa ou restritiva).
 

Barros chamou a atenção para um trecho do comunicado que diz que "para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado".
 

Na nota do Banco Central, a expressão "bastante prolongado" é usada três vezes.
 

Para André Perfeito, economista-chefe da APCE, isso significa pelo menos de seis a oito meses de manutenção do atual patamar de juros, "para ancorar as expectativas no período relevante, que é de 2026 para frente".
 

Segundo ele, a alta de 0,25 ponto percentual serve mais para sinalizar, porque na prática não faz tanta diferença se os juros são de 14,75% ou 15%.
 

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, afirma que pode ser que a taxa nominal não fique exatamente em 15% o tempo inteiro. Para o economista, agora inflação dos alimentos não está tão alta e os juros altos devem começar a fazer efeito no setor de serviços, mas pode haver uma mudança "a depender do que vier pela frente".
 

"O cenário é uma queda moderada no final do ano por causa desse cenário de inflação um pouco mais comedida, desde que não haja turbulência negativa no ano que vem."
 

Para ele, o BC provavelmente vai evitar mexer nos juros durante o período eleitoral do ano que vem. Por isso, as mudanças devem acontecer antes de as eleições realmente entrarem em pauta.
 

Em nota, a Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) afirmou que "a medida pode restringir ainda mais os investimentos produtivos, ampliar os custos de produção, reduzir a competitividade da indústria brasileira e levar a impactos negativos sobre a geração de empregos e a renda das famílias."
 

O presidente da entidade, Flávio Roscoe, afirma que o Banco Central e o governo têm adotado medidas antagônicas: enquanto a autoridade monetária faz uma política contracionista, o governo expande os gastos públicos.
 

"Não há alinhamento. O Banco Central aumenta as taxas de juros e o governo segue em ciclo de expansão para que o cenário econômico não piore. O dinheiro público é gasto em forças que se anulam. Por isso que não tem o efeito da taxa de juros."
 

Para Roscoe, a política monetária vai continuar restritiva enquanto não houver equilíbrio nas contas públicas.
 

Adriana Dupita, analista de mercados emergentes da Bloomberg, afirma que a decisão e a nota de hoje têm três grandes objetivos: desestimular o mercado a incorporar em seus projetos novas altas de juros e ao mesmo tempo evitar que os agentes financeiros projetem em seus investimentos que vai haver corte de juros no futuro próximo e, finalmente, dar credibilidade aos diretores do Copom.
 

O aumento de 0,25 ponto, segundo ela, é um custo baixo a se pagar para convencer o mercado financeiro de que vai haver cortes na curva de juros.
 

Antes da divulgação da nova Selic, a Bloomberg afirmava que após a decisão anterior, quando a taxa foi levada a 14,75%, o Banco Central foi vago em relação a qual seria o próximo passo, o que fez com que os analistas se dividissem a respeito de qual seria a ação.
 

Antes da reunião dos últimos dois dias, os economistas ouvidos pelo Banco Central esperavam que o Copom encerrasse a sequência de alta da Selic e mantivesse o índice em 14,75%
 

Por um lado, a taxa de inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em maio foi de 0,23%, uma desaceleração em comparação ao mês anterior, quando havia sido 0,43%. Ao mesmo tempo houve uma alta nos preços internacionais de petróleo.
 

Essa é a quarta decisão do Copom desde que Gabriel Galípolo assumiu a presidência do Banco Central.

Instituições financeiras defendem desvinculação do piso para saúde e educação

  • Por Adriana Fernandes | Folhapress
  • 19 Jun 2025
  • 14:07h

Foto: Reprodução / Linkedin

À frente da FIN (Confederação Nacional das Instituições Financeiras), o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia diz acreditar que o Congresso aprova a desvinculação dos pisos de saúde e educação e um teto para as deduções de despesas médicas, se o governo bancar tais medidas.
 

Elas podem garantir um ajuste de R$ 23 bilhões em 2026, segundo cálculos citados por ele. Maia também vê espaço para a aplicação de uma trava no valor que a União é obrigada a repassar como complemento ao Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).
 

Se aprovadas neste ano, as medidas poderiam entrar em vigor em 2026 e ajudar a fechar as contas do governo dentro da meta fiscal de superávit de 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto).
 

Maia prevê uma arrecadação de R$ 6 bilhões com a imposição de um teto de R$ 20 mil para a limitação das despesas médicas e cita estimativas que indicam que a desvinculação dos pisos de saúde e educação abriria um espaço fiscal de R$ 17 bilhões no Orçamento em 2026.
 

O ex-deputado contesta a avaliação do governo Lula de que a desvinculação dos pisos de saúde e educação traria impacto pequeno no curto prazo do lado das despesas. "Não é isso que o Paulo Bijos diz", afirma, ao citar o nome do consultor da Câmara e ex-secretário de Orçamento do Ministério do Planejamento do governo Lula 3.
 

Procurado pela reportagem, o ex-secretário da equipe da ministra Simone Tebet (Planejamento) informou que suas projeções mostram que a economia de R$ 17 bilhões com os pisos é conservadora. Nos anos seguintes, os valores seriam crescentes.
 

Segundo Bijos, se o piso para a complementação da União ao Fundeb for incluído no rol de propostas, a economia com as duas medidas subiria para um patamar entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões. "Uma ampla reforma estrutural pelo lado da despesa é imprescindível para o equilíbrio duradouro das contas públicas", afirma o ex-secretário.
 

Para fechar o Orçamento de 2025, o presidente da FIN avalia que o governo não precisa do decreto de alta das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Segundo Maia, o governo pode lançar mão de quase R$ 30 bilhões de receitas adicionais de distribuição de dividendos por empresas estatais e contar com arrecadação extra de petróleo.
 

"O governo tem dinheiro para esse ano. O problema dele é maior, pelo que eu estou vendo, é ano que vem", avalia o executivo. "Ele reclama do parlamentarismo que existe no Brasil. Aí num tema desse quer abrir mão do protagonismo porque não quer se desgastar. Tem que escolher."
 

Na avaliação de Maia, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) quer construir o caminho, "mas não é o dono da Câmara". "Ele exerce muito bem esse papel de ser o presidente que articula com os líderes a pauta. Então, se ele não tem apoio, ele não tem como avançar".
 

Maia diz que Motta tem um perfil diferente do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), mas diz que vai "quebrar a cara" quem apostar contra a sua força dele no comando do plenário. "Ele ele tem o comando, porque ele é um político de muita capacidade", diz Maia, que conviveu com ele quando era presidente da Câmara.
 

Maia avalia que há espaço para negociar a MP (Medida Provisória) que o governo editou como medidas para compensar parcialmente a diminuição do alcance do decreto do IOF. Na última segunda-feira, o a Câmara aprovou requerimento de urgência para a votação do projeto que derruba o novo decreto do IOF publicado pelo Executivo na semana passada, impondo uma derrota ao governo.
 

"Eu acho que a MP ainda tem quatro meses. Acho que tem tempo. A política é sempre caminho do diálogo", ressalta. Ele pondera, no entanto, que será difícil para o governo conseguir votos para aprovar o fim da isenção para os títulos incentivados e o aumento de 15% para 20% do JCP (Juros sobre Capital Próprio).
 

Ele rechaçou a avaliação de que os grandes bancos não estão tendo aumento da tributação com a mudança na tributação da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) prevista na MP.
 

A FIN é o novo nome da CNF. A confederação representa 15 entidades e completa neste ano 40 anos. Os maiores associados são a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Viagens internacionais de Lula geram divergências entre ministros do Planalto e cúpula do PT

  • Bahia Notícias
  • 19 Jun 2025
  • 12:00h

Foto: Ricardo Stuckert / PR

Integrantes da cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) e ministros do Palácio do Planalto têm demonstrado divergências, nos bastidores, quanto à frequência das viagens internacionais realizadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos últimos meses.

 

De um lado, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, defende que o presidente concentre esforços em agendas nacionais para reforçar sua presença no Brasil e recuperar popularidade. A avaliação da equipe da Secom é de que, ao priorizar compromissos no exterior, Lula se distancia das pautas cotidianas do país e mantém contato apenas com um círculo restrito de auxiliares que o acompanham nas viagens.

 

Por outro lado, lideranças do PT avaliam que as viagens internacionais não têm impacto negativo na imagem do presidente. Um dirigente partidário teria destacado que, mesmo quando Lula intensificou agendas no Brasil, não houve melhora significativa nos índices de aprovação.

 

As informações são do Metrópoles.

Vivendo no Brasil há cinco anos, Mister M diz que recebeu 'recado do além' sobre vir ao país

  • Por Anahi Martinho | Folhapress
  • 19 Jun 2025
  • 10:39h

Foto: Reprodução / Record TV

Aos 68 anos, Val Valentino, o Mister M, leva uma vida tranquila no Brasil. O mágico que fazia sucesso no Fantástico no início dos anos 2000 é casado com uma brasileira e mora em São Paulo há cinco anos.
 

Em entrevista ao jornal americano Wall Street Journal, Mister M falou sobre a visão sobrenatural que teve da mãe, falecida há anos, que o orientou a vir ao país.
 

A experiência do "além" aconteceu há dez anos, quando Val teve um desmaio repentino na casa do irmão, em Los Angeles, e ficou desacordado por três minutos e meio -uma experiência de quase morte, segundo ele. Durante o "apagão", sua mãe falecida teria lhe aparecido e, inexplicavelmente, o orientado a visitar o Brasil.
 

Mister M chegou em São Paulo cinco anos depois disso, em 2020. Logo depois, começou a pandemia de Covid e ele não saiu mais do país. Juntou-se com a noiva, a assessora política Flávia Romani, com quem divide um apartamento em São Paulo.
 

"Acho que meu destino é mesmo ficar aqui", disse Valentino ao jornal, sentado em uma cadeira de plástico branca, de smoking, no saguão do prédio onde mora.
 

Odiado pelos mágicos americanos por revelar seus truques, Mister M encontrou amor e acolhimento dos fãs brasileiros. Na entrevista, ele contou que chegou a ser ameaçado de morte por outros mágicos.
 

"Eles formaram um grupo e estavam arrecadando dinheiro para contratar um matador de aluguel", disse Val. "Foi uma loucura, simplesmente insano."

Após nova alta, Selic só deve começar a cair em 2026, dizem analistas

  • Por Felipe Gutierrez | Folhapress
  • 19 Jun 2025
  • 09:04h

Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Economistas e especialistas que acompanham a política monetária brasileira afirmam que, após a nova alta de 0,25 ponto percentual da Selic (taxa básica de juros), que foi de 14,75% para 15% ao ano nesta quarta-feira (18), os juros devem ser mantidos nesse patamar até o início de 2026.
 

"Até dezembro deste ano [a Selic] vai ficar em 15% e, na primeira reunião do ano que vem, vai começar uma queda", diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings.
 

Segundo ele, nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), mesmo com manutenção da taxa no mesmo patamar, as atas devem sinalizar que em algum momento um ciclo de queda de taxas vai começar.
 

Gabriel de Barros, economista-chefe da ARX Investimentos, também diz que espera que o juro fique estável em 15% pelos próximos seis meses.
 

Para ele, houve duas surpresas nesta quarta-feira: o aumento da taxa e o tom do comunicado do Copom, com frases que ele classificou como "hawkish" (um jargão do mercado financeiro para se referir a política rigorosa ou restritiva).
 

Barros chamou a atenção para um trecho do comunicado que diz que "para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado".
 

Na nota do Banco Central, a expressão "bastante prolongado" é usada três vezes.
 

Para André Perfeito, economista-chefe da APCE, isso significa pelo menos de seis a oito meses de manutenção do atual patamar de juros, "para ancorar as expectativas no período relevante, que é de 2026 para frente".
 

Segundo ele, a alta de 0,25 ponto percentual serve mais para sinalizar, porque na prática não faz tanta diferença se os juros são de 14,75% ou 15%.
 

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, afirma que pode ser que a taxa nominal não fique exatamente em 15% o tempo inteiro. Para o economista, agora inflação dos alimentos não está tão alta e os juros altos devem começar a fazer efeito no setor de serviços, mas pode haver uma mudança "a depender do que vier pela frente".
 

"O cenário é uma queda moderada no final do ano por causa desse cenário de inflação um pouco mais comedida, desde que não haja turbulência negativa no ano que vem."
 

Para ele, o BC provavelmente vai evitar mexer nos juros durante o período eleitoral do ano que vem. Por isso, as mudanças devem acontecer antes de as eleições realmente entrarem em pauta.
 

Em nota, a Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) afirmou que "a medida pode restringir ainda mais os investimentos produtivos, ampliar os custos de produção, reduzir a competitividade da indústria brasileira e levar a impactos negativos sobre a geração de empregos e a renda das famílias."
 

O presidente da entidade, Flávio Roscoe, afirma que o Banco Central e o governo têm adotado medidas antagônicas: enquanto a autoridade monetária faz uma política contracionista, o governo expande os gastos públicos.
 

"Não há alinhamento. O Banco Central aumenta as taxas de juros e o governo segue em ciclo de expansão para que o cenário econômico não piore. O dinheiro público é gasto em forças que se anulam. Por isso que não tem o efeito da taxa de juros."
 

Para Roscoe, a política monetária vai continuar restritiva enquanto não houver equilíbrio nas contas públicas.
 

Adriana Dupita, analista de mercados emergentes da Bloomberg, afirma que a decisão e a nota de hoje têm três grandes objetivos: desestimular o mercado a incorporar em seus projetos novas altas de juros e ao mesmo tempo evitar que os agentes financeiros projetem em seus investimentos que vai haver corte de juros no futuro próximo e, finalmente, dar credibilidade aos diretores do Copom.
 

O aumento de 0,25 ponto, segundo ela, é um custo baixo a se pagar para convencer o mercado financeiro de que vai haver cortes na curva de juros.
 

Antes da divulgação da nova Selic, a Bloomberg afirmava que após a decisão anterior, quando a taxa foi levada a 14,75%, o Banco Central foi vago em relação a qual seria o próximo passo, o que fez com que os analistas se dividissem a respeito de qual seria a ação.
 

Antes da reunião dos últimos dois dias, os economistas ouvidos pelo Banco Central esperavam que o Copom encerrasse a sequência de alta da Selic e mantivesse o índice em 14,75%
 

Por um lado, a taxa de inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em maio foi de 0,23%, uma desaceleração em comparação ao mês anterior, quando havia sido 0,43%. Ao mesmo tempo houve uma alta nos preços internacionais de petróleo.
 

Essa é a quarta decisão do Copom desde que Gabriel Galípolo assumiu a presidência do Banco Central.

Em leilão disputado, governo concede 19 novas áreas para exploração de petróleo na Foz do Amazonas

  • Por Nicola Pamplona | Folhapress
  • 18 Jun 2025
  • 18:20h

Foto: Embratur/Portal da Copa

A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) concedeu na manhã desta terça-feira (17) 19 novas áreas para exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas, no Amapá, que se tornou foco de protestos de ambientalistas e gera embate dentro do próprio governo.
 

As áreas foram arrematadas pela Petrobras, as americanas Exxon e Chevron e a chinesa CNPC, com o pagamento de bônus de assinatura acumulado de R$ 844 milhões. O resultado do leilão amplia a área concedida para exploração na bacia de 5,7 mil para 21,9 mil quilômetros quadrados.
 

Ao todo, o leilão arrecadou R$ 989 milhões com a concessão de 34 das 172 áreas oferecidas pela ANP. Além da Foz do Amazonas, houve lances por blocos nas bacias de Santos, Pelotas e Parecis -as duas últimas também consideradas novas fronteiras exploratórias.
 

"Foi um resultado extremamente positivo, demonstrando grande confiança por parte dos investidores no potencial petrolífero do Brasil", disse após o leilão da diretora-geral interina da ANP, Patrícia Baran.
 

A bacia da Foz do Amazonas respondeu por 40% dos blocos ofertados e 85% da arrecadação. Foi a primeira vez que áreas na região foram arrematadas em leilões do governo desde 2003. Nos últimos anos, dificuldades para a obtenção de licença ambiental afugentaram investidores.
 

O leilão desta terça, porém, poderia ser a última oportunidade para as petroleiras, já que as manifestações interministeriais que garantem aval ambiental para o leilão vencem nesta quarta-feira (18). A ANP ofereceu 47 áreas.
 

A Foz do Amazonas é a principal aposta de governo e petroleiras para repor as reservas brasileiras de petróleo após o esgotamento do pré-sal, esperado para a próxima década. Passou a atrair atenção após descobertas gigantes de petróleo na Guiana e no Suriname.
 

No leilão desta terça, as áreas foram disputados por dois consórcios, um formado por Petrobras e Exxon e outro por Chevron e CNPC. As duas primeiras ficaram com dez dos blocos arrematados, mas perderam a disputa para as concorrentes em nove deles.
 

Exxon e Chevron já atuam na Guiana e no Suriname, que tiveram importantes descobertas de petróleo nos últimos anos, atraindo o interesse do setor para a margem equatorial brasileira.
 

Com o leilão desta terça, a bacia da Foz do Amazonas passará a ter 28 blocos com contratos ativos de concessão. Nove deles foram licitados no início dos anos 2000, entre eles o bloco 59, alvo de embate entre a Petrobras e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis).
 

Na porta do hotel onde o leilão foi organizado e em Bonn, na Alemanha, organizações ambientalistas e representantes de comunidades indígenas realizavam protestos. O Ministério Público Federal do Pará tentou suspender a oferta na Justiça mas não teve sucesso.
 

"Ao assumir dez blocos em consórcio com a ExxonMobil Brasil, a Petrobras se coloca como protagonista de um projeto político arriscado que está cavando um buraco na credibilidade ambiental do Brasil", afirmou após o resultado a porta-voz de Oceanos do Greenpeace Brasil, Mariana Andrade.
 

A diretora-geral interina da ANP defendeu a abertura de novas fronteiras petrolíferas no país apesar de alertas contra a queima de combustíveis fósseis.
 

"As fontes mais tradicionais da energia serão por muito tempo fundamentais para atender a crescente demanda para a energia a esse ciclo fundamental para o crescimento econômico e o atendimento às necessidades de nossa população", afirmou.
 

Também consideradas bacias de novas fronteiras, Parecis e Pelotas tiveram blocos arrematados no leilão. Na primeira, que fica no Mato Grosso, a estreante Dillianz levou uma área. Na segunda, consórcio formado por Petrobras e Galp pagou R$ 11,5 milhões por três áreas.
 

Na bacia de Santos, foram 11 blocos concedidos por R$ 133 milhões em bônus de assinatura. Os vencedores foram as empresas Karoon (com seis blocos), Shell (com três) e Equinor. A agência tentou licitar blocos na bacia Potiguar, mas não teve interessados.

Advogado diz que só apresentou conversa com Mauro Cid ao STF agora por avaliar como “momento oportuno”

  • Bahia Notícias
  • 18 Jun 2025
  • 16:30h

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O advogado Eduardo Kuntz afirmou que só encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) conversas com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, agora porque considerou o momento mais estratégico para a defesa de seu cliente, Marcelo Câmara, investigado por tentativa de golpe.

 

Segundo Kuntz, o diálogo com Cid, que critica a condução de sua delação premiada, estava guardado desde o ano passado. O advogado decidiu usar o material após Câmara ser intimado a apresentar defesa no processo que tramita no STF sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

 

Kuntz defende que a delação de Cid possui vícios e, por isso, suas provas derivadas seriam inválidas, o chamado “fruto da árvore envenenada”. Ele relatou que a conversa aconteceu por meio de um perfil no Instagram e que chegou a suspeitar de uma possível ação controlada da Polícia Federal.

 

"Eu estava com esse material desde o ano passado esperando o melhor momento de usar. Confesso que quase usei no caso das vacinas, quando o meu cliente, Marcelo Câmara, foi indiciado pela Polícia Federal. O procurador-geral da República, no entanto, arquivou o processo e não teve denúncia. Então, eu não usei. Ontem, o Câmara foi intimado a apresentar a defesa no caso do golpe e considerei o momento oportuno. Juntei todas as armas que eu tenho para demonstrar os problemas do processo. Por conta disso, só ontem que eu juntei a conversa com Cid", disse o advogado ao Globo.

 

O conteúdo foi incluído em uma investigação defensiva iniciada por Kuntz em 2023. Ele nega qualquer tentativa de obstrução e diz estar seguro de que agiu dentro da legalidade. Já Mauro Cid nega ter sido o autor das mensagens.

Sem ver Trump, Lula chega ao Canadá para G7 e diz que conflito entre Israel e Irã preocupa

  • Por Julia Chaib | Folhapress
  • 18 Jun 2025
  • 14:26h

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na noite desta segunda-feira (16) que se preocupa com o conflito entre Israel e Irã no Oriente Médio e que deve abordar o tema de alguma forma no breve discurso que fará nesta terça-feira (17) durante reunião ampliada do G7 no Canadá.
 

"Qualquer conflito me preocupa. Sou um homem que nasceu para a paz. Então, em um momento em que o mundo está precisando de muito recurso para a transição energética, para combater a miséria no mundo, você ver dinheiro sendo gasto com conflito, obviamente me incomoda profundamente. E é isso que quero falar um pouco amanhã", disse.
 

A declaração foi dada assim que Lula chegou ao hotel em que ficará hospedado em Calgary, cidade perto das montanhas de Kananaskis, onde ocorre a cúpula do G7, grupo com sete das principais economias do mundo. Ao desembarcar no aeroporto, foi recebido por líderes indígenas do Canadá.
 

O presidente evitou comentar a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de antecipar a volta para Washington devido à escalada da tensão no Oriente Médio. Lula não terá a chance de encontrá-lo pessoalmente pela primeira vez -não havia previsão de que os dois pudessem conversar às margens da cúpula.
 

O G7 é composto pelo anfitrião Canadá, e por Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão. A União Europeia também faz parte.
 

O Brasil foi um dos seletos países não membros convidados para participar da reunião ampliada do bloco, que também inclui África do Sul, Austrália, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Índia e México.
 

Lula foi questionado sobre uma declaração de Trump, que reclamou do fato de a Rússia não participar mais do grupo -o país integrou o G7 de 1998 a 2014, quando foi expulso depois de anexar a Crimeia, então território da Ucrânia. O brasileiro afirmou que, com a existência do G20, nem haveria motivo para o G7 existir. "No fundo, depois do G20, não há nem necessidade de existir o G7. O G20 é mais representante. Agora, é uma questão cultural isso", disse.
 

"[O G7] existe desde 1975, desde a crise do petróleo. Os primos ricos se reúnem, mas eles estão no G20. Acho que o G20 tem mais importância, densidade humana. De qualquer forma, sou convidado desde que fui eleito em 2003 e eu participo para não dizer que eu recuso a festa dos ricos", disse.
 

Lula aceitou uma reunião bilateral com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski. Ele também se reunirá com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, e com o premiê alemão, Friedrich Merz. O presidente brasileiro também deve ter encontros com representantes da comissão e do conselho da União Europeia e tenta encaixar uma bilateral com a Coreia do Sul.

STF anula decisão que garantia honorários advocatícios a procurador aposentado da Bahia

  • Por Aline Gama /Bahia Notícias
  • 18 Jun 2025
  • 12:23h

Foto: STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) cassou uma decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) que havia garantido a um procurador do Estado aposentado o direito ao recebimento de honorários advocatícios como parte de seus proventos de aposentadoria. O caso, analisado pelo ministro André Mendonça, envolvia um procurador que se aposentou em 1997 e buscava a incorporação desses valores com base no princípio da paridade com os servidores em atividade.

 

A controvérsia teve início quando o procurador aposentado ingressou na justiça para exigir que os honorários sucumbenciais fossem somados aos seus proventos de aposentadoria. A sentença de primeira instância acolheu parcialmente o pedido, determinando que o Estado da Bahia incorporasse os honorários, com base no argumento de que se tratava de uma vantagem remuneratória genérica. O Estado recorreu, alegando que a decisão contrariava o entendimento firmado pelo STF que proíbe a incorporação de honorários aos proventos de aposentadoria.

 

Ao analisar o recurso, a 6ª Turma Recursal do Tribunal de Justiça da Bahia manteve o direito do procurador aposentado aos honorários, mas alterou a terminologia da sentença, substituindo "incorporação" por "rateio". O STF, no entanto, considerou que a mudança foi meramente semântica e não resolveu o cerne da questão: a decisão continuou a tratar os honorários como uma vantagem genérica, ignorando que a ADI já havia estabelecido que esses valores são vinculados ao exercício da advocacia pública e, portanto, não podem ser incorporados à aposentadoria.

 

O ministro André Mendonça destacou no voto que, embora o rateio de honorários a aposentados seja possível se previsto em lei, a legislação baiana atual (Lei Complementar nº 43/2017) não permite o benefício para quem está aposentado há mais de cinco anos, como é o caso em questão, que se aposentou em 1997. Além disso, o STF reafirmou que os honorários advocatícios são remunerações pelo exercício da profissão e, por isso, não podem ser estendidos a quem já não está em atividade, sob pena de violar o regime constitucional de subsídios.

Portugal começa a discutir agenda de governo que pode afetar imigrantes brasileiros

  • Por Folhapress via BahiaNotícias
  • 18 Jun 2025
  • 08:10h

Foto: Reprodução / Instagram

O premiê Luís Montenegro, reconduzido ao cargo no último dia 5, usou uma metáfora futebolística em sua fala na Assembleia da República, o Parlamento de Portugal, nesta terça-feira (17): "Vamos jogar de cabeça, com os dois pés, e até parar a bola no peito quando necessário".
 

A sessão parlamentar deu início à discussão do programa de governo de Montenegro, em especial à parte denominada "Agenda Transformadora". Se o premiê jogar no ataque como promete, o resultado da partida pode afetar fortemente a vida dos brasileiros e demais imigrantes que vivem no país.
 

Um dos dez itens da Agenda Transformadora é implantar, na teoria, "uma política de imigração regulada e humanista". O programa detalha o que o governo pretende fazer na prática. Os imigrantes enfrentarão mais dificuldades para conseguir documentos para seus filhos e cônjuges por meio do recurso do Reagrupamento Familiar.
 

O tempo mínimo para pedir um passaporte português vai aumentar, indo além dos cinco anos da lei atual. Os vistos de trabalho serão restritos aos que possuem "elevada qualificação". O governo quer ainda construir centros de detenção para imigrantes sem documentos e criar meios para que sejam deportados mais facilmente, entre outras medidas.
 

Esses tópicos constituem, num primeiro momento, apenas uma carta de intenções. Como Portugal é um país semiparlamentarista, todas as medidas ainda serão discutidas, eventualmente modificadas e submetidas à votação numa Assembleia da República em que o governo não tem maioria. A discussão que se seguirá -e que poderá durar semanas ou meses- reflete uma mudança recente na sociedade portuguesa. Até o ano passado imigração não era um assunto importante no debate público. Agora é um dos tópicos centrais.
 

Em março de 2024, a imigração era apenas a 11a preocupação dos eleitores, num levantamento feito pelo instituto brasileiro Ipespe para a CNN de Portugal. Em outubro, 10% dos portugueses consideravam que se tratava de um debate prioritário no país, de acordo com o centro de pesquisas Aximage. Este número subiu para 41% no último mês de abril em levantamento do mesmo centro.
 

Parte desse crescimento pode ser atribuído ao discurso violento contra os imigrantes nas redes sociais do Chega, sigla de ultradireita em Portugal. Outra parte se deve a fatos concretos. Os portugueses se acostumaram a ver nos telejornais filas imensas em frente à sede da Agência para Integração, Migrações e Asilo (Aima), o órgão responsável por lidar com os estrangeiros que vivem em Portugal.
 

Discurso e imagens criaram a percepção de uma "imigração descontrolada", para usar o mantra criado pelo Chega -e, durante a campanha eleitoral deste ano, repetido por vários integrantes da Aliança Democrática, a coligação de centro-direita que ganhou o pleito e governa o país.
 

O que vem ocorrendo com os imigrantes em Portugal é fruto de escolhas políticas recentes. Há pelo menos duas décadas a União Europeia recomenda admitir estrangeiros apenas pela via do visto obtido no país de origem. Em vez de investir no aumento de sua estrutura de consulados espalhados pelo mundo, Portugal decidiu criar um meio alternativo: permitir que os imigrantes entrassem no país com visto de turista e deixar que pedissem autorização de residência a posteriori, por meio de uma figura jurídica denominada Manifestação de Interesse --seria uma jabuticaba portuguesa se em Portugal houvesse jabuticabas.
 

O governo português, no entanto, não investiu o suficiente para atender os imigrantes que entraram em Portugal com visto de turista e se acumulam nas filas da Aima para conseguir documentos definitivos.
 

"Na prática, as pessoas já não conseguem agendamentos para Reagrupamento Famliar, a não ser invocando a tutela jurisdicional", diz a advogada brasileira Érica Acosta, especialista em imigração. "Desde outubro de 2024 não há vagas para pedidos de concessão de autorização de residência." Para advogada, as medidas propostas pelo governo podem ter o efeito de "institucionalizar a negligência".
 

Alguns fatos podem servir para embasar o debate. É graças aos cerca de 1,3 milhão de imigrantes que vivem oficialmente no país que a seguridade social fecha a conta -os estrangeiros pagam impostos e, mais jovens que a média da população, usam pouco os hospitais públicos e o sistema previdenciário.

STF determina posse de prefeito em "terceiro mandato" seguido

  • Bahia Notícias
  • 17 Jun 2025
  • 18:44h

Foto: Reprodução/Redes sociais

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, autorizou, nesta segunda-feira (16), a posse e diplomação de Rubem Vieira de Souza como prefeito de Itaguaí (RJ), na Baixada Fluminense.

 

A decisão é válida até o julgamento feito pelo Tribunal Superior Eleitoral sobre um recurso que discute o "terceiro mandato consecutivo" do Dr. Rubão. 

 

O político venceu as eleições de 2024 com 39% dos votos da cidade, entretanto teve sua candidatura vetada em todas as instâncias. Ele foi eleito também no ano de 2020 e, no mesmo ano, ocupou um mandato-tampão na chefia do executivo. 

 

Durante julho e dezembro de 2020, ele era vereador e ocupou o cargo de prefeito diante do afastamento temporário do titular. 

 

A decisão do ministro Dias Toffoli entender que a posse no cargo para esperar a conclusão no TSE se impõe diante dos riscos para os direitos de Dr. Rubão e para a soberania dos eleitores.

 

O TSE estava para julgar o recurso em março, mas foi prorrogado após pedido de Nunes Marques.