BUSCA PELA CATEGORIA "Brasil"
- Por Anahi Martinho | Folhapress
- 01 Fev 2025
- 10:00h
Foto: Divulgação / Globo
Após vencerem a prova de resistência, Maike e Gabriel foram coroados os novos líderes do BBB 25 e colocaram três duplas na mira.
Eles escolheram Aline e Vinícius, Mateus e Vitória Strada e os irmãos Hypólito. Uma das três duplas será indicada ao paredão no próximo domingo (2).
A dupla vencedora escolheu ainda Eva e Renata e os gêmeos João Pedro e João Gabriel para ficarem no VIP.
Eles também ganharam prêmio de R$ 13.900 do patrocinador e devem ser presenteados em breve com um apartamento, de outro patrocinador.
- Por Folhapress
- 01 Fev 2025
- 08:21h
Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) definiu nesta sexta-feira (27) que a bandeira tarifária do setor elétrico brasileiro em fevereiro será verde, sem custo extra nas contas de energia dos consumidores.
Esse será o terceiro mês seguido sem valores adicionais. A agência afirma que o volume de chuvas e as boas condições dos níveis dos reservatórios garantiram a classificação.
"Os consumidores não terão custo adicional nas contas de energia devido à previsão da geração hidrelétrica favorável", disse a agência.
A bandeira ficou verde de abril de 2022 até julho de 2024, quando foi interrompida com o anúncio da bandeira amarela. Em agosto, voltou ao verde. Em setembro, foi aplicada a vermelha patamar 1, e em outubro, vermelha patamar 2. Em novembro, amarela, e a conta de luz voltou à bandeira verde em dezembro.
A medida é válida para todos os consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN) do país.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 para indicar aos consumidores os custos da geração de energia no Brasil. Ele reflete o custo variável da produção de energia considerando fatores como a disponibilidade de água, o uso das fontes renováveis e o acionamento de fontes de geração mais caras como as termelétricas.
A ideia é transferir de forma mais imediata ao consumidor os eventuais aumentos na geração de energia, dando transparência e estimulando um consumo consciente. Até então, o repasse de preços acontecia só nos reajustes anuais.
Cerca de 71% da geração do Brasil vem de hidrelétricas. O restante é complementado por outras fontes, como eólica, solar e nuclear. Como a geração hidrelétrica pode ficar comprometida em períodos de seca, o país tem um parque de usinas térmicas que são acionadas quando faltam chuvas.
Essas térmicas consomem gás, óleo combustível ou diesel e, quando são ligadas, elevam o custo de geração de energia, já que é necessário gastar com a compra do combustível.
ENTENDA MAIS SOBRE AS BANDEIRAS TARIFÁRIAS
- Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo
- Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,01885 para cada quilowatt-hora (kWh) consumidos
- Bandeira vermelha - Patamar 1: condições mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,04463 para cada quilowatt-hora kWh consumido
- Bandeira vermelha - Patamar 2: condições ainda mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,07877 para cada quilowatt-hora kWh consumido
- Bahia Notícias
- 31 Jan 2025
- 15:25h
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou, nesta quinta-feira (30), que não existe previsão de uma ligação entre ele e o novo presidente dos EUA, Donald Trump. Segundo Lula, não parece haver interesse nem da parte do estadunidense, nem da sua para a realização da conversa.
Trump foi eleito em novembro e tomou posse no dia 20 de janeiro. O Governo brasileiro reconheceu a vitória em comunicados políticos, mas o presidente não manteve o costume de ligar para parabenizar o presidente empossado. “Não há nenhum interesse agora, acho que nem meu, nem dele”, afirmou o presidente.
Desde que o republicano assumiu o governo estadunidense, tem tomado decisões opostas à visões defendidas pelo mandatário brasileiro. Lula criticou, de maneira enfática, a saída dos EUA do Acordo de Paris e a paralisação do financiamento à Organização Mundial da Saúde, classificando estas ações como “uma regressão à civilização humana”.
O presidente do Brasil ainda brincou acerca de quando iria encontrar, de fato, o novo chefe de estado norte-americano. “Se eu for convidado para o G7, a gente tem chance de encontrar. Se não, a gente vai se encontrar na ONU, se ele não desistir da ONU também”, afirmou Lula.
O brasileiro ainda criticou a promessa que o estadunidense fez de aumentar a taxação de produtos estrangeiros nos EUA, segundo ele para impulsionar o crescimento da indústria do país. “Ele só tem que respeitar a soberania dos outros países. Ele foi eleito para governar os EUA”, afirmou o presidente Lula.
- Bahia Notícias
- 31 Jan 2025
- 11:33h
Foto: Priscila Melo / Bahia Notícias
A Acelen, que é administradora da Refinaria Landulpho Alves (RLA), anunciou o reajuste no gás de cozinha a partir deste sábado (1º). Em comunicado enviado à imprensa nesta quinta-feira (30), a operadora afirmou que o aumento se deve em razão às variações no preço do Petróleo. Ao G1, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) disse que o aumento pode chegar a R$ 8 por botijão.
Em nota, a Acelen afirmou que os reajustes da companhia ocorrem "considerando variáveis como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais, dólar e frete, podendo variar para cima ou para baixo".
GASOLINA
Em contrapartida ao aumento do gás de cozinha, a administradora da RLA informou que o preço da gasolina será reduzido para as distribuidoras em 2,7%, passando de R$ 3,16 para R$ 3,08.
A nova tabela entrou em vigor nesta quinta-feira. A Acelen ressaltou, em nota, que possui uma política de preços transparente, amparada por critérios técnicos, em consonância com as práticas internacionais de mercado.
- Por Catia Seabra | Folhapress
- 30 Jan 2025
- 13:14h
Foto: Ricardo Stuckert/PR | Herivelto Batista/MCom
A relação entre o governo Lula (PT) e o PSD sofreu abalos às vésperas da reforma ministerial, depois que o presidente do partido, Gilberto Kassab, fez duras críticas à política econômica conduzida pelo ministro Fernando Haddad (PT).
Aliados do presidente Lula enxergaram nas declarações um sinal de que não está garantido o apoio do PSD à sua reeleição ainda que já ocupem três ministérios, além da ameaça de que o partido aproveitará o momento de fragilidade do Executivo para ampliar seu espaço na Esplanada.
As declarações de Kassab, nesta quarta-feira (29), ocorreram no mesmo dia em que o senador Omar Aziz (PSD-AM) criticou a escolha da presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), para a Secretaria-Geral da Presidência.
O presidente Lula já avisou a aliados que Gleisi vai assumir um ministério na reforma que deve ser iniciada a partir da próxima semana, com o fim da eleição para o comando da Câmara e do Senado.
Interlocutores do presidente identificam nas críticas de Kassab um aceno ao mercado e à base bolsonarista do governo de São Paulo. Kassab é secretário de Governo da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Nesta quarta-feira, ele disse que Haddad é fraco na condução do Ministério da Fazenda, em comparação a ocupantes do cargo em governos passados, incluindo outros mandatos de Lula e até a ditadura militar.
"O que vemos hoje é uma dificuldade do ministro Haddad de comandar. Um ministro da economia fraco é sempre um péssimo indicativo", disse durante evento do banco de investimento UBS BB, em São Paulo.
Kassab disse ainda que "o PT não estaria na condição de favorito, mas de derrotado", se as eleições presidenciais fossem hoje.
No Palácio do Planalto, o discurso foi recebido como um alerta para o fato de o PSD não aceitar a perda de postos estratégicos. Em suas conversas, Kassab tem deixado claro que se opõe, por exemplo, à hipótese de demissão do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), cujo posto é visado pela cúpula do Senado.
Aliados de Lula têm apostado na reacomodação de Silveira em um cargo como cota pessoal do presidente. Entre as possibilidades à mesa seria sua nomeação na Secretaria de Relações Institucionais, hoje chefiada pelo ministro Alexandre Padilha (PT) -que, por sua vez, assumiria o Ministério da Saúde.
Petistas saíram em defesa de Haddad. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, elogiou, nas redes sociais, a atuação do ministro da Fazenda.
"Estranho seria se o articulador político do governador Tarcísio elogiasse o exitoso trabalho de @Haddad_Fernando à frente do Ministério da Fazenda. Recordes em geração de emprego, diminuição da pobreza, reforma tributária…São tantas as vitórias que devem mesmo irritar a oposição", publicou.
O deputado estadual Emídio de Souza (PT-SP) disse que "Kassab é fraco de memória". E acrescentou: "Haddad é o ministro que depois de quase quarenta anos aprovou a reforma tributária, fez o país crescer 7% em dois anos, reequilibrou as contas públicas que Bolsonaro e [Paulo] Guedes haviam desorganizado", exaltou.
Coordenador do grupo Prerrogativas, o advogado Marco Aurélio de Carvalho disse que essa foi uma crítica extemporânea e injusta que tem motivação meramente eleitoreira. "Não sei se foi só para agradar a base bolsonarista do governo Tarcísio ou se Kassab projeta uma hipotética disputa [com Haddad] para 2026", disse ele.
Procurado pela reportagem, Kassab reiterou sua avaliação, mas afirmou que nunca supôs que suas declarações produziriam reação do governo Lula. O presidente do PSD disse que aquela foi uma simples análise em resposta a questionamentos de investidores sobre o cenário econômico.
"Se tem alguém que torce pelo Brasil, todos sabem que sou eu. Mas não posso deixar de dizer o que estou enxergando. Em momento algum quis agredir qualquer pessoa ou o governo."
Nesta quarta, a ausência de um expoente do PSD em cerimônia no Palácio do Planalto causou um mal-estar entre os aliados de Lula. O governador paranaense Ratinho Júnior (PSD) não compareceu a evento de anúncio de investimentos para rodovias do Paraná.
"Às vezes, é difícil para alguns governadores prisioneiros da polarização que não reconhecem, mas presidente Lula segue republicano e trabalhando sempre em parceria", disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Ao final do evento, questionado por jornalistas se Ratinho seria um desses governadores, Mercadante disse que não citou nenhum especificamente.
Nesta quarta, em entrevista ao UOL, o senador Omar Aziz disse que a chegada de Gleisi à Esplanada "não será boa para o presidente" porque ela "é militante". "A Gleisi faz críticas ao Haddad... Como é que você vai botar uma ministra que faz crítica a outro ministro? Me explica."
Na Secretaria-Geral da Presidência, a presidente do PT ocuparia um um gabinete dentro do Palácio do Planalto e teria entre suas atribuições a relação com os movimentos sociais.
Lula chamou Gleisi para duas conversas na semana passada. Em uma delas, o presidente afirmou que seu nome vinha sendo defendido para o ministério. A presidente do PT teria dito, em resposta, que o presidente da República não convida, manda.
Nos últimos dias, Gleisi negou a interlocutores que já tivesse sido convidada. Mas a notícia foi repassada pelo próprio Lula a nomes estratégicos de seu entorno.
- Bahia Notícias
- 30 Jan 2025
- 11:03h
Foto: Gilmar Félix/Câmara dos Deputados
O deputado federal Paulo Azi, presidente estadual do União Brasil, ironizou nesta quarta-feira (29), o movimento do governo do estado de divulgar massivamente o que chamou de “falsas adesões” de prefeitos à base petista. Para o parlamentar, a articulação não passa de um ‘balão de ensaio’, visto que esses prefeitos não integravam a oposição na Bahia. “Se olharmos os partidos em que estão filiados, veremos que todos são de legendas da base governista”, frisou.
Segundo Azi, em Buritirama, por exemplo, o prefeito Dr. Léo (MDB), anunciado como adesão recente, é de um partido da base governista. “Lá, nas eleições de 2024, o União Brasil tinha um candidato (Arival Viana, que disputava a reeleição). Então, como é que a gente apoiou o prefeito que venceu a eleição se o nosso partido tinha candidato?”, questionou.
“Portanto, isso só mostra que esse falso movimento adesionista é uma tentativa dissimulada do governo para mostrar que está bem, quando na verdade está caindo pelas tabelas. Eles fazem pesquisa, assim como nós fazemos, e estão vendo que a avaliação do governador (Jerônimo Rodrigues, do PT) está despencando. Então, criam estes factóides de falsas adesões para maquiar a sua pessima gestão”, declarou.
Por fim, o presidente do União Brasil afirmou o governo só se preocupa com política e não com os problemas que afligem a vida da população. “Infelizmente estamos diante de um governador que pensa que vai ganhar a eleição apenas com os políticos e não se preocupa com aquilo que é mais importante: o bem estar do povo, que é quem sofre com os graves problemas da Bahia, como a violência desenfreada, a pobreza, os péssimos índices de saúde educação e o desemprego”, disse.
- Bahia Notícias
- 30 Jan 2025
- 07:35h
Foto: Divulgação/Bahia Notícias
A atriz indicada ao Oscar Karla Sofía Gascón, do filme 'Emília Perez', polemizou nas redes sociais com uma declaração que ligou um alerta no público e até mesmo na produção da premiação, a principal do cinema mundial.
Em entrevista à Folha de São Paulo, Gascón acusou a equipe de Fernanda Torres de falar mal dela e de ‘Emilia Pérez‘.
“Isto não é uma competição. [...] O que não gosto são as equipes de redes sociais que trabalham ao redor dessas pessoas tentando diminuir o trabalho de outros, como o meu ou do filme, porque isso não leva a lugar nenhum. Para ressaltar o trabalho de uma pessoa não é necessário afundar o trabalho dos demais. Em nenhum momento, [alguém] me verá falando mal de Fernanda Torres ou do filme. Mas, por outro lado, há pessoas que trabalham com Fernanda Torres que falam mal de mim e de Emilia Pérez. Isso fala mais deles e de seu filme [‘Ainda Estou Aqui’] do que do meu”, declarou ela.
Antes mesmo da polêmica estourar, Fernanda Torres já havia elogiado Karla. Segundo a brasileira, ela foi a primeira pessoa que segurou a mão dela em um evento em Hollywood e fez questão de apresenta-lá a todos os famosos que estavam no local.
“Essa mulher me pega pela mão e vai me apresentando a todo mundo. Eu não acreditei, ela foi de um carinho comigo, uma solidariedade, ela realmente me pegou no colo e foi me botando na festa. Não vamos tratar ninguém mal e criar uma coisa de que é um contra o outro, pelo amor de Deus. Sou para sempre grata à Karla Sofía Gascón, ela está maravilhosa no ‘Emilia Pérez’. Não vamos alimentar ódio, sabe? Eu quero dizer: Karla Sofía Gascón, te amo para sempre. Uma mulher generosa, talentosa que merece todo o nosso carinho”, disse.
Toda situação envolvendo a atriz do filme francês fez com que a revista Variety publicasse um artigo explicando que Karla não tinha infringido uma regra do Oscar, como estavam acusando a atriz. A regra, na ocasião, seria falar mal ou criticar os concorrentes.
- Bahia Notícias
- 29 Jan 2025
- 12:20h
Foto: TV Globo
A nova dinâmica do Big Brother Brasil 25 durou pouco. Após duas semanas de jogo, Tadeu Schmidt anunciou o fim das duplas no reality show. Segundo o apresentador, após a eliminação de Edy e Raíssa, o público poderá votar para tirar da casa apenas um jogador.
A produção decidiu que os participantes não ficarão sabendo da novidade inicialmente. "Vai começar uma semana insana no BBB 25. Hoje teremos a última eliminação em dupla, mas estou contando só para vocês; eles não vão saber", informou.
A dinâmica foi anunciada como a grande novidade do programa para 2025. Definida antes da saída de Boninho, a proposta da emissora era colocar no jogo pessoas com laços fortes, como pais e filhos, avós e netos, sogras e genros, amigos, primos, irmãos, casais.
O jogo seria dividido em duas fases, sendo a primeira em dupla e a segunda individual, porém, a emissora não havia definido quando acabaria a dinâmica. "Todos entrarão em dupla e o jogo vai ter algumas fases. Na primeira fase, é como se a dupla fosse uma pessoa só: dupla de líder, dupla de anjo e eliminados em dupla no início da temporada."
De acordo com a coluna Tela Plana, da Veja, a audiência do reality show em 2025 tem preocupado os executivos da emissora. O Kantar Ibope Media indicou que o primeiro paredão da temporada registrou apenas 16,9 pontos de média de audiência na Grande São Paulo, considerado um número baixo para o programa.
A estreia da edição também rendeu a pior audiência da história, 17 pontos de média na Grande São Paulo, a pior das 25 edições do programa.
Além do fim das duplas, outra grande surpresa para a casa, o toque do Big Fone, que dará a uma das duplas uma imunidade, além de causar discórdia no jogo com a transmissão de todo almoço para a casa.
"Amanhã o Big Fone vai tocar de novo. A pessoa que atender vai ganhar um almoço especial para curtir com a sua dupla e pode chamar mais duas duplas para irem com eles. Elas vão tomar decisões que vão atingir outras pessoas na casa. O que elas não sabem é que o almoço vai ser transmitido para todo mundo no telão da sala, com áudio e vídeo. Depois, essas três duplas vão ter que decidir entre elas quem fica imune. O Big Fone vai tocar amanhã logo após o Mais Você."
- Por Mariana Brasil | Folhapress
- 29 Jan 2025
- 10:35h
Foto: Reprodução/Bahia Notícias
O Ministério dos Direitos Humanos e a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos planejam uma cerimônia de pedido de desculpas oficial à família do ex-deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar, e de mais 413 desaparecidos durante o regime.
A perspectiva é de que as solenidades sejam feitas em abril, mas as datas exatas ainda serão divulgadas. A pedido dos familiares de Rubens Paiva, eles receberão o pedido de desculpas e a certidão de óbito do parlamentar retificada ao lado de outras famílias de perseguidos políticos.
Agora, a nova versão do documento indica uma morte "não natural; violenta; causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964".
Há uma expectativa de que as primeiras certidões devam ser enviadas pelos cartórios à comissão nas próximas semanas.
O Conselho Nacional de Direitos Humanos reabriu em abril de 2024 o processo que investigava o desaparecimento e morte de Rubens Paiva, que havia sido arquivado por órgão do regime militar, o chamado Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana em 1971.
Com o desarquivamento do processo, o conselho elaborou um relatório sobre o caso, com investigações e conversas com a família.
"A partir desses contatos com a família já sentíamos e percebamos a necessidade de reconhecer o erro, resultado de uma coação, como foi mostrado posteriormente", diz André Carneiro Leão, defensor público e ex-presidente do Conselho Nacional.
De acordo com ele, o caso havia sido arquivado pelo órgão antecessor mediante coação dos militares a membros do conselho, que pressionaram pelo arquivamento.
O pedido de desculpas é uma das ações voltadas a garantir a reparação do caso da família Rubens Paiva. A partir dessa iniciativa da relatoria do caso, o objetivo é estender essas investigações e retratações a outras vítimas.
"Desde o início quando a gente decidiu reabrir o caso, a família sempre destacou que não podia ficar só no caso do Rubens Paiva. Não deveria ser tratado com um caso único e especial, mas sim um caso representativo do que sempre aconteceu a diversas famílias."
Na causa da morte da certidão anterior, entregue à família em 1996, constava apenas que Rubens Paiva havia desaparecido em 1971.
A mudança atende a uma determinação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de dezembro passado para que cartórios de registro civil lavrem ou corrijam os documentos de pessoas mortas e desaparecidas políticas.
O CNJ encaminha aos cartórios os dados necessários para a retificação, com base em informações sistematizadas pela Comissão de Mortos e Desaparecidos. Após o recebimento dessas informações, os cartórios têm o prazo de 30 dias para lavrar os novos assentos e certidões de óbito.
Concluída essa etapa, os cartórios devem remeter as certidões retificadas à comissão que, por sua vez, organizará a entrega dos documentos às famílias em cerimônias solenes, podendo haver pedidos de desculpas e outras homenagens.
As famílias que quiserem receber as certidões de óbito retificadas devem entrar em contato com a comissão informando o local onde elas gostariam que fossem entregues. Para tal, a orientação é responder a um formulário disponível no site do ministério. A partir daí, é feito o cronograma de entrega das certidões.
A história da família Rubens Paiva ganhou maior repercussão após ter sido retratada no filme "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles, que rendeu três indicações ao Oscar: melhor filme, melhor filme estrangeiro e melhor atriz para Fernanda Torres no papel de Eunice Paiva.
Com o impacto da produção, o governo Lula sancionou no início deste mês o Prêmio Eunice Paiva de Defesa da Democracia, destinado a personalidades de destaque na área.
A viúva de Rubens Paiva, que dá nome à premiação, se tornou advogada e ativista pelos direitos humanos após a morte do deputado. Eunice Paiva morreu em 2018, aos 89 anos.
- Por Edu Mota, de Brasília/Bahia Notícias
- 29 Jan 2025
- 08:37h
Foto: Edu Mota / Brasília/Bahia Notícias
Depois do mau resultado verificado na última segunda-feira (27) na pesquisa Genial/Quaest, um novo levantamento divulgado nesta quarta (29) amplia as preocupações do governo federal com a queda acentuada na aprovação do presidente Lula. Desta vez foi o PoderData, instituto de pesquisa do site Poder360, que constatou o aumento da impopularidade da gestão petista.
De acordo com a pesquisa, a desaprovação ao governo Lula aumentou de 48% para 51%, e a aprovação caiu de 45% para 42%. Com isso, se ampliou de três para nove pontos percentuais a distância entre a desaprovação e a aprovação do governo, a maior diferença já apurada neste terceiro mandato.
A comparação com os números da pesquisa PoderData realizada em janeiro de 2023, quando o presidente Lula havia acabado de tomar posse, mostra um quadro ainda mais dramático da quebra de confiança na relação entre o governo e o povo brasileiro. Naquela ocasião, o governo tinha 52% de aprovação e 39% de desaprovação, uma distância de 13 pontos percentuais a favor da administração petista. De lá pra cá, a aprovação caiu 10% e a desaprovação subiu 12%.
Entre os mais pobres, que ganham até dois salários mínimos, a administração presidente Lula é desaprovada por 48% e aprovada por 43%. Em dezembro, as taxas eram de 46% de aprovação e 44% de rejeição.
A região Nordeste também traz más notícias para o presidente. O líder petista ainda segue mais bem aprovado do que rejeitado no Nordeste, entretanto, a conjuntura nessa região começa a ficar menos favorável: 51% aprovam e 43% desaprovam o governo, uma distância de apenas oito pontos percentuais. Há dois anos, a diferença era de 20 pontos.
O presidente Lula também perdeu apoio também entre os católicos, até de maneira mais acentuada do que entre eleitores nordestinos. Dos entrevistados que dizem se identificar com essa religião, 48% aprovam a gestão petista, e 43% desaprovam. Em dezembro, as taxas eram de 52% de aprovação e de 40% de desaprovação.
Dentre os evangélicos, estrato da população com o qual Lula tem mais dificuldade de se relacionar, a rejeição aumentou. A pesquisa mostra que 68% desaprovam seu governo e 26% aprovam (no último levantamento, a desaprovação era de 63% e a aprovação estava em 29%, ou seja, a distância aumentou de 34% para 42%).
A queda na aprovação do governo ocorre até mesmo entre os eleitores que declaram ter votado em Lula na eleição presidencial de 2022. Neste grupo de eleitores do presidente, 23% agora dizem desaprovar a gestão (eram 10% no início do mandato). Nos últimos dois anos, a taxa dos que afirmam aprovar o governo caiu de 87% para 73% no levantamento mais recente.
- Por Lucas Lacerda | Folhapress
- 28 Jan 2025
- 16:20h
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o cenário da segurança no país é desolador, e como está, não pode ficar. Ele também afirmou que o governo não pode só ficar distribuindo dinheiro para ver se estados e municípios cumprem uma política federal, em referência à atuação da gestão por meio da PEC da Segurança.
As declarações foram dadas em um almoço promovido pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), criado pelo ex-governador João Doria, que fez a abertura do evento.
Sem mencionar detalhes, Lewandowski citou uma operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que terminou com quatro mortos e cinco feridos, e também uma onda de violência que atinge Rondônia.
Ele também destacou como problema a infiltração de facções do crime organizado em atividades legais como postos de gasolina, contratos públicos e apostas online, as chamadas bets. "Quem quiser deixar as coisas como estão, realmente terá que arcar com ônus da continuidade desse cenário absolutamente aterrorizador."
Também estavam presentes outras autoridades, como o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o secretário nacional de Justiça, Mário Sarrubbo, e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).
Lewandowski iniciou o discurso com uma pergunta retórica sobre a satisfação dos presentes com a segurança pública, cuja resposta seria, para ele, um retumbante não.
Chamou a situação no país de "verdadeiro faroeste ou verdadeira guerra civil", segundo o que mostram situações veiculadas na imprensa. Para ele, no entanto, a insegurança generalizada não é uma circunstância brasileira, mas global.
O ministro disse que o papel do governo federal na área da segurança pública, relegado a um financiamento de equipamentos e capacitação, tem sido limitado e ineficiente. "Eu não posso, como ministro da Justiça e Segurança Pública, ficar distribuindo dinheiro federal para ver se os estados e municípios cumprem uma determinada política federal. Na verdade, uma política da União."
Em meio aos debates sobre a PEC da Segurança, o ministro defendeu a integração entre estados, municípios e governo federal. "Nós vamos ser parceiros de estados e municípios, arcar com responsabilidade que nos compete e trabalhar juntos no combate à criminalidade, sobretudo a criminalidade organizada."
Depois de 36 anos de vigência da Constituição Federal, a natureza do crime mudou substancialmente, segundo ele. O ministro afirmou que a carta herdou uma ideia de crime local, mas que não há mais possibilidade de lidar com o crime sem uma concertação internacional. Para isso, seria preciso atualizar os modelos domésticos.
Ele reforçou pontos da PEC como a formulação pela União de diretrizes gerais na segurança, um, reforço no texto sobre a competência para a Polícia Federal atuar em crimes ambientais e no combate ao crime organizado e às milícias privadas.
Também citou o empoderamento desejado na PEC da PRF (Polícia Rodoviária Federal), mudando o nome para Viária Federal, para atuar em hidrovias e ferrovias.
O novo modelo da PRF poderia atuar emergencialmente em auxílio a governadores ou em calamidades públicas e desastres naturais, além de atuar em portos e aeroportos sem a decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem.
O terceiro eixo apresentado por Lewandowski trata da constitucionalização dos fundos de segurança pública e penitenciário.
Por último, a ideia é prever na Constituição a criação de corregedorias e ouvidorias autônomas, já indicadas na lei do Susp (Sistema Único de Segurança Pública), de 2018.
"Estávamos fora, assistindo de camarote ao que acontece no Brasil nesta área, estamos nos oferecendo para entrar na arena e dar as mãos aos estados e municípios para combater esse problema."
Ao fim do debate, o ministro foi questionado por Gonet sobre uma eventual redução de poder dos governadores com a aprovação da emenda e negou essa possibilidade. Citando a minuta, afirmou que as competências atribuídas à União não excluem as competências comuns e concorrentes dos demais entes federados nestas áreas, assim como não restringem a subordinação das polícias militares, civis e penais aos governadores dos estados e do Distrito Federal.
"Isso vai estar na Constituição com todas as letras. Garantia maior que essa, doutor Gonet, acho que é impossível que a União dê."
- Bahia Notícias
- 28 Jan 2025
- 12:20h
Foto: Divulgação/SBT/Champions League
A última rodada da fase de liga da UEFA Champions League, que acontece nesta quarta-feira (29), não terá transmissão do SBT. Por questões contratuais, a TNT Sports, através da TV fechada e do streaming Max, da Warner-Discovery, ficará com a exibição das partidas de forma exclusiva. Ao todo, a emissora esportiva possui o direito de transmitir 18 jogos da competição europeia. A informação inicial foi dada pela Folha de São Paulo.
O SBT confirmou a informação de forma oficial e pública, e contou que não houve negociação entre as partes envolvidas, visando uma liberação à TV aberta.
O contrato da emissora paulista permite os jogos da Liga dos Campeões da Europa serem transmitidos apenas nas terças-feiras. No entanto, as partidas da última rodada da primeira fase acontecerão todas nesta quarta, tirando o direito do SBT exibir os jogos. A única exceção para mudança de data consta no contrato, que é destinada para a final do torneio.
Encerrada a última rodada da fase de liga da Champions, os próximos jogos a serem transmitidos - com narração de Tiago Leifert - pelo SBT só acontecerão em fevereiro, nos playoffs que antecedem o mata-mata.
- Por Folhapress
- 28 Jan 2025
- 08:08h
Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF | Foto: Reprodução / YouTube / Roda Viva
Em meio a investigações em andamento sobre a trama golpista, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse não haver elementos para indiciar todos os citados na delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
Na primeira delação de Cid, relevada pelo colunista da Folha de S.Paulo Elio Gaspari no último fim de semana, o ex-ajudante de ordens citou 9 pessoas dos 40 indiciados pela trama golpista.
Entre os citados por Cid como integrantes da ala mais radical, estão a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Os dois não foram indiciados no relatório final.
"No caso concreto, está lá no relatório [final da trama golpista] que não houve a busca de outros elementos que pudessem confirmar de que essas pessoas [Michelle, Eduardo e outros não indiciados] tenham participado", disse Andrei no programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (27).
Andrei também fez menção a apresentação de PowerPoint apresentado pelo então procurador Deltan Dallagnol no âmbito da Operação Lava Jato em 2016.
Na sequência de slides, Dallagnol chamou de "14 conjuntos de evidências" que apontavam para o nome do hoje presidente Lula (PT) no centro.
"A Polícia Federal de hoje não faz entrevista coletiva pré-condenando, prejulgando ninguém, não faz Powerpoint responsáveis por operações já pré-condenando as pessoas. Faz investigação isenta, séria e responsável", disse Andrei.
As declarações sobre investigações sigilosas em andamento se tornaram recorrentes no governo Lula, principalmente pelo chefe da PF. No entanto, as manifestações públicas costumam ser de inquéritos que miram opositores do governo Lula, investigados pela corporação.
A gestão de Andrei Rodrigues é marcada também pela proximidade com o presidente. Como mostrou a Folha de S.Paulo, o diretor da PF viaja com frequência na comitiva presidencial para o exterior, o que despertou o temor de alguns integrantes da corporação da contaminação política.
Em novembro, a PF concluiu parcialmente uma importante investigação sobre suposta trama golpista do governo de Jair Bolsonaro (PL). Na ocasião, os investigadores indiciaram o ex-presidente e outras 39 pessoas.
A delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, citou a suposta participação de Michelle Bolsonaro e de Eduardo Bolsonaro -não indiciados pela trama golpista- no que o militar chama de ala mais radical pelo golpe.
Durante o comando de Andrei, a corporação também intensificou os embates com outros órgãos públicos, como o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Exército e a PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Além deles, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) entrou na mira da PF por uso de um software espião suspeito de ser ter sido utilizado para espionar adversários políticos e blindar os filhos de Bolsonaro.
O caso ficou conhecido como Abin paralela, apesar de o grupo suspeito de espionagem ilegal ser composto, em sua maioria, por policiais federais cedidos à agência, sob o comando do então diretor Alexandre Ramagem, hoje deputado federal pelo PL-RJ.
- Bahia Notícias
- 27 Jan 2025
- 17:02h
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Uma pesquisa divulgada, nesta segunda-feira (27), pela Quaest revelou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta o maior índice de reprovação desde o início da atual gestão.
Segundo o levantamento, 49% dos eleitores brasileiros desaprovam o trabalho do presidente, enquanto 47% o aprovam. É a primeira vez que a reprovação supera numericamente a aprovação na série histórica iniciada em fevereiro de 2023.
Em comparação com o levantamento anterior, divulgado em dezembro de 2024, a aprovação caiu cinco pontos percentuais, de 52% para 47%, enquanto a reprovação subiu dois pontos, passando de 47% para 49%.
De acordo com Felipe Nunes, diretor da Quaest, o resultado reflete a insatisfação dos eleitores com a condução da economia e o descumprimento de promessas de campanha.
"Primeiro, Lula não consegue cumprir suas promessas. Esse percentual sempre foi alto, mas chegou ao seu maior patamar em janeiro de 2025: 65%. Ou seja, mais do que gerar esperança, o atual governo produz frustração na população", afirma Nunes.
O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos e realizado entre os dias 23 e 26 de janeiro de 2025. Foram entrevistados 4.500 eleitores em todo o Brasil, com uma margem de erro geral de um ponto percentual, para mais ou para menos.
REGIÕES
A pesquisa identificou que o Nordeste continua sendo o principal reduto de apoio ao governo Lula, com 60% de aprovação e 37% de reprovação. No entanto, houve uma queda em relação ao levantamento de dezembro, quando 67% aprovavam e 32% desaprovavam o presidente.
"Perder popularidade no Nordeste e na renda baixa significa que o governo está perdendo base que deixa de defendê-lo", avaliou Nunes. A margem de erro para este recorte é de quatro pontos percentuais.
No Sudeste, a desaprovação permaneceu estável em 53% em relação às duas pesquisas anteriores, enquanto a aprovação caiu de 44% para 42%. A margem de erro para a região é de três pontos percentuais.
No Centro-Oeste e no Norte, os números se mantiveram praticamente inalterados, com 49% de desaprovação (antes 50%) e 48% de aprovação. A margem de erro é de cinco pontos percentuais.
Já no Sul, os dados mostram uma piora significativa na avaliação do governo: a desaprovação subiu de 52% para 59%, enquanto a aprovação caiu de 46% para 39%. A margem de erro para a região é de seis pontos percentuais.
- Por Pedro S. Teixeira | Folhapress
- 27 Jan 2025
- 15:15h
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Os brasileiros recebem mais de 1 bilhão de chamadas de telemarketing abusivo por mês, indica documento da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) entregue ao Cdust (Comitê de Defesa dos Usuários de Serviços de Telecomunicações).
A agência de telecomunicações afirma ter bloqueado 184,9 bilhões de chamadas inoportunas na rede monitorada de 26 operadoras entre junho de 2022, quando adotou regras para restringir a prática, e dezembro de 2024.
Uma apresentação de prestação de contas ao Cdust mostra que a eficiência das medidas de bloqueio de ligações indesejadas fica em 85%. Os 15% restantes chegam aos usuários de serviços de telecomunicações.
As ações que tentam mitigar o problema não impediram uma alta de chamadas abusivas entre 2023 e 2024. O número de ligações importunas bloqueadas pela Anatel subiu de 76,11 bilhões, nos últimos sete meses de 2023, para 82,52 bilhões, nos primeiros sete meses de 2024, sendo que o total de chamadas na rede se manteve no período.
Trata-se dos dados apresentados pela Anatel ao órgão consultivo. Não há informações mensais para os primeiros meses de 2023, nem para o período após julho do ano passado, segundo a agência.
Arte mostra chamada de atendente de telemarketing para uma pessoa em casa Catarina Pignato Folhapress A imagem é uma ilustração dividida em duas partes. Segundo os critérios da agência de telecomunicações, o telemarketing abusivo acontece quando a empresa faz ao menos 100 mil chamadas por dia com auxílio de robôs. Nesses casos, a ligação automatizada é interrompida se não há uma resposta imediata, necessária para o redirecionamento a um atendente ou mensagem gravada. O tempo de duração das chamadas fica em torno de seis segundos, de acordo com a Anatel.
A frequência da importunação pode ser ainda maior, a considerar um levantamento feito pelo app Truecaller, em 2021, que mostrou que cada telefone brasileiro recebe em média 32,9 ligações indesejadas por mês. Isso equivale a mais de 10 bilhões de chamadas mensais, considerando os 268 milhões de linhas telefônicas ativas.
Em resposta à solicitação do Cdust para endurecer as regras contra telemarketing abusivo, a Anatel afirmou que a estimativa seria errada porque a análise considerou como importunação todas as chamadas de telemarketing, não o critério da agência, que estipula um mínimo de 100 mil ligações diárias.
A experiência do maranhense Eduardo Henrique Farias, 23, é pior do que o diagnóstico feito pelo Truecaller. Ele recebe 20 ou mais ligações por dia da Claro e não consegue nem sequer responder. "Não consigo pedir para me tirarem da lista, porque o robô não dá a opção de falar com o atendente e, se fica sem resposta, a ligação cai", diz.
Ele também não consegue perguntar se o interlocutor trabalha diretamente para a telecom ou para uma terceirizada.
As ligações ora oferecem produtos, ora fazem cobranças que ainda não venceram, segundo Farias. A importunação também chega à caixa de mensagens. Na definição da Anatel, cobranças não configuram telemarketing abusivo, apenas chamadas oferecendo produtos ou serviços.
Essa realidade se estende também a clientes da Vivo e da TIM, segundo condenações nos tribunais após investigações promovidas pelos Procons (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) de Minas Gerais e Distrito Federal.
A multa à TIM, de R$ 2,3 milhões, foi imposta após análise de "diversas reclamações de consumidores", diz o Ministério Público de Minas Gerais, ao qual o Procon-MG está vinculado.
As ligações violaram o estadual Sistema de Bloqueio de Telemarketing, uma lista na qual os mineiros podem se inscrever para evitar a importunação no celular. A Anatel oferece um serviço similar na plataforma Não me Perturbe, mas usuários relatam que continuam a receber chamadas indesejadas mesmo após se cadastrarem.
Em abril de 2023, a Vivo também foi condenada pela Justiça paulista a pagar uma multa de R$ 2,3 milhões por não respeitar a lista do Não me Perturbe. Em todos os casos, as empresas estão recorrendo contra as punições.
Procurada pela reportagem, a entidade que representa o setor, Conexis, diz que as suas associadas apoiam as medidas da Anatel contra as chamadas inoportunas e fraudulentas. "As empresas de telecomunicações seguem a legislação e a regulamentação vigentes."
Além do Não me Perturbe, a Conexis destaca o serviço Origem Verificada, no qual as pessoas cadastradas recebem informações sobre quem realiza a ligação, e o Que Empresa me Ligou, que identifica empresas.
A Anatel afirmou à reportagem que já aplicou o total de R$ 32.020.961 em multas por telemarketing abusivo, em 24 processos administrativos. Além disso, bloqueou 1.041 usuários de serviços de telecomunicação por telemarketing abusivo.
"Desse total, 223 empresas submeteram pedidos para firmar termo de compromisso com a agência, com 170 deferidos e 53 indeferidos por não atenderem as condições previstas."
Em nota, a Anatel disse não ter dados de quantas violações já ocorreram à obrigatoriedade de usar o prefixo 0303.
O Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) reivindica dentro do Cdust que o recebimento de chamadas de telemarketing só possa ocorrer mediante consentimento livre, expresso e informado do consumidor. "Essa medida representará um passo importante e definitivo para resolver o problema."
Em setembro, a agência apresentou ao comitê uma proposta de ampliação do combate às chamadas inoportunas. Uma das medidas do pacote seria, por exemplo, a expansão do uso do 0303 a todas as atividades geradoras de intenso volume de chamadas, como doações e cobranças, além do telemarketing ativo. A Anatel usaria como parâmetro o fluxo de mais de 10 mil chamadas diárias para exigir o uso do prefixo.
As normas passariam a valer no último dia 5, mas o início de vigência da regra foi adiado por 90 dias a pedido das operadoras, que questionaram detalhes técnicos do novo regulamento.
Já em operação, o Não me Perturbe bloqueia chamadas de telemarketing realizadas por sete operadoras e 60 instituições financeiras. Essas empresas selaram um termo de cooperação com a Anatel e se comprometeram a não contatar os usuários que pediram bloqueio.
Para a advogada consumerista e colunista da Folha Maria Inês Dolci, mais do que desrespeitarem a obrigatoriedade de uso do prefixo 0303, as empresas de telemarketing vendem e compram dados dos usuários para perpetuar a atividade, sem autorização direta e explícita do consumidor. "A principal legislação que proíbe essa prática é a LGPD [Lei Geral de Proteção de Dados]."
O consumidor precisa ser informado sobre o uso de seus dados e os motivos disso, segundo Dolci. Deve ainda cobrar essa notificação. "Precisamos de mais projetos de lei, de regulamentações mais severas que garantam privacidade e sossego para o consumidor", diz a advogada.
COMO USAR O NÃO ME PERTURBE
As pessoas interessadas em bloquear operações de telemarketing de alguma das empresas participantes do Não me Perturbe precisam acessar o site da iniciativa.
A participação requer aceitar os termos de uso da plataforma e fazer um cadastro de usuário e senha. O registro envolve entregar informações como nome completo, CPF, email e telefone, que são, segundo a Anatel, usadas para realizar os procedimentos de bloqueio.
Veja como fazer:
- Acesse o site Não me Perturbe
- Caso não tenha cadastro, clique em "Quero me cadastrar"
- Registre as informações pedidas
- Usuário deve usar um email válido, uma vez que a plataforma envia um código de confirmação
- Dentro da plataforma, a pessoa deve clicar em "Novo bloqueio"
- Depois, adicionar um telefone, que também passará por processo de verificação
- Na sequência, precisa indicar quais instituições quer bloquear e enviar o formulário
- O tempo para as empresas efetuarem o bloqueio é de 30 dias corridos
VEJA AS EMPRESAS INSCRITAS
Operadoras de telecomunicação:
- ALGAR TELECOM
- CLARO
- OI
- SERCOMTEL
- SKY
- VIVO
- TIM
Instituições financeiras:
- AGIBANK
- ÁGIL
- BANCO ALFA
- BANCO ARBI
- BANCO J. SAFRA S.A.
- BANCOOB
- BANCO C6
- BANCO CARREFOUR
- BANCO DA AMAZÔNIA
- BANCO DIGIMAIS
- BANCO DO BRASIL
- BANCO INBURSA S.A.
- BANCO MASTER
- BANCO PAULISTA
- BANCO PINE
- BANCO SENFF
- BANESE
- BANESTES
- BANPARÁ
- BANRISUL
- BARI
- BECKER FINANCEIRA
- BRADESCO
- BMG
- BRB
- BV
- CAIXA
- CAPITAL CONSIG
- CCB BRASIL
- CCB BRASIL FINANCEIRA
- CDC BANK
- CETELEM-BNP
- COMPREVFIN
- CREDIARE S/A - CFI
- CREFISA S/A
- DAYCOVAL
- DELBANK
- DIGIO
- FACTA FINANCEIRA
- FINANCEIRA ALFA
- GAZINBANK
- HS FINANCEIRA
- INTER
- ITAÚ-UNIBANCO
- ITAÚ CONSIGNADO
- MERCANTIL DO BRASIL
- MERCANTIL DO BRASIL FINANCEIRA
- NBC BANK
- NUBANK
- PAN
- PARANÁ BANCO
- PARATI CFI
- PEFISA
- PICPAY
- PINCRED SOLUÇÕES FINANCEIRAS
- SAFRA
- SANTANDER / OLÉ
- SICOOB COOPERNAPI
- SICREDI
- ZEMA FINANCEIRA
CONTINUE LENDO