Vereadores irão apresentar Moção de Repúdio ao prefeito Eduardo Vasconcelos por desrespeito ao TCM e a outras instituições constituídas

  • Ascom | CMB
  • 18 Mai 2020
  • 11:07h

(Foto: Ascom | CMB)

As declarações dadas pelo prefeito Eduardo Vasconcelos em recente entrevista ao repórter Lay Amorim do Site Achei Sudoeste acabaram gerando um grande desconforto político, inclusive no seu próprio grupo, já que muitos não aceitaram o conteúdo ofensivo de suas palavras. Questionado a princípio pelo fato de que o TCM – Tribunal de Contas dos Municípios imputou uma multa no valor de R$ 4 mil reais ao gestor além de o condenar a devolver o montante de R$ 17 milhões aos cofres do Fundeb (Educação), Eduardo Vasconcelos elevou muito o tom, de forma ácida, acabou acusando e ofendendo o egrégio tribunal e também o conselheiro relator Paulo Marconi, que tem uma reputação ilibada e que, da forma como foi feita a colocação, isso foi desrespeitado pelo prefeito. As ofensas acabaram, inclusive indo para o lado chulo, onde o chefe do executivo afirmou em alusão ao TCM que “só tem 3 estados do Brasil que tem essa merda” e ainda disparou, “professor aí tem político que tirou isso da gaveta, agora que não tem mais coisa aí, tem o dedo grosso dos Bonfá, está vendo que eles estão atuando forte aí, só não enxerga quem não quer. Nós estamos na Bahia, da operação Faroeste, veja o que você vai botar aí, não vai botar merda não”, o que nós compreendemos como uma coação ao referido repórter e a imprensa local, como também ao Tribunal de Justiça da Bahia. Diante disso, nós representantes do Legislativo, não aceitamos e repudiamos de forma veemente qualquer ofensa e/ou acusação proferida pelo prefeito Eduardo Lima Vasconcelos em face do Tribunal de Contas da Bahia, Tribunal de Justiça da Bahia ou qualquer família do município de Brumado. A Moção será apresentada pelos componentes da bancada oposicionista na sessão do Poder Legislativo desta segunda-feira (18).

Situação se complica: Baianos sem emprego deixam São Paulo em ônibus clandestinos e põem cidades em risco

  • Correio
  • 18 Mai 2020
  • 10:33h

(Foto: Correio)

Um homem de 31 anos retornou de São Paulo e entrou em Ribeira do Pombal, nordeste da Bahia, sem passar pelas três barreiras sanitárias que existem nas entradas da cidade. Ele estava infectado pelo coronavírus. Pouco tempo depois, sua esposa começou a manifestar o sintoma da doença. Ao poder público, ela disse que o homem infectado com quem teve contato não estava mais no município. Era mentira. Só após uma investigação da prefeitura, com apoio da Policia Militar e Guarda Municipal, é que o rapaz foi encontrado, sem cumprir o isolamento social e causando pânico no povoado em que vive. “Acionamos a Justiça para que ele seja responsabilizado criminalmente e vamos ter que realizar testes rápidos em todos os contactantes”, explicou a secretária de saúde de Ribeira do Pombal, Lakcelma Costa. A cidade de 50 mil habitantes tinha registrado 11 casos da doença, segundo a prefeitura. Pelo menos dois destes são de pessoas que retornaram de São Paulo. Esse número, no entanto, pode ser maior, já que a prefeitura parou de divulgar detalhes a partir do décimo caso, após a reportagem entrar em contato com a Secretaria de Saúde.

O CORREIO identificou pelo menos cinco cidades da Bahia cujo primeiro infectado veio de São Paulo: Ribeira do Amparo, Banzaê, Itapicuru e Anagé, além de Ribeira do Pombal. Essa lista pode ser maior, pois algumas cidades optaram por não divulgar detalhes dos casos confirmados.

Em Anagé, cidade de 25 mil habitantes, que faz divisa com Vitória da Conquista, o caso evoluiu para óbito, que ocorreu na última quinta-feira (14). Trata-se de uma mulher de 72 anos, que tinha chegado de São Paulo no dia 27 de abril, conforme divulgado nas redes sociais da prefeitura.

Uma funcionária da Secretaria de Saúde, que não quis se identificar, disse que a cidade possui barreiras sanitárias nas duas entradas principais do município. No entanto, tais estruturas não impedem a entrada dos visitantes e só servem para fazer um controle de quem chega na cidade.

“Há ainda as entradas da zona rural e a maioria das pessoas vem por fora da barreira”, disse.

O óbito ocorreu na própria residência da vítima. O CORREIO tentou contato com Paulo Marinho, secretário de Saúde do município, que não atendeu as ligações nem respondeu as mensagens. Anagé tinha 227 casos monitorados ou notificados, mas sem novos registros da doença.

Já a cidade de Itapicuru registrou, de uma só vez, oito casos de coronavírus. O primeiro foi de uma mulher de 66 anos que usou um transporte clandestino para chegar à cidade. “Nossa equipe de saúde foi até sua residência, fez o teste e encaminhamos a paciente para Salvador, no Hospital do Subúrbio”, disse o prefeito Magno Souza, em vídeo publicado numa rede social da prefeitura.

O segundo caso também foi importado, mas não teve o nome da cidade de origem divulgado. Trata-se de um paciente que contaminou outras seis pessoas da mesma casa, localizada em um povoado da cidade. Todos os resultados se tornaram públicos no mesmo dia, na última segunda-feira (11). “Não queremos proibir a entrada de pessoas na cidade, mas sim trabalhar de forma conjunta orientando e monitorando as pessoas”, disse o prefeito.

Em comunicado divulgado também em rede social, a Prefeitura informou que foi decretado lockdown nos povoados de Várzea dos Potes e Retiro. “Iniciamos uma série de ações: bloqueios de acesso, desinfecção de ruas e praças, montagem de barreiras sanitárias e cumprimento rigoroso de todos os protocolos”, dizia o texto.

O CORREIO entrou em contato diversas vezes, sem sucesso, com a secretária de saúde do município, Wilmara Lima, para prestar esclarecimentos sobre o assunto. Até o fechamento da reportagem, com cerca de 35 mil habitantes, Itapicuru tem quase mil casos sendo monitorados ou investigados, segundo o boletim epidemiológico do município.

'Vou me embora pro sertão’

Desempregados, vivendo de aluguel e sem uma perspectiva econômica favorável, a solução encontrada por muitos baianos que migraram para São Paulo é ‘ir embora pro sertão’. No entanto, aquilo que poderia ser motivo de festa ao ‘matar’ a saudade da família e da terra natal tem contornos dramáticos na pandemia do novo coronavírus.

“Onde só sai dinheiro e não entra nada, é complicado. A saída foi voltar pra Bahia. Não queria que fosse dessa forma, mas não tive jeito. O pior é ficar dois anos sem ver a minha mãe e não poder dar um abraço”, desabafou Leonardo Rodrigues, 23.

Em 2017, o rapaz saiu da pacata Ribeira do Amparo para tentar a sorte na maior cidade da América Latina. Na capital paulista, viveu como autônomo, atuando na área de vestuário no famoso distrito do Brás. “Por conta da pandemia, o comércio fechou. Perdi o investimento que tinha feito. Lá eu não tinha moradia própria. Vivia sozinho, pagando aluguel e as despesas eram altas”, lembra. Em abril, ele voltou para a terra natal.

A história de Leonardo se confunde com a de vários nordestinos. “Dessa vez, eu decidi alugar um carro para fazer a viagem sozinho, por questão de segurança. Mas já precisei usar o transporte clandestino, que é mais barato e menos burocrático”, disse. Na semana passada, uma fiscalização coordenada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apreendeu cinco veículos do tipo. Três deles levavam 74 passageiros de São Paulo para as cidades de Capim Grosso, na Bahia, e Caruaru, em Pernambuco.

Os outros dois ônibus apreendidos tinham São Paulo como destino e, juntos, possuíam apenas 20 passageiros. “Temos observado um fluxo maior do Sudeste e Sul para o Nordeste. Pessoas desempregadas ou em quarentena estão retornando para a terra natal, ainda que temporariamente”, disse Carlos Solrraique, especialista em regulação da ANTT.

Após serem pegos pela fiscalização, os motoristas são liberados e os veículos são conduzidos para o pátio da ANTT, vindo a ser liberado depois de 72h, após pagamento de taxas. A empresa clandestina deve contactar uma empresa regular para fazer o transporte dos passageiros até o seu destino final.

Ou seja, independente da fiscalização, as pessoas conseguem sair de São Paulo e chegar na cidade natal, em plena pandemia. O CORREIO tentou contato com a prefeitura de Capim Grosso, que possui 12 casos de coronavírus e 30 mil habitantes, mas não obteve retorno. A cidade é uma das que não têm divulgado se os casos identificados são importados ou não.

Monitoramento

“A gente não faz uma espécie de divisão, mas pelo conhecimento que temos, sem sombra de dúvidas, é de São Paulo que está vindo a maioria das pessoas para Ribeira do Amparo”, disse Dielson Tarcísio, coordenador da vigilância epidemiológica do município de pouco mais de 14 mil habitantes.

Até o fechamento da reportagem, a Secretaria de Saúde tinha o conhecimento de que Ribeira do Amparo recebeu 423 pessoas de fora. “Mas esse número pode ser maior, infelizmente. Criamos um disk saúde, para a população informar caso saiba de alguém que tenha chegado na cidade”, disse Tarcísio.

O açougueiro Roberto Barbosa, 29, não precisou ser delatado por algum vizinho. “Assim que cheguei de São Paulo mandei mensagem para a secretaria. Eles me procuraram um dia depois e me informaram que tinha que ficar isolado por 15 dias. Cumpri e depois fui liberado”, disse.

Como as fronteiras aéreas não estão fechadas, Roberto utilizou o avião para chegar até Salvador. De lá, ele foi de carro até a cidade natal. “Eu até pensei em vir de clandestino. Na primeira vez que fui para São Paulo, eu usei. É uma viagem mais cansativa e perigosa. Não sabemos como é a manutenção do ônibus, que sempre quebra na estrada”, disse.

Na fiscalização feita pela ANTT, foram constatadas irregularidades nos veículos apreendidos, como ausência de itens obrigatórios de segurança, pneus carecas e para-brisas trincados. Roberto explicou que o veículo clandestino pega e deixa a pessoa na porta de casa. No levantamento que ele fez, o valor de São Paulo até Ribeira do Amparo custava R$ 300.

Em uma busca nos sites das empresas aéreas, é possível encontrar passagens de São Paulo para Salvador por um valor até menor do que esse, mas só para o mês de junho. Para quem quer sair da capital paulista imediatamente, poderá desembolsar cerca de R$ 900 e terá poucas opções de horário disponíveis, devido à redução das viagens.

A assessoria do governo do estado informou que já solicitou, logo no início da pandemia, que o Governo Federal tomasse providência acerca do transporte aéreo, mas não houve retorno neste sentido. “Sobre as estradas, o governo tem proibido o fluxo de ônibus, vans e transportes hidroviários em cidades com casos confirmados da Covid. Caso fique mais de 14 dias sem registrar novos casos, esse fluxo é liberado na cidade”, segue a nota.

O governo afirmou ainda que a medição de temperatura que era feita do lado de fora do Aeroporto de Salvador foi suspensa há 18 dias. “Com a redução substancial de voos e a expansão da doença no Brasil, passou-se a investir na testagem e descentralização ao invés desse tipo de monitoramento”, completaram.

Já a Vinci Airports, que administra o Aeroporto de Salvador, disse que a atividade de controle sanitário é de responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que não informou se tem feito ações do tipo na Bahia.

 

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Identificado o brumadense vítima fatal de Dengue Hemorrágica; ele estava morando em Bom Jesus da Lapa

  • Brumado Urgente
  • 18 Mai 2020
  • 08:40h

(Fotocomposição: Brumado Urgente)

A morte de um brumadense ocorrida nessa madrugada em Brumado deixou muita gente preocupada com o alastramento do surto de Dengue na cidade. Ele foi identificado como Márcio José Gonçalves da Silva, de 40 anos, e, segundo informações estava residindo em Bom Jesus, onde teria sido contaminado, sendo transferido para a UTI do HMPMN em Brumado no sábado (16), tendo o seu quadro agravado pela forma hemorrágica e, infelizmente, vindo a óbito. Não foram passadas ainda informações sobre sepultamento e velório.

Morte de brumadense por Dengue Hemorrágica acende ainda mais o sinal de alerta para a doença

  • Brumado Urgente
  • 18 Mai 2020
  • 08:15h

O paciente acabou vindo a óbito no início da madrugada desta segunda-feira (18) | Foto: Brumado Urgente

Enquanto a pandemia da Covid-19 continua assolando o Brasil, a Dengue vai se alastrando de forma muito preocupante, inclusive com casos fatais, como ocorreu nessa madrugada em Brumado, onde um paciente acabou falecendo vítima da forma hemorrágica da doença. Segundo informações passadas pela SESAU, ele é natural de Brumado, mas estava morando em Bom Jesus da Lapa, onde contraiu a doença. Transferido por meio de regulação no sábado (16) para o Hospital Magalhães Neto, ele, devido ao agravamento do quadro clínico, não suportou e acabou vindo a óbito. A identidade não foi revelada. Com isso o sinal de alerta para a Dengue em Brumado, mesmo com o fato dele ter contraído a doença fora, fica ainda mais intenso porque já foram confirmados mais de 130 casos e, devido à paranoia da pandemia, muitos estão se esquecendo de combater o mosquito e, com isso, as residências acabam se tornando focos. O Poder Municipal também terá que ampliar suas ações, já que várias denúncias de terrenos que podem ter criadouros continuam sendo divulgadas nas redes sociais pelos brumadenses.

Segunda parcela do auxílio emergencial começa a ser hoje (18)

  • Redação
  • 18 Mai 2020
  • 07:49h

(Foto: Reprodução)

O pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600, direcionado a trabalhadores informais, autônomos e microempreendedores individuais (MEIs) que se cadastraram no programa, começa nesta segunda-feira. Quem tem Bolsa Família vai receber primeiro. Confira o calendário abaixo. Quem tem conta poupança social digital aberta pela Caixa vai ter o dinheiro depositado na próxima quarta-feira, dia 20, mas só vai poder sacar o dinheiro a partir do dia 30. Os demais informais que vão receber o benefício também só poderão fazer saques a partir do dia 30. Os saques poderão ser feitos nas agências da Caixa ou em lotéricas. Não há data prevista para a terceira parcela. Segundo o governo, 58 milhões de pessoas estão aptas a receber o auxílio em todo o país. Desse total, 28 milhões não recebiam qualquer benefício social e se inscreveram pelo site da Caixa ou pelo aplicativo Caixa Auxílio Emergencial. Vela calendário abaixo: 

Beneficiários do Bolsa Família

NIS de final 1: 18 de maio

NIS de final 2: 19 de maio

NIS de final 3: 20 de maio

NIS de final 4: 21 de maio

NIS de final 5: 22 de maio

NIS de final 6: 25 de maio

NIS de final 7: 26 de maio

NIS de final 8: 27 de maio

NIS de final 9: 28 de maio

NIS de final 0: 29 de maio

Recursos: Com risco de faltar dinheiro para pagar auxílio de R$ 600, governo quer acelerar impressão de cédulas

Para depósito em conta

nascidos em janeiro e fevereiro: 20 de maio

nascidos em março e abril: 21 de maio

nascidos em maio e junho: 22 demaio

nascidos em julho e agosto: 23 demaio

nascidos em setembro e outubro: 25 de maio

nascidos em novembro e dezembro: 26 de maio

Auxílio emergencial:  Defesa diz que 73,2 mil militares receberam indevidamente

 

Para saque

nascidos em janeiro: 30 de maio

nascidos em fevereiro: 1 de junho

nascidos em março: 2 de junho

nascidos em abril: 3 de junho

nascidos em maio: 4 de junho

nascidos em junho: 5 de junho

nascidos em julho: 6 de junho

nascidos em agosto: 8 de junho

nascidos em setembro: 9 de junho

nascidos em outubro: 10 de junho

nascidos em novembro: 12 de junho

nascidos em dezembro: 13 de junho

A Caixa lembra que o saque pode ser feito nos caixas eletrônicos do banco, nas unidades lotéricas e nos correspondentes Caixa Aqui. É importante levar um documento de identificação para facilitar a retirada.

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Secretaria de Saúde da Bahia homenageia profissionais da área mortos por coronavírus

  • Arivaldo Silva
  • 18 Mai 2020
  • 07:36h

Nas redes sociais, a Sesab prestou homenagem a uma das cinco profissionais de linha de frente que não resistiram no combate ao coronavírus | Foto: Reprodução Facebook

A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) usou as redes sociais neste domingo (17), para homenagear uma das cinco profissionais de saúde vítimas fatais do novo coronavírus, na Bahia. A auxiliar de enfermagem, Sônia Maria Barreto trabalhou na linha de frente do Hospital Geral do Estado (HGE), até o dia 17 de abril, quando se afastou para se tratar. “Hoje, a Bahia se despede de mais uma guerreira, que dedicou a sua vida para cuidar de vidas baianas. Neste momento, profissionais de saúde são heróis, mas também estão entre as vítimas da doença no estado”, diz a nota da Sesab. Ainda segundo a Sesab, até o momento, cinco profissionais perderam suas vidas para a Covid-19 em todo o estado. “Mas em meio a? batalha, seguiremos com voce?s e venceremos juntos essa guerra”, complementa a nota de luto.

Linha de frente

De acordo com dados divulgados pela Sesab, no boletim epidemiológico divulgado neste domingo (17), a Bahia tem 1.073 profissionais da profissionais da área infectados pelo novo coronavírus. Em Salvador, o número de profissionais de saúde que contraíram a doença nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da capital baiana também assusta. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, são, pelo menos, 100. As UPAs que apresentam o maior número de casos são: Pirajá, com 27 casos confirmados; San Martin, 18; Periperi, 10; Brotas, 9; Pernambués, 8; Barris, 6. Na última sexta-feira (15), o governador Rui Costa anunciou que deve enviar nesta próxima segunda (18), um projeto de lei para a Assembleia Legislativa da Bahia, que trata de seguro de renda e de vida para profissionais que trabalham em unidades de saúde voltadas para o combate à Covid-19. Segundo Rui Costa, caso o texto seja aprovado, os trabalhadores que recebem acima do teto do Sistema Único de Saúde (SUS) vão manter a renda, mesmo que precisem se afastar caso sejam contaminados.

Bolsonaro sinaliza que pode demorar para indicar novo ministro da Saúde

  • Redação
  • 18 Mai 2020
  • 07:31h

À aliados, o presidente disse, no final de semana, que o general Eduardo Pazuello pode permanecer como interino até o fim da pandemia | Foto: Reprodução

Presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) sinalizou a aliados durante o final de semana que deve demorar a indicar o novo ministro da Saúde, depois do pedido de demissão do oncologista Nelson Teich, na última sexta-feira (15). Com isso, deve permanecer no cargo por mais tempo, interinamente, o general Eduardo Pazuello, que comanda a pasta em meio à crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Bolsonaro revelou ainda que, caso não tenha plena confiança sobre sua próxima escolha, Pazuello pode administrar o ministério até o fim da pandemia.

Hidroxicloroquina e azitromicina: Sesab esclarece sobre permissão do uso no combate a Covid-19

  • Secom | Bahia
  • 17 Mai 2020
  • 19:14h

(Foto: Secom / Bahia)

O secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, anunciou hoje (8) que o Governo do Estado vai liberar, mediante prescrição médica, o uso da associação dos medicamentos hidroxicloroquina e azitromicina para pacientes internados no Sistema Único de Saúde (SUS) com diagnóstico positivo para coronavírus (Covid-19). A deliberação ocorreu durante reunião da comissão científica criada pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) para analisar as evidências científicas envolvendo a Covid-19, que aconteceu na tarde desta quarta-feira. De acordo com Vilas-Boas, que preside a comissão, “a recomendação é que os pacientes hospitalizados recebam os medicamentos o mais precocemente possível após a internação”, ao apontar que temos estoque suficiente para atender até 50 mil pacientes.

 

Já o infectologista e presidente do Comitê Estadual de Combate ao Coronavírus, Antônio Bandeira, destaca que “outras alternativas terapêuticas também serão disponibilizadas para emprego no tratamento de pacientes hospitalizados, tais como Ivermectina e Tocilizumabe”. O pesquisador e infectologista Roberto Badaró, integrante do Comitê Científico do Consórcio Nordeste e diretor do Instituto de Ciências da Saúde do Cimatec, explica como funciona a adoção de protocolos. “Há uma evolução muito grande nos modos de tratamento, visto que é uma doença nova e estamos aprendendo como realmente é a epidemia. Os especialistas procuram organizar protocolos de tratamento para não prejudicar os pacientes com remédios experimentais, nem com tentativas desesperadoras de salvar o paciente. Mas a experiência já acumulada nos direciona pra saber quem deve tomar hidroxicloroquina, quem não deve, quem deve ficar em casa e quem deve ser hospitalizado e tratado o mais precocemente possível. E isso só consegue ser ordenado se fizermos esses protocolos. E eles são feitos por quem tem experiência e responsabilidade com a saúde pública”, detalha. Participam também do comitê técnico-científico, a subsecretária da Saúde, Tereza Paim, o diretor geral de Gestão das Unidades Próprias, Igor Lobão, a infectologista e diretora geral do Instituto Couto Maia, Ceuci Nunes, o pneumologista Sérgio Jezler e o superintendente de Assistência Farmacêutica, Ciência e Tecnologia em Saúde, Luiz Henrique d’Utra.

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31% dos brasileiros já praticaram sexting na quarentena, diz pesquisa

  • Tech Tudo
  • 17 Mai 2020
  • 17:01h

Brasileiros apostam em sexting para apimentar a relação durante o isolamento social da pandemia — Foto: Luciana Maline/TechTudo

O aplicativo de namoro Happn divulgou uma pesquisa, na última quarta-feira (13), que mostra que 31% dos usuários brasileiros praticaram sexting durante a quarentena. Ou seja, um terço dos entrevistados confirmou que enviou ou recebeu mensagens, fotos e vídeos eróticos por meios digitais durante o período de isolamento, para esquentar o clima com os parceiros em tempos de distanciamento social. A pesquisa foi realizada entre os dias 4 e 11 de maio, e entrevistou 1.117 pessoas de diferentes regiões do país por meio de uma enquete enviada dentro do aplicativo Happn. Do total, 16% afirmaram que enviaram mensagens eróticas, 10% praticaram o sexting por meio de fotos e 5% através de vídeos. 15% dos entrevistados revelaram que praticaram sexting pela primeira vez durante a quarentena. O interesse sexual dos usuários também mira no período pós-quarentena. 73% dos participantes brasileiros se declararam ansiosos por um encontro íntimo ou sexual nos dias pós-confinamento. No entanto, a maioria concordou que é necessário esperar até o fim da pandemia para encontrar seus parceiros com segurança.

Por outro lado, a pesquisa também mostrou que o interesse romântico está em alta durante o isolamento. 62% dos participantes declararam que desejam encontrar um relacionamento sério após a pandemia, e que a solidão imposta pela quarentena foi um dos motivos que levaram à inclinação a um romance no futuro. Outra informação obtida com a pesquisa mostra que os usuários estão aproveitando os momentos a sós para redescobrir o prazer consigo mesmo. 72% das pessoas afirmaram que aderiram ao chamado “self-love” na quarentena. A pandemia também serviu de assunto na hora de puxar papo com os pretendentes pelo aplicativo. 35% dos brasileiros utilizaram os hábitos comuns durante o isolamento como forma de iniciar uma conversa com alguém. Na sequência, aparece um tópico mais tradicional na hora da paquera: a indicação de filmes e séries, com 34%. Em terceiro lugar no ranking de principais assuntos do chat, surge novamente a crise causada pela pandemia, com 27%. Por último, aparecem atividades físicas e músicas, com 23% e 22%, respectivamente.

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Governo da Bahia entrega 26 ambulâncias para apoiar combate ao coronavírus no interior; Brumado é contemplado

  • Redação
  • 17 Mai 2020
  • 16:53h

Entre os municípios contemplados estão Alagoinhas, Barreiras, Brumado, Camacan, Conceição do Coité, Cruz das Almas e Esplanada | Foto: Divulgação/GOVBA

Vinte e quatro municípios do interior da Bahia com Unidades de Pronto Atendimento (UPA) destinadas a pacientes suspeitos de coronavírus receberão 26 ambulâncias do governo do estado. A ação reforça o combate à epidemia e dá mais segurança e agilidade, caso haja necessidade de transferências para unidades de maior complexidade. O secretário da Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas, afirma que foram investidos cerca de R$ 4 milhões na aquisição dos veículos do tipo picape. “Já entregamos 12 unidades e nesta semana faremos as demais entregas, que foram uma determinação do Governador Rui Costa”, diz o secretário.Os municípios contemplados são: Alagoinhas, Barreiras, Brumado, Camacan, Conceição do Coité, Cruz das Almas, Esplanada, Gandu, Ilhéus, Ipiaú, Irecê, Itabuna, Itacaré, Jaguaquara, Jequié, Juazeiro, Lauro de Freitas, Morro de Chapéu, Paulo Afonso, Porto Seguro, Santa Maria da Vitória, Serrinha, Tucano e Itaparica.

Conquista: Bares funcionam normalmente em meio a pandemia

  • BRF
  • 17 Mai 2020
  • 15:45h

(Foto: Reprodução)

Apesar de fiscalizações recentes da Prefeitura de Conquista, através da gerência de posturas, o Blog do Rodrigo Ferraz deu um giro no Bairro Brasil, na tarde de ontem (sábado) e percebeu muitos ‘furos’ do decreto municipal em meio a pandemia do coronavírus. O que a gente visualizou foram bares funcionando normalmente, na maior ‘tranquilidade’, e algumas barbearias e salões de beleza também. “A gente percebeu um trabalho da secretaria de serviços públicos no início do decreto, mas parece que a coisa ‘afrouxou’ e hoje temos visto muitas pessoas se aglomerando em  bares”, disse um morador. Na zona rural as denúncias também são grandes.

 

Secretaria da Agricultura adota medidas para ajudar produtores rurais na BA durante a pandemia do Covid-19

  • Informações do G1/BA
  • 17 Mai 2020
  • 14:23h

Secretaria da Agricultura adota medidas para ajudar produtores rurais na Bahia — Foto: Reprodução/TV Bahia

Há mais de dois meses a população enfrenta a pandemia do coronavírus, que afetou todos os setores, inclusive a produção rural na Bahia. O secretário de agricultura, Lucas Costa, contou sobre o escoamento da produção até os créditos financeiros para produtores rurais. "No início a gente teve alguns problemas com travamento de estradas e deslocamentos de trabalhadores. Entramos em contato com os prefeitos, com os outros órgãos de responsabilidade, a Seinfra do estado, a gente conseguiu sanar esse tipo de problema", disse Lucas. O secretário explicou que houve preocupações em alguns setores, por causa da demanda de deslocamento e também a economia do mercado.

"A cultura do melão, que está em plena safra, precisa de um deslocamento de funcionários muito grande. No início houve um certo pânico, travando as estradas, mas a gente conseguiu sanar. O outro setor que a gente se preocupou muito foi o setor dos laticínios, já que esse é extremamente sensível mercadologicamente falando, porque são produtos perecíveis. Então a gente limpou com o Sindileite, com os próprios produtores ligado a essa cadeia. Já que a maior parte do comércio, que seria com restaurantes e pizzarias, que os grandes laticínios absorvem a parte dessa demanda de produção, não prejudicando os produtores no início da cadeia, que aqui eles tem um mercado maior com relação aos outros mercados, que foram menos abalados com a Covid-19", explicou.

De acordo com o secretário, os caminhoneiros tiveram assistência em relação a postos, restaurantes e também a mecânica, já que os caminhões precisam de manutenção.

"A gente tem que produzir no campo e essa produção tem que chegar à cidade. Essa produção se conectou muito forte com a Seinfra, buscando sempre uma assessoria com relação a postos, a restaurante, inclusive a mecânica, porque os caminhões precisam de manutenção. Hoje, a gente não tem mais relatos com relação a problemas em logística. Também com as importações, a questão marítima está atuando, não temos problemas em relação a isso. Tivemos uma preocupação também com as frutas, mas vale lembrar que a maior produção nossa vem no segundo semestre e a gente não sabe como vai estar até lá", relatou Lucas.

O secretário disse ainda, que no início da pandemia, houve um aumento muito grande na procura de acerola e laranja. Segundo ele, a população entendeu que precisava de produtos com vitamina c, que ajudam na prevenção de gripe.

"A gente quer ver se existe alguma distorção, por exemplo, se o tomate caia no Ceasa e aumente no supermercado. No início, a gente teve um aumento muito grande na laranja e na acerola. Porque? Vitamina c e gripe. A população entendeu que seria importante ter um estoque, depois se acomodou. A gente vê interferem cia no algodão, na queda de preços na bolsa de Nova York, mas como a produção nossa é vendida de forma futura, a maioria dos contratos já estavam fechados. A soja em relação ao campo, a gente vê um preço nominal alto, quando se compara a preço polarizado está menor que o ano passado, mas o preço nominal em real alto. Os produtores não estão reclamando em relação a preço, é uma questão mercadológica ativa", explicou o secretário.

Com relação aos créditos financeiros, o secretário disse que há pedidos para órgãos competentes para que prorroguem os financiamentos, até que a situação da pandemia se normalize.

"Algumas culturas, cadeias, tiveram seu fluxo de caixa abalados, então tiveram seu pagamento comprometido com relação aos financiamentos rurais. A gente sabe da importância e vem pedindo não só ao Ministério da Agricultura, como também ao da Economia e aos bancos, que prorroguem esses financiamentos, por um prazo pelo menos para que volte a normalidade para facilitar com que o produtor pague essas fontes. A gente precisa ter acesso a novos créditos", completou Lucas.

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) abriu um canal de comunicação para que os produtores possam tirar dúvidas, o "Fala Produtor", através do telefone (71) 99980-5994.

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Flávio Bolsonaro rebate acusações de Paulo Marinho: 'Tem interesse em me prejudicar'

  • 17 Mai 2020
  • 13:23h

Foto: Revista Veja

Em nota enviada à imprensa neste domingo (17), o senador Flávio Bolsonaro reagiu às acusações de Paulo Marinho de que ele sabia com antecedência da Operação Furna da Onça, que atingiu Fabrício Queiroz (leia mais aqui). O filho do presidente Jair Bolsonaro acusou Marinho de ter se deixado tomar pela ambição e de querer sua vaga no Senado Federal.

"O desespero de Paulo Marinho causa um pouco de pena. Preferiu virar as costas a quem lhe estendeu a mão. Trocou a família Bolsonaro por Doria e Witzel, parece ter sido tomado pela ambição. É fácil entender esse tipo de ataque ao lembrar que ele, Paulo Marinho, tem interesse em me prejudicar, já que seria meu substituto no Senado", disse.

Flávio questionou o momento das acusações de Paulo Marinho e disse que o empresário está "desesperado" e sem votos.

"Ele sabe que jamais teria condições de ganhar nas urnas e tenta no tapetão. E por que somente agora inventa isso, às vésperas das eleições municipais em que ele se coloca como pré-candidato do PSDB à Prefeitura do Rio, e não à época em que ele diz terem acontecido os fatos, dois anos atrás? Sobre as estórias, não passam de invenção de alguém desesperado e sem votos", completou.

A troca de acusações teve início com a reportagem publicada nestre domingo pelo jornal "Folha de S.Paulo" na qual o empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio no Senado, afirma que o filho do presidente foi alertado com antecedência pela Polícia Federal sobre a operação que teria como alvo seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

Dona Toinha: Uma estrela que retorna mais luminosa aos céus

  • João Batista de Castro Júnior. Professor do Curso de Direito da Universidade do Estado da Bahia, campus Brumado. Juiz Federal. Doutor em Linguística e Cultura pela Universidade Federal da Bahia. Ex-Promotor de Justiça. Ex-Presidente da União dos Juízes Fe
  • 17 Mai 2020
  • 11:33h

Foto: Arquivo Pessoal I João Batista de Castro Júnior

Na virada da década de 70 pra de 80, quando saía da rua Olavo Bilac, onde morava, para ir ao famoso Armarinho Ipiranga, na Coronel Zequinha, onde trabalhavam meus tios maternos, eu nunca punha os pés na calçada do Centro Espírita Obreiros do Porvir, que ficava nos fundos da Igreja Matriz, porque, prisioneiro da desinformação, ficava receoso de que algum espírito endemoninhado pudesse pular nas minhas costas e não sair mais.

6 anos depois entrava eu ali como adepto recebido acolhedoramente pelo já septuagenário Sr. Edgar Spínola Teixeira, primo em 1º grau do educador Anísio Teixeira, e por Sr. Dionísio, um negro sem grande formação escolarizada, mas dono de sabedoria notavelmente incomum. Eram os dois pilares daquela entidade, embora com visões um pouco distintas no trato prático da Doutrina Espírita, circundados por personalidades operosas como Dr. Allan, da Codevasf, Lizete,  Dona Carmelita, Letícia, entre outras.  

Esses foram alguns dos momentos mais enriquecedores de minha vida na Terra, sem jamais ter esquecido que para ali tinha sido levado por uma inestimável amiga, Dona “Roxa”, ao argumento de que se encerrara meu rápido estágio na religião que ela ainda hoje professa, a Umbanda, em cujos cultos eu vira um universo arrebatadoramente enternecedor, onde a tocante reverência a Jesus se faz num quesito esquecido em muitas religiões cristãs oficiais: o humilde anonimato.

Sim, numerosos membros de famílias guanambienses ditas tradicionais, carregando desarranjos psíquicos para os quais não encontravam solução nos ambientes religiosos tradicionais ou mesmo nos meios científicos, foram, sobretudo nas décadas de 70 e 80, buscar socorro nas práticas umbandistas, embora às escondidas. Formava-se então um quadro rico à observação da Antropologia das Religiões: aqueles negros e negras, mesmo intimamente cientes de que seu empenho cristão não era uma alforria contra as algemas do duradouro preconceito social e racial neste País, se desdobravam em orações e nos trabalhosos fenômenos de incorporação para ao final estamparem inacreditável alegria por fazer caridade em favor de quem, a partir dali, ia fingir não vê-los nas ruas a fim de evitar até um mero cumprimento.

Nesse ponto é que entra o grandioso papel missionário de Dona Toinha em Guanambi: rica empresária branca alocada no mais alto estrato socioeconômico local, tomou a si, mesmo sem ter mediunidade ostensiva, a tarefa de fundar uma comunidade negra de Umbanda na década de 60. Foi seu nome de peso que blindou essa religião de ser abertamente achincalhada, desrespeitada e vilipendiada, tendo sido ainda sob sua influência de proteção social que, direta ou indiretamente, se formaram trabalhadores memoráveis como Helena Maria da Conceição, conhecida como Dona Helena, também falecida no mês de maio. A data de partida de ambas não é obra do acaso, mas das insondáveis tramas quânticas do Universo. É o mês dos Pretos Velhos, que não só elas como várias outras mulheres guanambienses extraordinárias tanto cultuaram naqueles memoráveis terreiros que pertencem a uma história local infelizmente ainda não escrita.  

Num dos livros produzidos pela mediunidade de Divaldo Franco, o espírito do médico Bezerra de Menezes revela que não poucas vezes teve que se valer desses espaços de Umbanda para uso de técnicas desobsessivas porque não tinha encontrado recepção à mediunidade de incorporação em centros espíritas perdidos em discussões abstratas, o que só reafirma que se o Espiritismo, substantivo masculino, foi o pai formador de nomes na maioridade espiritual da teoria científica que a evolução planetária termina cobrando, a Umbanda, palavra feminina, foi sempre a mãe preta a oferecer o regaço tépido e o leite do consolo místico a não poucos filhos colaços inexperientes e desordenados.  

A baixa visibilidade social do trabalho resume o fadário de mulheres como Dona Toinha: seu legado, na Terra, não teve grandes aplausos, mas inegavelmente estará distribuído de forma capilar nas redes emocionais de cada um dos seus beneficiários, sobretudo os mais pobres, que, desprovidos de qualquer acesso à saúde antes do SUS, vinham não só do sofrido Pé do Morro como das zonas rurais e urbanas de Municípios vizinhos, em caminhonetes carregadas, na busca de atendimentos gratuitos, saindo dali com aquela felicidade risonha, mas silenciosa, a portar nas mãos a indicação de banhos de rosas, de ervas e nomes de defumadores, ainda inebriados pelo poder dos majestosos cânticos conhecidos como “pontos”.

Não há o que lamentar, entretanto, na partida de Dona Toinha. Sua vocação para o trabalho prossegue, pois, ao deixar para trás sua carcaça somática, ela, que sempre soube o valor das lutas no mundo terreno e no terreno do mundo espiritual, se juntará muito em breve às legiões que estão se formando na pátria espiritual em prol da atual transição planetária anunciada por todas as religiões, mas que não se fará sem dor e testemunhos do sacrifício.

Oxalá seu exemplo de singular e desconhecida coragem e dedicação, inspirado no Cristianismo Apostólico, possa servir de estímulo definitivo aos que se preparam para voltar em breve ao palco terrestre com a missão de renová-lo.

Jesus a abençoe, minha querida Dona Toinha. Obrigado por tudo.

Vitória da Conquista, 16 de maio de 2.020.

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LGBTIs vivem acirramento de violência familiar em isolamento social

  • Vinícius Lisboa
  • 17 Mai 2020
  • 10:21h

Foto: Pixarbay

A crise global causada pelo novo coronavírus “está exacerbando as dificuldades da população LGBTI”, reconheceu a Organização das Nações Unidas (ONU) em um comunicado divulgado em abril. A ONU explicou na época que essa minoria “muitas vezes encontra discriminação e estigmatização ao buscar serviços de saúde, e é mais vulnerável à violência e outras violações dos direitos humanos”. No Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, comemorado hoje (17), LGBTIs ouvidos pela Agência Brasil que trabalham no acolhimento a essa população chamam a atenção para o cruzamento dessa forma de discriminação com as dificuldades enfrentadas por todos diante da maior pandemia das últimas décadas.

Gestora de uma rede de apoio emocional que já realizou mais de 100 atendimentos a LGBTIs no Rio de Janeiro, a vice-presidente do Grupo Arco-Íris, Marcelle Esteves, ouve diariamente os desabafos de pessoas que perderam seu sustento com a crise, tiveram que se confinar em lares em que não são aceitas e sofrem violências físicas e psicológicas por parte das próprias famílias.

“A gente atende os mais variados públicos. Desde aquele indivíduo que é estudante e mora com os pais até aquele que já tem o seu escritório e nesse momento perde o seu sustento e fica refém dos familiares. E qual escolha ele tem? Volta para a família? Vai para a rua?”, lamenta s psicóloga, que atende com frequência casos de depressão. “A autonomia financeira é primordial. Sem ela, você fica sem o seu direito de escolha, fica refém do outro, e muitos acabam reféns de suas próprias famílias”.

Uma pesquisa internacional realizada com 3,5 mil homens gays, bissexuais e transexuais pelo aplicativo de relacionamentos Hornet confirma a percepção da psicóloga. Segundo noticiado pela Fundação Thomson Reuters, na terça-feira (12), 30% dos entrevistados responderam que não se sentem seguros em casa durante o isolamento. Marcelle destaca, entretanto, que a violência é ainda mais severa contra a população transexual, que tem sua identidade negada por familiares. “Tenho jovens em atendimento que preferem ir para a rua e correr o risco de se contaminar, porque não estão suportando ficar nas suas casas”.

Mesmo que a LGBTfobia já tenha sido declarada crime pelo Supremo Tribunal Federal (STF), muitas vítimas relatam dificuldades em denunciar familiares próximos, como pais e mães, e se veem sem ter onde buscar abrigo após uma denúncia, conta Marcelle, que muitas vezes tenta aconselhar as vítimas a buscar amigos. “É importante que essa pessoa rompa com esse círculo de violência, se não ela pode acabar sendo morta”.

Além do acolhimento e aconselhamento de vítimas de violência doméstica, o Grupo Arco-Íris tem reunido doações para atender com cestas básicas a um cadastro de 3 mil LGBTIs em situação de extrema vulnerabilidade no estado do Rio de Janeiro. Desde que o isolamento social começou, Marcelle conta que os pedidos de ajuda para ter o que comer não pararam de chegar. Entre as situações mais difíceis está a de parte da população trans que, excluída do mercado de trabalho, depende da prostituição para sobreviver.

Na Coordenadoria Especial de Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio de Janeiro, o trabalho desenvolvido para a inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho se tornou “quase impossível”, lamenta o coordenador, Nélio Giorgini. Com o pai internado em uma unidade de terapia intensiva há 14 dias, com covid-19, Nélio conta que vive desde março o período de trabalho mais intenso desde 2017, quando assumiu o cargo.

“O que tem vindo até nós são relatos desesperadores”, desabafa. “São pessoas que estão passando fome, pessoas que precisam de abrigo”, diz ele, que não deixa de comemorar vitórias pontuais, como a contratação recente de um jovem trans por uma rede de hipermercados.

A coordenadoria tem ajudado na distribuição de cestas básicas, confeccionou máscaras e trabalha em busca de vagas em abrigos municipais para pessoas LGBTIs desabrigadas e em situação de rua. Além disso, estão previstas reuniões com a iniciativa privada para buscar apoio e emprego para essa população, além da ajuda a iniciativas como a Casa Nem, que abriga pessoas trans em situação de vulnerabilidade no Rio de Janeiro. O abrigo é mantido por doações e a mobilização de ativistas criou um financiamento coletivo para receber ajuda no período da pandemia.

Fundador da Casa 1, lar de acolhimento para a população LGBTI na capital paulista, Iran Giusti percebeu com a crise, um retorno de ex-moradores que já haviam se estabelecido fora do acolhimento. “Aumentou significativamente por conta das demissões. Como, em geral, esses jovens têm uma baixa escolaridade, os trabalhos em que atuavam eram essencialmente os de serviços que deixaram seus funcionários completamente desamparados”, conta Giusti, que têm ajudado essas pessoas com questões como a obtenção do auxílio emergencial. “Como os jovens que já estavam acolhidos e acolhidas entraram em confinamento, infelizmente, não conseguimos receber novos”.

Giusti narra histórias parecidas com a que Marcelle ouve no acolhimento online no Rio de Janeiro. “Percebemos uma mudança no perfil de quem pede ajuda, sendo agora jovens com um perfil de maior independência, que trabalhavam, estudavam e conseguiam conviver relativamente bem com a família. Com o isolamento, muitas situações ficaram insustentáveis”.

Um grupo de especialistas em direitos humanos da Organização das Nações Unidas emitiu um comunicado conjunto no último dia 14 em que pede atenção dos países à saúde e às violações de direitos humanos da população LGBTI no contexto da pandemia. O documento destaca em um trecho que, “ao ficar em casa, crianças, adolescentes e adultos LGBTI se veem obrigados a suportar uma exposição prolongada a membros da família que podem não aceitá-los, o que aumenta as taxas de violência doméstica, agressões físicas e emocionais, assim como danos à saúde mental”.

No comunicado publicado em abril, a ONU já havia chamado atenção para uma tendência de acirramento de problemas sociais. “A covid-19 está criando um círculo vicioso em que altos níveis de desigualdade alimentam sua disseminação, que, por sua vez, aprofunda as desigualdades”, dizia um trecho do documento.

No Brasil, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) lançou em abril uma cartilha sobre prevenção ao coronavírus voltada especificamente para a população LGBTI.

O texto afirma que “Lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros estão expostos ao novo coronavírus da mesma forma que o resto da população. Ainda assim, muitas dessas pessoas vivem num contexto de extrema vulnerabilidade social, o que pode influenciar no acesso a direitos como a saúde”.

Além das recomendações gerais de higiene e distanciamento social, a cartilha recomenda questões específicas, como a atenção ao cancelamento de cirurgias eletivas, citando as do processo transexualizador.

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