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Defesa Civil lança novo sistema de alertas de desastres em barragens no Rio São Francisco

  • Bahia Notícias
  • 22 Ago 2024
  • 13:33h

Foto: Reprodução / Agência Nacional

Um novo sistema de alertas de desastres, chamado de Defesa Civil Alerta, será implementado para monitorar situações de risco envolvendo barragens. Inicialmente, a ferramenta será aplicada em 21 das 27 barragens do Projeto de Integração do Rio São Francisco. 

A interação entre os operadores das barragens e o sistema de alertas, assim como a coordenação com a Defesa Civil municipal, ainda está em definição, abrangendo municípios nos estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará. 

Após essa fase inicial, o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional pretende expandir o uso do Defesa Civil Alerta para barragens geridas pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, e Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Não há uma data definida para a implementação em barragens desses outros órgãos, que também gerenciam áreas de risco como produção de energia elétrica e mineração.

O Defesa Civil Alerta, desenvolvido em colaboração com o Ministério das Comunicações, a Agência Nacional de Telecomunicações e quatro operadoras de telefonia, utiliza a rede de telefonia celular para enviar alertas de desastres por mensagem de texto, com aviso sonoro e bloqueio temporário de outros conteúdos na tela do usuário.

O sistema também emite alertas em celulares no modo silencioso. Assim, os residentes em áreas de risco receberão as mensagens sem necessidade de cadastro prévio. Desde 10 de agosto, o Defesa Civil Alerta está em fase de teste piloto em 11 municípios das Regiões Sul e Sudeste, com a previsão de conclusão dessa etapa até 10 de setembro.

Três dias mais quentes da história aconteceram nesta semana

  • Por Giuliana Miranda | Folhapress
  • 26 Jul 2024
  • 08:05h

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Dados divulgados pela OMM (Organização Meteorológica Mundial), ligada à ONU (Organização das Nações Unidas), revelam que os três dias mais quentes da história recente da Terra aconteceram nesta semana.

O recorde de calor foi documentado em 22 de julho, última segunda-feira, que teve temperatura média de 17,16°C. O resultado superou o recorde anterior, que havia sido catalogado apenas 24 horas antes, no domingo (21), com média de 17,09°C.

Na terça-feira (23), o planeta registrou mais uma jornada tórrida, com média de 17,15°C. Antes desta semana abrasadora para a humanidade, o ranking de calor era liderado pelo 6 de julho de 2023, que teve temperatura média global de 17,08°C.

As medições são de uma das bases de dados usadas pela OMM para monitorar o clima mundial: o conjunto de dados ERA5, que remonta a 1940, do Serviço de Mudança Climática Copernicus da União Europeia. Embora as cifras ainda possam variar em relação a outras instituições, o resultado foi motivo de alerta, sobretudo pela atual trajetória de aquecimento do planeta.

Depois de 2023 ter sido declarado o ano mais quente da história da humanidade, o clima segue abrasador.

"Além dos três novos recordes diários de temperatura global desta semana, temos visto recordes de temperatura mensal por 13 meses consecutivos", disse Celeste Paulo, secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial.

De acordo com medições do observatório Copernicus, o mês passado foi o junho mais quente da série histórica, com média de 16,66°C, o que representa cerca de 1,5°C acima da média do período pré-industrial.

Esse resultado representou o 12º mês consecutivo com temperaturas iguais ou superiores a essa marca, que é o limite preferencial de aquecimento estabelecido pela comunidade internacional no Acordo de Paris.

Ainda que essa sequência seja considerada alarmante por especialistas, os cientistas destacam que o período de 12 meses ainda não configura que a barreira de 1,5°C tenha sido definitivamente ultrapassada.

Nesta quinta-feira (25), o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo mundial para o combate à "epidemia de calor extremo", pedindo mais ação por parte das lideranças do países.

"Bilhões de pessoas estão enfrentando uma epidemia de calor extremo, desfalecendo sob ondas de calor cada vez mais mortais, com temperaturas ultrapassando 50 graus Celsius ao redor do mundo", afirmou o português.

O líder das Nações Unidas destacou ainda os impactos negativos do aquecimento à saúde das populações, enumerando acontecimentos recentes.

"Neste ano vimos uma onda de calor mortal atingir o Sahel, com um pico de hospitalizações e mortes. Recordes de temperatura foram quebrados nos Estados Unidos, colocando 120 milhões de pessoas sob avisos de alerta de calor", relembrou.

"Condições escaldantes mataram 1.300 peregrinos durante o Haj [na Arábia Saudita]. Atrações turísticas foram fechadas nas cidades mais quentes da Europa. Fecharam-se escolas na Ásia e na África, afetando mais de 80 milhões de crianças", continuou.

Mencionando a farta evidência científica que documenta o ritmo acelerado das mudanças climáticas, Guterres salientou que há grupos particularmente vulneráveis.

Estima-se que o calor esteja relacionado a quase 500 mil mortes anuais no mundo. António Guterres salientou que, entre as pessoas com mais de 65 anos, os óbitos relacionados às altas temperaturas aumentaram 85% em 20 anos.

Em seu pronunciamento, o secretário-geral da ONU voltou a defender a necessidade de limitar o aquecimento global a 1,5°C, afirmando que a expansão do uso de combustíveis fósseis é incompatível com esse esforço.

Guterres concluiu sua fala criticando a postura dos países ricos, que seguem concedendo licenças para exploração dessas fontes de energia.

"Devo chamar a atenção para a enxurrada de expansão de combustíveis fósseis que estamos vendo em alguns dos países mais ricos do mundo. Ao assinarem essa onda de novas licenças de petróleo e gás, eles estão entregando o nosso futuro."

O secretário-geral citou abertamente o G20, atualmente presidido pelo Brasil, afirmando que o grupo deve "transferir os subsídios aos combustíveis fósseis para os renováveis e apoiar os países e as comunidades vulneráveis".

Saiba como se proteger de raios em dias de chuva

  • Por Folhapress
  • 22 Jan 2024
  • 14:15h

Foto: Energisa / Divulgação

Neste sábado (20), uma banhista morreu após ser atingida por um raio na Praia Grande, litoral norte de São Paulo. Cuidados como não permanecer em rios, mares, represas ou piscinas durante chuvas são indicados para diminuir as chances de ser atingido por raios durante chuvas.

Permanecer sob árvores, em áreas descampadas ou próximo a estruturas metálicas aumenta o risco.

Como mostrou reportagem publicada na Folha em novembro do ano passado, o Brasil registrou 835 mortes e 266 hospitalizações causadas por descargas elétricas do tipo na última década. A cada ano, o país registra cerca de 78 milhões de raios.

A descarga elétrica de um raio é de 20 mil amperes, cerca de 1.000 vezes maior do que as geradas por chuveiros, por exemplo. Além disso, pode causar morte em decorrência de parada cardíaca.

A probabilidade média de uma pessoa morrer atingida por um raio no Brasil é de 1 em 25 mil se considerada uma expectativa de vida em torno de 75 anos.

Saiba como se proteger de raios em dias de chuva

- Evite lugares abertos, como estacionamentos, praias, campos de futebol, clubes, cemitérios e parques municipais, por exemplo

- Não permaneça em rios, mares, lagos, represas ou piscinas

- Se estiver no carro, mantenha os vidros fechados, sem contato com as partes metálicas do veículo

- Caso esteja na rua e não encontre abrigo, agache e fique com os pés juntos, as mãos nos joelhos e a cabeça entre eles até a tempestade passar

- Mantenha distância de objetos altos e isolados, como árvores, postes, quiosques e caixas d'água, bem como de objetos metálicos grandes e expostos, como tratores, escadas e cercas de arame

- Evite soltar pipas, carregar objetos como canos e varas de pesca, andar de bicicleta, motocicleta ou a cavalo

- Mantenha distância de aparelhos e objetos ligados à rede elétrica, como TVs, geladeiras e fogões

- Evite o uso de telefones, a menos que seja sem fio ou celular

- Celulares não devem ser utilizados na rua, pois a interferência gerada por uma descarga pode danificar o aparelho e causar leves queimaduras no rosto

- Fique afastado de janelas, tomadas, torneiras e canos elétricos

- Evite tomar banho durante a tempestade, pois o chuveiro pode estar ligado à rede elétrica que alimenta a residência. Se um raio cair próximo ou sobre a edificação, podem surgir voltagens perigosas para a fiação e causar choque elétrico.

Fonte: Prefeitura de São Paulo

Incêndio em área de vegetação na Bahia avança sobre territórios de estado vizinho

  • Bahia Notícias
  • 23 Out 2023
  • 07:59h

Foto: Reprodução / Polícia Militar do Piauí

O incêndio que atinge Campo Alegre de Lourdes, no Sertão do São Francisco, se alastrou pela divisa do Piauí neste domingo (22). Segundo o G1, o fogo já chegou à zona rural de municípios piauienses, como Cristino Castro e Caracol, além da Serra das Confusões. Agentes do Corpo de Bombeiros seguem na região em combate às chamas.

Imagens feitas por um helicóptero da Polícia Militar (PM) mostram uma extensa linha de fogo, de 8 a 10 quilômetros, sobre a vegetação. Na Bahia, o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) informou também neste domingo que segue em combate e monitoramento aos incêndios florestais que atingem as regiões Oeste, Norte, Sudoeste e Chapada Diamantina.

Os agentes atuam nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Formosa do Rio Preto, Buritirama, Barra, Mansidão, Wanderley, Santa Rita de Cássia, Riachão das Neves, Cotegipe, Senhor do Bonfim, Campo Alegre de Lourdes, Utinga, Mucugê, Rio do Pires, Lençóis, Morro do Chapéu e Condeúba.  

Para o trabalho, os bombeiros contaram com drones, 12 aeronaves modelo Air Tractor, do Programa Bahia Sem Fogo da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), além de brigadistas voluntários do ICMBio, Ibama e dos municípios próximos às regiões atingidas. 

Em meio a agravamento de estiagem no Amazonas, Rio Negro registra nova mínima histórica

  • Bahia Notícias
  • 22 Out 2023
  • 16:10h

Foto: Alex Pazuello / Secom

agravamento da estiagem que atinge o Amazonas fez o Rio Negro, um dos principais da região, atingir novo nível mínimo histórico. De acordo com o Porto de Manaus, responsável pela medição, a cota do rio chegou a 13,19 metros.

Desde o fim de abril deste ano, o nível tem se reduzido gradativamente. A previsão é que ele continue baixando até o início de novembro, quando termina o período de estiagem. As informações são da Agência Brasil.

Para se ter uma ideia, o recorde de alta já medida foi 30,02 metros em 16 de junho de 2021. Atualmente, alguns rios do estado parecem estradas de barro com bolsões d’água e embarcações atoladas.

 

 

 

A estiagem causa efeitos em praticamente todo o Amazonas. De acordo com o último boletim do governo estadual, divulgado nessa sexta-feira (20), 59 dos 62 municípios amazonenses estão em situação de emergência. Um está em alerta e dois em normalidade. Ainda segundo o boletim, 146 mil famílias foram afetadas, o que representa 590 mil pessoas.  

 

Esta semana, a Marinha, por meio do Navio de Assistência Hospitalar Soares de Meirelles, em ação conjunta com o Exército e autoridades locais, distribuiu mais de 6 mil cestas básicas e 1,1 mil caixas de água mineral em municípios da região do Alto Solimões. A distribuição começou pelo município de Tabatinga, perto da fronteira com a Colômbia e o Peru. 

 

Segundo a Marinha, o navio é “o principal meio de transporte para distribuição de cestas básicas e suprimentos essenciais na região”. A embarcação deve percorrer 1.350 quilômetros, incluindo os municípios de Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins.  

 

"A estiagem prolongada colocou diversas comunidades em situação de fragilidade, devido às dificuldades de abastecimento que estão enfrentando. Essa operação é muito importante por trazer uma resposta imediata e ajudá-los a superar esse momento de dificuldade”, disse o capitão de fragata Ricardo Sampaio Bastos, capitão dos Portos de Tabatinga. 

 

O Navio Soares Meirelles também atua no atendimento primário à saúde e distribuição de medicamentos para comunidades ribeirinhas e indígenas. 

 

Em outra ação de ajuda federal, o Ministério da Saúde anunciou, na segunda-feira (16), uma verba de R$ 225 milhões para reforçar o atendimento no Amazonas em razão da forte estiagem. Na semana passada, o ministério enviou ao Amazonas sete kits calamidade, contendo 32 medicamentos e 16 insumos, com capacidade para atender a 10,5 mil pessoas por até um mês.

 

Na quinta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou, por telefone, com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro. Os dois chefes de Estado abordaram o tema da seca que atinge a Amazônia. 

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Desmatamento é recorde em setembro no cerrado, enquanto cai 59% na amazônia

  • Por Jéssica Maes | Folhapress
  • 07 Out 2023
  • 14:31h

Foto: Marcos Vergueiro/Secom-MT

O mês passado teve o mais alto índice de desmatamento para o mês de setembro já registrado no cerrado. Foram perdidos 516,7 km² (área que equivale à de Maceió, 509 km²), superando a marca anterior, de 451,5 km², de 2018. Em relação a setembro de 2022, o crescimento foi de 89% no bioma.
 

Na amazônia, porém, a destruição da floresta foi de 590,3 km², caindo 59% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi atingido o número mais alto para setembro, com 1.454,7 km².
 

Os dados são do Deter, sistema do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que reúne informações para o combate ao desmate quase em tempo real, divulgados nesta sexta-feira (6). A série histórica recente do sistema tem início em 2015 para a amazônia e em 2018 para o cerrado.
 

 

Os estados onde o desmatamento mais avançou no cerrado foram Maranhão (155,6 km²), Bahia (90,5 km²), Tocantins (83,6 km²) e Piauí (47,8 km²). A região, conhecida como Matopiba, concentra a porção mais conservada do bioma -ao mesmo tempo, é considerada uma fronteira do agronegócio e, nos anos recentes, tem sido o foco da maior parte do desmate do cerrado.
 

Ao contrário da amazônia, no cerrado o desmatamento ocorre principalmente em propriedades privadas. Um dos motivos para isso é que, segundo o Código Florestal, no bioma é possível desmatar até 80% da área deste tipo de imóvel (ou até 65% em locais de transição para a floresta amazônica), enquanto na amazônia o limite é de 20%.
 

O cerrado é o segundo maior bioma brasileiro e corresponde a quase um quarto de todo o território nacional (23,3%).
 

Já na região amazônica, os números continuam a cair mesmo na temporada de seca, quando normalmente são registrados os piores índices do ano. Desde abril, o governo do presidente Lula (PT) tem destacado o aumento em ações de fiscalização -como embargos, multas, apreensões e destruição de equipamentos usados no desmate- em resposta ao crime ambiental.
 

Os piores índices de desmatamento no bioma em setembro foram registrados em Pará (282,2 km²), Mato Grosso (116,5 km²) e Amazonas (94,6 km²).
 

O Deter mapeia e emite alertas de desmate com o objetivo de orientar ações do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e outros órgãos de fiscalização. Os resultados representam um alerta precoce, mas não são o dado fechado do desmatamento.
 

Os números oficiais são de outro sistema do Inpe, o Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), e são divulgados duas vezes ao ano.
 

Para Yuri Salmona, diretor-executivo do Instituto Cerrados, o novo recorde é explicado pela insuficiência das ações governamentais no bioma. "É imprescindível que o governo e os estados entendam que as políticas públicas usadas para proteger a amazônia em grande parte não cabem no cerrado, porque o contexto é muito diferente", afirma.
 

Entre as singularidades da região, ele destaca que é imprescindível que haja maior controle e critérios mais rigorosos para as autorizações de supressão de vegetação concedidas aos produtores rurais, em especial pelas secretarias de meio ambiente estaduais.
 

Além disso, considera que a alta impunidade para crimes ambientais fomenta essas atividades. "Você vê que, quanto mais se protege a amazônia -o que é imprescindível-, aqueles pecuaristas ou aqueles desmatadores que eventualmente queriam desmatar a amazônia agora vão desmatar cerrado", diz.
 

Em setembro, uma operação do Ibama embargou 10 mil hectares em 11 fazendas no sudoeste do Tocantins.
 

Foram aplicadas multas totalizando R$ 19,6 milhões por irregularidades como desmatamento ilegal, impedimento de regeneração em área embargada, descumprimento de embargos e execução de atividades sem licenciamento.
 

Salmona ressalta, ainda, o fato de o Código Florestal permitir um índice muito alto de desmate legal no bioma.
 

"Não há mais que se falar em desmatamento legal e ilegal no cerrado", opina. "Porque, se a gente for falar de desmatamento legal, ainda vamos ver a derrubada de cerca de 40 milhões de hectares", estima, referindo-se à área que poderia ser derrubada segundo a legislação atual.
 

"As taxas de desmatamento no cerrado não vão cair enquanto a narrativa for essa, enquanto o empenho do governo for de simplesmente inviabilizar o desmatamento ilegal."
 

Atualmente, está em consulta pública o PPCerrado (Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Bioma Cerrado), elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Um plano semelhante para a amazônia, o PPCDAm foi publicado em junho pelo governo federal.
 

O texto preliminar do PPCerrado é criticado por Salmona, que o considera insuficiente por não definir prazos, responsabilidades ou investimentos e por, na sua opinião, não ser inovador. "Acho que precisamos de mecanismos inovadores para poder lidar com o desmatamento no cerrado. Se inovou muito para controlar o desmatamento na Amazônia."
 

No caso amazônico, os índices positivos do último mês coincidem com uma crise hídrica na região. A falta de água, que provocou a morte de mais de uma centena de botos e interrompeu a produção de energia em uma hidrelétrica, tem deixado comunidades ribeirinhas isoladas pelo baixo nível dos rios.
 

Paulo Moutinho, pesquisador sênior do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), considera que essa dificuldade nos deslocamentos na região pode ter influenciado a redução na derrubada da floresta.
 

"Embora na seca seja mais fácil desmatar, porque há diminuição da umidade, facilitando principalmente a limpeza das áreas derrubadas com fogo, boa parte do transporte de madeira retirada por desmatamento, seja ele legal ou ilegal, é feita através dos rios, que estão com níveis bastante baixos", explica.
 

Apesar disso, ele atribui a melhora nos números principalmente às ações de fiscalização implementadas pelo governo federal, aliadas a campanhas contra o garimpo ilegal e outros ilícitos ambientais.
 

"É importante ter em mente que esses dados do Deter, que serão consolidados no final do período através do Prodes, precisam ser consistentes", afirma. "Porque historicamente nós temos uma evolução de sobe e desce das taxas de desmatamento."
 

A previsão para os próximos meses é de menos chuva do que o normal na região Norte.
 

"É fundamental que entendamos que a floresta em pé mantém um clima equilibrado. Os efeitos das secas trazidas pela mudança global do clima, que aumenta a potência de eventos como os que estamos vendo este ano, de El Ninõ e aquecimento do Atlântico Norte, serão mais potencializados quanto mais desmatamento houver na amazônia. E as taxas, apesar das quedas, ainda são altas se comparadas ao período de 2005 a 2012", destaca. No Brasil, o desmatamento é a principal fonte das emissões de carbono.
 

Moutinho aponta, ainda, que é importante avaliar quais medidas serão implementadas para a manutenção da proteção à floresta, uma vez que o desmatamento esteja sob controle e em queda sucessiva, para criar alternativas de prosperidade econômica e distribuição de renda.

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Mais de 10 mil filhotes de tartaruga nasceram em praias do sul da Bahia entre 2022 e 2023, aponta programa de monitoramento

  • Número corresponde a última temporada reprodutiva, entre setembro de 2022 e abril deste ano, em cerca de 35 km das praias do sul do estado.
  • Por g1 BA
  • 01 Out 2023
  • 08:06h

Foto: Ambipar Response

Cerca de 11 mil filhotes de tartaruga nasceram nas praias do sul da Bahia na última temporada reprodutiva, entre setembro de 2022 e abril deste ano. De acordo com o Programa de Monitoramento de Quelônios da Veracel, empresa que acompanha 35 km das praias da região, 222 ocorrências reprodutivas foram registradas neste período.

Conforme detalhou a empresa, a estimativa de filhotes nascidos nesta temporada é menor que a última. Entre 2021 e 2022, foram contabilizados cerca de 14 mil nascimentos na região. Apesar do número menor, a diferença é considerada dentro da expectativa para o período reprodutivo.

O número de filhotes registrados nesta temporada corresponde a três espécies de tartaruga marinha: cabeçuda, oliva e verde. A maior quantidade dos filhotes foi de tartarugas-cabeçuda, seguido das olivas, espécies que estão na lista nacional de espécies ameaçadas de extinção.

Foto: Ambipar Response

Segundo Juliede Nonato Neves, veterinária responsável pela operação do Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas da Veracel Celulose, as principais áreas de desovas no Brasil ficam nos estados do Nordeste e no norte do Espírito Santo.

Ao todo, mais de 18 mil ovos foram colocados no sul da Bahia neste ano, mas nem todas as tartarugas sobreviveram. Essa diferença entre o número de ovos colocados e o de nascimento se dá por dificuldades naturais, perdas ocasionadas pela maré e por predadores, por exemplo.

Segunda a veterinária, ao desovar, as fêmeas procuram parias desertas, com faixa de areia ampla, sem iluminação artificial e veículos, características comuns de praias no sul da Bahia. Normalmente, elas esperam anoitecer para colocar os ovos.

"As tartarugas marinhas são animais ectotérmicos, ou seja, a temperatura corpórea varia conforme a temperatura ambiente, e por isso a exposição prolongada ao sol e calor da areia podem prejudicar a saúde delas. Além disso, a escuridão da noite as protegem de vários perigos", afirmou Juliede Nonato Neves.

Os ovos ficam enterrados e, normalmente, os filhotes também nascem durante a noite, devido ao resfriamento da areia.

"Nessa hora, também são menores as chances deles serem atacados por predadores. Eventualmente, num dia nublado ou chuvoso, pode ocorrer o nascimento durante o dia. Para chegar ao mar, os filhotes se orientam pela luminosidade do horizonte", explicou.

Foto: Ambipar Response

Como é feito o monitoramento

O programa de monitoramento da Veracel é baseado no acompanhamento dos ninhos feitos pelas tartarugas e segue as diretrizes do Centro TAMAR/ICMBio.

Os animais cavam ninhos na areia das praias da região e depositam os ovos. Esses pontos são avaliados pelos funcionários da empresa, que podem trocar o ninho de lugar caso o local escolhido pela mãe represente o risco para os filhotes.

Nesta temporada, foi preciso transferir 25 dos 164 ninhos para locais mais seguros. Segundo a veterinária Juliede Nonato, caso os banhistas encontrem as fêmeas durante a desova, não é indicado fazer nenhum tipo de aproximação, para que não haja interrupção no processo

Foto: Ambipar Response

Além disso, não é indicado fazer nenhuma mudança do local dos ovos. Ao ver os animais nascendo, é importante deixar que eles façam o deslocamento sozinhos até a água.

"Também é importante não tirar fotos com flash ou apontar qualquer tipo de luminosidade caso o flagrante ocorra a noite", disse.

O projeto de monitoramento da Veracel conta com um Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas no Terminal Marítimo de Belmonte, também no sul do estado.

O local permite um atendimento rápido e especializado para as tartarugas feridas e também será habilitado para diagnosticar as causas de mortes dos animais. Depois de tratadas, as tartarugas serão reinseridas no meio ambiente.

Lula lança programa que consolida políticas públicas para reduzir emissão de carbono

  • Folhapress
  • 14 Set 2023
  • 20:07h

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou nesta quinta-feira (14) o Programa Combustível do Futuro, que inclui o envio ao Congresso de um projeto de lei para regulamentar uma série de novas propostas na área de combustíveis.

O texto consolida diversas políticas públicas para combustíveis e mobilidades de transporte com baixo carbono. Participam da cerimônia o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), entre outros.

A meta do governo Lula é aperfeiçoar os arcabouços regulatórios para acelerar a transição energética do Brasil, garantir as bases para a uma reindustrialização verde, atrair investidores e o posicionar o país entre os principais produtores globais de energias de baixo carbono, como alternativa às fontes fósseis.

Lula relembrou que os países ricos prometem, desde 2009, US$ 100 bilhões anuais para o financiamento climático de países em desenvolvimento, e que o Brasil se organiza para avançar mesmo sem receber esse dinheiro.
 

O presidente também afirmou, ao discursar, que o Brasil pode se transformar em uma potencia na produção de combustíveis renováveis "tão o mais importante que o Oriente Médio é ao petróleo".
 

"O que estamos tentando fazer agora é dizer para nossos trabalhadores, empresários, que temos nova chance e eu, como presidente da República, não vou perder essa chance. O Brasil vai se transformar numa coisa muito importante ao planeta terra", disse Lula.
 

O ministro de Minas e Energia afirmou que o programa permite ao Brasil "trilhar a liderança de energias limpas e renováveis do mundo". Silveira ainda se dirigiu à ministra Marina Silva ao afirmar que o plano é garantir desenvolvimento social e proteção ao meio ambiente.
 

Estão incluídos no PL do Combustível do Futuro:
 

Alternativas para integração entre produção de combustíveis e o seu uso nos veículos

O texto propõe a integração entre a RenovaBio (Política Nacional de Biocombustíveis), o Programa Rota 2030 - Mobilidade e Logística e o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE Veicular).
 

Segundo o governo, será adotado um processo de avaliação do ciclo de vida completo do combustível, do poço à roda, para monitorar as emissões dos diversos produtos energéticos utilizados nos modais de transportes, que inclui as etapas de geração de energia, extração, produção e uso do combustível. Essa integração tem o objetivo de mitigar as emissões de gás carbônico.
 

Incentivo Diesel Verde produzido a partir de óleos vegetais

O PL cria também estabelece o PNDV (Programa Nacional do Diesel Verde) como alternativa para reduzir a importação de diesel derivado de petróleo e a ampliar a incorporação gradativa do diesel verde à matriz do Brasil.
 

Segundo o MME, a definição do percentual obrigatório de adição ao diesel fóssil será definida após o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) avaliar as condições de oferta do produto, incluindo a disponibilidade de matéria-prima, a capacidade e a localização.
 

Além disso, o CNPE também vai monitorar o impacto da participação mínima obrigatória no preço ao consumidor final e a competitividade nos mercados internacionais do diesel verde produzido internamente.
 

Aumento da mistura de etanol à gasolina

O governo lança também o Programa "E30", com a meta de aumentar o teor de etanol na gasolina. Inicialmente, no entanto, o texto altera o teor mínimo para 22% e estabelece o percentual máximo em 30%, condicionado à constatação da sua viabilidade técnica.
 

A utilização de percentuais mais elevados faz parte da estratégia para elevar a octanagem do combustível brasileiro, induzindo a um novo ciclo de aprimoramentos dos motores de combustão interna. Segundo o MME, a medida contribui para a redução do preço da gasolina ao consumidor.
 

Medidas busca ainda, destaca a pasta, promover eficiência, como aumento da octanagem da gasolina C, saindo de 93 para 94. A meta é atingir a octanagem 95 para permitir o desenvolvimento de motores que aproveitem melhor o combustível.
 

Redução de até 10% das emissões de gases de efeito estufa do setor aéreo

O governo Lula também vai instituir o ProBioQAV (Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação), que tem como objetivo o incentivo à produção e uso do Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na siga em inglês para Sustainable Aviation Fuels)
 

A meta é reduzir as emissões de dióxido de carbono gradativamente, de 1% a partir de 2027 até 10% em 2037. Essa redução será alcançada pelo aumento gradual da mistura de SAF ao querosene de aviação fóssil.
 

Regulamentação dos combustíveis sintéticos

A proposta do governo prevê ainda o marco regulatório dos combustíveis sintéticos, mais conhecidos como e-Fuel. A medida estabelece que a regulação será feita pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis)
 

O e-Fuel pode ser utilizado no lugar de combustível fóssil tradicional sem necessidade de modificação de peças ou componentes.
 

Captura e estocagem geológica de dióxido de carbono

Outra medida prevista no PL é a criação de marco regulatório das atividades que buscam a captura e estocagem geológica de dióxido de carbono.

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Bahia reduz desmatamento de mata atlântica em 43% em 2023

  • g1 BA
  • 31 Jul 2023
  • 15:06h

Foto: TV Bahia

A Bahia reduziu em 43% a área desmatada de Mata Atlântica entre janeiro e maio deste ano, de acordo com um levantamento feito por um sistema de alerta que monitora o bioma através de satélites, o MapBiomas. Apesar disso, o estado ainda está na lista dos que mais desmatam a mata atlântica.

"O desmatamento da mata atlântica sempre foi muito concentrado nos estado da Bahia, Minas Gerais e Paraná. O que está acontecendo é que os grandes desmatamentos, com mais de 10 hectares, que diminuíram", explicou Mracos Rosa, coordenador técnico do projeto MapBiomas.

Segundo o coordenador, a diminuição desses grandes desmatamentos, que são ilegais, está relacionada a uma maior fiscalização do bioma.

Apesar da diminuição do desmatamento, ainda é preciso avançar nas medidas de preservação. Segundo o ambientalista Rui Rocha, 80% da cobertura original da mata atlântica brasileira já foi desmatada.

 

"Precisamos ter pelo menos ter 30% ou 40% da cobertura original, para garantir a manutenção das funções ecológicas", afirmou o ambientalista.

 

Em Salvador, é possível encontrar pelo menos três reservas do bioma, como o Parque da Cidade, Pedra de Xangô, Parque de Pituaçu, Jardim Botânico e Parque São Bartolomeu

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El Niño pode aumentar sua conta de energia

  • Clima Tempo
  • 03 Jul 2023
  • 15:07h

(Foto: Getty Imagens)

Esteja preparado para um aumento na conta de energia nos próximos meses, especialmente quando a primavera chegar. Não culpe o tempo seco e a falta de chuva típicas do inverno. Todo mundo que trabalha com energia (operadoras, distribuidoras, o ONS, as comercializadoras) sabe que chuva de inverno não enche rio. 

Os reservatórios para abastecimento de geração de energia hidroelétrica estão literalmente abarrotados de água. Tem água saindo pelo ladrão!

“Os últimos dois períodos úmidos tiveram muita chuva nas principais áreas de reservatórios. A capacidade de geração eólica mais do que dobrou nos últimos anos e  a geração solar distribuída (GD) tem segurado a necessidade de aumentar a geração”, explica Vinícius Lucyrio, meteorologista da Climatempo especialista em previsão de Clima.

No dia 26 de junho de 2023, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), órgão do governo federal responsável por coordenar todas as questões relacionadas com geração e distribuição de energia no Brasil, informou que os quatro subsistemas do país estavam com armazenamento acima de 85%.

Segundo Vinícius Lucyrio, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste está com os maiores índices desde maio de 2011. São os maiores em 12 anos!

Muita água, bons ventos e muito sol

 

Ainda que ao longo do inverno ocorra perda de água por evaporação natural, fazendo com que o nível de água dos reservatórios e rios diminua gradualmente, marcas de armazenamento tão altas assim no início do período normal de estiagem dão uma grande tranquilidade na operação do sistema de abastecimento de energia no país. 

 

Além disso, a previsão para o inverno é de que o subsistema Sul seja beneficiado com chuvas acima da média e mais regulares. No Nordeste, a expectativa para o segundo semestre de 2023 é de mais ventos e aumento na geração de energia eólica. Por fim, o cenário climático também é promissor para a geração de mais energia solar nos próximos meses.

 

Ana Clara Marques, especialista da Climatempo em análises climáticas para o setor de energia comenta: 

 

“Não há motivos meteorológicos para sairmos da bandeira verde. Entramos no período de estiagem com muita água nos reservatórios e boas condições climáticas para a geração de energia solar e eólica nos próximos meses.”

 


Culpa do El Niño

 

Não é por falta de água que a conta de luz vai aumentar, mas por causa do calor. É aí que entra o El Niño. Este fenômeno oceânico-atmosférico, caracterizado pelo aquecimento acima do normal da água do oceano Pacífico Equatorial, entre o Peru e a Indonésia, causa grandes alterações na circulação dos ventos, em diversos níveis da atmosfera, que vão refletir na distribuição da umidade, na quantidade e frequência da chuva e no padrão de temperatura em diversas regiões do planeta. 

 


O Brasil é fortemente influenciado pelo El Niño. Os efeitos no clima já serão sentidos no decorrer do inverno de 2023 e mais ainda na primavera e depois no verão. A previsão para o inverno é que a temperatura fique um pouco acima do normal em praticamente todos estados brasileiros. Os maiores desvios positivos devem ocorrer na Região Norte e áreas do Centro-Oeste. O risco de ondas de calor na primavera também precisa ser considerado.

 

“O aumento do calor por causa do El Niño é uma preocupação. Talvez a conta de luz aumente para muitas pessoas, não por causa da variação da bandeira tarifária, mas por causa do aumento consumo individual, com maior número de horas de ar condicionado e de ventiladores ligados”, alerta Ana Clara Marques

 


Como o El Niño muda o clima?

 

As fortes correntes de vento dos níveis mais altos da atmosfera comandam o caminho normal das frentes frias, isto é, do ar frio de origem polar que frequentemente se desloca da Antártica para a América do Sul. 

 

Quando a água do Pacífico Equatorial, lá na costa do Peru, esquenta demais, as correntes de jato mudam de posição dificultando o deslocamento normal das frentes frias (ar polar) para o Chile e para Argentina e que eventualmente podem chegar ao Brasil.

 

Agora, é só ligar os pontos: menos frentes frias chegando ao Brasil, menor a chance do ar frio de origem polar se espalhar pelo interior do país para baixar a temperatura por um período; com dias naturalmente mais quentes durante a primavera, e maior chance de ondas de calor por causa do El Niño, maior será a necessidade de usar o ar condicionado, ventiladores e outros aparelhos elétricos que aliviam o calor. 

 

O final da história é o título da matéria: El Niño aumentou a conta de energia porque fez a temperatura subir, o que causou um aumento do número de horas de uso dos aparelhos refrigeradores e circuladores de ar.

 

E mais uma coisinha para pesar na conta de energia: em dias mais quentes, será necessário deixar a geladeira mais fria (mais uso de energia para baixar a temperatura), para que os alimentos fiquem numa temperatura adequada e não se deteriorem.

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Inverno na Bahia será de temperaturas amenas, pouca chuva e muito vento

  • g1 BA
  • 20 Jun 2023
  • 19:36h

Foto: BBC

O inverno no hemisfério sul do planeta começa às 11h58 da quarta-feira (21). Na Bahia, a estação será de temperaturas amenas, marcada pela previsão de pouca chuva e muito vento, por causa da atuação do fator El Niño.

O fenômeno tornará o inverno mais ameno, porque muda os padrões de umidade e deixa o ar mais seco, consequentemente dificultando a formação das chuvas. Quando o El Niño atua, as frentes frias não conseguem avançar e a queda das temperaturas é mais sutil.

Nesta terça-feira (20), o g1 conversou com a meteorologista Cláudia Valéria, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), para entender como será o inverno no estado baiano.

"A gente tem a previsão de chuvas, de maneira geral, de normal a abaixo da média. Estamos no momento de transição de La Niña, que atuou nos últimos três anos trazendo chuva mais frequentes, para a iniciação da atuação do El Niño. Com isso, teremos uma redução de chuvas no Nordeste, e uma menor quantidade de dias nublados", explicou a especialista.

"Há uma elevação das temperaturas de maneira geral. No decorrer do inverno, ainda se mantém uma normalidade, porque é um processo gradativo, até atingirmos maiores temperaturas a partir da primavera".

Cientistas declaram início do El Niño, que pode causar calor recorde em 2024

  • Folhapress
  • 09 Jun 2023
  • 09:16h

Foto: Getty Images

Cientistas dos EUA declaram o início do El Niño nesta quinta-feira (8). Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês), as condições de oceanos e atmosfera que caracterizam o fenômeno climático se confirmaram, e abrem caminho para possíveis recordes de temperatura em 2024.
 

O El Niño é marcado por um aquecimento acima da média no oceano Pacífico, perto da linha do Equador. Ele muda a circulação dos ventos alísios, que vão de leste a oeste, levando umidade e águas mais quentes da costa das Américas para Ásia e Oceania.
 

Apesar de acontecer no Pacífico, seus efeitos alcançam outras regiões do planeta. Alguns são a elevação geral de temperaturas, aumento de chuvas ou seca em diferentes regiões, branqueamento de corais e até danos à economia. Um exemplo é o impacto na falta de chuvas, que prejudica safras. Outro é na atividade pesqueira.
 

Isso porque, com o deslocamento normal das águas quentes para o oeste, águas mais profundas e frias "sobem". Esse movimento é chamado de ressurgência, que renova nutrientes e é fundamental para a fauna marinha na costa da América do Sul. Com o El Niño, isso não acontece.
 

O El Niño ocorre a cada dois ou sete anos, e é um fenômeno antigo, com referências desde o século 19, e não tem relação com a atividade humana. Mas está associado, por exemplo, a recordes de temperatura.
 

Um dos principais marcos recentes foi a seca extrema entre 2015 e 2016, associada a um "super El Niño", que provocou a maior queimada registrada na Amazônia em Roraima. Em poucas semanas, o estado perdeu 14 mil km² de floresta.
 

No Brasil, os efeitos mais comuns são mais chance de seca no Norte e no Nordeste. As mudanças climáticas, por sua vez, acrescentam uma preocupação extra ao cenário dos próximos meses por tornarem ambientes como a Amazônia mais suscetíveis a esses grandes incêndios, que podem degradar a floresta para além do desmatamento.
 

Já no Sul, o El Niño altera a circulação de ventos, que formam uma barreira e impedem que as frentes frias vindas do hemisfério sul circulem pelo país. Como permanecem mais tempo sobre a região, aumentam a frequência de chuvas fortes ali.
 

O comunicado da NOAA não fala em um El Niño extremo como o de oito anos atrás, mas as probabilidades são de 84% para moderado e 56% para forte no começo do inverno no hemisfério norte, em dezembro.
 

Em maio, a Organização Meteorológica Mundial, organismo especializado da ONU, declarou que há 98% de chance de que as temperaturas globais atinjam recordes nos próximos cinco anos, e que a probabilidade de que esse aumento supere 1,5ºC em relação ao período pré-industrial é de 66%.

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El Niño: ONU alerta que fenômeno pode causar temperaturas recordes neste ano

  • Bahia Notícias
  • 05 Mai 2023
  • 12:06h

Foto: Reprodução / NASA's Earth Observatory

A Organização das Nações Unidas (ONU) realizou alerta para uma grande possibilidade de ocorrer o fenômeno “El Niño” neste ano. Em publicação de relatório realizada nesta quarta-feira (3), o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, alertou que o fenômeno pode causar temperaturas globais recordes em 2024.

“O mundo deve estar preparado para o desenvolvimento do El Niño, associado ao aumento do calor, seca ou chuvas em diferentes partes do mundo. Isso pode trazer alívio da seca no Chifre da África, mas também pode desencadear eventos climáticos e climáticos mais extremos”, afirmou Petteri Taalas.

 

De acordo com o portal “O Globo”, a OMM calcula que o El Niño tem probabilidade de 60% de formação até o fim de julho e 80%, até setembro. Para a organização, o fenômeno está associado a um maior período de seca em algumas áreas e de chuvas fortes em outras.

A OMM afirma que o ano de 2016 foi o mais quente já registrado por causa do El Niño. Para a organização, o fenômeno está relacionado ao aquecimento provocado pelas ações humanas devido à liberação de gases de efeito estufa. O efeito que atinge as temperaturas globais geralmente ocorre no ano seguinte ao seu desenvolvimento e, portanto, provavelmente será mais aparente em 2024.

O QUE É O EL NIÑO

Segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), o El Niño representa o aquecimento anormal das águas superficiais e subsuperficiais do Oceano Pacífico Equatorial. A palavra El Niño é derivada do espanhol, e refere-se à presença de águas quentes que todos os anos aparecem na costa norte de Peru na época de Natal.

Os pescadores do Peru e Equador chamaram a esta presença de águas mais quentes de Corriente de El Niño em referência ao Niño Jesus, traduzindo, Menino Jesus.

Pesquisadores descobrem rochas de plástico no arquipélago quase inabitado mais distante do litoral brasileiro

  • g1 ES
  • 10 Fev 2023
  • 11:13h

Foto: Daniele Venturini

Cientistas e pesquisadores identificaram rochas que estão sendo formadas por plástico na Ilha da Trindade, um paraíso quase inabitado que fica a 1.140 quilômetros de Vitória, no Espírito Santo. Esta é a ilha brasileira mais distante do continente.

O acesso à ilha é controlado e restringido pela Marinha, o que mostra que a ação do homem começou a influenciar processos que antes eram considerados essencialmente naturais, como a formação de rochas.

Os impactos para o meio ambiente podem ser graves, ameaçando, por exemplo, espécies de tartarugas e aves que se alimentam no local, e também espalhando o material para outras regiões.

No estudo, que é inédito no Brasil, os cientistas buscam entender a relação entre o homem e o meio em que vive, como as ações humanas transformam o meio ambiente e o impacto disso para as próximas gerações.

A pesquisa foi feita pela doutoranda do programa de pós-graduação em Geologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fernanda Avelar.

A pesquisadora fazia um projeto de estudos costeiros nas ilhas oceânicas brasileiras desde 2017. Ela identificou as rochas formadas por plástico ao fazer uma coleta na Ilha da Trindade em 2019.

"Fiquei uns dois meses na ilha realizando a coleta. Um dia, quando fui até o parcel [recife próximo à superfície] das tartarugas, uma região conhecida por ser a maior área de desova de tartaruga-verde no país, encontrei sedimentos esverdeados nas pedras próximas à praia. Realizei a coleta e, depois, levei para o laboratório para estudar e entender o que era esse material", contou Fernanda.

Após a análise, a geóloga identificou que o que estava atrelado às rochas era plástico, mais especificamente corda de pesca. O material é formado por pedaços jogados no mar, que são levados até a ilha pela ação das correntes marítimas.

Formação das rochas

 

A pesquisadora explicou então que, a partir disso, foi possível identificar que as rochas antes só compostas por substâncias naturais como minerais, estavam sendo geradas pela poluição marinha, compostas principalmente por plástico.

"É fácil reconhecer uma rocha gerada a partir da ação do homem. É só identificar materiais visualmente artificiais, como o plástico, que é um material do nosso cotidiano de fácil reconhecimento visual", disse a geóloga.

"As ocorrências encontradas na Ilha da Trindade são compostas por materiais naturais (minerais, conchas, fragmentos de rochas) e materiais plásticos (não-naturais)."

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Governador da Bahia Jerônimo Rodrigues anuncia Márcia Telles como nova gestora do Inema

  • g1 BA
  • 02 Fev 2023
  • 13:10h

Foto: Divulgação: Rosemberg Pinto

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), anunciou nesta quarta-feira (1) o nome de Márcia Telles para a diretoria-geral do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA).

Márcia já comandou o Inema em 2012, durante o governo de Jacques Wagner (PT) e também foi secretária estadual do Meio Ambiente, nomeada por Rui Costa (PT), em 2021.

"Márcia já dirigiu o instituto, é uma gestora pública e, ao final da semana, traçaremos, junto com a Secretaria do Meio Ambiente, os próximos passos da autarquia. Desejo um bom trabalho e muito sucesso!" Escreveu Jerônimo Rodrigues em uma rede social.

Com a nomeação, Márcia Telles substitui a atual diretora-geral do órgão, Daniella Teixeira Fernandes de Araújo, que comandou o Inema desde 2021.