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Ministério da Saúde deve desistir de cobrar prescrição médica para vacinar crianças

  • por Raquel Lopes e Mateus Vargas | Folhapress
  • 05 Jan 2022
  • 16:05h

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O Ministério da Saúde deve desistir de cobrar prescrição médica para vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 com doses da Pfizer. A ideia da pasta era recomendar a imunização desde que mediante a apresentação do pedido de um médico e consentimento dos pais. Porém, o ministério aguardava a consulta e audiência públicas para tomar a decisão.
 

A consulta pública realizada pelo ministério terminou no domingo (2) e apontou que a maioria dos ouvidos foi contrária à prescrição médica. Cerca de 100 mil pessoas se manifestaram.
 

As recomendações para vacinar as crianças serão divulgadas em documento nesta quarta (5). Procurado, o Ministério da Saúde não confirmou a decisão, que foi obtida pela reportagem com integrantes do governo que acompanham as discussões de perto.
 

"Tivemos 99.309 pessoas que participaram neste curto intervalo de tempo em que o documento esteve para consulta pública, sendo que a maioria se mostrou concordante com a não compulsoriedade da vacinação e a priorização das crianças com comorbidade. A maioria foi contrária à obrigatoriedade da prescrição médica no ato de vacinação", disse Rosana Leite de Melo, secretária extraordinária de Enfrentamento da Covid-19 do Ministério da Saúde, na audiência pública desta terça-feira.
 

Entidades que falaram sobre o assunto na audiência também foram contrárias à exigência de prescrição médica. Entre elas estão Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), CFM (Conselho Federal de Medicina) e SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).
 

Nésio Fernandes, representante do Conass, reiterou a posição do conselho. Ele afirmou que 20 estados, que reúnem mais de 80% da população, já publicaram normas sobre o tema e não será exigida a prescrição.
 

Ele ressaltou ainda que as vacinas contra a Covid-19 não são experimentais e passaram pelas principais agências reguladoras.
 

"Para um contexto de pandemia por doença imunoprevenível, em que já temos vacina disponível, toda posição que estimule a hesitação vacinal deve ser explicitamente combatida porque reduz a capacidade do sistema de saúde de promover saúde e reduzir doenças", disse.
 

Donizetti Dimer Giamberardino Filho, vice-presidente do CFM, afirmou que a prescrição médica pode se tornar uma forma de restrição de acesso à vacina. Além disso, disse acreditar não ser apropriado envolver um profissional médico em uma ação coletiva.
 

"Não há uma previsão legal na legislação sobre uma prescrição. Nesse sentido entendemos que colocar uma prescrição para o médico é dividir uma responsabilidade com o médico, que é uma pessoa física, sendo que essa responsabilidade é do Ministério da Saúde por meio de uma ação coletiva", disse Filho.
 

O Ministério da Saúde deve receber até março ao menos 20 milhões de doses pediátricas da Pfizer contra a Covid-19, suficientes para imunizar cerca de metade da população de crianças de 5 a 11 anos.
 

As doses pediátricas serão entregues por meio de contrato do governo para receber 100 milhões de vacinas da Pfizer em 2022, que pode ser ampliado a 150 milhões de unidades.
 

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira (3) que as doses devem ser distribuídas para os estados na segunda quinzena de janeiro, mas não confirmou o volume.
 

A audiência pública realizada pelo Ministério da Saúde para discutir a vacinação de crianças de 5 a 11 anos com doses da Pfizer contra a Covid-19 recebeu também médicos antivacinas.
 

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) disse que tem atuação técnica e rejeitou o convite do governo Jair Bolsonaro (PL).
 

"A Anvisa, por seu caráter técnico, visualiza que sua participação na audiência pública não agregaria novos elementos à temática", afirmou a agência em ofício enviado ao Ministério da Saúde nesta terça-feira (4), cerca de uma hora antes do começo da audiência.
 

Além de representantes do Ministério da Saúde, CFM, sociedades médicas especializadas e de secretários estaduais, foram ouvidos os médicos Roberto Zeballos, Augusto Nasser e Roberta Lacerda. Eles têm posição contrária à imunização das crianças e defendem uso de medicamentos sem eficácia, como a hidroxicloroquina.
 

Os três médicos foram ao debate como representantes da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara, presidida por Bia Kicis (PSL-DF), aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL).
 

A Anvisa aprovou o uso da vacina da Pfizer no grupo de 5 a 11 anos em 16 de dezembro, mas o governo ainda não tinha as vacinas em mãos.
 

Após a decisão da Anvisa, o presidente Bolsonaro abriu uma campanha para desestimular a vacinação das crianças. Ainda ameaçou expor nomes de membros da agência que participaram da análise.
 

A Ctai (Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19) deu parecer favorável à inclusão destas crianças na campanha de vacinação da Covid.
 

Mesmo com registro da Anvisa e parecer da câmara técnica, o ministro Queiroga, que faz agrados a Bolsonaro para se manter no cargo e avalia se candidatar neste ano, decidiu colocar o tema em consulta pública.
 

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, disse que as falas de Bolsonaro incentivaram ameaças à vida de funcionários da Anvisa.
 

Ele também considerou inadequadas a consulta pública e a proposta do ministro Queiroga de cobrar prescrição médica para imunizar os mais jovens. "Não guarda precedentes no enfrentamento da pandemia e está levando, inexoravelmente, a um gasto de tempo", disse Barra Torres.

Governador do Rio de Janeiro testa positivo para Covid-19 pela segunda vez

  • Bahia Notícias
  • 03 Jan 2022
  • 07:26h

Foto: Rogério Santana / Gov-RJ

O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), testou positivo para a Covid-19 pela segunda vez. Ele usou as redes sociais para informar sobre o ocorrido.

"Neste domingo, pela manhã, fiz o teste da Covid-19 e, infelizmente, testei positivo - pela segunda vez. Estou bem. Apenas com um pouco de coriza. Vou me cuidar aqui e cumprir todos os protocolos. Vacinem-se! Essa é a melhor forma de combater a Covid!", publicou em sua conta no Twitter.

Castro havia sido infectado pela primeira vez em dezembro de 2020. Apesar do diagnóstico, ele afirmou apresentar sintomas leves e incentivou a vacinação.

Vigilância Sanitária recomenda suspensão da temporada de cruzeiros

  • Bahia Notícias
  • 02 Jan 2022
  • 12:20h

Foto: Reprodução /CNN

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária recomendou nesta sexta-feira (31) que o Ministério da Saúde suspenda provisoriamente a temporada de navios de cruzeiro na costa brasileira. A medida vem depois do aumento de infecções por covid-19 em embarcações nos últimos dias.  

Nesta sexta-feira, o navio MSC Splendida, atracado no Porto de Santos (SP) e o navio Costa Diadema, atracado em Salvador, interromperam as atividades devido a surtos de covid-19.

Segundo a Anvisa, dados apontam que a variante Ômicron tem o potencial de se espalhar mais rapidamente do que outras variantes e que a proteção imunológica de vacinas e de casos anteriores de covid-19 pode não ser tão efetiva.

A recomendação da Anvisa também considerou que, mesmo diante da elaboração de Planos de Operacionalização para a retomada da temporada de cruzeiros no âmbito dos municípios e estados, estabelecendo as condições para assistência em saúde dos passageiros desembarcados em seus territórios e para execução local da vigilância epidemiológica ativa, na prática têm sido observadas dificuldades impostas pelos entes locais diante da necessidade de eventuais desembarques de casos positivos para covid-19 em seus territórios.

"A manifestação da agência foi pautada no princípio da precaução, ao priorizar o impedimento da ocorrência de agravo à saúde pela adoção das medidas necessárias à sua proteção", disse em nota a Anvisa.

A agência ressalta, porém, que a recomendação não afeta ainda as operações de navios de cruzeiro. "Até decisão final do grupo de ministros, as operações seguem, como regra geral, autorizadas, submetidas às regras sanitárias vigentes", diz a nota, referindo-se à necessidade de uma decisão dos ministérios da Saúde, da Justiça e Segurança Pública e da Infraestrutura para a recomendação entrar em vigor.

Janssen anuncia entrega de 6 milhões de doses contra a Covid-19 ao Ministério da Saúde

  • Bahia Notícias
  • 31 Dez 2021
  • 14:01h

Foto: Reprodução / Governo do Ceará

A Farmacêutica Janssen-Cilag, responsável pela produção do imunizante da Janssen contra a Covid-19, divulgou, nesta quinta-feira (30) a entrega de uma nova remessa com seis milhões de doses ao Ministério da Saúde. Com a entrega, a empresa completou o fornecimento de 38 milhões de doses, previsto no acordo firmado com órgão. 

No Brasil, o imunizante da Janssen foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial em março de 2021.  Os dados da empresa demonstram uma eficácia geral de 75% da vacina de dose única da Janssen contra a Covid-19 grave/crítica, em todas as faixas etárias e em todos os países incluídos no estudo.

Para aumentar a proteção, especialmente para a Covid-19 sintomática, uma dose de reforço pode ser administrada a partir de dois meses após o esquema de vacinação primário. 

Governo publica portaria que define regras para entrada de viajantes no país

  • Bahia Notícias
  • 21 Dez 2021
  • 14:17h

Foto: Reprodução / Fernando Frazão / Agência Brasil

O governo brasileiro publicou nesta segunda-feira (20) a portaria que define regras para a entrada de viajantes no Brasil durante a ocorrência da pandemia da Covid-19. O documento, publicado no Diário Oficial da União (DOU), foi publicado pela Casa Civil, pelos ministérios da Saúde, Justiça e Segurança Pública, e da Infraestrutura.

De acordo com a portaria, o comprovante de vacinação dos imunizantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) serão exigidos em todos os aeroportos. Assim como a apresentação de teste de diagnóstico negativo, realizado em até 72 horas antes do embarque, além do comprovante, impresso ou em meio eletrônico, do preenchimento da Declaração de Saúde do Viajante (DSV).

Conforme divulgou a CNN Brasil,  os brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil, que saíram do país até 14 de dezembro de 2021, estão dispensados da apresentação de comprovante de vacinação ou de quarentena no regresso. De acordo com o decreto, também estão dispensados da apresentação de comprovante de vacinação os seguintes viajantes:

Com condição de saúde que contraindique a vacinação, desde que atestada por laudo médico; não elegíveis para vacinação em função da idade, conforme critérios definidos pelo Ministério da Saúde; em virtude de questões humanitárias (descritas na portaria); provenientes de países com baixa cobertura vacinal divulgados pelo Ministério da Saúde e publicados no site do ministério; brasileiros e estrangeiros residentes no território brasileiro, que não estejam completamente vacinados

Há 11 dias sem dados do Ministério da Saúde, Bahia registra seis óbitos por Covid

  • Bahia Notícias
  • 21 Dez 2021
  • 10:31h

Foto: Hupes-UFBA/Ebserh

Com os sistemas e banco de dados do Ministério da Saúde fora do ar há 11 dias, o boletim epidemiológico da Bahia tem sido divulgado apenas de forma adaptada. De acordo com a Secretaria de Saúde, nas últimas 24h, o estado registrou seis óbitos por Covid-19.

Os dados ainda podem sofrer alterações devido à instabilidade do sistema do Ministério da Saúde,  consequência de um ataque hacker sofrido no dia 10 dezembro.

O registro de aplicação das vacinas contra Covid-19 também foram afetados. Desde o início da pandemia, a Bahia registrou um total de óbitos de 27.438. 

Governo Bolsonaro doará 30 milhões de vacinas contra Covid a outros países

  • por Mônica Bergamo | Folhapress
  • 20 Dez 2021
  • 09:03h

Foto: Jefferson Peixoto / Secom PMS

O governo Jair Bolsonaro (PL) vai doar 30 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 para o Covax Facility, consórcio criado para distribuir os imunizantes aos países de renda baixa e média. O anúncio deve ser feito na segunda-feira (20).
 

A doação é consequência de um compromisso assumido pelo governo federal ainda em outubro deste ano, após a Cúpula do G20. Os países que assinaram a destinação se comprometeram em ser solidários com os países mais pobres, onde a vacinação ainda não avançou o suficiente.
 

De acordo com estimativas da Saúde, a doação não deve afetar a distribuição de vacinas entre brasileiros —o país receberá 770 milhões de doses até o fim de 2022, se calculado desde a primeira aplicação do imunizante em território nacional. O governo ainda acredita que a campanha de imunização já pode ser considerada exitosa.
 

Rivalizando com países dispostos a pagar valores elevados pelos fármacos, o Covax Facility entregou apenas 738 milhões de doses a 144 países ou territórios, abaixo da meta de 2 bilhões estabelecida para 2021.
 

Hoje, metade da população mundial recebeu ao menos uma dose da vacina. Mas, enquanto países ricos e emergentes já aplicam doses de reforço, nações mais pobres registram baixas taxas de imunização.
 

A desigualdade é um dos principais problemas da campanha, afetada também por controvérsias sobre os efeitos colaterais, que são raros, e por protestos contra a vacinação obrigatória em alguns países.
 

Além das questões morais e humanitárias implicadas no acesso desigual à vacinação, ela tem potencial de adiar o fim da pandemia no mundo, com o risco de surgirem novas variantes mais resistentes. Isso ocorre uma vez que o vírus circula mais entre não imunizados.
 

A concentração das doses em países ricos chegou a ser chamada de "apartheid vacinal" e "fracasso moral" pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom.

Artigo que afirmava que lockdown não evita morte por Covid é 'despublicado'

  • por Reinaldo José Lopes | Folhapress
  • 19 Dez 2021
  • 14:00h

Imagem ilustrativa | Foto: Bahia Notícias

Um estudo que teria mostrado que ficar em casa não ajudou a diminuir o número de mortes por Covid-19 mundo afora acaba de ser retratado, ou seja, "despublicado" pelo periódico científico no qual a pesquisa tinha saído originalmente. A medida serve para indicar que as conclusões do trabalho não podem mais ser consideradas confiáveis.
 

Assinado por quatro pesquisadores da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e da Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos, também no Rio Grande do Sul), o estudo original saiu em 5 de março de 2021, na revista especializada Scientific Reports, e rapidamente chamou a atenção de políticos e ativistas contrários a medidas que restringissem a mobilidade durante a pandemia. Em pouco tempo, o link contendo a análise atingiu quase 400 mil acessos, algo raríssimo para a grande maioria das pesquisas científicas.
 

No alerta de retratação do artigo, entretanto, a revista Scientific Reports afirma: "Os editores não têm mais confiança de que as conclusões apresentadas contam com embasamento adequado."
 

O trabalho, que tem como primeiro autor o médico Ricardo Savaris, do Departamento de Cirurgia da UFRGS, usou dados de mobilidade registrados em celulares, por meio da plataforma do Google, para tentar estimar, em diversas regiões do mundo, como o comportamento das pessoas foi alterado pela pandemia -em geral, por causa de medidas governamentais, como lockdowns.
 

Esses dados foram cruzados com os de mortes por Covid-19 nas mesmas áreas. Na análise, a equipe gaúcha comparou pares de regiões -uma com mudanças significativas na mobilidade, supostamente indicando maior tempo das pessoas em casa, e outra sem. Eles usaram a diferença entre os índices de permanência em casa, de um lado, e a diferença entre o número de mortes por milhão de habitantes, de outro, para estimar os efeitos das restrições.
 

Chegaram, então, à conclusão de que, em 98% das comparações, não havia associação significativa entre as duas coisas -ou seja, ficar em casa quase nunca parecia afetar a probabilidade de aumento das mortes por Covid-19.
 

Esse resultado correu o mundo, mas as críticas à metodologia e às conclusões do trabalho também apareceram rapidamente. A Scientific Reports logo publicou uma nota de preocupação (em 11 de março, menos de uma semana após a publicação do artigo original) indicando que as conclusões da pesquisa estavam sendo contestadas. E, pouco antes da retratação final, duas análises contrárias às conclusões da pesquisa brasileira foram publicadas pela mesma revista.
 

Uma delas foi coordenada por Gideon Meyerowitz-Katz, da Universidade de Wollongong, na Austrália. Ele e seus colegas apontaram, entre outras coisas, o fato de que os dados de mobilidade usados no estudo original provavelmente estão longe de reproduzir o que aconteceu na população como um todo. Isso acontece porque eles só podem ser coletados em celulares Android nos quais estava ativada uma funcionalidade específica (e opcional) que registra os movimentos do usuário.
 

Além disso, o estudo excluiu todos os países com menos de 100 mortes por Covid-19, deixando de lado países como Nova Zelândia e Vietnã, que tomaram medidas rápidas e duras para conter a pandemia.
 

No entanto, de acordo com eles, o maior problema foi a metodologia estatística da pesquisa original. Meyerowitz-Katz e seus colegas resolveram testá-la usando dados criados por computador, os quais mostravam claramente um efeito muito grande da mobilidade restrita diminuindo a mortalidade.
 

Era algo que deveria aparecer na análise estatística usando os métodos da equipe gaúcha, mas isso simplesmente não aconteceu. Seria um sinal de que o estudo brasileiro não tinha sido projetado adequadamente do ponto de vista matemático.
 

A outra análise, feita pelo economista brasileiro Carlos Góes, doutorando da Universidade da Califórnia em San Diego, indicou a presença de problemas ainda mais graves no trabalho original. Segundo ele, o método utilizado -verificar a diferença entre um país A, com restrições de mobilidade, e um país B, sem restrições, e os números de mortes entre cada um deles- não passa de uma espécie de média entre os países. Com isso, o resultado quase sempre vai indicar que não existe associação estatística entre ficar em casa e a situação das mortes em cada região.
 

Ambos as críticas são citadas diretamente na nota de retratação da Scientific Reports. A nota, entretanto, diz também que Savaris e seus colegas não concordam com a medida. Em mensagem enviada ao blog Retraction Watch, que acompanha casos de retratação de artigos científicos, o médico da UFRGS criticou a "despublicação".
 

"Foi uma péssima decisão por parte dos editores. A retratação se baseou em dados simulados, eles alteraram a metodologia e os revisores [responsáveis por analisar o artigo original]", declarou Savaris. Procurado, pela reportagem, ele não respondeu.
 

A assessoria de imprensa do grupo Springer Nature, responsável pela publicação da revista Scientific Reports, disse à reportagem que o processo de retratação do artigo seguiu o trâmite normal desses casos. "Em geral, quando alguém manifesta dúvidas sobre artigos que publicamos, sejam os autores originais ou outros pesquisadores e leitores, avaliamos o caso cuidadosamente, seguindo um processo estabelecido, consultando os autores e, quando necessário, buscando aconselhando de revisores e outros especialistas externos. Tais questões muitas vezes são complexas, o que pode fazer com que leve tempo para que os editores e os autores consigam elucidá-las completamente", diz o comunicado oficial.

Vacina para crianças terá dose pediátrica e intervalo de 21 dias

  • Bahia Notícias
  • 17 Dez 2021
  • 10:00h

Foto: Divulgação

Após  a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberar o uso da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos, a farmacêutica terá que seguir uma série de protocolos para garantir que a imunização desta faixa etária seja segura.

 

De acordo com a Anvisa, a vacina será aplicada em duas doses, com intervalo de 21 dias entre cada uma delas. Conforme divulgou o Portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, a dosagem do imunizante será especial, de apenas três microgramas. Para adultos, o volume é de 10 microgramas.

 

O gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, explicou que, mesmo com a diminuição da dosagem, a proteção contra a Covid segue garantida para as crianças. “Comparando crianças de 5 a 11 anos com pessoas de 16 a 25 anos, com a dosagem diferente, a gente observou que existe a mesma quantidade de anticorpos neutralizantes. A vacina tem um desempenho importante na geração de anticorpos nessa população”, afirmou Mendes.

 

Ainda de acordo com o Metrópoles, Gustavo Mendes explicou que há presença “significativa” de anticorpos contra a variante Delta, mas que o surgimento de novas mutações do coronavírus deve ser observado para aprimorar o imunizante.

 

De acordo com Suzie Marie, coordenadora da Gerência Geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária, a maior parte dos eventos adversos relatados na aplicação da vacina em crianças é sem gravidade. Suzie frisou que os benefícios do imunizante superam os riscos, e pediu que os pacientes e os gestores de saúde estejam atentos aos possíveis efeitos adversos, que devem ser comunicados à agência.

Vacinar crianças contra Covid é seguro e necessário, dizem especialistas

  • por Samuel Fernandes | Folhapress
  • 16 Dez 2021
  • 19:55h

Foto: Bruno Concha / Secom PMS

A autorização da vacina da Pfizer para crianças a partir de cinco anos será um importante instrumento contra a pandemia de Covid-19, afirmam especialistas. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permitiu o uso do imunizante nesta quinta-feira (16).
 

Embora os menores normalmente não tenham casos graves da doença, eles podem ser um importante vetor de transmissão do vírus por ainda não terem a cobertura vacinal, afirma Marcos Boulos, professor de infectologia da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
 

"Mesmo que as crianças não tenham infecções graves, elas continuam propagando o vírus. Então, a vacinação é importante", diz Boulos.
 

O professor explica que é necessário ter no mínimo 80% da população vacinada para barrar a circulação do vírus. "Quanto mais pessoas vacinadas, sejam adultos ou crianças, isso repercute na imunidade da população."
 

A preocupação com a transmissibilidade do coronavírus aumenta com o surgimento de variantes, como a ômicron. "É necessário [a vacinação] porque as novas variantes estão se disseminando com uma maior intensidade nas populações não vacinadas, inclusive em crianças", afirma Renato Grinbaum, membro da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).
 

Grinbaum também ressalta que, desde a identificação da primeira variante, o coronavírus desenvolveu nos infectados quadros cada vez mais casos graves, por isso, a proporção de crianças doentes cresceu em relação ao cenário visto com a cepa original do vírus.
 

Além disso, por ainda não estarem vacinadas, crianças são mais suscetíveis a serem infectadas em comparação a grupos de outras faixas etárias que já tomaram os imunizantes.
 

O produto da Pfizer já foi recomendado para crianças por outras agências internacionais, como o FDA (agência americana que regulamenta drogas e produtos alimentícios no país), a Agência Europeia e a Agência Canadense). Nos Estados Unidos, a autorização ocorreu em novembro.
 

Jamal Suleiman, infectologista do Hospital Emílio Ribas, afirma que o imunizante para essa faixa etária é seguro e necessário. "É uma vacina extremamente segura, com ocorrência de eventos adversos de somente 0,05% [em crianças a partir de cinco anos]", diz.
 

Outras iniciativas de ampliar os imunizantes para crianças e adolescentes vêm sendo feitas nos últimos meses. O Instituto Butantã, por exemplo, enviou um primeiro pedido de autorização da CoronaVac para pessoas de 3 a 17 anos em julho, mas foi negado por causa da limitação de dados dos estudos apresentados naquele momento.
 

Agora, foi enviado um segundo pedido com novos estudos para a agência avaliar no prazo máximo de 30 dias.
 

"É importante termos mais de uma vacina [para crianças]. A plataforma de vacinas inativadas [utilizada na CoronaVac] é bastante conhecida na pediatria, mas é preciso ver a qualidade dos estudos que foram apresentados para a Anvisa", afirma Renato Kfouri, presidente do departamento de imunizações da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).
 

Mesmo que seja importante a aplicação da vacina para os mais jovens, Boulos afirma que ainda deveria ser uma prioridade buscar aqueles dos grupos de risco que ainda não se vacinaram ou que tomaram somente uma dose.
 

"Eu acho que tem que tentar de qualquer jeito buscar as pessoas [não vacinadas] para melhorar a imunidade da população", afirma.
 

A aplicação da vacina nas crianças, no entanto, não será iniciada imediatamente porque as doses para a faixa etária são específicas e ainda não estão no Brasil.
 

A previsão é imunizar 70 milhões de crianças.

Anvisa autoriza pedido de vacinação da Pfizer para crianças a partir de 5 anos

  • Bahia Notícias
  • 16 Dez 2021
  • 14:22h

Foto: CDC/Unsplash

A  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autorizou nesta quinta-feira (16), o uso da vacina da Pfizer para imunizar crianças a partir de 5 anos contra a Covid-19. Até então, o modelo da fabricante tinha o uso permitido no país apenas em pessoas com mais de 12 anos. As informações são da Folha de São Paulo.

 

"O número de casos de Covid-19 tem sido representativo na população pediátrica. Nós temos um perfil de segurança e reatogenicidade positivo com a vacinação e nós temos resultados importantes de geração de anticorpos nessa população", explicou o gerente-geral de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes.
 

Apesar do anúncio, o Ministério da Saúde não vai iniciar a vacinação imediatamente porque a compra de doses específicas para crianças não foi solicitada. A pasta prevê imunizar 70 milhões de crianças. De acordo com a Pfizer, o contrato para fornecimento de 100 milhões de vacinas em 2022 inclui a possibilidade de entrega das versões modificadas do imunizante, inclusive para crianças. A farmacêutica confirmou que nenhuma dose pediátrica foi enviada ao Brasil.
 

Na quarta-feira (15), o Instituto Butantan solicitou novamente a aplicação da vacina CoronaVac para crianças e adolescentes entre 3 e 17 anos. Em julho deste ano, a Anvisa negou o primeiro pedido do Instituto alegando faltar dados mais concretos dos estudos.

 

O prazo de avaliação para este novo pedido é de até 30 dias. Em nota, a Agência explicou que, para a inclusão de "novos públicos na bula", será necessário ao laboratório que conduza "estudos que demonstrem a relação de segurança e eficácia para determinada faixa etária". 

 

A vacina CoronaVac tem autorização para uso emergencial no Brasil apenas para pessoas com 18 anos de idade ou mais.

PF prevê dificuldades para cobrar passaporte vacinal se não for adotado padrão internacional

  • por Camila Mattoso | Folhapress
  • 13 Dez 2021
  • 16:09h

Foto: Divulgação / Sesab / GovBA

A Polícia Federal prevê dificuldades nas fronteiras e aeroportos do país caso não seja adotado um padrão internacional para apresentação do comprovante de vacina contra Covid-19 aos turistas que chegam ao Brasil.
 

O órgão se manifestou para subsidiar a resposta de Jair Bolsonaro ao STF sobre as medidas tomadas para controlar a entrada de visitantes com a nova variante do coronavírus. A PF afirma que há possibilidade de que sejam "exibidos documentos de toda a ordem em idiomas distintos".
 

"Prevê-se dificuldade das atividades da autoridade sanitária na área de controle de entrada no Brasil, o que poderá gerar reflexos negativos para as atividades da PF, que avalia os demais requisitos de ingresso no país", afirma o documento, assinado pelo delegado André Furquim.
 

Neste sábado, o ministro Luís Roberto Barroso determinou que o governo deve exigir comprovante de imunização para entrada de viajantes no Brasil. Após a decisão, a Casa Civil informou que uma norma será editada sobre o tema "o mais rápido possível".

Bahia chega ao terceiro dia consecutivo sem divulgar boletim epidemiológico da Covid

  • Bahia Notícias
  • 13 Dez 2021
  • 10:02h

Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias

A Bahia chegou, neste domingo (12), ao terceiro dia consecutivo sem publicar o boletim epidemiológico com os dados da Covid-19 no estado. Apenas o número de novas mortes tem sido divulgado, tendo sido quatro as registradas nas últimas 24 horas.

De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, o boletim completo não está sendo publicado nos últimos dias em decorrência do ataque hacker sofrido pelo Ministério da Saúde na madrugada da última sexta-feira (10).

Na tarde deste domingo, o Ministério da Saúde afirmou que conseguiu recuperar todos os dados sobre vacinação contra a Covid no país. Entretanto, o aplicativo ConectSUS, onde a população tem acesso ao seu comprovante de imunização, segue apresentando instabilidade.

Até o momento, desde o início da pandemia, 27.390 pessoas faleceram por Covid-19 na Bahia.

OMS considera cedo para estabelecer se Ômicron tem maior transmissibilidade

  • Bahia Notícias
  • 09 Dez 2021
  • 18:31h

Foto: Divulgação

Apesar de detectada em 57 países, a variante Ômicron ainda representa um índice baixo dos casos de Covid-19 no mundo. Mais de 99% dos casos continuam a ser causados pela Delta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), embora a nova cepa do coronavírus esteja se disseminando rapidamente pela África do Sul, ainda é cedo para tirar conclusões sobre a sua transmissibilidade ou o impacto no combate à pandemia em nível global.

Na África do Sul, onde a Ômicron foi registrada pela primeira vez, a incidência continua a aumentar, tendo sido notificados 62.021 novos casos entre 29 de novembro e 5 de dezembro - um aumento de 111% em relação à semana anterior, de acordo com o último relatório epidemiológico da OMS. Até agora, segundo o mesmo documento, já foram detectados casos da variante em 57 países.

"Considerando, no entanto, a circulação predominante da variante Delta em muitos países, particularmente na Europa e nos Estados Unidos, é muito cedo para tirar qualquer conclusão sobre o impacto que a Ômicron terá na epidemiologia global de covid-19", esclarecem os especialistas no relatório divulgado nessa quarta-feira (8) pela OMS.

O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças estima que essa variante mais recente se torne dominante na Europa nos próximos meses. Porém, os especialistas consideram que é necessária mais informação para verificar se a Ômicron é mais infeciosa do que as outras estirpes ou se as vacinas poderão ser menos eficazes.

"Embora pareça haver provas de que a variante Ómicron pode ter uma vantagem de crescimento sobre outras em circulação, não se sabe se isso significa que tem maior transmissibilidade", acrescenta o relatório.

Sinovac faz testes para criar versão da Coronavac contra a Ômicron

  • Bahia Notícias
  • 07 Dez 2021
  • 18:38h

Foto: Ilustrativa/ Rodrigo Nunes/ MS

A farmacêutica chinesa Sinovac está realizando estudos para atualizar a vacina contra Covid-19 Coronavac especificamente contra a variante Ômicron. A informação foi divulgada pelo presidente da companhia, Yin Weidong, nesta terça-feira (7), e foi trazida em reportagem do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

O anúncio foi feito durante simpósio realizado pelo Instituto Butantan, que distribui a Coronavac no Brasil. De acordo com a farmacêutica, caso haja resultados positivos de uma nova vacina, a Sinovac será capaz de produzir doses em três meses.

Yalling Hu, representante da Sinovac, explicou que a primeira fase do estudo vai analisar a capacidade de a Coronavac neutralizar amostras do vírus vivo da variante Ômicron em pessoas com diferentes datas de vacinação, idades e intervalo entre as doses. O resultado dessa etapa deve sair em duas semanas.

“Já há mais de 2,3 bilhões de pessoas que receberam a Coronavac em todo o mundo, e a Sinovac agora tem a maior cobertura global contra o coronavírus. E a partir da Covid, vimos o surgimento de novas variantes, em especial a Ômicron. A Sinovac prova-se eficaz também contra esta variante, e estamos desenvolvendo uma nova vacina baseada na Ômicron”, afirmou.