BUSCA PELA CATEGORIA "Saúde"

USP acompanhará 3 mil grávidas para detalhar relação entre zika e microcefalia

  • 07 Fev 2016
  • 16:04h

(Foto: Reprodução)

Um estudo inédito envolvendo 3 mil grávidas já começou a ser desenvolvido no Brasil para detalhar a relação entre o zika e a microcefalia em bebês. Elas serão submetidas, mensalmente - e até a hora do parto -, a um exame de sangue que detecta anticorpos do vírus tanto na mãe quanto no bebê, dando evidências de que o feto foi infectado durante a gestação. O diferencial da pesquisa, capitaneada pela Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (FMRP), é examinar não só gestantes que já apresentem sinais de infecção por zika vírus - febre, dor nas articulações e músculos, manchas vermelhas na pele e conjuntivite -, mas também as assintomáticas. "Até agora, o que se tem feito é pesquisar somente aquelas que apresentam sintomas de infecção pelo zika e aquelas que geraram bebês com microcefalia", diz o professor Benedito Antônio Lopes Fonseca, do Laboratório de Virologia, que coordena o estudo junto à médica Suzi Volpato Filho, obstetra do Programa de Assistência à Saúde da Mulher da prefeitura de Ribeirão. 

Acompanhando todas as fases da gravidez da mulher, os pesquisadores pretendem descobrir o período de maior risco para a gestante, se a infecção assintomática também pode causar microcefalia e em qual mês do desenvolvimento o feto é acometido pela má-formação. Também será observado se o zika pode estar associado a outros problemas de saúde no bebê. Toda gestante que iniciar o pré-natal no Sistema Único de Saúde (SUS) em Ribeirão poderá participar, de forma voluntária. Para as que fazem o acompanhamento na rede privada, o cadastro será feito nos postos de saúde da cidade. O prazo é até 30 de junho, período em que há maior incidência de Aedes aegypti, o mosquito transmissor dos vírus da dengue, chikungunya e zika. Os estudiosos estimam que sejam "recrutadas" 500 grávidas por mês. Trinta já estão cadastradas e tiveram as amostras de sangue colhidas. A grávida que apresentar sintomas de zika será encaminhada ao Ambulatório de Moléstias Infecciosas do Hospital de Clínicas da FMRP e terá o resultado do exame de sangue disponível em até 72 horas. Quando houver confirmação do diagnóstico de microcefalia no bebê, detectado via ultrassonografia, ela receberá atendimento no Ambulatório de Medicina Fetal do Hospital das Clínicas. Fonseca lembra que outras doenças além do zika podem causar microcefalia, como a rubéola e a toxoplasmose. "Por isso, iremos fazer vários testes", diz. Os resultados devem estar disponíveis no fim do ano que vem. A prefeitura de Ribeirão oferecerá a infraestrutura de atendimento. O custo de aproximadamente R$ 500 mil será financiado, em parte, pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. Os pesquisadores buscam recursos, também, junto ao Ministério da Saúde e às agências de fomento. Na quinta-feira, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que Capes e CNPq devem publicar editais direcionados a estudos sobre diagnóstico e tratamentos sobre zika e microcefalia e que os reitores das universidades já estão avisados de que esses temas são "prioridade" nas faculdades de Medicina e Biologia.

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OMS eleva pressão sobre Hollywood contra exibição de cigarro em filmes

  • 06 Fev 2016
  • 19:01h

(Foto: Reprodução)

A OMS (Organização Mundial da Saúde) publicou hoje seu terceiro relatório sobre a exibição de cenas com cigarro em filmes de grande audiência. Campanha contra a glamourização cinematográfica do tabaco registrou avanços desde 2009, mas documento diz que "é preciso avançar mais". Um dos focos principais da OMS agora é a indústria do cinema dos EUA, que mostra fumo em 36% dos filmes liberados para menores de 18 anos. Os dados mais recentes, que contabilizaram as produções de Hollywood em 2014, indicam que 44% de todos os filmes exibem consumo de tabaco. O departamento federal de saúde dos EUA estima que os filmes estejam ajudando a recrutar 6 milhões de fumantes jovens por ano no país, dos quais 2 milhões terão morte por males relacionados ao fumo no futuro. "Com restrições cada vez mais rígidas contra publicidade do tabaco, os filmes continuam sendo um dos últimos canais para expor milhões de adolescentes a imagens de fumo sem restrições", afirmou em comunicado Douglas Bettcher, diretor do Departamento de Prevenção de Doenças Não-Comunicáveis da OMS.

 

América Latina
A presença constante do fumo em Hollywood, porém, não prejudica apenas os EUA. Segundo o novo relatório, ela afeta particularmente a América Latina, onde cerca de 80% dos campeões de bilheteria ainda são filmes americanos. "Dos filmes mais vistos ao todo que continham uso de tabaco 76%deles foram classificados como livres para jovens no Brasil, 75% o foram na Argentina e 87% no México", afirma o novo relatório. "Isso é significativamente mais do que nos EUA, onde 62% dos filmes contendo tabaco foram liberados para a juventude." No último relatório, a OMS também pede aos países signatários da FCTC (Convenção-Quadro sobre Controle do Tabaco) que passem a vetar subsídios públicos a filmes que exibam consumo de cigarro. Filmes nas listas dos mais vistos receberam incentivos públicos no Canadá, EUA e vários países da Europa. Um dos exemplos de progresso citados no relatório é a Índia, que implementou regras sobre imagens de tabaco e exibição de marcas em filmes nacionais e importados. A China, afirma a OMS, proibiu a exibição de filmes com imagens de fumo "em excesso". "Mas é preciso e é possível fazer mais", afirma a organização.

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Microcefalia não justifica aborto, diz CNBB

  • 06 Fev 2016
  • 07:01h

(Foto: Reprodução)

A intensa circulação do zika vírus no Brasil e a possível associação da infecção em gestantes com casos de microcefalia em bebês reacende no País o debate sobre o aborto. Um grupo composto por advogados, acadêmicos e ativistas prepara uma ação, a ser entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), que cobra o direito de interromper a gravidez em casos em que a síndrome for diagnosticada nos bebês. Em entrevista à Agência Brasil, a antropóloga e pesquisadora Debora Diniz, que está à frente do trabalho, explicou que a ação deve ser encaminhada à Suprema Corte em, no máximo, dois meses. O mesmo grupo impetrou ação similar, em 2004, para pedir ao STF o direito ao aborto em casos de bebês com anencefalia. O pedido foi acatado pelos ministros em 2012.

 

“A atual epidemia do zika vírus exige do Estado brasileiro a implementação de um conjunto amplo de políticas para a proteção de direitos que não se restringem ao direito à interrupção da gravidez”, disse Debora ao defender políticas amplas de planejamento reprodutivo, incluindo o acesso à testagem de infecção pelo vírus a todas as gestantes. Em situações onde há resultado positivo para microcefalia, é preciso que haja, segundo ela, o encaminhamento para um pré-natal de alto risco, caso a mulher queira prosseguir com a gravidez ou o direito ao aborto legal, caso a mulher prefira interromper a gestação. Para Debora, a autorização para o aborto, nessa situação, precisa ser garantida a partir da confirmação da infecção, como um direito da mulher face a uma grave epidemia não controlada pelo Estado brasileiro. A professora da Universidade de Brasília (UnB) destacou ainda que políticas voltadas para crianças afetadas por síndromes neurológicas decorrentes da infecção por zika, como a própria microcefalia, não podem ficar em segundo plano. A ação que está sendo elaborada, segundo ela, também pedirá a implementação de políticas sociais com foco na limitação desses bebês e que garantam assistência integral às mães e famílias. De acordo com a pesquisadora, o aumento de casos de suspeita de síndrome fetal ligados ao zika vírus e a recente classificação de emergência global em saúde pública, feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), reforçam a necessidade de articulação imediata de políticas de cuidado e atenção à saúde de mulheres e crianças afetadas pelo problema. “Para uma mulher hoje no Brasil, saber-se grávida e infectada pelo vírus é uma situação de grande sofrimento e desproteção. Independentemente da consequência efetiva que a infecção possa ter no feto, ser obrigada a enfrentar uma gravidez de riscos graves e não totalmente conhecidos, causados pela negligência estatal em controlar uma epidemia, já é uma violação aos direitos das mulheres.” A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) considera que a extrema gravidade da situação vivida por gestantes em todo o País não justifica uma defesa do aborto para casos de microcefalia. Para a entidade, a defesa da interrupção da gestação representa total desrespeito ao dom da vida e às pessoas com algum tipo de limitação. “Lamentamos muito que alguns julguem que a solução para esses casos seja o aborto de bebês com microcefalia”, disse o presidente da entidade, dom Sérgio da Rocha. O religioso destacou que quadros de microcefalia já existiam antes da epidemia de zika no Brasil, mas só agora passaram a receber mais atenção por parte das autoridades sanitárias e da comunidade como um todo. “A microcefalia não pode ser reduzida apenas à questão do zika vírus. Essa ligação nem está ainda tão clara”, enfatizou. Para o representante da Igreja Católica, é preciso reforçar no País a assistência a pessoas acometidas pelo vírus, sobretudo gestantes, e também a bebês diagnosticados com malformações congênitas, como a microcefalia. Dom Sérgio defendeu a implementação de políticas que apontem para um sistema de saúde pública universal e de qualidade. “Essa deveria ser a nossa resposta. E não a resposta que alguns têm buscado”, disse em referência aos grupos que pedem a interrupção da gravidez em casos de microcefalia. “Dizer que uma criança que está sendo gestada com microcefalia deve ser abortada é o mesmo que dizer que uma criança com algum tipo de limitação não tem direito à vida”, destacou.

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Vacina contra zika vírus pode ficar pronta em cinco anos, diz Fiocruz

  • 05 Fev 2016
  • 18:24h

(Foto: Reprodução)

O presidente da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Gadelha, disse nesta quinta-feira (4) que o desenvolvimento de uma vacina contra o zika vírus pode levar cinco anos, prazo menor que a média para a descoberta de outros imunizantes. Segundo Gadelha, a decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de declarar emergência internacional por causa da microcefalia associada ao zika vírus pode agilizar as pesquisas para o desenvolvimento da vacina. “A OMS agiu corretamente ao tomar a decisão. É uma iniciativa que pode levar à descoberta da vacina de maneira muito mais rápida, pois a declaração vai facilitar a busca de parcerias em todo o mundo, reunindo esforços de entidades de pesquisas de todo o mundo”, disse Gadelha em entrevista após participar da solenidade que marcou o início das transmissões dos canais do Poder Executivo na TV digital aberta no Rio de Janeiro. 

 

Gadelha destacou o fato de que hoje já é possível encurtar prazos para desenvolvimento de vacinas a partir de experiências anteriores, “porque, em geral, uma vacina leva cerca de 10 anos ou mais anos para ser desenvolvida” “Mas hoje temos experiência de algumas vacinas e os institutos chegaram a avanços significativos ou a alguns resultados importantes, como no caso da vacina da dengue. Vamos utilizar o mesmo caminho”, acrescentou. “De qualquer maneira, para chegarmos a uma vacina, para ser mais realista – porque teremos que realizar testes clínicos na população – deveremos levar em torno de cinco anos até a sua descoberta”. O presidente da Fiocruz considerou “muito sugestiva” a descoberta nos Estados Unidos do caso de uma pessoa contaminada pelo zika apenas pelo contato com outo paciente infectado, apesar de viver em uma região onde não existe o vírus nem seus vetores. “Esse fato é muito sugestivo e leva à conclusão de que a transmissão tenha se dado por contato sexual. Mas nós precisamos avançar em pesquisas para que possamos mostrar não só a partícula viral no sêmen, mas também demonstrar a presença do vírus ativo.”

Papel da OMS

Segundo o presidente da Fiocruz, a declaração de emergência internacional da OMS é muito importante e bem-vinda nesse momento “porque você pode otimizar esforços globais em pesquisas, desenvolvimento, áreas de diagnósticos, vacina, métodos melhores de combate ao vetor, sem que isto seja encargo de um país específico, isolado”. A decisão, segundo ele, faz com que o problema passe a ser uma tarefa da OMS e de todos os países “porque este é um problema global e não só dos países onde já existe o problema, como é o caso da África, Ásia e dos países da América Latina”. Segundo Gadelha, há estudos que mostram que partes dos Estados Unidos como o Golfo do México e a Flórida também já estão sendo impactados pelo zika vírus.

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Fiocruz detecta vírus zika com potencial de infecção em saliva e urina

  • 05 Fev 2016
  • 12:31h

Pesquisadores da Fiocruz anunciam descoberta sobre zika vírus em coletiva nesta sexta-feira (Foto: Henrique Coelho/G1 RJ)

O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, disse nesta sexta-feira (5), no Rio, que o zika vírus foi encontrado de forma ativa na urina e na saliva. A descoberta foi feita a partir da análise de amostras de dois pacientes com sintomas compatíveis com o vírus zika. Segundo Gadelha, isso  "muda o patamar e a forma que estamos tendo que desdobrar as pesquisas". No entanto,"o significado dessa descoberta na transmissão ainda deve ser esclarecido". Os cientistas observaram que o material coletado nas amostras dos pacientes - além de conter a presença do vírus zika, confirmada pelos chamados testes PCR - também foi capaz de provocar danos em células em testes de laboratório. Isso comprova a atividade viral, segundo os cientistas. Ainda assim, pesquisas aprofundadas serão necessárias para comprovar se necessariamente haverá infecção através de fluidos.

 

"O fato de haver um vírus ativo com capacidade de infecção na urina e na saliva não é uma comprovação ainda, nem significa que necessariamente o será, que há possibilidade de infecção de outas pessoas de maneira sistemica através desses fluidos", disse Gadelha.  "Antes, só foram encontradas partículas não infecciosas. Mas ainda é preciso pesquisar para saber se é possível que se infecte outra pessoa", reforçou.

Recomendações
Ainda assim, a Fiocruz fez uma série de recomendações. O cuidado com gestantes é uma preocupação da pesquisa, segundo Gadelha. "Recomendamos às gestantes que evitem grandes aglomerações, que evitem que compartilhem copos e materiais levados à boca. Pessoas que convivam com gestantes e tenham sintomas de zika devem ter uma responsabilidade adicional", afirmou. "A evidência de hoje não faz com que nos digamos às pessoas que elas não podem ir para o carnaval", acrescentou Gadelha. O fato de haver a possibilidade de contaminação por urina e saliva, segundo a Fiocruz, não diminui a necessidade de se combater o mosquito Aedes aegypti. A pesquisa foi liderada pela pesquisadora Myrna Bonaldo, chefe do Laboratório de Biologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

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Anvisa aprova registro de três novos testes para diagnóstico de zika

  • 03 Fev 2016
  • 15:28h

(Foto: Reprodução)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concluiu a análise técnica de três produtos comerciais para diagnóstico in vitro do vírus Zika. Com o registro da Anvisa aprovado, os testes poderão ser comercializados. Segundo publicação no Diário Oficial da União desta quarta-feira (3), dois desses produtos utilizam metodologia de imunofluorescência para a detecção de anticorpos relacionados aos vírus Zika, Chikungunya e da dengue em um único procedimento de teste de forma combinada. Já um terceiro produto utiliza a metodologia de reação em cadeia da polimerase para determinar a presença do Zika na amostra biológica em estudo. De acordo com a Anvisa, foram concluídas também as análises de outros dois produtos para determinar a presença dos vírus da febre chikungunya e da dengue pela mesma metodologia de reação em cadeia da polimerase.

Exame produzido pelo Brasil dará mais precisão ao diagnóstico do zika

  • 02 Fev 2016
  • 19:02h

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Um exame desenvolvido pelo Brasil e que deve ser distribuído na rede pública de saúde até o fim do ano pode revelar um número maior de casos de microcefalia ligada ao zika, diz Wilson Savino, diretor do Instituto Oswaldo Cruz e integrante do gabinete de emergência formado pela instituição para enfrentar a epidemia. Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia e com mais de 30 anos de experiência na área, o imunologista carioca está à frente do Oswaldo Cruz, vinculado ao Ministério da Saúde, desde 2013. Atualmente ajuda a coordenar os esforços nacionais de combate à epidemia de zika, dengue e chikungunya. Ele explica que o exame molecular, único disponível no momento para o diagnóstico de zika no país, identifica a presença do vírus na corrente sanguínea, o que dificulta a precisão, pois o zika surge e desaparece do sangue em poucos dias.

 

Já o exame sorológico, que deve ficar pronto no início do segundo semestre e que poderia chegar à rede pública até o final do ano, não busca o vírus, e sim os anticorpos que o organismo produz contra ele, que podem ser detectados muitos meses após a infecção. "Por conta disso, grande parte dos testes em mulheres com sintomas de zika que tiveram crianças com microcefalia não levou à detecção do vírus, mas isso não quer dizer que não tenham sido infectadas. Em alguns casos não se está identificando o vírus em mães de bebês com suspeita de microcefalia somente porque ainda não temos o exame sorológico. É algo muito importante", diz. Embora Savino ressalte que os cientistas ainda não possuem comprovação da relação de causalidade entre o zika e a microcefalia, há muitos indícios apontando nesta direção. "Uma vez que tenhamos o exame sorológico, acho muito plausível que haja aumento no número de casos de microcefalia ligados ao zika vírus. Acho que os números serão muito mais contundentes. Embora neste ano já tenha o dobro dos casos de microcefalia do ano passado, a ausência do exame sorológico ainda mantém a discrepância entre avaliação clínica e diagnóstico", afirma. Em entrevista à BBC Brasil, Savino também comentou o alerta global emitido pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que passou a considerar a epidemia de zika vírus uma emergência de saúde pública mundial. "Soar este alarme vai possibilitar decisões mais rápidas nos 20 países afetados, e torna mais evidente que o que está acontecendo no Brasil pode acontecer em qualquer país da região, além de mostrar que estávamos certos ao considerar a epidemia situação de emergência nacional já no ano passado", avalia.

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Em cinco dias, casos de microcefalia sobem de 533 para 618 na Bahia

  • 02 Fev 2016
  • 16:30h

(Foto: Reprodução)

O número de casos notificados de microcefalia na Bahia subiu de 533 para 618, de acordo com boletim divulgado nesta terça-feira (2) pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). Os dados vão de outubro de 2015 até o dia 30 de janeiro. É considerado microcefalia o nascimento de bebês com perímetro cefálico menor ou igual a 32 centímetros. Na Bahia, 106 municípios registram casos suspeitos.Salvador tem o maior número de incidência (324), correspondendo a 52,4% do total de casos. O maior número de mortes relacionadas à doença também é na capital baiana, onde três crianças já morreram. Dentre os 618 casos, foram notificados dez óbitos nos municípios de Camaçari (1), Itabuna (1), Olindina (1), Salvador (3), São Sebastião do passe (1), Tanhaçu (1), Itapetinga (1) e Campo Formoso (1). A Sesab corrigiu o número de óbitos que constava no boletim divulgado no último dia 12. Segundo a pasta, as mortes anunciadas em Alagoinhas e Crisópolis, na verdade, correspondiam a registros em Salvador e São Sebastião de Passé. A Sesab informou as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor do zika vírus, que é associado a casos de microcefalia. O governo diz que diversas ações de pesquisa e desenvolvimento tecnológico estão em curso para combater o mosquito, dentre elas, destaque para o teste rápido para dengue e chikungunya. A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) fará aquisição de 200 mil testes rápidos para que seja possível identificar os casos de dengue e chikungunya e, por exclusão e exames clínicos, diagnosticar a zika, visto que até o momento não há teste em escala comercial.

Ministro diz que notificação de zika passará a ser obrigatória

  • 02 Fev 2016
  • 07:04h

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O ministro da Saúde Marcelo Castro disse nesta segunda-feira (1º) em entrevista à agência Reuters que a notificação de casos de zika passará a compulsória a partir da próxima semana. Até a semana passada, o Ministério da Saúde afirmava que não havia previsão de contabilizar casos individuais de zika vírus no Brasil. A notificação permite ao ministério ter uma contabilidade geral da doença no país, o que até então só vinha sendo feito com relação aos casos de suspeita de microcefalia relacionada ao zika -- que já passaram de 4 mil desde o ano passado. Segundo a agência Reuters, Castro afirmou que a epidemia de zika é pior do que se pensa porque em 80% dos casos a zika ocorre de forma assintomática. Ele disse ainda que os testes de detecção rápida de dengue, chikungunya e zika serão distribuídos na rede de saúde no mês de fevereiro. O ministro afirmou à agência que, seguindo procedimento adotado pelos EUA, será vetada a doação de sangue de pessoas que tenham tido zika. Ele teria, ainda segundo a Reuters, afirmado que cabe ao Congresso qualquer decisão sobre estender o direito ao aborto para casos de microcefalia relacionada ao zika. O Executivo segue a lei válida atualmente, que não prevê aborto em caso de microcefalia.

Número de reclamações contra planos de saúde aumenta na Bahia

  • 01 Fev 2016
  • 18:25h

(Foto: Divulgação)

O número de reclamações contra planos de saúde na Bahia aumentou em 2015, na comparação com o ano anterior. De acordo com o jornal A Tarde, dados do Procon-BA indicam que houve 631 reclamações de consumidores no ano passado, contra 592 de 2014, o que representa um aumento de 6,6%. A Defensoria Pública do Estado também registrou crescimento nos atendimentos ligados à planos de saúde no estado, que subiram de 1.224 para 1.412 no período, o equivalente a uma variação de 15%. Ainda segundo o A Tarde, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) indica que a maioria das reclamações de beneficiários acontece por pedidos sem cobertura. "Não se trata de descumprimento dos contratos. São pedidos extraordinários, sem amparo na legislação. As decisões judiciais, em muitos casos, são conflitantes com a regulamentação da ANS [Agência Nacional de Saúde]", afirma nota.

MP autoriza entrada forçada de agentes de saúde para combate ao Aedes aegypti

  • 01 Fev 2016
  • 12:31h

(Foto: Reprodução)

O governo federal publicou nesta segunda-feira (1º) uma medida provisória (MP) que permite o ingresso forçado de agentes de saúde em imóveis públicos e particulares abandonados para ações de combate ao Aedes aegypti. De acordo com o texto, também está autorizada a entrada do agente público em casas sem a presença do proprietário para garantir acesso em casos essenciais para contenção de doenças. Nestes casos, segundo a Agência Brasil, o profissional poderá solicitar auxílio de autoridade policial. A MP estabelece como imóvel abandonado aquele com flagrante ausência prolongada de utilização, situação que pode ser verificada por características físicas do imóvel, por sinais de inexistência de conservação, pelo relato de moradores da área ou por outros indícios. Já a ausência de pessoa que permita o acesso do agente de saúde ao imóvel fica caracterizada, conforme o texto, pela impossibilidade de localização de alguém que autorize a entrada após duas visitas devidamente notificadas, em dias e períodos alternados, dentro do intervalo de dez dias. Dados do Ministério da Saúde divulgados na última sexta-feira (29) apontam que, até o momento, 10,9 milhões de domicílios foram vistoriados por agentes de saúde e por militares das Forças Armadas para combate ao Aedes aegypti – o que representa 22% dos 49,2 milhões de imóveis previstos.

Para evitar feto com microcefalia, gestantes com zika optam por aborto

  • 01 Fev 2016
  • 09:38h

(Foto: Reprodução)

Com receio de o feto contrair microcefalia, gestantes infectadas pelo zika vírus têm recorrido ao aborto clandestino. De acordo com publicação da Folha, três médicos relataram casos de mulheres que já optaram por interromper a gravidez com essa justificativa. Com gestações planejadas, os casos são de mulheres casadas, com nível superior e boas condições financeiras - o custo de um aborto em clínicas particulares varia entre R$ 5 e R$ 15 mil, dependendo da estrutura e do estágio da gestação. As gestações estavam entre a sexta e a oitava semana e foram interrompidas com o uso de misoprostol (Citotec). O medicamento costuma ser obtido no mercado ilegal, já que sua disponibilização é limitada a hospitais. O infectologista Artur Timerman apontou que duas grávidas de São Paulo o procuraram nas últimas semanas com sintomas do vírus. "Elas me perguntaram se havia risco de o bebê desenvolver microcefalia. Eu disse que sim, mas não saberia estimar quanto. A decisão foi delas. Em nenhum momento, eu disse faça ou não faça", contou ao jornal. A ginecologista Ana, do Nordeste do país, relatou casos de três pacientes, que após confirmarem a infecção do zika, decidiram abortar. "Não quiseram esperar para ver", afirmou. Com os mais de três mil casos de microcefalia associados ao Zika no país, um grupo de advogados, acadêmicos e ativistas articula uma ação para que o Supremo Tribunal Federal (STF) conceda o direito ao aborto quando há a má-formação.

Antibiótico de uso corrente eleva risco de asma e obesidade infantil

  • 31 Jan 2016
  • 16:01h

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O uso de antibióticos da classe dos macrólidos, comumente receitados em casos de infecção pulmonar, aumenta a propensão a obesidade e asma em crianças. A razão para tal, sugere um novo estudo, é a alteração na população de micróbios intestinais. A conclusão saiu de uma pesquisa realizada na pela Universidade de Helsinque (Finlândia), que acompanhou 142 crianças de dois a sete anos durante um período de seis meses. Os antibióticos da classe dos macrólidos são os que têm como princípio ativo eritromicina, claritromicina ou azitromicina. Após analisarem a mudança na fauna microbiana no intestino daquelas crianças que tomaram essa classe de drogas, os pesquisadores concluíram que as alterações eram maléficas. O estudo constatou uma redução na população de actinobactérias, -- que ajudam a prevenir alergias -- e aumento no número de bacterioidetes e proteobactérias -- grupos nos quais se encaixam muitas espécies potencialmente patógenas. A mudança de perfil da flora intestinal, porém, não causou problemas no sistema digestivo em si, só que elevou o risco para problemas metabólicos e imunológicos.

 

Hábito médico
Macrólidos são antibióticos comumente usados em casos nos quais pacientes têm alergia a penicilina, mas em algumas comunidades médicas já se consolidaram como droga de primeira intervenção. Segundo os autores do novo estudo, publicado na revista "Nature Communications", isso é nocivo, porque a penicilina e outros antibióticos mais antigos não apresentam os problemas verificados agora com os macrólidos. "Em geral, aparentemente a recuperação da microbiota intestinal após o tratamento antibiótico durou mais de um ano", afirmou em comunicado a médica Katri Korpela, que liderou o estudo. "Se uma criança recebe repetidas doses de antibiótico durante seus primeiros anos, a microbiota pode não ter tempo de se recuperar."

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OMS alerta que zika vírus deve afetar quase todo continente americano

  • 31 Jan 2016
  • 08:01h

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O zika vírus, transmitido por mosquitos e suspeito de provocar más-formações fetais, deve atingir todo o continente americano, com exceção do Canadá e Chile, advertiu a Organização Mundial da Saúde (OMS). O vírus já está presente em 21 dos 55 países e territórios das Américas, afirma a OMS em um comunicado. Mas, de acordo com a nota oficial, o mosquito Aedes Aegypti, que transmite o zika vírus, assim como dengue e chicungunha, já está presente em todos os países do continente, com exceção de Chile e Canadá. Por este motivo, a agência da ONU prevê que "o zika vírus continuará a expansão e provavelmente afetará todos os países e territórios da região com presença do Aedes Aegypti". A OMS explica que como a população do continente não ficou exposta ao vírus antes do registro de casos no Brasil, em maio do ano passado, carece de imunidade, o que permite a propagação da doença com mais rapidez. Ao abrir a reunião do comitê executivo da organização nesta segunda-feira em Genebra, sua diretora, Margaret Chan, disse que "a propagação explosiva do zika vírus a novas áreas geográficas com escassa imunidade entre a população é motivo de preocupação, sobretudo pelo possível vínculo entre as infecções durante a gravidez e as crianças nascidas com microcefalia". Chan destacou que "o vínculo causal entre a infecção pelo zika vírus na gravidez e a microcefalia não foi comprovado", mas que os indícios existentes "são sugestivos e extremamente preocupantes". A agência da ONU destacou que, apesar de estar claro que o mosquito Aedes transmite o zika vírus, as provas de uma transmissão por outras vias são limitadas no momento. "Se descreveu um possível caso de transmissão sexual entre duas pessoas", indicou a OMS, que destacou a necessidade de mais testes para comprovar a hipótese.

Obesidade infantil dispara nos países em desenvolvimento, alerta OMS

  • 29 Jan 2016
  • 16:01h

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A obesidade entre crianças de menos de cinco anos atingiu níveis alarmantes em âmbito mundial e virou um pesadelo explosivo nos países em desenvolvimento, alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os autores de um relatório sobre o tema destacam que, historicamente, o fenômeno não tem sido tratado como um problema de saúde pública, ao ser considerado, muitas vezes, uma consequência do estilo de vida das famílias. Mas, ao final de dois anos de pesquisa em mais de 100 países, os autores destacam que os governos e organismos de saúde são fundamentais para discutir esta questão. Se o problema não for tratado com seriedade, "a epidemia de obesidade poderá reverter muitos dos benefícios para a saúde que contribuíram para o aumento da longevidade observado no mundo", apontam os pesquisadores.

 

'A culpa não é das crianças'
"Qual é a mensagem principal? Que a culpa não é das crianças", disse à imprensa o copresidente da comissão redatora do texto, Peter Gluckman. As causas que explicam a obesidade infantil estão relacionados a fatores biológicos, ao acesso inadequado à comida saudável, a uma menor atividade física nas escolas e à desregulamentação do mercado de alimentos gordurosos, aponta o relatório. Gluckman reconheceu que as recomendações feitas, de promover um estilo de vida mais saudável a aplicar mais impostos a bebidas açucaradas, são de senso comum. Contudo, acrescenta que essas recomendações não são aplicadas de forma apropriada em nenhum lugar do mundo. O resultado é que o número de crianças com sobrepeso passou de 31 para 41 milhões entre 1990 e 2014. "Até agora, os avanços na luta contra a obesidade infantil foram lentos e irregulares", indicam os membros da Comissão para o Fim da Obesidade Infantil, ao qual a OMS encomendou o relatório. A obesidade infantil "é uma armadilha explosiva nos países em desenvolvimento", acrescentou Gluckman.

Situação alarmante na África
Os números são especialmente alarmantes na África, onde o número de crianças menores de cinco anos com sobrepeso e obesidade quase duplicou entre 1990 e 2014, passando de 5,4 milhões para 10,3 milhões. O relatório explica que, nos países ricos, as crianças pobres correm mais risco de se tornarem obesas, em particular nas culturas em que "frequentemente é considerado que uma criança com sobrepeso é uma criança saudável". Segundo os autores da pesquisa, existem dois processos biológicos que aproximam as crianças da obesidade. O primeiro, chamado de "defasagem", resulta de uma má nutrição durante a gravidez e os primeiros meses de vida, o que pode ter um impacto nas funções genéticas e fazer com que a criança seja mais inclinada a sofrer de sobrepeso mais adiante. O segundo processo, chamado de "desenvolvimento", pode ocorrer quando a mãe grávida é obesa ou tem diabetes. Isto "predispõe a criança a um excesso de gordura associado a problemas de metabolismo e à obesidade", destacou o relatório.

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