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Vírus são mais perigosos de manhã do que à noite, diz estudo

  • 28 Ago 2016
  • 14:09h

Ilustração representa rotavirus; segundo estudo, vírus podem ser mais eficazes de manhã (Foto: CDC/Jessica A. Allen)

Vírus são mais perigosos quando infectam suas vítimas pela manhã, de acordo com um estudo recente feito pela Universidade de Cambridge. A pesquisa, publicada pela revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, mostrou que os vírus têm dez vezes mais sucesso em adoecer a sua "vítima" se a infecção tiver início pela manhã, aparentemente porque nosso relógio biológico está mais suscetível. E a mesma pesquisa percebeu, em seus estudos com animais, que um relógio biológico desajustado – algo provocado por jornadas de trabalho em turnos diferentes ou jet lag – sempre está mais vulnerável a infecções. Para os pesquisadores, as descobertas podem ajudar a reforçar o combate a pandemias. Vírus – ao contrário de bactérias e parasitas – são completamente dependentes de sua capacidade de “sequestrar” o maquinário dentro das células para se replicar. Mas essas células mudam muito como parte desse padrão de 24 horas conhecido como relógio biológico, que influencia, por exemplo, o funcionamento do nosso sistema imunológico e a liberação de hormônios.

No estudo, camundongos foram infectados com o influenza, que causa a gripe, ou com o vírus da herpes. E os animais infectados durante a manhã apresentaram níveis virais dez vezes maior do que aqueles infectados durante a noite. Os vírus que chegavam mais tarde falharam em um processo que, metaforicamente, pode ser explicado como se eles estivessem tentando fazer operários reféns dentro de uma fábrica, mas depois que o turno dos operários tivesse terminado. “Há uma grande diferença”, disse o professor Akhilesh Reddy, um dos pesquisadores, à BBC. “O vírus precisa de todo o aparato disponível na hora certa (para ser eficaz), mas uma pequena infecção pela manhã pode se desenvolver mais rapidamente e se espalhar pelo corpo.” Reddy acredita que as descobertas podem ajudar a controlar surtos de doenças.“Em uma pandemia, ficar em casa durante o dia pode ser importante (para) salvar vidas. Se os testes comprovarem a hipótese, isso pode ter um grande impacto."

Relógio biológico
Outros testes mostraram que alterar o relógio biológico de um animal os deixa “presos” em um estado que facilita o sucesso de vírus. “Isso sugere que quem trabalha em turnos diferentes - quem trabalha às vezes de madrugada e às vezes durante o dia e, por isso, tem um relógio biológico desajustado - está mais sujeito a doenças virais”, explica Rachel Edgar, autora principal do estudo. “Se isso for confirmado, esses trabalhadores podem se tornar candidatos a receber a vacina anual da gripe”, completa. Os pesquisadores usaram apenas dois tipos de vírus no estudo. Mas os dois eram muito diferentes (um era vírus de DNA e o outro de RNA), o que leva os pesquisadores a acreditar que o princípio se aplica a um grande número de vírus. Cerca de 10% dos genes – as instruções para gerenciar o corpo humano – mudam durante o dia, e isso é controlado pelo relógio biológico interno. A pesquisa focou em um gene chamado Bmal1, que tem o pico de atividade durante a tarde tanto em camundongos quanto em pessoas. “É a ligação com o Bmal1 que é importante, já que quando seu nível está baixo (durante a manhã) você fica muito sujeito a infecções”, diz Reddy. Curiosamente, o Bmal1 fica menos ativo em pessoas durante os meses de inverno - sugerindo que ele pode ter um papel no fato de as pessoas estarem mais sujeitas a infecções nessa época do ano. Já há outras evidências da ligação entre o relógio biológico e infecções: vacinas contra gripe são mais eficientes se tomadas pela manhã, e o jet lag afeta o desempenho do parasita da malária.

 

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Vacina brasileira de esquistossomose inicia fase final de testes após 30 anos

  • 27 Ago 2016
  • 14:04h

Testes da vacina devem ser finalizados no final de 2017, dizem pesquisadores (Foto: Gutemberg Brito – IOC/Fiocruz)

A vacina brasileira contra a esquistossomose está entrando na fase final de teste em humanos em áreas endêmicas, após 30 anos de desenvolvimento. Na segunda quinzena de setembro, ela será aplicada em pessoas no Senegal, dando início a esta última etapa. Se os resultados forem positivos, fica pronta para uso. A pesquisa foi escolhida junto a mais cinco projetos como prioridade de investimento da Organização Mundial da Saúde (OMS). O “selo” é dado para estudos que se empenham em suprir necessidades de saúde de países em desenvolvimento. Causada por vermes do gênero Schistosoma, a doença está presente em 19 estados brasileiros, com maior quantidade de casos nos estados do Nordeste, Espírito Santo e Minas Gerais. De acordo com a OMS, a esquistossomose é endêmica em mais de 70 países, em maioria localizados na África, onde 800 milhões vivem sob risco de infecção. Além da vacina contra a doença, outras cinco pesquisas foram escolhidas como prioridade pela OMS: um estudo da Índia, dois da Suíça, um da África do Sul e um da China em parceria com países africanos. O projeto brasileiro é o único das Américas escolhido pela organização.

A nova Vacina Sm14, que foi financiada até o momento em formato de Parceria Público Privada (PPP) entre o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e a Orygen Biotecnologia S.A., também receberá o apoio de um fundo da OMS. Ela deverá terminar as fases de testes em humanos no final de 2017 - até lá, 350 pessoas deverão participar da pesquisa. De agosto até o final deste ano, os pesquisadores aplicarão doses em 30 indivíduos do Senegal, região considerada hiperendêmica da doença (com alta taxa de prevalência, afetando a população de forma continuada). O país africano tem a circulação de duas espécies do parasita que transmite a esquistossomose. Essa característica, que não existe em nenhuma região brasileira, é importante para que se possa verificar a segurança da vacina, como apontou a pesquisadora Miriam Tendler, do Laboratório de Esquistossomose Experimental do IOC, que lidera os estudos. “Esse tipo de doença, causada por vermes, foi menosprezada por muito tempo por ter baixa mortalidade. Mas isso impacta muito na capacidade cognitiva e na qualidade de vida das crianças e demais pacientes”, disse Tendler. Quando a vacina estiver pronta, a imunização ocorrerá em três doses, dadas com um intervalo de um mês entre cada uma. A vacina foi produzida a partir de um antígeno -- substância que estimula a produção de anticorpos, evitando que o parasita se instale. Também foi utilizada a proteína Sm14, sintetizada a partir do verme da doença.

A esquistossomose
A OMS considera a doença como uma das mais negligenciadas e devastadoras socioeconomicamente, perdendo apenas para a malária. A transmissão é ligada à precariedade de saneamento. Fezes infectadas com o verme Schistosoma, quando despejadas em rios e outros cursos de água doce, podem infectar caramujos do gênero Biomphalaria. Estes liberam larvas na água, podendo infectar outras pessoas por meio do contato com a pele, reiniciando o ciclo da doença.


Histórico da vacina
A molécula Sm14 foi descoberta em 1975. Já a definição de um desenho de modelos experimentais para o desenvolvimento da vacina começou em 1985, ou seja: o projeto de imunização contra a esquistossomose tem mais de 30 anos de desenvolvimento.

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Jovem denuncia médico por cobrar R$ 2.500 para fazer cesárea pelo SUS

  • 27 Ago 2016
  • 09:05h

Casal denunciou médico em 2013, também por cobrança de parto normal pelo SUS (Foto: Reprodução/ TV Santa Cruz)

Uma adolescente de 17 anos, que não quis se identificar, denunciou que um médico obstetra da Maternidade Ester Gomes, em Itabuna, sul da Bahia, se negou a fazer um parto cesáreo nela pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme a gestante, o médico Luis Leite pediu R$ 2.500 para fazer o procedimento. O caso aconteceu na segunda-feira (22). A adolescente estava com 40 semanas de gestação e sentido dores quando procurou atendimento na maternidade. Durante toda a gravidez, ela fez acompanhamento pelo SUS. Como a jovem não aceitou fazer o pagamento, o parto foi feito em outro hospital, o Manoel Novaes. O bebê teve complicações e está internado na UTI da unidade médica.

"[O médico] falou que a cada cesárea que ele faz pelo SUS ele perde R$ 20. Perguntou se meu marido trabalhava. Eu falei que trabalhava na empresa 'tal' [sic.]. Aí ele [médico] disse: então não tem dinheiro, é pobre, não pode pagar essa cesárea", relatou a jovem. A adolescente conta que chegou à maternidade com o laudo de um cardiologista, emitido no dia 22 de julho. De acordo com o relatório médico, ela apresentava crises de pressão alta, relacionadas à ansiedade, por isso foi recomendado o parto cirúrgico, com anestesia, para evitar estresse. De acordo com a jovem, as orientações do laudo não foram levadas em conta pelo médico Luis Leite, que, após a adolescente se recusar a fazer o pagamento, receitou uma medicação e liberou a paciente para casa. A sogra da jovem, a auditora fiscal Nailma dos Santos Nascimento Moura, está indignada. "E agora, meu neto está na UTI, numa situação grave. A família toda transtornada, todo mundo muito triste, por conta de uma negligência", afirmou. O bebê, que ganhou o nome de Joaquim, nasceu de parto cesáreo às 5h49 da manhã de terça-feira (23), com 3,148 kg e 50 centímentros de comprimento. A criança joaquim ainda não voltou para casa, porque está na UTI. Conforme o pai da criança, o auxiliar de produção Iuri Kerry, 20 anos, os médicos disseram que o parto de Joaquim foi demorado e, por conta disso, engoliu mecônio, o que provocou problemas respiratórios nele. "Se eu fosse pra casa, como o Dr. Luis Leite falou que não tava no tempo ainda e me passou um remédio pra dor, eu digo a você que nem na UTI meu estava agora. Eu estva sentidno muita dor e voltei pra outra maternidade", desabafou chorando a adolescente. "Todo mundo está ciente de que não é a primeira vez que acontece [do médico cobrar por um cesárea]. Vamos procurar o Ministério Público", disse a mãe da adolescente que teve o bebê, que também não quis se identificar. A reportagem procurou o médico Luis Leite na maternidade Ester Gomes, mas ele não foi encontrado. A direção da unidade informou que o obstetra dá plantão no local às segundas-feiras e ainda vai ser ouvido pelo hospital.O diretor administrativo da maternidade, Denis Dias, disse que um processo administrativo será aberto pra apurar o caso e que, na segunda-feira (29), deve ouvir o médico e a família da adolescente.

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Estudo mostra extensão de danos cerebrais causados pelo vírus da zika

  • 26 Ago 2016
  • 19:07h

Vírus da zika é transmitido pelo Aedes aegypti (Foto: REUTERS/Alvin Baez)

Um relatório divulgado nesta terça-feira (23) mostra em detalhes os tipos de dano que infecções com o vírus da zika podem causar ao cérebro em desenvolvimento - danos que vão bem além da microcefalia, a malformação craniana em recém-nascidos. Pesquisas anteriores mostraram que o zika ataca as células progenitoras neurológicas, um tipo de célula-tronco que se desenvolve em diferentes tipos de células nervosas ou cerebrais. A mais recente pesquisa, publicada no periódico Radiology, explora descobertas com base em imagens e autópsias ligadas a infecções confirmadas em 17 crianças e fetos pelo Instituto de Pesquisa de Campina Grande, na Paraíba, onde a infecção tem sido grave. O estudo também incluiu registros sobre 28 fetos ou recém-nascidos com problemas cerebrais, nos quais se suspeitava que as mães tiveram a doença durante a gravidez.

Quase todos os bebês em cada grupo tiveram ventriculomegalia, uma condição na qual os ventrículos, ou espaços com fluidos no cérebro, ficam aumentados. Enquanto a maioria dos fetos teve pelo menos um exame mostrando uma circunferência muito pequena da cabeça, sugerindo que eles tinham microcefalia, três fetos com ventriculomegalia tinham circunferência da cabeça normal, mas ventriculomegalia grave. Quase todos os fetos ou bebês no grupo de casos confirmados do vírus da zika e quase 80% do grupo com suspeita de zika apresentaram anormalidades no corpo caloso, um grande feixe de fibras nervosas que permite a comunicação entre os hemisférios esquerdo e direito do cérebro. Em todos os casos estudados, com a exceção de um, os pesquisadores encontraram casos nos quais os neurônios em desenvolvimento não seguiam para o seu destino apropriado no cérebro. "Do ponto de vista de imagem, as anomalias no cérebro são muito graves, quando comparado a outras infecções congênitas", disse a coautora do estudo Dra. Deborah Levine, do Beth Israel Deaconess Medical Center e professora de radiologia da Harvard Medical School.

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Os olhos também cansam; faça pausas no uso do tablet ou celular

  • 26 Ago 2016
  • 12:09h

(Foto: Reprodução)

Dw tão natural que é, tem uma coisa que a gente faz sem pensar: piscar os olhos. Mas você sabia que quando você fica por horas na frente do computador ou mexendo no celular, você pisca menos? E piscando menos, o olho fica seco até o momento em que aparecem a dor e a irritação? Doutor Samir Bechara fala como coçar os olhos pode causar o ceratocone, uma doença que atinge muitas pessoas, mas que tem o diagnóstico demorado.

Ressecamento dos olhos
A redução de piscadas é um fator muito relevante nos dias de hoje. Como os olhos são lubrificados toda vez que piscamos, a diminuição dessa ação pode resultar em deficiência na lubrificação, o que torna os olhos mais secos. Isso ocorre, por exemplo, quando ficamos por horas focados nas telas de computador, tablets, celular ou televisão.

 

Como hidratar os olhos
Use colírio de lágrima artificial várias vezes ao dia. Não use colírios à base de corticoide sem recomendação médica. Compressas com soro fisiológico ou água filtrada também aliviam o desconforto. No banho lavar os olhos com shampoo de criança é recomendado. Para preservar a saúde dos olhos é importante beber água com frequência e incluir na alimentação frutas, verduras e legumes ricos em vitamina A e E, além de manter o ambiente limpo, livre de poeira. tão natural que é, tem uma coisa que a gente faz sem pensar: piscar os olhos. Mas você sabia que quando você fica por horas na frente do computador ou mexendo no celular, você pisca menos? E piscando menos, o olho fica seco até o momento em que aparecem a dor e a irritação?

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Saúde tem economia de R$ 384 milhões; montante irá custear UPAs e medicamentos

  • 26 Ago 2016
  • 11:00h

(Foto: Reprodução)

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (24) uma economia de R$ 384,3 milhões por meio da revisão de contratos, cargos, projetos, compra de medicamentos e insumos estratégicos. O montante economizado, segundo a pasta, será utilizado para custear 99 unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), das quais nove são localizadas na Bahia, e para a aquisição de 7,4 milhões de medicamentos. Entre as medidas adotadas nos últimos três meses estão a extinção de 417 cargos; a redução média de 33% em despesas de serviços gerais, sem prejuízo das atividades; a redução média de 20% dos valores contratados com todas as empresas de tecnologia, sem alteração do escopo; e a redução de até 39% dos valores na aquisição de medicamentos e insumos estratégicos, sem perda em cobertura. Além dos R$ 384,3 milhões economizados em contratos, Barros informou que houve ainda contenção do reajuste inflacionário no valor de R$ 447,8 milhões e de R$ 25 milhões em convênios para a compra de aceleradores lineares utilizados na radioterapia. "Conseguimos resultados muito significativos dentro do contexto da eficiência, que é meu discurso desde que cheguei no ministério", disse o ministro. "Estamos fazendo mais com os mesmos recursos que temos. É um momento de eficiência na gestão de R$ 857 milhões em 100 dias". 

H1N1 já matou 1.775 pessoas este ano no Brasil; Bahia registrou 26 mortes

  • 26 Ago 2016
  • 08:04h

(Foto: Reprodução)

O Brasil registrou, do início de 2016 até 13 de agosto, 1.775 mortes por H1N1, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde. O estado mais afetado pelo vírus foi São Paulo, com 737 óbitos. Já na Bahia, a doença foi letal para 26 pessoas neste ano. Durante todo o ano de 2015, o Brasil registrou 36 mortes por H1N1; em 2014, foram 163 mortes. No total, foram notificados 9.635 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por influenza A/H1N1 ao longo de 2016. Além da H1N1, houve 169 mortes por outros tipos de influenza durante o ano. A vacinação contra influenza superou a meta de 80% do público prioritário no país, com um total de 49,9 milhões de pessoas imunizadas. No entanto, a chegada do vírus antes do esperado levou à maior disseminação da doença.

Congresso deve alterar PEC e aumentar em R$ 28 bilhões piso para a Saúde

  • 25 Ago 2016
  • 20:01h

(Foto: Divulgação)

O Congresso Nacional deve modificar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto dos gastos públicos para aumentar em R$ 28 bilhões o piso mínimo que a União é obrigada a gastar com Saúde no próximo ano. Embora seja uma mudança significativa na proposta do novo regime fiscal, o movimento não encontra grande resistência no governo e deve ser uma das concessões que a equipe econômica será obrigada a fazer para diminuir a resistência dos parlamentares em aprovar o teto, que vai atrelar o crescimento das despesas públicas à inflação do ano anterior, segundo apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Pelo texto enviado, se a PEC for aprovada, o piso das despesas com a Saúde em 2017 será de R$ 90,6 bilhões, o correspondente ao orçamento deste ano corrigido pela inflação estimada em 2016. A bancada da Saúde quer que o governo use como parâmetro para definir o piso o que foi gasto no ano passado (R$ 100,1 bilhões) mais a inflação acumulada deste ano e de 2015, o que dá R$ 118,5 bilhões. O governo já encontrou focos de resistência à inclusão das áreas de saúde e educação maiores do que os previstos inicialmente e deve ceder também no prazo de vigência do teto de 20 anos (com possibilidade de mudança nas regras no décimo ano), que poderá cair para sete anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Microcefalia é 'ponta do iceberg' de danos causados pela zika, diz estudo

  • 25 Ago 2016
  • 18:04h

(Foto: Reprodução)

Um novo estudo liderado por cientistas brasileiros mostrou que a microcefalia é apenas uma entre várias alterações cerebrais provocadas pela infecção congênita pelo vírus zika. Publicado na revista científica Radiology, o estudo descreveu com precisão as áreas do cérebro mais afetadas e o grau de severidade dos danos. De acordo com os autores, essa é a maior coleção de imagens dos danos causados pelo vírus além da microcefalia, com a inclusão de 45 bebês nascidos no Brasil infectados com zika. Os crânios dos bebês frequentemente tinham aparência "desmoronada", "com suturas sobrepostas e dobras redundantes na pele", segundo os cientistas do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (Idor), com sede no Rio de Janeiro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto de Pesquisa Professor Amorim Neto (Ipesq), em parceria com a Universidade de Tel Aviv (Israel) e do Hospital Infantil de Boston (Estados Unidos). Foram avaliadas mulheres grávidas, fetos e recém-nascidos infectados pelo vírus Zika. De acordo com a autora principal do artigo, Fernanda Tovar-Moll, pesquisadora do Idor e da UFRJ, o estudo foi "essencial para identificar a severidade das alterações neurológicas induzidas pela infecção viral no sistema nervoso central em desenvolvimento".

 "Nós estamos desenvolvendo um estudo de seguimento para investigar como a infecção congênita pelo vírus da zika pode interferir não apenas no período pré-natal, mas também na maturação pós-natal do cérebro. A microcefalia é apenas a ponta do iceberg", disse Fernanda. Outra autora, Deborah Levine destacou a importância de descrever diferentes más-formações causadas pelo vírus da zika nos cérebros dos fetos e dos bebês recém-nascidos. "O primeiro trimestre é o momento no qual a infecção parece ser mais arriscada para a gravidez. Do ponto de vista das imagens, as anomalias no cérebro são muito severas em comparação a outras más-formações congênitas", afirmou. Ao contrário do que se observa em outras infecções como toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes, os cérebros dos fetos e bebês infectados pela zika apresentaram más-formações corticais e modificações localizadas na junção da massa branca e da massa cinzenta do cérebro. Os cientistas também identificaram a redução do volume cerebral, anomalias no desenvolvimento cerebral e ventriculomegalia - um problema caracterizado quando as cavidades do cérebro, preenchidas por fluidos, são maiores que o normal. Embora quase todos os bebês avaliados no estudo tenham apresentado anomalias na circunferência da cabeça, casos de circunferência normal também foram registrados em bebês com ventriculomegalia severa. Os resultados indicaram também anomalias no corpus callosum - um feixe de fibras nervosas que permite a comunicação entre os hemisférios direito e esquerdo do cérebro -, afetando a migração neuronal, isto é, fazendo com que os neurônios não se movessem para a destinação correta no cérebro em formação. A equipe de pesquisadores realizará mais estudos, que vão correlacionar as modificações morfológicas observadas no estudo aos dados clínicos e imunológicos e às informações sobre o ambiente onde as mães foram infectadas.

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Repasse de governo para o SUS tem déficit de R$ 3,5 bi desde 2012, diz Geddel

  • 24 Ago 2016
  • 15:52h

O Ministério da Saúde apresentou um relatório que aponta um déficit de R$ 3,5 bilhões de repasses do Sistema Único de Saúde (SUS) a Estados e municípios desde 2012, de acordo com o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Geddel afirmou a jornalistas que recebeu o relatório do ministro da saúde, Ricardo Barros, e que divulgará o documento. "Recebi um relatório nesta segunda [22] do ministro da saúde, que eu vou tornar público, onde se mostra que de 2012 para cá se acumulou um déficit de R$ 3,5 bilhões no repasse das obrigações do SUS com estados e municípios na preservação de UPAs e hospitais”, afirmou Geddel.

Pílula do câncer é testada em humanos

  • 23 Ago 2016
  • 18:01h

(Foto: Reprodução)

Simples Placebo ou droga realmente eficaz no combate ao câncer? Vinte anos depois de ser sintetizada e começar a ser distribuída pelo químico Gilberto Chierice no interior de São Paulo, a fosfoetanolamina, composto de nome complicado que se tornou sinônimo de polêmica, finalmente é posta à prova em humanos de acordo com padrões reconhecidos pelo governo e instituições de pesquisa.Dois estudos clínicos conduzidos por entidades respeitadas no setor de oncologia estão dando os primeiros passos. Um deles, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), é financiado pelo governo daquele estado. 

O outro, com financiamento dos Ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, é feito em parceria pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (NPDM-UFC) e pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), com sede no Rio de Janeiro. — A questão mais crítica em relação à fosfoetanolamina é que ela não foi produzida, encapsulada e distribuída aos pacientes seguindo as práticas laboratoriais, farmacêuticas e clínicas — avalia a coordenadora de Pesquisa e Educação do Inca, Marisa Dreyer. Segundo ela, se desde o começo da produção do composto esses procedimentos tivessem sido seguidos, “já teríamos encontrado com segurança respostas a todas as perguntas”. Os dois estudos obedecem a um protocolo aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável por liberar a utilização e comercialização de medicamentos no país. A primeira fase, chamada pré-clínica, tem testes in vitro (com células humanas ou de animais em laboratório) e experimentos in vivo (com animais como camundongos). Um dos principais objetivos nessa etapa é verificar a segurança (não toxicidade) da droga. Esse estágio foi dispensado na pesquisa do Icesp pelo fato de a fosfoetanolamina vir sendo ministrada há anos a pacientes com câncer. Mesmo assim, o estudo iniciado no final de julho começou pela fase clínica 1, que visa testar a segurança da droga na ingestão das pílulas por seres humanos. Os primeiros resultados da fase atual devem sair em dois meses , mas todas as etapas da pesquisa previstas para antes da comercialização podem levar cerca de dois anos. No caso do estudo financiado pelos ministérios, a fase pré-clínica, na Universidade Federal do Ceará, ocorreu no fim do ano passado e a avaliação com humanos pode começar este mês. No dia 16, o Ministério da Ciência e Tecnologia divulgou os resultados de pesquisa sobre os efeitos da fosfoetanolamina em camundongos com melanoma. O estudo indicou que a substância foi capaz de reduzir o tumor, mas com efeito menor que a ciclofosfamida, já usada na quimioterapia contra o câncer.

Origem

A fosfoetanolamina foi sintetizada no Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP), há cerca de 20 anos, pelo professor Gilberto Chierice. A substância tem sido usada sem autorização da Anvisa e vinha sendo distribuída de forma gratuita no campus da universidade em São Carlos. Em 2014, a entrega foi suspensa depois que uma portaria do governo determinou que substâncias experimentais deveriam obter todos os registros antes de serem liberadas à população. O assunto ganhou repercussão. Em setembro de 2015, o Senado entrou nas discussões, com pronunciamentos de senadores e audiências públicas. Nos debates, que contaram com Chierice e diversos especialistas, as posições divergiram. Alguns pesquisadores relataram casos de regressão do câncer pela substância. Outros apontaram a necessidade dos estudos controlados em humanos. No Congresso, Ivo Cassol (PP-RO) é um dos maiores defensores da fosfoetanolamina. Em pronunciamento em 14 de abril, o senador saudou a sanção da Lei 13.269/2016, que autorizou o uso da substância por pacientes diagnosticados com neoplasia maligna antes do registro pela Anvisa. No entanto, a aplicação da lei foi suspensa em maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ao deferir ação direta de inconstitucionalidade proposta pela Associação Médica Brasileira (AMB). A entidade sustentou que, diante da ausência de testes em seres humanos, a liberação do medicamento é incompatível com direitos constitucionais à saúde, à segurança e à vida. Para Humberto Costa (PTPE), ex-ministro da Saúde, a realização dos testes é justa, já que há depoimentos apontando a redução de sintomas com o uso da substância. O senador ressalta, porém, que não pode haver comercialização sem as pesquisas clínicas. — No caso da fosfoetanolamina, os primeiros testes mostraram que ela não é tóxica para os seres humanos, mas mostraram também que ela não tem eficácia maior que outros medicamentos que já existem e são usados no tratamento do câncer.

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Substância que combate a dor sem causar vício e outros efeitos colaterais é descoberta

  • 22 Ago 2016
  • 19:02h

(Foto: Reprodução)

Autoridades de todo o mundo estão cada vez mais preocupadas com o aumento do número de mortes por overdose de remédio contra dor e com a quantidade de dependentes destes medicamentos. No entanto, um grupo liderado por pesquisadores da Universidade de Stanford pode ter encontrado uma saída para esse problema. Os cientistas identificaram uma substância que alivia a dor de forma tão eficaz quanto a morfina e não apresenta os mesmos efeitos colaterais. Denominado PZM21, segundo o jornal O Globo, o composto teve resultados positivos após testes em camundongos. "A morfina transformou a medicina. Existem vários procedimentos que podemos fazer hoje em dia porque sabemos como controlar a dor do paciente durante a recuperação. Mas, obviamente, a morfina também é perigosa. Pesquisadores vem procurando um substituto mais seguro para remédios derivados de opióides há décadas", afirmou Brian Shoichet, professor da Universidade da Califórnia e coautor do estudo. Os testes mostraram que a droga não interfere na respiração, a principal causa de morte por overdose de remédios para dor e de drogas como heroína, além de não causar constipação. Outro benefício do PZM21 é que a substância parece não liberar dopamina no cérebro, o que evita um possível vício. Shoichet ressaltou que ainda são necessários novos estudos para comprovar que o medicamento não leva ao vício e confirmar que é seguro e efetivo para consumo humano.

Em reunião com indústria de cigarro, ministro da Saúde propõe fim do plantio de tabaco

  • Bahia Notícias
  • 22 Ago 2016
  • 16:13h

(Foto: Reprodução)

Depois de afirmar que homens vão menos ao médico por trabalharem mais que as mulheres, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, protagonizou mais um momento constrangedor. De acordo com informações da coluna Radar On-Line, na revista Veja, durante uma reunião com a indústria de cigarros, o ministro surpreendeu a todos ao propor o fim do plantio do tabaco no país. Ainda segundo a coluna, os representantes do setor, cuja produção envolve 153 mil produtores rurais, saíram escandalizados com a proposta.

Estudo aponta que infecção por zika também afeta células cerebrais de adultos

  • 21 Ago 2016
  • 20:00h

(Foto: Reprodução)

Cientistas norte-americanos da Universidade Rockefeller e do Instituto La Jolla de Alergia e Imunologia, nos Estados Unidos, realizaram um novo estudo que aponta que a infecção por zika vírus mata células-tronco neurais em camundongos adultos. A pesquisa, no entanto, ainda não estudou se a morte dessas células tem efeito de curto ou longo prazo nos animais adultos. As células-tronco neurais existem em maior quantidade nas células fetais, pois elas irão dar origem aos neurônios. Já nos adultos, as células, em menor quantidade, são fundamentais para tarefas cotidianas como memória e aprendizado. De acordo com os cientistas, a maioria dos adultos humanos não apresenta sintomas quando infectados por zika, apenas febre e vermelhidão na pele. "Nós queríamos saber se o zika tem mais efeitos em neurônios em formação do que em qualquer outra parte do cérebro adulto. Descobrimos que há algo especial nessas células que permite que o vírus entre nelas e afete sua proliferação", declarou um dos autores da pesquisa, Joseph Gleeson, da Universidade Rockefeller. Esse é o primeiro estudo direcionado a investigar o efeito do zika no cérebro adulto.

Ministério da Saúde autoriza repasse de R$ 9,6 milhões para municípios baianos

  • 19 Ago 2016
  • 18:09h

(Foto: Reprodução)

O Ministério da Saúde autorizou, em portaria publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (19), o repasse e dos valores de recursos federais relativos ao Piso Fixo de Vigilância em Saúde (PFVS), à Assistência Financeira Complementar (AFC) da União para cumprimento do piso salarial profissional nacional dos Agentes de Combate às Endemias (ACE) e ao Incentivo Financeiro (IF) para fortalecimento de políticas afetas à atuação dos ACE. Os municípios baianos receberam aproximadamente R$ 9,6 milhões: R$ 3,6 milhões para AFC, R$ 5,8 milhões para PFVS mensal e R$ 192 mil de IF.