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Rui Costa diz que não há possibilidade de aumento de gasto público

  • Por Nathalia Garcia e Renato Machado | Folhapress
  • 04 Nov 2023
  • 14:38h

Foto: Francis Juliano / Bahia Notícias

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta sexta-feira (3) que não há possibilidade de aumento de gastos públicos, independentemente da decisão do governo sobre a meta fiscal.
 

"Independente da meta, o total de gasto com investimento mais custeio está dado. São duas travas que o arcabouço tem. Isso já está definido lá, que é o percentual de 70% da receita dos últimos 12 meses, contados do meio do ano", afirmou o ministro.
 

"Não há possibilidade, independente do debate da meta. Não há nenhuma possibilidade de aumentar gasto público, nem de investimento, nem de custeio", completou.
 

Rui Costa ainda completou que não há novidades sobre uma eventual mudança na meta fiscal.
 

Rui Costa se referia aos mecanismos presentes na nova regra fiscal, que foi aprovada pelo Congresso Nacional em agosto.
 

 

O novo arcabouço fiscal permite o crescimento das despesas acima da inflação, desde que respeitado o intervalo de 0,6% a 2,5% de avanço. A definição do percentual exato depende da arrecadação: a fórmula prevê que elas cresçam o equivalente a até 70% da alta real das receitas nos 12 meses acumulados até junho do ano anterior (neste caso, 2023).
 

O ministro também acrescentou que não há uma "dicotomia" dentro do governo, entre uma ala mais gastadora e outra mais adepta das medidas de responsabilidade fiscal.
 

"Vi alguns artigos [na imprensa] tentando fazer um contraponto entre uma parte do governo que é gastador e outra que é poupador. Não há esse debate, não há essa dicotomia, porque não há nenhuma possibilidade de aumentar o gasto, porque o arcabouço não permite", acrescentou o chefe da Casa Civil.
 

A fala aconteceu após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os ministros da área de infraestrutura. Estiveram presentes o próprio Rui Costa e o titular da Fazenda, Fernando Haddad.
 

Também participaram os ministros Renan Filho (Transportes), Silvio Costa (Portos e Aeroportos), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Juscelino Filho (Comunicações), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), Jader Filho (Cidades) e Paulo Pimenta (Secom, Secretaria de Comunicação Social), além de Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Mdic (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).
 

Durante o encontro, Lula afirmou que dinheiro bom é transformado em obras, não guardado no Tesouro Nacional. O chefe do Executivo pediu aos ministros que sejam os "melhores gastadores do dinheiro em obras de interesse do povo brasileiro".
 

"A gente não pode deixar sobrar dinheiro que está previsto ser investido nos ministérios. A gente precisa colocar, transformar. Eu sempre digo que, para quem está na Fazenda, dinheiro bom é dinheiro no Tesouro. Para quem está na Presidência, dinheiro bom é dinheiro transformado em obras", disse Lula.
 

As declarações sobre os gastos públicos são dadas em meio ao debate sobre a mudança da meta fiscal de 2024, deflagrado após fala do próprio Lula na semana passada afirmando que a marca de déficit zero "dificilmente" será atingida.
 

Em café da manhã com a imprensa no dia 27 de outubro, o mandatário ainda afirmou que a meta de déficit fiscal não precisa ser zero e que ele não está disposto a efetuar cortes em investimentos para persegui-la.
 

"Deixa eu dizer para vocês uma coisa. Tudo o que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai cumprir. O que eu posso te dizer é que ela não precisa ser zero. A gente não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias nesse país", disse o presidente, em resposta a questionamento da Folha de S.Paulo, durante café da manhã com a imprensa.
 

As declarações de Lula foram vistas como um duro golpe em Haddad, que ainda vinha defendendo eliminar o déficit em 2024 e tem evitado responder nos últimos dias se haverá de fato uma mudança no objetivo.
 

Mesmo assim, como mostrou a Folha de S.Paulo, integrantes do governo passaram a discutir o envio ao Congresso Nacional de mensagem com a revisão da meta de déficit zero das contas públicas. Segundo integrantes do Palácio, a meta em debate seria de 0,5% para 2024. Mas pode ser reavaliada.
 

Na manhã desta sexta-feira (3), o ministro da Fazenda afirmou a jornalistas que "assim que tiver novidades, eu reporto".
 

Na mesma linha, Rui Costa também afirmou que ainda não há novidades sobre eventual revisão da meta fiscal de déficit. Buscando amenizar rumores de mal-estar com Haddad, o chefe da Casa Civil ainda acrescentou que caberá ao ministro da Fazenda anunciar possíveis mudanças.
 

"No momento que tiver novidade sobre isso [meta fiscal], como o ministro Haddad disse recentemente em entrevista que tive a oportunidade de acompanhar, eu queria mencionar ele [Haddad] e só reafirmar que no momento que o governo tiver novidade sobre isso, o ministro da Fazenda será o primeiro a falar sobre o tema", afirmou Costa.
 

"Até lá, nós não falaremos sobre esse tema com a imprensa, até que o governo tenha uma posição que será anunciada, divulgada por ele", completa.

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Relator quer militares fora de ministérios a partir de 2025 e já fora das eleições de 2024

  • Por Thiago Resende e Catia Seabra | Folhapress
  • 04 Nov 2023
  • 12:32h

Foto: Ricardo Stuckert / PR

Em reunião com o ministro José Múcio (Defesa), o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) disse que estuda proibir militares da ativa no comando de ministérios a partir de 2025 e barrar que se candidatem já na eleição de 2024.
 

Kajuru é relator da PEC (proposta de emenda à Constituição) que impede que militares da ativa ocupem cargos políticos. A expectativa é que o texto seja votado no Senado até o fim deste mês e depois siga para a Câmara.
 

No entanto, as propostas em avaliação pelo relator ainda serão debatidas com mais membros do governo. Integrantes do Palácio do Planalto e da articulação política resistem a alterações na PEC.
 

Por isso, Kajuru quer se reunir com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) no início da próxima semana. O senador diz que não pretende assumir uma posição de enfrentamento e apresentar um relatório que desagrade o governo.
 

 

Ministros de Lula (PT) demoraram cinco meses para concluir o desenho da PEC, que foi apresentada pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).
 

Inicialmente o governo iria propor regras para proibir que militares da ativa das Forças Armadas disputassem eleições ou ocupassem cargos no primeiro escalão do Executivo -nesse segundo item o objetivo era evitar casos como o do governo de Jair Bolsonaro (PL), que colocou militares da ativa em funções estratégicas do Executivo.
 

Essa versão preliminar foi costurada num acordo sobre o tema com os comandantes Tomás Paiva (Exército), Marcos Olsen (Marinha) e Marcelo Damasceno (Aeronáutica).
 

Mas a ala política do governo defendeu que a PEC fosse enviada ao Congresso de forma desidratada. A proposta então ficou sem a proibição a militares da ativa nas cadeiras de ministros de Estado.
 

O relator, porém, quer buscar uma conciliação com o governo e propor que essa medida tenha validade a partir de 2025. Além disso, ele avalia que os militares da ativa também fiquem impedidos de ocupar cargos de secretário-executivo das pastas.
 

Se um militar aceitasse o convite para ser ministro ou secretário-executivo, teria de ir para a reserva.
 

Kajuru afirmou que não pretende estender a medida para barrar militares da ativa em cargos de primeiro escalão em governos estaduais. "Isso não chegou a ser estudado pelo governo [federal]. Então não tenho intenção de fazer", disse.
 

Contudo, a ideia mais polêmica em estudo pelo relator deverá ser antecipar o efeito da PEC para as eleições de 2024.
 

Especialistas avaliam que isso poderia ser questionado juridicamente porque a Constituição também prevê que as regras eleitorais precisam ser modificadas pelo menos um ano antes do pleito. Portanto, esse prazo já expirou para as eleições municipais do próximo ano.
 

"Vou pedir uma análise para a assessoria técnica para que não haja dúvidas e para evitar que isso seja questionado", explicou o senador.
 

Wagner, ao apresentar a PEC, incluiu um dispositivo que deixa claro que a proibição para militares da ativa concorram aos cargos políticos não valeria para 2024.
 

Para o advogado especializado em direito eleitoral Helio Silveira, militares que queiram ser candidatos no próximo ano podem questionar a medida planejada pelo relator.
 

"O espírito do artigo 16 da Constituição Federal foi evitar que houvesse mudanças bruscas no sistema eleitoral um ano do processo começar, evitar aquelas alterações casuísticas que podem causar dano. Por se tratar de uma PEC, [a proposta envolvendo militares] seria debatido se estaria atingida pela determinação do artigo 16 ou não", explicou Silveira.
 

A reunião com Padilha também deverá contar com a presença de Wagner e do líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA). O PSD tem a maior bancada na Casa, e Otto foi um dos articuladores para que o governo desidratasse a PEC -retirando a parte que continha a proibição para militares na ativa assumirem cargos de ministros.
 

Wagner estudou no Colégio Militar do Rio durante a infância e adolescência e cogitou à Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) para se tornar um oficial do Exército, não fosse o início da ditadura militar, em 1964.
 

O histórico com os militares o auxiliou enquanto esteve no Governo da Bahia, com pedidos por atuação das Forças Armadas em operações de GLO (Garantia da Lei e da Ordem). Os predicados ainda o conduziram ao Ministério da Defesa no governo Dilma Rousseff (PT), em 2015.
 

Mesmo afastado de cargos que demandam relacionamento constante com as Forças Armadas, o senador ainda mantém contato com oficiais-generais e os auxilia em pleitos no Congresso Nacional.
 

Mesmo que a PEC avance rapidamente neste mês no Senado, ainda não tem prazo para que a Câmara aprove a proposta. Por ser uma alteração na Constituição, a tramitação é mais lenta. Além disso, em anos eleitorais, o Congresso costuma se esquivar de temas polêmicos.

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Relatório da CPI revela doações de R$18 milhões via Pix a Bolsonaro por servidores federais

  • Bahia Notícias
  • 29 Out 2023
  • 14:29h

Foto: Isac Nóbrega/PR

Um relatório elaborado por técnicos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos do 8 de janeiro revelou informações surpreendentes sobre doações recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) via Pix. De acordo com o documento obtido pelo Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, o ex-presidente recebeu doações de recursos via Pix de 18.082 servidores federais, incluindo doações datadas ainda do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O montante total dessas doações ultrapassa a marca de R$18 milhões.

 

A análise dos técnicos da comissão usou como base de dados a quebra de sigilo bancário do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, que estava vinculado às contas do ex-presidente. A investigação se concentrou nas transações realizadas via Pix durante o período de 20 de junho a 31 de julho. Nesse período, foram identificadas 809,8 mil transações feitas por 770,2 mil pessoas, totalizando R$18,1 milhões em doações.

 

As doações a Bolsonaro faziam parte de uma campanha de arrecadação realizada por aliados do ex-presidente, que alegavam que Bolsonaro estava sendo alvo de "assédio judicial" e que os recursos seriam usados para pagar multas. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) já havia divulgado um relatório anterior à comissão, mostrando que Bolsonaro havia recebido R$17,2 milhões via Pix até o dia 4 de julho.

 

Uma das revelações do relatório da CPI é que as doações já ocorriam desde o governo do presidente Lula, representando 5,7% do valor total arrecadado. Dentre essas doações, 60 servidores realizaram contribuições acima de R$1 mil, totalizando R$272,6 mil.

 

Os servidores federais que mais contribuíram para a campanha de doação de Bolsonaro são vinculados ao Ministério da Saúde, com 1.589 doadores identificados.

 

No âmbito estadual, o estado de São Paulo lidera com o maior número de doadores, com 60.258 servidores participantes. O total arrecadado por esses servidores atingiu cerca de R$78,3 mil, com 3.689 servidores fazendo doações, a maioria deles sendo policiais militares.

 

Além disso, 135 servidores de gabinetes de deputados federais também colaboraram com a campanha de arrecadação do ex-presidente. A campanha teve início no dia 23 de junho e viu um aumento nas doações durante o final de semana, alcançando um montante de R$12,5 milhões.

PL quer 3.000 candidatos a prefeito com Bolsonaro e Michelle como cabos eleitorais

  • Por Thiago Resende | Folhapress
  • 22 Out 2023
  • 11:27h

Foto: Isac Nóbrega / PR / Divulgação

O PL avalia lançar candidato a prefeito em até 3.000 municípios, num esforço para tentar massificar a imagem do partido.
 

O plano de Valdemar Costa Neto, presidente da legenda de Jair Bolsonaro, é ter um candidato próprio no maior número possível de capitais e fortalecer a estrutura do PL, que busca ampliar a capilaridade de olho já na corrida presidencial de 2026.
 

A tática do PL é, portanto, mais agressiva que a do PT, que admite abrir mão de lançar candidatos próprios e negocia vagas de vice-prefeito em grandes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife.
 

Alguns petistas dizem que, mesmo com Lula no Palácio do Planalto, o partido deverá eleger menos de 300 prefeitos –mais do que os 183 vitoriosos em 2020.
 

Dirigentes do PL trabalham com a ambiciosa meta de vencer em mil prefeituras.
 

 

Eles se reúnem toda terça-feira e discutem um alinhamento estratégico para as eleições de 2024 e para o futuro da legenda. Além de Valdemar, costumam participar Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o ex-ministro Braga Netto e líderes no Congresso, como o deputado Altineu Côrtes (RJ) e o senador Rogério Marinho (RN).
 

"Vou entrar com tudo na campanha. Já estamos crescendo agora. Tem muito prefeito já vindo [para o PL]", disse Bolsonaro à Folha. Ele afirmou que pretende intensificar as viagens e, para ampliar o alcance de sua imagem, participar de gravações de material de campanha para candidatos do partido.
 

"Mas não vou gravar [vídeo] para quem eu não conheço", concluiu o ex-presidente.
 

A postura de Bolsonaro representa uma mudança de rota em comparação com 2020. Naquela eleição, ele não tinha partido político e escolheu apadrinhar um seleto grupo de candidatos. O resultado das urnas mostrou que ele fracassou como cabo eleitoral. A maioria dos candidatos para quem o presidente da República pediu voto ou indicou apoio na ocasião saiu derrotada.
 

Integrantes do PL querem um Bolsonaro diferente para 2024. Agora, o ex-presidente tem uma estrutura partidária, com profissionais da área eleitoral, e mais tempo para se dedicar a viagens e às campanhas dos candidatos.
 

O mesmo é esperado de Michelle Bolsonaro. O PL aposta no potencial eleitoral da ex-primeira-dama, que se envolveu na corrida presidencial do ano passado menos do que dirigentes da sigla gostariam. Agora, ela faz parte da cúpula da legenda, comanda o PL Mulher, prepara uma agenda de viagens e participa das decisões estratégicas de campanha.
 

Michelle levantou uma lista de mulheres que concorreram à prefeitura em 2020 pelo PL e foram derrotadas. Ela planeja entrar em contato com esse grupo e fortalecer a candidatura delas no próximo ano.
 

Além disso, integrantes do partido afirmam que a atuação de Michelle tem resultado num aumento da filiações de mulheres ao PL. Na avaliação do partido, isso tem pavimentado o terreno para um crescimento da sigla nesse segmento.
 

O PL tem hoje cerca de 360 prefeitos. São políticos eleitos em 2020, quando Bolsonaro ainda não estava na sigla, e filiações recentes. Negociações para a entrada de mais prefeitos no PL seguem em curso, principalmente no interior paulista, onde o partido vê chance de ocupar espaços hoje do PSDB.
 

A legenda deve lançar em breve o PL Maturidade, com foco na mobilização de eleitores mais velhos, que não são obrigados a votar. A iniciativa completa o trabalho do PL Mulher (de Michelle) e do PL Jovem (cujo principal expoente é o deputado Nikolas Ferreira).
 

O partido de Bolsonaro quer cristalizar sua imagem no eleitorado de direita e, por isso, rejeita qualquer aliança local com o PT —mesmo no Nordeste, onde Lula tem mais força. O comando petista, por outro lado, deixou essa possibilidade aberta.
 

"A prioridade é aliança com partidos da direita, como PP e Republicanos. Eu acho que o PL não terá aliança com partidos da esquerda. Eu acredito que possa haver resolução da executiva nacional no sentido contrário [à coligação com o PT]", disse o deputado Altineu Côrtes.
 

Para avançar no Nordeste, o PL priorizará estados com mais prefeituras, como Bahia e Pernambuco.
 

O centro-sul do país é considerado a região mais estratégica para o PL. Nessa linha, Minas Gerais, por ser o estado com o maior número de prefeituras (853 municípios), está entre as prioridades do partido.
 

Na disputa presidencial, Minas teve o placar mais apertado do país. Lula venceu com margem pequena (50,2% contra 49,8% de Bolsonaro). O PL enxerga no estado um ambiente bastante favorável para conquistar prefeituras numa aliança com o governador Romeu Zema (Novo), aliado de Bolsonaro e reeleito no primeiro turno.
 

Para a Prefeitura de Belo Horizonte (MG), o PL deve lançar o deputado estadual Bruno Engler. A ideia é atrair o Novo para ocupar a vice na chapa e fortalecer Engler, já que a avaliação do partido é que o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), não tem boa avaliação.
 

Mesmo na disputa em São Paulo, o PL, que ainda avalia o futuro de uma eventual aliança com Ricardo Nunes (MDB), quer protagonismo. Se decidir por apoiar a reeleição de Nunes, Valdemar pretende atrair e filiar o atual prefeito ao PL.
 

Na disputa do Rio de Janeiro, a candidatura do deputado federal e ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem (PL-RJ) passou a ser defendida por Bolsonaro. Integrantes do PL reconhecem que, apesar de ser um reduto eleitoral do ex-presidente, a corrida será difícil diante do projeto de reeleição de Eduardo Paes (PSD).
 

Os nomes dos candidatos das grandes capitais, porém, só devem ser anunciados no início de 2024. Valdemar quer consolidar as coligações e avaliar o desempenho dos pré-candidatos nas pesquisas.
 

O PL avalia que, ao lançar candidatos no maior número possível de capitais, mesmo naquelas em que haja baixa viabilidade eleitoral, o representante do partido irá propagar o número da sigla —o que trará ressonância para a imagem da legenda em várias regiões.

 

A meta de mil prefeituras do PL leva em consideração a bancada de deputados após a eleição do ano passado. Em 2020, ano da última eleição municipal, eram 33 deputados federais. Esse número saltou para 99 atualmente.

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TSE rejeita 3 ações contra Bolsonaro por campanha em lives e uso de palácios

  • Por José Marques | Folhapress
  • 18 Out 2023
  • 11:28h

Foto: Antonio Augusto / Secom TSE

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) votou nesta terça-feira (17) para rejeitar três ações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que estavam em julgamento pela corte.
 

Duas tratavam de lives feitas por ele antes das eleições no ano passado, nas quais houve pedidos de voto, e outra de eventos com governadores e artistas nos palácios do governo.
 

As ações sobre as lives foram apresentadas à corte pelo PDT. A primeira era sobre uma live que Bolsonaro fez em frente a um fundo branco, no dia 18 de agosto, na qual pediu votos para si e para outras pessoas, exibindo santinhos de políticos.
 

Já a segunda se refere a uma transmissão feita na biblioteca do Palácio da Alvorada. Nesta ação, os ministros Floriano Azevedo e André Ramos Tavares votaram por aplicar uma multa ao ex-presidente, mas foram derrotados.
 

 

A terceira ação contra Bolsonaro foi apresentada pela coligação de Lula. Ela apontou suspeitas de irregularidades em eventos em que aliados pediram votos para Bolsonaro tanto no Alvorada como no Palácio do Planalto. Apenas Floriano votou para multar Bolsonaro.
 

Em junho, por 5 votos a 2, o TSE declarou Bolsonaro inelegível por oito anos, em razão dos ataques e mentiras contra o sistema eleitoral em reunião com embaixadores. Na prática, mesmo se condenado nas novas ações, não haveria efeito prático em alterar o período de inelegibilidade.
 

Nesta quarta, o corregedor e relator dos processos no TSE, Benedito Gonçalves, sugeriu uma tese para valer para as próximas eleições que cria regras para lives em residências oficiais de candidatos à reeleição à Presidência, aos governos ou prefeituras.
 

Segundo ele, a transmissão deve ocorrer em ambiente neutro, sem símbolos ou objetos associados ao poder público. Além disso, a participação deve ser restrita à pessoa detentora do cargo, não pode haver uso de recursos públicos e deve haver o registro, na prestação de contas, de todos os gastos relativos à live.
 

A formulação mais específica da tese, porém, deve ficar para a próxima sessão, na quinta-feira (19).
 

Ao iniciar o julgamento, Benedito rebateu os argumentos da defesa do ex-presidente e disse que o prazo razoável de julgar ações similares é de até um ano.
 

"Saliento, já de início, que cabe ao relator conduzir os feitos sob a sua competência de forma racional, célere e efetiva. A adoção de técnicas que tragam maior dinamismo à instrução e ao julgamento não é uma vulgarização de fatos e argumentos", afirmou Benedito, ao iniciar a votação.
 

"Ao contrário, é um trabalho atento às necessidades específicas de cada ação."
 

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, endossou os argumentos do corregedor. "Nós, do Poder Judiciário, somos criticados por fazer ou por não fazer. Criticados, e ponto. Uma das maiores críticas é que [a Justiça] é tardia e falha, que atrasa", disse Moraes.
 

"Quando a Justiça cumpre rigorosamente os prazos (...), também se critica porque a Justiça trabalhou rigorosamente e no prazo."
 

Benedito, que também é ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), é o relator das ações contra Bolsonaro.
 

Na semana passada, ao se manifestar sobre as ações, o advogado de Bolsonaro, Tarcísio Vieira, disse que ações que analisam condutas adotadas pelo seu cliente tiveram "rito anômalo" no TSE.
 

Vieira, que já foi ministro da corte, afirmou que não foi respeitado o direito de ampla defesa dos acusados e que dois processos não estavam maduros para julgamento.
 

"As garantias do contraditório e do devido processo legal não podem ser colocadas abaixo do valor da celeridade. A incidência da celeridade é importante, mas a certeza jurídica é mais importante que a celeridade, ou seja, preferimos sentenças justas às sentenças rápidas e não justas", disse na ocasião.
 

Ele criticou a união de três processos em um mesmo julgamento e disse que isso afeta a possibilidade de defesa e ressaltou o fato de que testemunhas apresentadas por ele não foram ouvidas.
 

"Não houve provas de que houve a ocupação dolosa de bens públicos para finalidades específicas de promoção de atividades eleitorais. A simples existência de matérias da imprensa, com todo respeito, não se expressa, elemento probatório", declarou.
 

A terceira Aije (Ações de Investigação Judicial Eleitoral) julgada pelo TSE era uma peça assinada por Cristiano Zanin, à época advogado de Lula e hoje ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
 

Uma das ações do PDT afirmava que Bolsonaro usou suas lives semanais —transmitidas dos palácios da Alvorada e do Planalto— para pedir votos para si e para aliados políticos, usando estrutura pública e "chegando ao ápice de mostrar o ‘santinho’ de cada um deles".
 

Na outra ação do PDT, ainda sobre lives, os advogados do partido diziam que houve abuso do poder político e emprego indevido dos meios de comunicação no uso do Palácio da Alvorada (residência oficial do presidente) e do Planalto (sede do Executivo) para pedir votos e exibir propostas.
 

A terceira ação, da coligação de Lula, afirmava que Bolsonaro cometeu abuso de poder político ao realizar, enquanto presidente, atos de apoio à sua candidatura à reeleição nas dependências do Planalto e do Alvorada.
 

Foram citados como exemplo um anúncio de apoio dos governadores. Além disso, eram mencionados eventos com os governadores Romeu Zema (Minas Gerais) e Cláudio Castro (Rio de Janeiro), além de artistas da música sertaneja.
 

Na semana passada, Paulo Gonet, vice-procurador-geral eleitoral, afirmou que não havia nos autos elementos que permitam garantir que as iniciativas de Bolsonaro promovidas em prédios públicos tiveram um "impacto substancial" sobre a legitimidade das eleições. O procurador se manifestou pela rejeição das ações.

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TSE retoma julgamento de ações contra Bolsonaro e Braga Netto nesta semana

  • Bahia Notícias
  • 16 Out 2023
  • 14:57h

Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta terça-feira (17), às 19h, o julgamento das três ações de investigação judicial eleitoral (Aijes) contra o ex-presidente e candidato à reeleição em 2022, Jair Bolsonaro (PL), e o então candidato a vice na chapa, Walter Souza Braga Netto. 

As ações pedem a inelegibilidade dos dois por suposto abuso do poder político e uso indevido dos meios de comunicação praticados durante a campanha eleitoral do ano passado. Duas ações foram ajuizadas pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) e uma pela coligação Brasil da Esperança e pela Federação PSOL-Rede.

A análise das Aijes começou no último dia 10 de outubro, com a leitura do relatório pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves; a apresentação dos argumentos da acusação e da defesa; e a manifestação da Procuradoria-Geral Eleitoral.

Na retomada do julgamento, será a vez do relator declarar o seu voto e na sequência votarão os ministros Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques, Ramos Tavares, Cármen Lúcia (vice-presidente do TSE), Nunes Marques e, por último, Alexandre de Moraes, presidente do tribunal.

De acordo com a acusação, Bolsonaro utilizou as dependências do Palácio da Alvorada – residência oficial do presidente da República – e do Palácio do Planalto para a realização de supostos atos ilegais de campanha.

O Plenário do TSE vai julgar se houve abuso de poder político pelo desvio de finalidade no uso de bens públicos em benefício da candidatura e se houve gravidade suficiente para comprometer a legitimidade da disputa. 

O julgamento abrange analisar a premissa do abuso, definir se o uso dos bens públicos foi ilegal e, em caso de resposta positiva, delimitar a gravidade da conduta, do ponto de vista qualitativo e quantitativo.

TJ-BA instaura sindicância investigativa para apurar vazamento de notas em votação para o cargo de desembargador

  • Por Camila São José/Bahia Notícias
  • 09 Out 2023
  • 16:26h

Foto: Camila São José / Bahia Notícias

O presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), desembargador Nilson Soares Castelo Branco, autorizou a instauração de sindicância investigativa para apurar o vazamento de notas parciais durante processo eletivo para promoção ao cargo de desembargador. 

 

A votação que estava agendada para o dia 4 de outubro foi anulada pelo presidente do TJ-BA, após a constatação da disponibilização das notas até então lançadas no sistema, antes do término do processo de escolha (lembre aqui). 

 

Juízes concorriam, pelo critério de merecimento, à vaga deixada pela ex-desembargadora Maria da Graça Osório Pimentel Leal – alvo da Operação Faroeste e aposentada compulsoriamente por idade, ao completar 75 anos, em maio deste ano. Ela integrava a 5ª Câmara Cível. 

Conforme decreto publicado nesta segunda-feira (9), a investigação se estenderá à realização de auditoria no sistema de votação em que foi identificada a disponibilização, aos desembargadores, de painel com resultado parcial dos votos dos demais integrantes da Corte. 

 

A comissão, formada pelos desembargadores Eserval Rocha, Ivete Caldas e Pedro Augusto Costa Guerra, será responsável pela condução dos trabalhos de apuração e elaboração do relatório final. O prazo para conclusão dos trabalhos será de 30 dias úteis, a contar da data da publicação do decreto, prorrogável por mais 30 dias úteis. 

José Rocha diz que frentes parlamentares vão manter obstrução em protesto contra "interferência descabida" do STF

  • Por Edu Mota, de Brasília
  • 06 Out 2023
  • 13:31h

Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados está encerrando uma semana em que votou poucos projetos, como o que cria um programa para diminuir a fila de espera por perícias no INSS, e o que cria a Política Nacional de Trabalho Digno e Cidadania para População em Situação de Rua. Já outras proposições controversas e de interesse do governo Lula, entretanto, como a que prevê a tributação de investimentos de pessoas físicas no exterior, foram deixadas para outro momento em meio a obstrução de partidos de oposição e de frentes parlamentares, que protestam contra a interferência do STF nos assuntos do Legislativo. 

Com o adiamento da votação do projeto das offshores, as próximas duas semanas devem ser esvaziadas na Câmara, por conta da viagem de uma comitiva liderada pelo presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL). 

A primeira parada da comitiva será na Índia, a partir do dia 10, para um encontro dos chefes de parlamento dos países do G20. Na sequência, o presidente da Câmara irá para a China, onde terá encontros com parlamentares chineses e outras agendas empresariais, e o retorno ao Brasil se dará apenas no dia 20.

Nesta semana, os coordenadores das frentes parlamentares se reuniram para discutir novas ações que façam frente ao que chamam de interferência indevida do Supremo Tribunal Federal em assuntos de natureza Legislativa. O deputado José Rocha (União-BA), presidente da Frente Parlamentar Mista da Indústria, falou ao Bahia Notícias sobre a mobilização das frentes diante do chamado ativismo judicial do STF.

O deputado baiano disse que os coordenadores das frentes pretendem manter o processo de obstrução, até que sintam que o STF dê uma demonstração de que irá recuar nas pautas que seriam prerrogativas do Congresso Nacional. 

“A nossa mobilização está ficando cada vez mais intensa. Tivemos nesta semana uma reunião de mais de 20 frentes parlamentares, e já criamos um grupo de WhatsApp das frentes constituídas aqui na Câmara e no Senado, para que a gente possa levar adiante nosso protesto e intenção de fazer com que o STF respeite as decisões deliberadas no Congresso. Não podemos ficar aqui sempre em uma posição de aprovar projetos, o governo sancionar, e o STF dar outra interpretação aos temas. Isso é um absurdo. É uma interferência descabida do STF em relação ao Poder Legislativo”, disse o deputado José Rocha. 
 

Pacheco abraça pauta anti-STF da oposição de olho em futuro político

  • Por Julia Chaib e Thaísa Oliveira | Folhapress
  • 06 Out 2023
  • 09:28h

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Tratado até então como um dos principais interlocutores entre o Congresso Nacional e o Judiciário, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), abraçou a pauta anti-STF (Supremo Tribunal Federal) da oposição e colocou em debate temas que incomodam a corte.
 

Pacheco indicou a aliados que a decisão da ministra Rosa Weber de pautar a descriminalização do aborto, em setembro, fez com que ele não conseguisse mais segurar a agenda conservadora que ganhou impulso no Congresso desde o governo Jair Bolsonaro.
 

Por trás dessa ofensiva, porém, senadores observam um esforço de Pacheco de se aproximar ativamente de uma ala da Casa contrária ao governo Lula (PT), com o objetivo de pavimentar o caminho para a eleição de seu sucessor em 2025.
 

 

Correligionários ainda avaliam que, embutido no cálculo de Pacheco, está a necessidade de protagonismo mirando o seu próprio futuro político em 2026. Dirigentes do PSD citam desde já o nome do presidente do Senado como uma opção forte para disputar o Governo de Minas Gerais.
 

Pacheco passou nas últimas semanas de pacificador para gerador de tensão com o STF. Ele defendeu publicamente a criação de mandato para ministros da corte e a discussão de um projeto que criminaliza o porte ou posse de drogas em qualquer quantidade. O Supremo já soma cinco votos para declarar que o porte de maconha para uso pessoal não seja considerado crime -o julgamento foi paralisado em agosto.
 

O próprio presidente do Senado sempre expressou em conversas privadas ser a favor de mandatos para integrantes do STF, mas evitava confrontar a corte diante da tensão criada pela gestão Bolsonaro.
 

A reclamação de que o Supremo interfere nas competências do Legislativo é recorrente no Parlamento, e senadores já ameaçaram mais de uma vez adotar medidas para impor um freio ao que consideram excessos do tribunal.
 

A decisão de Rosa de pautar o caso do aborto, porém, aumentou a pressão sobre Pacheco. A então ministra chegou a ser alertada por integrantes do governo e pares no Supremo de que a investida nesse assunto delicado poderia trazer consequências políticas.
 

Antes mesmo da aposentadoria de Rosa, ocorrida na semana passada, Pacheco sinalizou ao novo presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso, que o julgamento de um tema desse porte geraria ainda mais reação no Congresso.
 

No governo Lula, há quem também veja na ofensiva do Senado uma retaliação ao fato de o Supremo ter acabado em 2022 com as emendas de relator, que colocavam nas mãos do Congresso o controle sobre boa parte do Orçamento.
 

A reação do presidente do Senado ao STF está alinhada à do presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) -aliado de primeira hora de Pacheco e candidato à presidência do Senado nas próximas eleições.
 

Nesta semana, os senadores aprovaram na CCJ, em menos de um minuto, uma proposta que limita decisões monocráticas em tribunais superiores. A expectativa é que Pacheco promova audiências públicas sobre o assunto e dê andamento à pauta de forma gradual.
 

A orientação tem sido a mesma em relação à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) das drogas. Em um sinal de que pretendem controlar o tema, Pacheco e Alcolumbre deram a relatoria do texto ao líder da União Brasil, Efraim Filho (PB), um dos senadores mais próximos da dupla.
 

Já Alcolumbre prometeu ao senador Plínio Valério (PSDB-AM) que designará um relator para a PEC que define que os ministros só podem ficar 11 anos no STF. O prazo para escolha do relator acaba na semana que vem, mas aliados não descartam que Alcolumbre adie a definição para diminuir a fervura com o Judiciário.
 

Apesar desses movimentos iniciais, pessoas ligadas a Alcolumbre dizem que não é intenção dele nem de Pacheco promover uma guerra com o STF. Nesse sentido, a aposta é que no fim o Senado não vai aprovar o projeto que estabelece mandatos a ministros e também não vai correr com a pauta que trata de decisões monocráticas.
 

Na segunda (2), o próprio Pacheco afirmou que o Congresso deve fugir de temas que dividem o país. "O foco principal do Brasil pós-8 de janeiro é a afirmação da nossa democracia, o desenvolvimento da economia do país", disse. "São pautas que unificam o Brasil."
 

O governo vê com preocupação a ofensiva do Senado e alguns ministros atuam para promover um encontro entre Pacheco e Barroso.
 

Apesar dos últimos movimentos do Senado -inclusive com a aprovação de temas já discutidos pelo STF, como marco temporal e contribuição assistencial-, a estratégia de embate com o Supremo liderada por Pacheco e Alcolumbre não é unânime.
 

Senadores ligados a Lula dizem que a Casa erra ao repetir o clima de guerra travado por Bolsonaro.
 

Renan Calheiros (MDB-AL) afirma que a crise entre Supremo e STF é artificial. "O presidente Pacheco tem todas as condições e liderança para restaurar a harmonia entre os Poderes. Tudo que não precisamos é de crise institucional", afirma.
 

Otto Alencar (PSD-BA) é contrário aos projetos que avançam contra o Supremo, mas discorda das avaliações de que Pacheco tem como objetivo acenar à oposição e pensar em seu futuro político.
 

"O senador preside um colegiado de iguais. Ele está cumprindo o papel dele de encaminhar as matérias. Nunca tomou decisões com base em interesses pessoais", diz.
 

Nas últimas semanas, a tensão entre o STF e o Congresso aumentou, com deputados articulando obstruções na Câmara e senadores votando projetos em reação às recentes decisões da mais alta instância do Judiciário.
 

A bancada ruralista e a oposição na Câmara, por exemplo, decidiram se alinhar ao movimento iniciado no Senado de confrontar decisões recentes de temas pautados no STF, com mais destaque sobre aborto, marco temporal, descriminalização das drogas e imposto sindical.

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Operação Faroeste: STJ nega recurso de ex-desembargador para anular início de instrução processual

  • Por Camila São José/Bahia Notícias
  • 03 Out 2023
  • 13:28h

Foto: Divulgação / PMPS

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Og Fernandes, rejeitou recurso do ex-desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Gesivaldo Britto, para anular decisão monocrática que determinou o início da instrução processual, sem que as questões de mérito arguidas na defesa fossem apreciadas. A etapa da instrução é um procedimento de colheita de provas no processo judicial. 

 

Britto, que foi presidente do TJ-BA, é um dos alvos da Operação Faroeste, que investiga formação de suposta organização criminosa composta por advogados, servidores, juízes e desembargadores do tribunal para venda de sentenças que favoreciam a grilagem de terras no oeste baiano. Ele foi aposentado compulsoriamente por idade em outubro de 2021

 

O ex-desembargador é um dos réus na ação penal 940, que ainda tem como alvos a ex-desembargadora Maria da Graça Osório Pimentel Leal e a desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago. A Corte Especial do STJ recebeu a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra os magistrados em maio de 2020. 

 

 

 

Ao analisar o recurso, o ministro Og Fernandes sinaliza que a Corte Especial apreciou diversas questões preliminares e de mérito, “afastando a possibilidade de absolvição sumária dos acusados, por entender presente a justa causa para deflagração da ação penal”. 

 

O relator da ação penal na Corte indica que Gesivaldo Britto pretende, em “momento processual inadequado”, renovar a alegação de questões preliminares e de mérito, que já foram “devidamente apreciadas” pelo juízo competente antes de instaurada a relação jurídica processual.

 

No entendimento de Og, exigir, após a defesa prévia, a reanálise de todas as questões de mérito trazidas pelas partes antes do recebimento da denúncia resultaria na ofensa aos “princípios da reserva legal e da razoável duração do processo criminal”.

 

“No caso, o acórdão embargado explicitou, fundamentadamente, as razões pelas quais manteve a decisão monocrática que negou a existência de nulidade processual por ausência de análise da defesa prévia antes da instrução probatória, inexistindo, portanto, vício a ser dissipado pela via aclaratória. Ademais, inviável o exame de possível ofensa a dispositivo constitucional, ainda que para prequestionamento, sob pena de usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal”, concluiu o ministro relator.

Votoram com o relator os ministros Raul Araújo, Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira, Ricardo Villas Bôas Cueva, Sebastião Reis Júnior, Francisco Falcão, Nancy Andrighi, Laurita Vaz, João Otávio de Noronha e Herman Benjamin. Os ministros Humberto Martins, Maria Thereza de Assis Moura, Luis Felipe Salomão e Benedito Gonçalves estavam ausentes justificadamente. 

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Conselho de Ética do Senado está parado há quase 4 meses

  • Bahia Notícias
  • 03 Out 2023
  • 09:28h

Foto: Pedro França/Agência Senado

Reinstalado no início de 2023 após três anos totalmente paralisado, o Conselho de Ética do Senado não realiza sessão há quase quatro meses. A última sessão do colegiado aconteceu em 14 de junho, quando foram abertas representações contra cinco senadores: Cid Gomes (PDT-CE), Jorge Kajuru (PSB-GO), Chico Rodrigues (PSB-RR), Styvenson Valentim (Podemos-RN) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

 

Desde então, o presidente do Conselho de Ética, senador Jayme Campos (União Brasil-MT), não marcou novas reuniões, quando poderia dar andamento aos processos já abertos ou acatar novas representações. As informações são do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

 

]Ainda não foram deliberadas, por exemplo, representações contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES), acusado de articular com o ex-deputado Daniel Silveira um plano para incriminar o ministro do STF Alexandre de Moraes.

 

Campos disse que aguarda a devolução, pelos relatores, das representações já abertas para marcar uma nova reunião do conselho. Ele ressaltou que o assunto “vem sendo tratado com todo o rigor e cuidados necessários”.

TSE exclui Forças Armadas do grupo de fiscalização das eleições

  • Bahia Notícias
  • 27 Set 2023
  • 08:21h

Foto: Gabriel Lopes / Bahia Notícias

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, nesta terça-feira (26), excluir as Forças Armadas do grupo de entidades fiscalizadoras das próximas eleições. Os militares também deixarão de participar da comissão de transparência do pleito. Em 2021, a participação dos militares foi inserida em uma resolução aprovada durante a gestão do então presidente do tribunal, Edson Fachin.

 

A proposta de alteração foi feita pelo atual presidente, Alexandre de Moraes. Segundo o ministro, a participação das Forças Armadas na fiscalização das eleições de 2022 se mostrou "incompatível" com as atribuições legais dos militares. Todas as informações são da Agência Brasil.

"Essa ampliação das Forças Armadas no rol de entidades fiscalizadoras não se mostrou compatível com suas funções constitucionais nem razoável e eficiente", afirmou.

 

De acordo com Moraes, as Forças Armadas vão continuar auxiliando a Justiça Eleitoral no transporte de urnas eletrônicas e na segurança dos eleitores e locais de votação.

 

Na mesma decisão, o TSE também retirou o Supremo Tribunal Federal (STF) das entidades fiscalizadoras. Para o tribunal, três ministros do Supremo também fazem parte do TSE e, além disso, a Corte é alvo de recursos contra as decisões da Justiça Eleitoral.

 

Durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, que foi candidato à reeleição, as relações entre o TSE e as Forças Armadas foram marcadas por diversos atritos. Em um dos episódios, em um relatório encaminhado ao tribunal eleitoral, o Ministério da Defesa afirmou que os militares não excluíram a possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas.

O grupo de fiscalização é composto por partidos políticos e representantes do Ministério Público, do Congresso Nacional, da Controladoria-Geral da União (CGU), da Polícia Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU), entre outras entidades.

Coisas que só acontecem em Brumado: O barulho da política invade o reino silencioso dos mortos

  • Brumado Urgente
  • 31 Ago 2021
  • 12:28h

(Fotocomposição: Brumado Urgente)

No decorrer dos tempos as civilizações tiveram muitas maneiras de lidar com a morte. Trazendo para o âmbito ocidental, a forma mais tradicional ainda em vigor é o sepultamento dos entes queridos e, periodicamente, se realizar visitas em datas especiais nas receptivas necrópoles. Essa seria a lógica funcional, só que, em Brumado, isso, em um dos cemitérios da cidade está impedido, já que um Decreto Municipal expedido pela Administração Municipal interditou o local, inclusive com a colocação de cadeados. Automaticamente os familiares dos que estão sepultados no Cemitério Senhor do Bonfim, localizado no centro da cidade, ficaram perplexos ao irem visitar seus mortos e se deparar com a interdição. A questão acabou indo para o solo da política e. na sessão desta segunda-feira (30), os vereadores de oposição apresentaram um Projeto Legislativo (clique e confira) para que o decreto municipal seja revogado o quanto antes. A discussão se inflou ainda mais nas redes sociais e na mídia e, o barulho acabou invadindo o solo silencioso do reino dos mortos. Um blog local chegou a citar em sua veiculação o seguinte título “Até com os mortos prefeito Eduardo cria problemas”. Vale ainda destacar que a situação estrutural do referido equipamento público é bem precária há um bom tempo, tanto que não há mais condições de serem realizados sepultamentos. A projeção é que com a privatização uma ampla reforma será executada, mas, até lá, os familiares ficarão impedidos de visitarem seus entes queridos que partiram para a eternidade? Está aí uma pergunta que o tempo irá responder.

‘Me inclua fora dessa. Nós não integramos o centrão’, diz ACM Neto a jornal

  • Redação
  • 14 Jun 2020
  • 14:17h

Presidente do DEM, prefeito de Salvador nega que seu partido integre bloco que hoje dá sustentação ao governo Bolsonaro | Foto: Alan Santos/PR

Apesar de o Democratas ocupar o maior número de ministérios e avançar no segundo escalão do governo Bolsonaro, o prefeito de Salvador e presidente nacional da sigla, ACM Neto, negou que o partido integre o bloco parlamentar que hoje dá sustentação ao Palácio do Planalto. “Me inclua fora dessa. Nós não integramos o Centrão. O Democratas deixou claro ao presidente da República desde o processo de transição em 2018 que não participaria da indicação de cargos e não aceitaria discutir espaços no governo”, respondeu em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. A declaração do gestor soteropolitano ocorre no mesmo momento que o centrão recebe cargos no governo federal. “Os quadros do partido que estão no governo foram escolhidos pelo próprio presidente Bolsonaro, que quando quis também tirou, a exemplo do ministro (da Saúde, Luiz Henrique) Mandetta. O presidente o demitiu e não teve que dar nenhuma satisfação ao partido, como não deu quando na hora que escolheu. Não vamos participar dessa política de negociação de espaços”, acrescentou ACM Neto, que, por outro lado, diz não fazer oposição. “Eu não sou oposição. O Democratas não é oposição. Temos uma postura de independência. Quando a agenda tiver confluência com o partido nós vamos apoiar. O maior exemplo é a reforma da Previdência. O Democratas foi o partido mais importante para assegurar essa vitória do governo. Não vamos para oposição. Não existe isso. Em hora nenhuma eu constrangi os ministros. Não vejo motivos para impedir que eles contribuam para o governo. Mandetta, Tereza, Onyx: todos têm trabalhos muito bem reconhecidos, mesmo o Mandetta que acabou sendo demitido.”

Bolsonaro primeiro brincou com fogo. E agora brinca com vidas

  • Levi Vasconcelos
  • 10 Jun 2020
  • 07:47h

(Foto: Reprodução)

Jair Bolsonaro botou na Fundação Palmares um negro (Sérgio Camargo) para afrontar os negros; no Ministério da Educação, um (Abraham Weintraub) tão mal educado (no mínimo); Regina Duarte, na cultura, ela que, como num conto de fadas, começou a lenda como namoradinha do Brasil, e, no fim, virou uma bruxa malvada. Dizem que é um propósito dele para espezinhar a esquerda. Noutra banda, alguns empresários falam que no primeiro ano, até que Bolsonaro foi bem, mas o grande inimigo dele é ele mesmo, o grande opositor de si próprio.

Sem volta

Bolsonaro já foi a manifestações que defendem a ditadura, já chutou uma legião de amigos que o ajudaram em 2018, fez tudo que tinha e não tinha direito, brincou com fogo. E, agora, decide brigar contra quem está tentando salvar vidas. Ele aguenta essa? O deputado federal Marcelo Nilo (PSB), agora coordenador da bancada baiana em Brasília, acha que não: — O homem é um psicopata. Quem não tem amor à vida não tem amor a mais nada. O país está morrendo, e ele nem aí! Segundo Nilo, dizem que o que levanta ou derruba governo é a economia, e no pós-pandemia, teremos uma economia arrasada, milhares de mortos e um presidente isolado. — No impeachment de Temer, o PT votou a favor porque, se Temer caísse, o presidente seria Rodrigo Maia, do DEM. E o DEM votou contra, mas torcendo para passar pelos mesmos motivos. Com Bolsonaro vai ser todo mundo a favor.