Uneb de Brumado: Crise, Vaidades intelectuais, estrutura deficitária e manobras internas

  • Brumado Urgente
  • 02 Abr 2015
  • 11:27h

A unidade do Campus XX da Uneb em Brumado estaria atravessando uma séria crise estrutural (Foto: Daniel Simurro | Brumado Urgente)

Uma situação que vem se arrastando ao longo dos últimos muitos anos, mas, que, agora, acabou eclodindo de uma forma mais impactante, vem revelar uma crise interna muito acentuada no Campus XX da Uneb de Brumado, que poderá ter dimensões muito maiores a partir de agora, já que se instalou um clima de grande insatisfação entre docentes, discentes e direção, que deverá resultar numa greve nos próximos dias. A estrutura do campus, que sempre deixou a desejar, agora, estaria muito mais deficitária, chegando ao ponto de os alunos de uma nova turma terem que ter aulas ao ar livre, já que não há sala para os abrigar. A crise é realmente séria e é composta por falta de sanitários, bebedouros, climatização nas salas, biblioteca sem a mínima acessibilidade e conforto e outros elementos que mostram que estavam, até agora, “tapando o sol com a peneira”, omitindo uma situação realmente preocupante, principalmente para os alunos de Direito, que seriam os maiores prejudicados. Uma assembleia realizada na tarde desta quarta-feira (01) pelo Corpo Discente, que teve uma grande participação dos alunos, tornou ainda mais patente essa situação. Segundo vários alunos que foram ouvidos estaria havendo um “jogo de vaidades intelectuais” que estaria atravancando ainda mais o processo de desenvolvimento estrutural do campus. Eles também disseram que a eleição para a nova coordenadoria, que deveria acontecer na próxima semana, está ameaçada de não ocorrer por manobras que estariam sendo feitas pela atual diretoria nos bastidores, que estaria procurando adiar o pleito. Todos esses ingredientes colocam à tona que a crise é grave, já que uma paralisação por parte dos professores, que também se mostram muito insatisfeitos com a atual conjuntura dos fatos, seria irreversível. Tentamos contato com o atual diretor da unidade, professor Manoel Castrillon, mas o mesmo não foi encontrado no campus e fomos informados que ele estaria retornando somente na segunda-feira (06). 

Uma assembleia feita pelo corpo discente deixou ainda mais claro a crise que pode eclodir numa greve (Foto: Brumado Urgente)


Comentários

  1. João Batista de Castro Júnior

    "Caro Sr. Editor, permito-me dar uma opinião como professor: lamento o que ocorre hoje na instituição acadêmica a que pertenço. Mas sei que isso é conjuntural, não estrutural, pois estou convencido de que a administração superior da UNEB tem em mente dinamizar o campus. Esse é um compromisso do atual Reitor de cuja execução não se duvida nos círculos institucionais. De nossa parte, Docentes como os professores Paulo Cezar Martins, Maria Soledade, Fábio Lopes, Murilo Martins, Eunadson Donato e eu próprio temos buscado soluções que procurem ajudar no crescimento do curso de Direito do Departamento XX – Brumado, ajudados pelo senso de cooperação encontrável em professores mais antigos como Elzana Matos e Vivian Meira, do curso de Letras, que lutaram exitosamente pela aprovação do Curso de Pós-Graduação em Letras e Direito, que é o embrião do Mestrado que deverá ser criado num futuro que se quer breve. Dissensões são naturais, até no recesso doméstico. A universidade é um lugar por excelência de debates. Mas não é um sultanato, um feudo, e não pode tolerar que se chegue ao ponto em que, desestimulados, os docentes prefiram não permanecer, como já aconteceu a cinco Professores Doutores, que pediram transferência, deixando para trás um grande vazio. Mas, mesmo tendo que conviver com divergências, gostaríamos que se instaurasse o bom senso, ao menos para que trouxéssemos benefícios para o campus e para Brumado. O município tem muito a ganhar do ponto de vista intelectual e também econômico, pois a demanda, a cada dia maior, pelo curso, ajuda a aquecer a economia local, sobretudo quanto a serviços. Com esse perfil, e não poderia ser diferente, o curso de Direito passou a ser cobiçado por outros Municípios, interessados em sediá-lo. O que urge, hoje, é que nos preocupemos com nossa melhor base estrutural (sede) e também com a provisão intelectual (professores), através de seleção de docentes. O que nos anima nesse curso de Direito, de um lado, é a qualidade dos professores, afinal há dois doutores e quatro com mestrado. Para um curso recém-criado, não é pouco, afinal na vizinha e respeitabilíssima UESB, se não estou desatualizado, não há ninguém com doutorado na docência jurídica até o momento. De outro, o que nos estimula é o grau de dinamismo e dedicação da comunidade discente, sempre preocupada em exigir muita devoção e mobilidade intelectual dos professores. Há pontos nevrálgicos hoje, como em qualquer instituição pública do País. Todavia, penso que, para nossa realidade, a tarefa mais simples e imediata é dar conhecimento a todos, de maneira honesta, qual o valor da dotação orçamentária da UNEB Brumado a par da discriminação das despesas efetivamente realizadas, além de respostas mais claras sobre por que não se aceita a cooperação do Município na doação de salas que possam abrigar o Núcleo de Prática Jurídica, essencial na formação dos estudantes, preferindo-se alocá-lo num angusto espaço. Tudo isso é dever legal do gestor, como, além de tantas disposições legais, estabelece o art. 29, XIII, do Estatuto da Universidade. Um caráter participativo nos ajudaria a entender até que ponto as dificuldades são reais. Ao que me consta, o Professor Eunadson Donato estará nos próximos dias ingressando com pedido de auditoria externa. Se de fato ela prosperar, será um caminho para que saibamos quais são os ingressos financeiros e o que se pode fazer com eles. Por fim, devo lembrar que a universidade em Brumado é um patrimônio público de toda coletividade regional e não irá sucumbir pela inércia de quem quer que seja. Professor D.Sc. João Batista de Castro Júnior "

  2. queu

    "os principais prejudicados não são somente os discentes de direito, mas também os de letras, pois os discentes de letras sofrem com a falta de sala desde anos e os discentes de direito é o primeiro semestre nesta situação."