Enem terá detectores de ponto eletrônico na edição deste ano

  • O Correio
  • 04 Out 2017
  • 09:00h

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano terá segurança reforçada, com ajuda até de tecnologia de espionagem. É que detectores de ponto eletrônico serão utilizados pela primeira vez nos dois dias de prova. Com eles, será possível identificar mensagens por celular ou ponto eletrônico recebidas e transmitidas via sinal de rede móvel de banda larga, bluetooth e wi-fi. Doze candidatos foram flagrados em 2015 e 2016, usando ponto eletrônico (veja abaixo). O uso dos detectores foi anunciado pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, no último dia 27. Além deles, o Enem 2017 contará com provas personalizadas e aumento no número de detectores de metal. Batizado de Andre, o equipamento para identificar pontos eletrônicos vai ser usado de forma experimental. Ele é um dispositivo portátil, conectado a uma antena, que apita quando se aproxima de alguém que esteja usando o ponto. Atenção: o novo equipamento de segurança não vai emitir alarme em quem estiver usando aparelho auditivo, que apenas amplifica as ondas sonoras, sem emitir ou receber sinais. O equipamento foi cedido ao Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) pelo grupo Berkana Tecnologia em Segurança. A empresa explica que o sistema americano é amplamente utilizado para espionagem, através de interceptação de escutas e transmissões ilegais. “Nós percebemos que essa tecnologia poderia ser utilizada para outros fins, além desses. Lançamos, em maio, o produto para detectar fraudes em concursos públicos”, explicou Vanessa Teixeira, gerente de marketing da Berkana. A adoção do Andre foi recomendação da Polícia Federal. Com a novidade, a localização de aparelhos de transmissão, por menores que sejam, será mais precisa e sem a necessidade de revista dos candidatos. “Um agente pode circular entre as cadeiras e, se houver detecção de sinal de radiofrequência, o aparelho sinaliza, vibrando e emitindo alarme visual e sonoro”, disse Vanessa, da Berkana.  Por motivos de segurança, o Inep não informou quantos aparelhos do tipo serão utilizados nem onde: “Estamos trabalhando com a perspectiva de utilizar o equipamento em todos os estados”, afirmou Eunice dos Santos, diretora de Gestão e Planejamento do órgão.


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