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René Kivitz fala em “atualizar a Bíblia” para acolher homossexualidade

  • Gospel Prime
  • 27 Out 2020
  • 10:50h

Pastor da Igreja Batista de Água Branca rejeitou inerrância bíblica | (Foto: Reprodução/YouTube

Em uma pregação na Igreja Batista de Água Branca no último domingo (25), Ed René Kivitz, que se apresenta como teólogo e pastor, negou a doutrina na inerrância da Bíblia e afirmou que ela precisa ser “atualizada” para que gays deixem de ser condenados ao inferno.

Falando em uma série chamada “Cartas para um novo mundo”, Kivitz profere diversas críticas a respeito dos textos bíblicos, afirmando que a Palavra de Deus é “insuficiente”. Partindo do minuto 41 do vídeo, ele diz que este é o grande desafio da igreja contemporânea, “olhar a Bíblia como um livro insuficiente”.

“Vou repetir: olhar a Bíblia como um Livro insuficiente, um Livro que precisa ser relido, ressignificado, para que os princípios de vida que este Livro encerra, e que essa revelação encerra, que estes princípios de vida, eles saltem destas páginas promovendo libertação e justiça”, disse.

Ed René Kivitz começa então a defender uma atualização das Escrituras, afirmando que isso é necessário para enfrentar até mesmo os “pecados de gênero” da sociedade. Sugerindo então que a homossexualidade precisa ser aceita.

“Se queremos ser cartas para o novo mundo, se a Igreja quer ser cartas para o novo mundo, nós vamos precisar atualizar a Escritura e vamos ter de fazer essa atualização e ter essa coragem de enfrentar os pecados de gênero”, disse.

O “teólogo” também sugeriu que os gays não deveriam mais ser condenados ao inferno por causa de “dois ou três textos bíblicos que não foram atualizados”. “Nós vamos ter de ter coragem de enfrentar isso”, disse.

Assista:

Silas Malafaia passa a chamar governo de ‘vergonhoso’ após ser escanteado por Bolsonaro

  • Redação
  • 06 Out 2020
  • 09:30h

Presidente tem ignorado sugestões do pastor, que se irritou após escolha de um católico ao invés de um evangélico para cargo no STF | Foto: Reprodução/YouTube

Com suas sugestões sendo frequentemente ignoradas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o pastor Silas Malafaia passou a criticar fortemente o governo. Sua última indignação foi referente à indicação para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Malafaia enviou uma lista tríplice de candidatos para Bolsonaro, todos “terrivelmente evangélicos”. Entretanto, o presidente optou por um católico, o desembargador Kassio Marques. O pastor tem sido escanteado desde o início do governo. Chegou a indicar o procurador-geral da República Guilherme Shelb para chefiar o Ministério da Educação (MEC), mas não teve sua sugestão considerada. Apesar das investidas sem sucesso, Malafaia continuava defensor fiel de Bolsonaro. Entretanto, desde a indicação de Kassio, mudou a postura e vem postando vídeos nas redes sociais criticando o governo e chamando o ato do presidente de “vergonhoso”. As informações são da coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Liberdade religiosa retorna ao Supremo com sábado sagrado

  • Informações da Folha
  • 05 Out 2020
  • 06:48h

(Foto: Reprodução)

A liberdade religiosa voltará à agenda do STF (Supremo Tribunal Federal) no dia 14 de outubro. São dois casos inseridos na pauta pelo novo presidente da corte, Luiz Fux, e ambos decidem se o Estado deve oferecer uma alternativa a quem, por causa de sua fé, não pode exercer atividades aos sábados. Um deles, que está no tribunal desde 2017 e sob relatoria de Edson Fachin, trata de uma servidora que “cometeu 90 faltas injustificadas durante o período de estágio probatório, em razão de suas convicções religiosas”. É uma professora adventista dispensada, segundo o processo, dentro dos três anos em que a pessoa que passou no concurso público está em fase de teste. A docente foi reprovada por não aceitar dar aulas entre o pôr do sol das sextas-feiras e dos sábados.

 

Para a Igreja Adventista do Sétimo Dia, atividades seculares (extrarreligiosas) devem ser interrompidas nesse horário, já que a denominação “reconhece o sábado como sinal distintivo de lealdade a Deus”.

O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) negou o mandado de segurança que a professora pleiteou, sustentando que: 1) o servidor não tem direito de estabilidade no estágio probatório; 2) o Estado não pode conceder privilégios “que indiquem preferência dos responsáveis pela condução dos negócios públicos em favor desta ou daquela orientação religiosa”.

A defesa afirma que a docente não pediu para deixar de trabalhar, e sim para cumprir horários alternativos, e que exonerá-la por professar sua fé afronta a Constituição.

O segundo caso, que tem Dias Toffoli como relator, discute se é possível realizar uma etapa de concurso público “em horário diverso daquele determinado pela comissão organizadora do certame por força de crença religiosa”.

A história, aqui, aconteceu em Manaus, com um candidato a cargo público que pediu para fazer uma prova de capacidade física num domingo, e não no sábado programado para os concorrentes.

Em 2011, Toffoli disse sobre a discussão: “Tem o potencial de repetir-se em inúmeros processos, visto ser provável que sejam realizadas etapas de concursos públicos em dias considerados sagrados para determinados credos religiosos, o que impediria, em tese, os seus seguidores a efetuar a prova na data estipulada”.

Há dez anos no STF, o processo propõe dilema judicial semelhante: o que vem primeiro, o princípio de igualdade (todos os cidadãos receberem tratamento isonômico no serviço público) ou a “inviolável liberdade de crença” citada na Constituição (o respeito ao sábado sagrado, para adventistas)?

“A conquista por horários alternativos está relativamente consolidada na prática nacional. Vejamos, por exemplo, o que acontecia com os participantes do Enem que requeriam essa providência. Cremos que o STF caminhará nesta direção”, diz à Folha o advogado Antonio Carlos Junior, autor de “Manual Prático do Direito Religioso”.

“Qualquer indivíduo que queira ingressar no serviço público em função que, pelo horário, viole suas crenças deve optar entre o sustento próprio e de sua família e o exercício da crença”, afirma Antonio Carlos. “Absurdamente ilógico, ainda mais em tempos em que o Estado tem se adaptado às novas roupagens laborativas, incluindo jornadas integrais em home office.”

É dele um artigo sobre o tema publicado pelo Gospel Prime, um dos maiores portais evangélicos do Brasil. São temas que abrangem várias religiões e vêm sendo seguidos com lupa por evangélicos.

Estão na fila do Supremo, por exemplo, ações contra leis estaduais (Mato Grosso do Sul e Amazonas) que obrigam o poder público a manter uma Bíblia nas bibliotecas e escolas estaduais. Outra: o debate sobre eventual “proibição de uso de hábito religioso que cubra a cabeça ou parte do rosto em fotografia de documento de habilitação e identificação civil”.

A advogada constitucionalista Vera Chemin lembra de outro recurso que está na sala de espera do STF: se alguém pode recusar transfusão sanguínea por motivos religiosos. O caso concreto é o de uma testemunha de Jeová que solicitou tratamento alternativo que não era realizado pela rede pública.

A religião proíbe o procedimento por levar ao pé da letra passagens bíblicas nas quais Deus nos ordena a se abster de sangue.

É um tema “extremamente controvertido, ao contrapor a liberdade religiosa e o dever do Estado de assegurar a prestação de saúde universal e igualitária”, diz Chemin. “Ou seja, saber se o exercício da liberdade religiosa justifica o custeio de tratamento de saúde pelo Estado.”

Um bom termômetro de como a corte costuma enxergar o assunto, segundo a advogada: em 2017, por 6 votos a 5, os ministros decidiram que os professores de escolas públicas podem pregar suas crenças na sala de aula.

A PGR (Procuradoria-Geral da República) pleiteava que o ensino religioso na rede pública não fosse vinculado a uma religião específica, vedando a admissão de professores que representassem algum credo —como um padre ou pastor.

“Privilegiou-se o binômio laicidade/liberdade religiosa, ratificando o modelo religioso confessional em caráter facultativo para os alunos”, afirma Chemin.

A liberdade religiosa entrou no rol de julgamentos que o STF reconhece como históricos. No epicentro, um bispo excomungado em 1945, dom Carlos Duarte Costa, que acusou o papa da época, Pio 12, de ser omisso ante os crimes do nazismo.

Quatro anos depois, dom Carlos e sua Igreja Católica Apostólica Brasileira, que fundou como dissidência da matriz romana, foram à corte. “Por ato ilegal e violento da polícia”, diziam que não conseguiam realizar missas. O Supremo ficou ao lado do Estado, alegando que os ritos da versão brasileira se confundiam com os da Santa Sé.

Um único ministro, Hahnemann Guimarães, viu ali um atentado contra a liberdade religiosa. Disse em seu voto: “É este princípio fundamental da política republicana, este princípio da liberdade de crença, que reclama a separação da Igreja do Estado e que importa, necessariamente, na liberdade do exercício do culto”.

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Pai de Santo consegue primeira vitória contra Netflix

  • MF Press Global
  • 29 Set 2020
  • 08:10h

Babalorixa Alexandre Montecerrath conquistou a primeira vitória contra o Netflix na 26ª Vara Cível do Rio de Janeiro | Foto: Divulgação

O processo que o pai de santo Babalorixa Alexandre Montecerrath move contra a produtora do programa Porta dos Fundos e o Netflix teve a primeira decisão nesta semana. A juíza Rosana Simen Rangel, da 26ª Vara Cível do Rio de Janeiro, determinou a isenção de custas processuais para o centro de umbanda Ilê Asé Ofá de Prata em favor do seu representante no processo. Segundo o advogado Anselmo Ferreira Melo Costa, que representa juridicamente o pai de santo do centro de umbanda no processo, a isenção das custas processuais garante o livre acesso à justiça num estado democrático de direito eis que foi comprovado sua hipossuficiencia no processo. A ação foi impetrada após a exibição do especial de Natal que o Porta dos Fundos fez para a Netflix. De acordo com o pai de santo, o programa trouxe aos espectadores religiosos “um enredo totalmente desrespeitoso, haja vista que, adultera totalmente a história de Jesus perante a todas religiões que o cultuam, eis que traz uma roupagem sexual, palavras de baixo calão, apologia às drogas e, dentre outras coisas que ironizam e debocham com a fé alheia”. O referido filme traz uma imagem de Jesus Cristo homossexual, que faz uso de chás alucinógenos e que, ainda, tem dúvida quanto ao seu dever como filho de Deus. O pai de santo Babalorixa Alexandre Montecerrath, que representa o centro de umbanda Ilê Asé Ofá de Prata, pede indenização de R$ 1 bilhão não para ele, mas sim para todas instituições religiosas comprovadamentes carentes contra a produtora do programa e contra a plataforma de streaming alegando que a atração é uma “afronta aos valores religiosos” e, por se sentir ofendido, quer ver prevalecer  o valor por danos morais e também exige que o título seja retirado do ar.

A tradição de Cosme e Damião

  • Redação
  • 26 Set 2020
  • 11:44h

(Foto: Reprodução)

Nos dias 26 (para os católicos) e 27 de setembro (para o Candomblé e a Umbanda), comemora-se o Dia de Cosme e Damião. Eles eram dois irmãos gêmeos que eram médicos e viveram na Ásia Menor. Ficaram conhecidos porque curavam pessoas e animais sem cobrar dinheiro.

Morreram por volta do ano 300 d.C. degolados, vítimas de uma perseguição do imperador romano Deocleciano. Na religião católica, o dia 26 de setembro lembra os jovens que pregavam os ensinamentos de Jesus Cristo.

Eles são considerados os padroeiros dos farmacêuticos, médicos e das faculdades de medicina. “Não são as mesmas figuras, mas em ambas são irmãos com histórias de vida muito parecidas”, explica Pai Nino D Osumarê, da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e do Entorno.

No Candomblé e na Umbanda, o dia de Cosme e Damião é 27 de setembro. Nessas crenças, eles são conhecidos como os orixás Ibejis.São filhos gêmeos de Xangô e Iansã. Os devotos e simpatizantes têm o costume de fazer caruru (uma comida típica da tradição afro-brasileira), chamado também de “Caruru dos Santos” e “Caruru dos sete meninos” que representam os sete irmãos (Cosme, Damião, Dou, Alabá, Crispim, Crispiniano e Talabi), e dar para as crianças.

Na Igreja Ortodoxa, os santos são celebrados no dia 1º de novembro. Já os ortodoxos gregos comemoram em 1º de julho.

São Cosme e Damião também são considerados protetores dos gêmeos e das crianças. Por isso, as pessoas criaram o costume de distribuir os doces para homenagear os santos ou cumprir promessas feitas a eles.

Evangélicos se queixam de ministro da Educação por falta de compromisso com o segmento

  • Redação
  • 25 Set 2020
  • 08:01h

Foto: Isac Nóbrega/PR

A bancada evangélica está insatisfeita com a atuação do ministro da Educação, Milton Ribeiro, e decidiram reportar o incomodo para outro ministro, André Mendonça, que é chefe do Ministério da Justiça. Considerado padrinho do ex-reitor do Mackenzie no governo, André ouviu dos evangélicos que eles não gostaram da entrevista que Ribeiro concedeu ao portal UOL. O que causou irritação foi o ministro da Educação ter dito não representar nenhum grupo, “nem mesmo o evangélico”. Ribeiro e Mendonça são presbiterianos. As informações são da coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

Bolsonaro veta perdão a dívidas de igrejas, mas defende que Congresso derrube veto

  • Redação
  • 14 Set 2020
  • 08:17h

Foto: Reprodução Twitter Igreja Universal

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atendeu à recomendação do ministro Paulo Guedes e vetou parte do dispositivo que concedia anistia em tributos a serem pagos por igrejas no país, medida que poderia ter impacto de R$ 1 bilhão, informa o jornal Folha de S. Paulo. Para não desagradar o segmento religioso, um dos pilares de sustentação de seu governo, o presidente defendeu a derrubada do veto pelo Congresso e anunciou que enviará uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) para atender à demanda do grupo. Também sancionou dispositivo que anula autuações da Receita anteriores a uma lei de 2015 que determinou que os valores pagos, em dinheiro ou como ajuda de custo, a ministros ou membros de ordem religiosa não configuram remuneração direta ou indireta. O artigo sancionado por Bolsonaro anula autuações anteriores a junho de 2015, data de publicação da regra. “Confesso. Caso fosse deputado ou senador, por ocasião da análise do veto que deve ocorrer até outubro, votaria pela derrubada do mesmo”, escreveu o presidente nas redes sociais. “No mais, via PEC a ser apresentada nessa semana, manifestaremos uma possível solução para estabelecer o alcance adequado para a imunidade das igrejas nas questões tributárias.”, acrescentou. O veto, que pode ser derrubado pelo Congresso, foi assinado na sexta-feira (11), data-limite para sanção da proposta, e será publicado no “Diário Oficial da União” desta segunda-feira (14). Nos últimos dias, a bancada evangélica na Câmara vinha pressionando para evitar o veto. No anúncio da decisão de Bolsonaro, o Palácio do Planalto fez questão de ressaltar que o presidente “irá propor instrumentos normativos a fim de atender a justa demanda das entidades religiosas”.

Procuradoria da Fazenda recomenda que Bolsonaro vete proposta de perdão a dívidas de igrejas

  • Redação
  • 08 Set 2020
  • 17:38h

Presidente tem até sexta-feira (11) para barrar ou sancionar projeto aprovado no Congresso | Foto: Reprodução

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), órgão ligado ao Ministério da Economia, recomendou ao governo do presidente Jair Bolsonaro (em partido) o veto a uma proposta aprovada no Congresso que perdoa dívidas tributárias de igrejas e as isenta de pagamento de contribuições previdenciárias. Segundo informações do portal G1 e do Jornal Hoje (TV Globo), a orientação consta de um parecer do órgão. De acordo com a reportagem, as medidas de isenção foram incluídas num projeto que tramitou no Senado e na Câmara por meio de ma emenda. O tema original do projeto nada tem a ver com igrejas, diz a publicação, já que determina a União a usar o dinheiro economizado em negociações de precatórios no combate à pandemia. A emenda ao projeto foi apresentada pelo deputado David Soares (DEM-SP), filho do religioso RR Soares. O parlamentar justificou que o pagamento de tributos penaliza os templos. O presidente Jair Bolsonaro tem até sexta-feira (11) para vetar ou sancionar o projeto, em trechos ou na íntegra. Procurado, o Ministério da Economia não informou de quanto seria o impacto fiscal da proposta. Segundo a emenda, dentre outras concessões, as igrejas ficariam isentas do pagamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e seriam anistiadas das multas recebidas por não pagar a CSLL.

Para o papa Francisco, fofoca é pior do que o coronavírus

  • Redação
  • 07 Set 2020
  • 09:20h

(Foto: Reprodução)

Durante celebração neste domingo (6) o papa Francisco pediu aos fiéis que evitem fazer fofocar. Em comparação à doença pandêmica, Francisco chegou afirmar que o ato calunioso é pior que o coronavírus e que poderia dividir a Igreja Católica Romana. "Por favor, irmãos e irmãs, vamos fazer um esforço para não fofocar. A fofoca é uma praga pior do que a Covid”, disse, em sua missa semanal de um balcão na praça de São Pedro. "O diabo é um grande fofoqueiro. Ele está sempre falando coisas ruins sobre os outros porque ele é o mentiroso que tenta dividir a Igreja”, acrescentou. O papa tem feito alertas frequentes sobre os riscos das fofocas e tem também condenado trolls da internet.

Acusado de desviar dinheiro de fiéis, padre Robson tinha romance com hacker que tentou extorqui-lo

  • Redação
  • 25 Ago 2020
  • 08:49h

Segundo decisão processual, religioso foi alvo de 5 extorsões e chegou a passar R$ 2,9 milhões da Afipe ao criminoso, o que deu início à investigação sobre desvio do dinheiro de doações | Foto: Estado de Minas

As investigações da Justiça, junto ao Ministério Público de Goiás, continuam apontando para um lado do padre Robson de Oliveira Pereira, famoso na TV brasileira, que os católicos não conheciam. Uma decisão judicial revelou que o caso de desvio de dinheiro de fiéis foi descoberto a partir de outra investigação: extorsão que apontava para dois supostos casos amorosos do pároco que comandava a Basílica do Divino Pai Eterno em Trindade. De acordo com informações do portal G1, a Polícia Civil começou a investigar casos ligados ao padre por meio de uma denúncia feita por ele mesmo, que estava sendo ameaçado por um hacker, que ameaçava expor o caso amoroso dos dois. Em troca do arquivamento das mídias, ele pagou R$ 2,9 milhões a criminosos, dinheiro obtido por meio da Associação dos Filhos do Divino Pai Eterno (Afipe), entidade civil de Goiás criada por ele em 2004 e que vive de doações feitas por fiéis. Foi esse processo que desencadeou a operação que investiga desvio de doações. O conteúdo usado por hackers para extorquir cifras milionárias do padre Robson, de 46 anos, continha mensagens, fotos e vídeos. Do montante de R$ 2,9 milhões, o MP afirma que a associação ficou no prejuízo em R$ 1,2 milhão, quase a metade da quantia. Segundo a defesa do padre, o valor usado nos pagamentos foi recuperado e está depositado em conta judicial, aguardando liberação para retornar às contas da Afipe, associação que o padre fundou e presidia até pedir o afastamento, devido às investigações de desvio de dinheiro. “Padre Robson foi vítima de extorsão, tendo buscado suporte da Polícia Civil, que monitorou as transações, e culminou na prisão dos extorsionários. Já houve sentença, e os criminosos foram punidos pelo Judiciário com severidade. Não havia qualquer conteúdo verídico como objeto das ameaças”, disse a defesa do sacerdote, ao G1.

 

Identificado como Welton Ferreira Nunes Júnior, o hacker teve ajuda de outras quatro pessoas, que, segundo a Justiça, participaram do esquema de chantagem, sendo condenadas com penas que variam de 9 a 16 anos de prisão, em 2019.

Relacionamentos – Um dos relacionamentos amorosos apontados pelo juiz Ricardo Prata na decisão seria com o próprio hacker que invadiu os celulares e e-mails do padre. O magistrado narra no documento que a informação foi realçada pelos hackers à época do processo de julgamento.

“Observa-se que os acusados foram responsáveis por transmitir as ameaças à pessoa da vítima [Robson], por meio de mensagens em aplicativos e e-mails. Nessas, disseram os acusados que a vítima possuiria relacionamento amoroso com diversas pessoas, inclusive com o próprio Welton”, diz o juiz no documento.

O documento do MP, obtido pelo G1, mostra um segundo romance usado no esquema da chantagem. Em depoimentos ao Ministério Público, um policial civil que estava na investigação e uma pessoa próxima ao padre disseram que os hackers encontraram uma foto dele com uma mulher, também do círculo de amizade do pároco, e uma conversa relatando situações amorosas.

“Ele [Robson] me mostrava [mensagens]. Um dos vídeos, vamos lá, um deles né, parece que era um vídeo gravando a tela de outro celular, onde tinha uma foto do padre com a [mulher] próximos um ao outro, e suposta troca de mensagens amorosas, né?”, relatou a pessoa ao MP.

O juiz Ricardo Prata afirma que as ameaças intimidaram padre Robson a ponto de ele efetuar pagamentos de expressivos valores para fazer a vontade dos chantagistas. Diante das extorsões, que duraram dois meses, o magistrado diz que “o padre se viu, por diversas ocasiões, incapaz de celebrar missas e continuar com o seu trabalho, por ter sido afetado pelos amedrontamentos para denegrir sua imagem pessoal e como sacerdote”.

O pagamento milionário ao hacker levantou suspeitas por parte do Ministério Público, que começou a investigar os gastos da Associação Filhos do Pai Eterno. Os promotores apuram se R$ 120 milhões doados por fiéis à entidade foram usados por padre Robson para comprar uma casa na praia, fazendas e outros itens de luxo.

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Orixás não permitem reabertura de terreiros na Bahia por causa da pandemia

  • André Uzêda | Folhapress
  • 29 Jul 2020
  • 11:17h

Líderes de terreiros afirmam que o orixá Xangô alertou para que reabertura não aconteça agora | Foto: Mario Tama / Agência O Globo

Mesmo com a autorização da prefeitura para o retorno das atividades em templos religiosos, muitos terreiros de candomblé em Salvador escolheram continuar fechados durante a pandemia do coronavírus. Os argumentos vão desde preocupação com a saúde das principais lideranças religiosas (geralmente pessoas mais velhas) ao receio de perseguição por “falhas” no protocolo de reabertura e, em muitas casas, até o conselho direto dos orixás. No Ilê Axé Opô Afonjá, fundado em 1910, foi justamente a voz de Xangô (orixá da Justiça) que prevaleceu entre os reais motivos. Mãe Ana comunicou que não há possibilidade de retomada das atividades neste momento. “Ela fez uma consulta direta através dos búzios e Xangô disse para não reabrir nada. Não é o momento ainda. Quando o aviso é do orixá não tem o que contestar. Tem que aceitar e pronto”, diz Ribamar Daniel, obá odofin (ministro de Xangô) e presidente da Sociedade Cruz Santa do Afonjá.

Entre os principais terreiros de Salvador, aos 53 anos, Mãe Ana é uma das ialorixás mais novas. Ela sucedeu Mãe Stella de Oxóssi, morta em dezembro de 2018. Quando uma liderança importante morre, a casa fica fechada por um ano (o ritual é chamado de axexê). Mãe Ana foi conduzida ao posto em dezembro de 2019 e, três meses depois, teve que fechar o terreiro por conta da pandemia. “A gente lamenta que isso tenha acontecido, mas era o mais certo a se fazer. Nossos rituais continuam, mas apenas com as pessoas que moram no terreiro e com todos de máscara”, diz Daniel.

 

O pedido de cautela feito por Xangô também se estendeu ao Ilê Axé Opô Aganju. Lá, a casa é regida por um homem – 60% dos terreiros da Grande Salvador são comandados por mulheres. Pai Balbino Daniel de Paula, o Obaràyí, foi obrigado a, pela primeira vez na história, cancelar todo calendário de festas que acontecem no terreiro desde 1972. “É uma tristeza ver o terreiro vazio. Mas é uma recomendação médica e também um pedido do orixá. Continuamos fazendo nossas oferendas, mas sem receber ninguém”, diz o babalorixá.

 

Aos 79 anos, ele prevê a reabertura das atividades apenas para o ano que vem. “Não adianta abrir o terreiro em agosto se o nosso ciclo de festas começa em junho. Nosso calendário já foi prejudicado.” O presidente da Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia (AFA), Leonel Monteiro, explica que cada líder religioso é autônomo para decidir sobre a própria casa, não havendo uma decisão geral aplicada a todos. Atualmente, a entidade registra 1.738 terreiros cadastrados em Salvador (sendo 96% deles de candomblé e 4% de umbanda e caboclo).

 

A posição da AFA, no entanto, é que os terreiros continuem fechados até uma revisão do protocolo de reabertura feito pela prefeitura. Na última sexta-feira (24), shoppings centers, comércios de rua e templos religiosos foram autorizados a reabrir, depois que o número de ocupação dos leitos das UTIs se manteve abaixo dos 75% por cinco dias seguidos. Cada setor tem um protocolo próprio de recomendações sanitárias a serem seguidas.

 

“Nós fomos consultados pela secretaria municipal de Reparação para ajudar a elaborar esse documento, mas, quando foi publicado, percebemos que o texto não contemplava as especificidades das religiões de matriz africana. O protocolo fala em separação das cadeiras, não compartilhamento de materiais e estabelece horários de funcionamento. Essas medidas podem funcionar para igrejas católicas e neopentecostais, mas é completamente diferente da nossa forma de celebração”, diz Monteiro.

 

Ele lembra que, no candomblé, muitos cultos acontecem depois da meia-noite. Há, ainda, compartilhamento de alimentos (considerados sagrados) mas não há cadeiras. Os devotos ficam de pé no barracão durante a incorporação dos orixás.

 

“Elaboramos um modelo de reabertura em quatro fases. Pedimos agora que nenhum terreiro reabra. Corre o risco de, baseado neste protocolo, as autoridades policiais fecharem os terreiros e criminalizarem nossos cultos. Há um histórico recente de perseguição das religiões de matrizes africanas e precisamos ficar sempre atentos a isso”, diz o presidente da AFA.

A reportagem tentou contato com a secretaria municipal de Reparação, mas não obteve resposta. Diferente de outras religiões, durante a pandemia, os principais terreiros não fizeram cultos online ou transmissão das festas. “A festa é o momento sublime. Ela se dá quando conclui uma etapa de um ritual mais interno. É o momento que o candomblé se mostra ao grande público. Por isso, a festa precisa existir em sua completa essência”, diz o doutor e antropólogo Júlio Braga.

 

O estudioso aponta ainda que uma das bases principais do candomblé é a transmissão do conhecimento ancestral e que, por isso, há uma valorização e importância dada ao mais velho. Os postos de pai (babalorixá) e mãe (ialorixá) de santo são vitalícios. O escolhido precisa ter cumprido todas as obrigações para estar apto ao posto. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera pessoas acima dos 60 anos no grupo de risco da Covid-19.

 

“A importância do mais velho é fundamental no candomblé. É a partir dessa situação que se regula todos os outros processos internos da comunidade religiosa, incluindo o sistema de classificação das atividades. A religião está calcada neste princípio do conhecimento ancestral e da sabedoria”, diz Braga.

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Igreja Universal diz que ‘Black Lives Matter’ é movimento oportunista

  • bahia.ba
  • 21 Jul 2020
  • 09:50h

Igreja publicou em seu jornal "A Folha Universal" um artigo não assinado intitulado "Ódio do bem?" | foto: reprodução

A Igreja Universal publicou em seu jornal “A Folha Universal” um artigo não assinado intitulado “Ódio do bem?”. Usou como mote inicial algumas postagens no Twitter de pessoas que desejaram que o presidente Jair Bolsonaro morresse, depois que se tornou público que ele estava contaminado pelo coronavírus. A informação é da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo. Para a igreja, essas pessoas são de esquerda e, jocosamente, as chama de “promotores da tolerância”: “Vários usuários que se intitulam de “esquerda”, os promotores da tolerância, desejaram não apenas a morte do presidente como também chegaram a afirmar que ele estaria mentindo para promover o uso da cloroquina”, diz o artigo. O artigo afirma ainda que “O fato é que esse “ódio do bem” não é surpresa para quem tem acompanhado as manifestações desse grupo nos últimos tempos”. O jornal da igreja de Edir Macedo lembrou o caso do segurança negro americano George Floyd morto asfixiado por um policial branco: “ O caso foi visto como uma atitude racista. A notícia correu o mundo e causou revolta em todos. De fato, foi horrível, mas, lamentavelmente, esse episódio abriu um caminho para muitos grupos oportunistas aparecerem, como o Antifa (antifascistas) e o Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), autores de muitos protestos violentos seguidos de saques, que ocorreram, no caso deste último, nos Estados Unidos”.

Pela primeira vez em 329 anos de história, Romaria do Bom Jesus da Lapa será virtual

  • Notícias da Lapa
  • 20 Jul 2020
  • 17:16h

(Foto: Divulgação)

A principal grande Romaria do ano, a do Bom Jesus, no Santuário do Bom Jesus da Lapa,  será realizada entre os dias 28 de julho e 05 de agosto, sem a participação dos romeiros. A celebração religiosa, em Bom Jesus da Lapa é considerada a terceira maior romaria do Brasil e não  ocorrerá como de costume, para evitar aglomerações em meio à pandemia de coronavírus. Neste ano, a programação será de forma online, com missas e celebrações, em vários horários ao longo de oito dias.  As festas religiosas do município, que chegam a receber dois milhões de pessoas por ano, geram emprego, renda e movimentam bastante o setor hoteleiro. E se em anos anteriores a expectativa era de presenciar multidões chegando ao Santuário do Bom Jesus da Lapa, o novo cenário, em função da pandemia, é de menos movimento, já que a Lapa não está recebendo romeiros e a rede hoteleira vive um novo momento, sem a presença de hospedes. A Romaria do Bom Jesus da Lapa tem  328 anos de história, e é uma das maiores manifestações religiosas e culturais do Brasil. O evento está inserido no calendário cultural do município e tem se destacado como uma das três principais romarias realizadas no país, junto com a Romaria de Aparecida do Norte, no estado de São Paulo e a Romaria do Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, no Ceará.

Cantoras gospel minimizam índices do coronavírus: ‘Não pega em nós, aleluia’

  • Redação
  • 20 Jul 2020
  • 14:24h

As cantoras se abraçaram na live (Foto: Reprodução Youtube)

Para a cantora Aline Barros e as convidadas de sua live solidária, o coronavírus já acabou no Brasil. A artista, um dos maiores nomes do gênero gospel recebeu Cassiane, Bruna Karla e Fernanda Brum em seu show em prol da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), e desconsiderou as medidas de segurança. A cantora Cassiane, por exemplo, entrou no palco dando abraços e abertos de mão em Aline Barros. “Gente, o ‘coronga’ não pega em nós, não, aleluia! A gente está sendo muito cuidadosa. Não fique preocupado, porque eu ouvi de um infectologista que, no mundo inteiro, 99% das pessoas vai pegar. Como o Senhor também cuida, e a gente faz a nossa parte… Eu cheguei de máscara e tirei porque senão como é que eu canto? Mas desde a hora que eu cheguei eu estou com a minha mão que é álcool puro”, justificou a artista. Quem também ignorou as recomendações de distanciamento foi a cantora Bruna Karla, que teve bebê há poucos meses. “Dá vontade de te dar um abraço. Ah, dá aqui um abraço!”, pediu Aline. A terceira convidada, Fernanda Brum, também entrou na “brincadeira” e revelou que boa parte da equipe já havia se abraçado nos bastidores. “Eu não posso beijar, gente? Não posso abraçar? Ah, pode! A gente já se abraçou escondido”. Os índices da doença no Brasil já notificou 78 mil mortes.

Damares reúne especialistas para elaborar política de abstinência sexual

  • Redação
  • 08 Jul 2020
  • 13:53h

Programa defende pregação da abstinência sexual entre jovens e o retardamento da iniciação sexual de adolescentes | Foto: Brumado Urgente Conteúdo

O Ministério dos Direitos Humanos selecionou três profissionais para trabalharem no desenvolvimento do chamado “Plano Nacional de Prevenção Primária do Risco Sexual Precoce e Gravidez de Crianças e Adolescentes”. A informação é da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo. Segundo a publicação, trata-se do nome oficial de um programa, defendido por Damares Alves, que inclui a pregação da abstinência sexual entre jovens e o retardamento da iniciação sexual de adolescentes. O tema foi o epicentro de uma polêmica no início deste ano. Na ocasião, Damares afirmou que a abstinência sexual era uma política pública em construção pelo governo. As três especialistas, escolhidas entre 62 candidatos, vão atuar nas áreas jurídica, de saúde e educação da pasta.