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Invasão do Capitólio foi tentativa de golpe e teve Trump no centro, diz comissão nos EUA

  • por Folhapress
  • 10 Jun 2022
  • 18:53h

Foto: Shealah Craighead / White House

O comitê da Câmara que investiga a invasão do Capitólio, em janeiro de 2021, acusou nesta quinta-feira (9) o ex-presidente americano Donald Trump de ter participado de uma "conspiração contra a democracia" e de ter liderado esforços para "anular os resultados das eleições" no ano anterior.
 

Apoiadores do republicano invadiram e vandalizaram o Congresso minutos depois de Trump, durante manifestação na capital do país, Washington, insuflar ativistas a se dirigirem até a sede do Legislativo. A ação obrigou a Câmara e o Senado a trancarem suas portas e a paralisarem a sessão que deveria confirmar a vitória de Joe Biden.
 

O deputado democrata Bennie Thompson, presidente do comitê formado para apurar responsabilidades sobre os acontecimentos, afirmou durante audiência pública que o ataque foi "o culminar de uma tentativa de golpe". Ele ainda disse que a democracia americana continua em perigo.
 

"A conspiração para frustrar a vontade do povo não acabou", disse Thompson. "Há pessoas neste país que têm sede de poder, mas não têm amor ou respeito pelo que torna os EUA grande: devoção à Constituição e fidelidade ao estado de direito".

A audiência desta quinta é a primeira de seis em que o comitê apresenta os resultados de quase um ano de investigação. As sessões serão transmitidas nas principais emissoras de televisão dos EUA.
 

Durante a audiência foram exibidos vídeos que mostram a participação de integrantes do grupo radical de extrema direita Proud Boys no episódio de violência. Também foram resgatadas declarações de Trump, de familiares do ex-presidente e de assessores.
 

O comitê ouviu de testemunhas do republicano, que assistiu ao ataque pela TV e expressou apoio aos invasores. Mike Pence, então vice de Trump, que garantiu naquele dia a certificação da vitória de Biden, esteve a 60 segundos do grupo que rompeu a segurança e chegou ao ponto de onde ele foi retirado pelo Serviço Secreto americano.
 

Depois da exibição do material, a deputada republicana Liz Cheney, vice-presidente da comissão que investiga o ataque ao Capitólio, disse que as evidências provam que Trump convocou e reunião a multidão, o que "acendeu a chama" para o ataque.
 

"Donald Trump se foi, mas sua desonra permanecerá", disse Cheney, segundo o jornal Americano The New York Times.
 

Ao final do processo, o comitê que investiga o episódio pode recomendar a abertura de investigações criminais. Ao todo, mais de mil testemunhas foram ouvidas. Desde o ataque, mais de 800 pessoas foram presas e acusadas em tribunal —a maioria por entrada sem permissão em um prédio federal.
 

Trump chamou a investigação de "caça às bruxas" e, pela plataforma Truth Social, voltou a defender a insurreição, classificando o movimento como "o maior na história do país" para fazer com que os Estados Unidos "voltem a ser grande". "Tratava-se de uma eleição fraudada e roubada, e um país que estava prestes a ir para o inferno", escreveu.
 

O líder republicano na Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, afirmou nesta quinta que a comissão para investigar o ataque ao Capitólio é "a mais política e a menos legítima da história dos Estados Unidos". O Partido Republicano já prometeu enterrar o trabalho do grupo se assumir o controle do Congresso nas chamadas "midterms", eleições que em novembro vão renovar parte da Casa.
 

Na terça-feira (7) o Departamento de Segurança Nacional dos EUA publicou um alerta sobre terrorismo doméstico, explicando que o "ambiente de alta ameaça" se deve a movimentos de extremistas motivados por ideologia, religião, raça e "eventos atuais". A nota se refere especificamente à esperada decisão da Suprema Corte sobre o aborto e às eleições de meio de mandato, a serem realizadas em novembro.

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'Democracia está sob ataque no mundo todo', diz Biden ao abrir Cúpula das Américas

  • por Rafael Balago | Folhapress
  • 09 Jun 2022
  • 09:43h

Foto: Reprodução / Youtube

O presidente Joe Biden deu destaque ao riscos enfrentados pela democracia no início do discurso de abertura da Cúpula das Américas, nesta quarta (8) em Los Angeles.
 

"Em um momento em que a democracia está sob ataque no mundo todo, vamos nos unir de novo e renovar nossa convicção de que a democracia não é só o fator definidor da história americana, é um ingrediente essencial da história americana", discursou.
 

A defesa da democracia é um dos principais temas da cúpula, que reúne chefes de Estado do continente até sexta (10) em Los Angeles. Nos próximos dias, haverá várias rodadas de conversa. A expectativa é que sejam firmados compromissos em várias áreas, incluindo, além da democracia, energia limpa, imigração, inclusão digital e parcerias em saúde pública.
 

Na fala de abertura, Biden citou o Brasil apenas uma vez, como um dos maiores exportadores de comida do continente, ao lado de países como Argentina, Canadá e México.
 

O americano fará sua primeira reunião bilateral com o presidente Jair Bolsonaro nesta quinta (9). O líder brasileiro fez diversos ataques ao sistema eleitoral do país, e também questiona o resultado das eleições americanas de 2020, quando Biden foi eleito. Nesta quarta, Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional, disse que as eleições serão um tópico importante da conversa, assim como a preservação da Amazônia.
Antes da cerimônia, Biden cumprimentou e posou para fotos com chefes de 30 delegações estrangeiras que já chegaram a Los Angeles. Bolsonaro não participou do evento, pois desembarca na cidade na manhã de quinta (9). O líder brasileiro deve fazer um discurso na sexta (10).

Na abertura, Biden anunciou uma Parceria Americana para a Prosperidade Econômica, uma estratégia dividida em cinco pontos: revigorar as instituições econômicas regionais, especialmente o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), aumentar a resiliência das cadeias de suprimentos, melhorar serviços públicos, criar empregos com a transição para energias verdes e aumentar o comércio exterior regional.

O líder americano também falou sobre a criação de um Corpo de Saúde das Américas, que capacitará 500 mil profissionais do continente, ao custo de US$ 100 milhões. Parte do valor será custeado pelos EUA, que também oferecerá treinamentos em instituições do país.

Sobre imigração, um dos temas do encontro, disse que a vinda de estrangeiros é benéfica, mas que a "imigração ilegal é inaceitável". O governo americano quer assinar, na sexta, uma declaração conjunta com os países vizinhos com medidas para conter o tráfico de pessoas e a imigração irregular.

O evento de abertura teve vários discursos breves. A vice-presidente Kamala Harris disse que a cúpula tem grandes ambições, como a de melhorar a vida das pessoas no continente, e que as condições do continente afetam diretamente a segurança e a prosperidade dos EUA. "Os desafios encarados pelo nosso hemisfério nos meses e anos à frente são significativos. A crise do clima, insegurança alimentar, desigualdade econômica, corrupção e violência de gênero. Eles demandam novas e inovadoras coalizões", disse a vice-presidente.

O presidente do Peru, Pedro Castillo, falando em espanhol, destacou compromissos feitos em eventos anteriores para combater a corrupção no continente e criar novas parcerias econômicas. "A América para os americanos", defendeu, ao final do discurso.

A abertura foi realizada em um teatro, com distribuição de pipoca e refrigerante grátis para os convidados. Entre as falas, houve números musicais e apresentações de vídeos. Um deles mostrou crianças dos países da América falando de suas nações. Nicarágua e Venezuela foram citadas. O Brasil foi descrito como um grande produtor de café.

Biden sentou-se na plateia ao lado do presidente colombiano Iván Duque. No começo de seu discurso, ao menos duas pessoas gritaram palavras de protesto contra o democrata. Uma mulher foi retirada do local por policiais.

Os EUA buscam usar o evento para se reaproximar da América Latina. O governo Biden tem anunciado uma série de novas iniciativas para beneficiar países do continente em áreas como recuperação econômica, melhora do sistema de saúde e adoção de energias limpas.

Na terça, Kamala havia anunciado investimentos que devem ser feitos pelo setor privado em novos negócios na América Central, no total de US$ 1,9 bilhão. A lista de novos empreendimentos inclui redes de banda larga fixa e de telefonia móvel, expansão de pagamentos digitais, fábricas de roupas e autopeças e plantações de banana e abacate.

Após a pandemia e a Guerra na Ucrânia, os Estados Unidos passaram a falar em near-shoring, um movimento de trazer para mais perto indústrias e cadeias de produção espalhadas pelo planeta, em um movimento que pode beneficiar a América Latina. O governo americano espera que isso, além de melhorar a economia da região, também ajude a desestimular a migração de latino-americanos rumo aos EUA.

Apesar dos gestos, o começo do evento é marcado pela ausência de 11 chefes de Estado. Oito deles, incluindo México e Honduras, fizeram um boicote como forma de crítica pelo fato de os EUA não terem convidado Cuba, Nicarágua e Venezuela, consideradas ditaduras pelo governo americano.

Nesta quarta, Biden conversou por telefone com Juan Guaidó, que os EUA reconhecem como presidente interino da Venezuela, apesar de ele não possuir o comando do país. O líder americano defendeu que as negociações entre a oposição venezuelana são a melhor saída para restaurar a democracia na Venezuela.

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EUA aprovam pacote de US$ 40 bilhões em ajuda à Ucrânia

  • por Folhapress
  • 20 Mai 2022
  • 10:09h

Foto: Reprodução / Youtube

Em mais um esforço para combater a invasão russa na Ucrânia, o Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira (19) um pacote de quase US$ 40 bilhões (mais de R$ 198 bilhões) em ajuda para Kiev. É o maior auxílio de Washington até o momento e vai incluir assistência militar, econômica e humanitária.
 

A medida recebeu amplo apoio bipartidário e foi aprovada por 86 a 11 -todos os votos contrários, porém, foram de senadores republicanos.
 

"Este é um pacote grande e atenderá às grandes necessidades do povo ucraniano enquanto lutam por sua sobrevivência", disse o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, pedindo apoio antes da votação.
 

"Ao aprovar esta ajuda de emergência, o Senado pode agora dizer ao povo ucraniano: a ajuda está a caminho. Ajuda real. Ajuda significativa. Ajuda que pode garantir que os ucranianos sejam vitoriosos", acrescentou.

O pacote inclui US$ 6 bilhões (quase R$ 30 bilhões) para a segurança, incluindo treinamento, equipamentos, armas e apoio militar; US$ 8,7 bilhões (R$ 43 bi) para reabastecer os estoques americanos de equipamentos enviados à Ucrânia e US$ 3,9 bilhões (R$ 19 bi) para operações do Comando Europeu das Forças Armadas dos EUA.
 

Também inclui US$ 5 bilhões (R$ 24,6 bi) para lidar com a insegurança alimentar causada pelo conflito e quase US$ 9 bilhões (R$ 44,4 bi) para um fundo de apoio econômico à Ucrânia.
 

Não é a primeira vez que os EUA enviam ajuda financeira a Kiev. Em março, algumas semanas após a invasão russa, o Congresso aprovou um pacote de US$ 14 bilhões.
 

Inicialmente, o governo americano se limitava a enviar armas à Ucrânia e depois passou a fornecer artilharia, helicópteros e drones ao Exército do país. Quando os combates se espalharam pelo território ucraniano, afastando-se da capital, Biden acabou pedindo outra rodada de apoio ao Congresso, em abril.
 

A Câmara dos Deputados já tinha aprovado o projeto de lei que inclui os gastos suplementares em 10 de maio, mas a proposta parou no Senado, depois que o republicano Rand Paul não autorizou o pedido de uma votação rápida. Os democratas são maioria, mas as regras da Casa exigem aprovação unânime para que uma votação possa avançar de maneira mais ágil.
 

Em uma carta, o secretário de Estado Antony Blinken e o secretário de Defesa Lloyd Austin fizeram um apelo aos líderes do congresso, afirmando que o fundo usado para enviar armas para Kiev só tinha recursos até esta quinta-feira.
 

Com a aprovação do novo pacote, a ajuda dos EUA à Ucrânia ultrapassa os US$ 50 bilhões desde o início da invasão russa.
 

Além do apoio financeiro, Biden tem se esforçado para demonstrar seu aval à adesão de Finlândia e Suécia à Otan, quebrando décadas de neutralidade dos países nórdicos.
 

Os dois países apresentaram suas candidaturas após a Rússia invadir a Ucrânia, e buscaram o guarda-chuva militar dos EUA por temer a agressividade russa -já que a contenção da aliança ocidental é uma das principais justificativas de Moscou para invadir o país vizinho.
 

Nesta quinta, Biden recebeu na Casa Branca a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, e o presidente finlandês, Sauli Niinistö para discutir a entrada dos países na aliança.
 

"Eles atendem a todos os requisitos da Otan e a mais alguns", disse Biden, oferecendo "apoio total e completo". "Enquanto suas candidaturas estão sendo consideradas, os EUA trabalharão com a Finlândia e a Suécia para permanecerem vigilantes a qualquer ameaça à segurança comum".
 

Todos os 30 membros da Otan precisam aprovar a adesão de quaisquer novos participantes, e a Turquia, que mantêm relação próxima tanto de Kiev quanto de Moscou, ameaça vetar os países nórdicos.
 

Recep Tayyip Erdogan, presidente turco, reafirmou nesta quinta sua oposição às candidaturas e reiterou sua visão de os dois países são santuários para organizações "terroristas" curdas.
 

"Estamos determinados a manter nossa posição, informamos nossos amigos e diremos 'não' à Finlândia e à Suécia, que querem se juntar à Otan, e persistiremos nessa política", disse Erdogan em uma assembleia de jovens em Istambul.
 

O governo Biden garante que a situação será resolvida graças, principalmente, aos esforços de mediação americanos. Por sua vez, o secretário-geral da Otan, o norueguês Jens Stoltenberg, comentou que a aliança militar responderá às "preocupações" expressas pela Turquia.
 

Ao lado de Biden, o presidente finlandês afirmou que seu país discutirá todas as preocupações expressas pela Turquia sobre sua candidatura à Otan. "Condenamos o terrorismo em todas as suas formas e estamos ativamente comprometidos em combatê-lo", disse Niinistö a repórteres.
 

Andersson, por sua vez, disse que a situação na Ucrânia traz à memória "os dias mais sombrios da história europeia". "Durante tempos sombrios, é ótimo estar entre amigos próximos", afirmou a sueca. "E estamos aqui hoje mais unidos do que nunca, comprometidos em fortalecer ainda mais nossos laços."

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China negocia compra de petróleo russo para aumentar reservas, diz agência

  • por Folhapress
  • 20 Mai 2022
  • 07:44h

Foto: Reprodução / Unsplash

A China está em negociações com a Rússia para a compra de petróleo, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (19) pela agência de notícias Bloomberg. O objetivo de Pequim seria aumentar os seus estoques de reservas com petróleo russo barato.
 

De acordo com a publicação, as discussões entre os dois países ocorrem a nível governamental, com envolvimento limitado de empresas petrolíferas. O volume de petróleo negociado não foi informado e também não há garantia de que um acordo seja assinado.
 

Tanto a China quanto a Índia continuaram comprando os suprimentos da Rússia, mesmo depois de sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e países do Ocidente, em retaliação à invasão promovida pelo Kremlin à Ucrânia em fevereiro.
 

Os membros da União Europeia estão negociando a imposição de um embargo ao petróleo russo por causa da invasão da Ucrânia, mas as conversações fracassaram esta semana por causa de um veto da Hungria, que depende fortemente das importações de petróleo russo.
 

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou como "suicídio econômico" a política energética dos países da União Europeia em um momento em que o bloco debate embargos ao petróleo e gás.
 

"Este auto de fé econômico, este suicídio, é um assunto interno dos países europeus. Devemos agir de forma pragmática e com base em nossos próprios interesses econômicos", disse Putin durante uma reunião por teleconferência sobre a indústria petrolífera russa.
 

A Rússia está enfrentando um declínio na produção de petróleo não visto desde o colapso da União Soviética por causa das sanções ocidentais, que complicam muito a venda do petróleo russo em todo o mundo.

Rússia expulsa mais de 80 diplomatas de França, Espanha e Itália

  • por Folhapress
  • 18 Mai 2022
  • 18:05h

Foto: Reprodução / Google Street View

A Rússia anunciou nesta quarta-feira (18) que vai expulsar mais de 80 diplomatas franceses, espanhóis e italianos do país, na mais recente retaliação a países europeus que ordenaram a saída de funcionários russos.
 

O embaixador francês em Moscou, que foi convocado ao Ministério das Relações Exteriores da Rússia nesta quarta, divulgou uma nota afirmando que "34 funcionários de estabelecimentos diplomáticos franceses na Rússia foram declarados 'persona non grata'". Eles devem deixar a Rússia daqui em duas semanas.
 

Já a agência de notícias russa RIA informou, citando o Ministério das Relações Exteriores do país, que 24 diplomatas italianos serão expulsos pelo mesmo motivo. O mesmo ministério anunciou, pouco depois, a ordem de saída para 27 diplomatas espanhóis.
 

O ministério das Relações Exteriores francês divulgou um comunicado condenando "firmemente" a decisão e afirmando que a medida não tem "fundamentos legítimos".
 

A Itália também reagiu, com o primeiro-ministro, Mario Draghi, classificando a expulsão como "um ato hostil" e alertando que os canais diplomáticos com Moscou não devem ser interrompidos.
 

"Isso absolutamente não deve levar a uma interrupção dos canais diplomáticos, porque é através desses canais que, se conseguirmos, a paz será alcançada e isso é certamente o que queremos", disse Draghi.

Turquia rejeita adesão da Suécia e da Finlândia à Otan contra a Rússia

  • por Igor Gielow | Folhapress
  • 17 Mai 2022
  • 14:12h

Foto: Reprodução / Freepik

O processo de expansão da Otan em reação à invasão russa da Ucrânia ganhou o reforço de um relatório da Suécia que sugere seguir os passos da vizinha Finlândia e pedir a adesão à aliança militar ocidental.
 

Nesta mesma sexta (13), contudo, a Turquia jogou um balde de água fria com a primeira oposição interna séria à iniciativa. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou acompanhar o caso dos países nórdicos e não ter "visões positivas" sobre a intenção de entrar no grupo. Único membro da Otan no Oriente Médio, a Turquia apoia Kiev na guerra, mas é uma aliada próxima e ambígua de Vladimir Putin.
 

Para um novo membro ser aceito na aliança liderada pelos EUA, hoje com 30 integrantes, é preciso que os Parlamentos nacionais de todos os futuros colegas aprovem a medida. Uma rejeição trava o mecanismo.
 

Erdogan tem relação conflituosa com a aliança, que abriga sua arquirrival histórica Grécia, cuja adesão com a Turquia em 1952 foi criticada pelo presidente. "Não queremos repetir os erros. Além disso, os países escandinavos são a casa de organizações terroristas. Não é possível para nós sermos a favor."

O líder turco, que usou sua posição mais neutra para tentar mediar a paz entre Kiev e Moscou, deu a senha: vai querer que a Suécia, particularmente, extradite opositores exilados, como membros do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) ou seguidores de Fethullah Gulen, o clérigo que mora nos Estados Unidos acusado de inspirar um golpe contra Erdogan em 2016.
 

Representantes dos nórdicos discutirão a situação com enviados da Turquia em Berlim neste sábado (14). A resistência turca, que se soma à já famosa compra de sistemas antiaéreos da Rússia e a consequente expulsão do programa do caça americano F-35, ocorre em meio ao tom triunfalista anti-Kremlin da Otan.
 

Na quinta (12), a Finlândia anunciou que pedirá para entrar na Otan. Nesta sexta, o Parlamento da vizinha Suécia divulgou um relatório que, embora não seja definitivo, indica que o país quer a mesma coisa.
 

A percepção de que Moscou representa um ameaça real aumentou brutalmente nos dois países nórdicos, vizinhos inclusive fronteiriços no caso finlandês da terra de Putin, após a invasão da Ucrânia.
 

"Uma adesão terá um efeito dissuasivo no norte da Europa", afirma o texto de 43 páginas, elaborado pelo governo e pelos partidos representados no Parlamento. O texto diz que "não se podem excluir provocações e represálias russas" pela medida, mas que o risco é baixo. "Nossa opinião é a de que não sofreremos um ataque militar convencional como reação a uma eventual candidatura", afirmou a chanceler do país, Ann Linde. O relatório abre caminho para a aprovação do pedido pelo Parlamento.
 

A recomendação deverá ser seguida pela mudança na posição histórica do principal partido do país, o Social Democrata, que divulga seu parecer sobre a adesão no domingo. Já há maioria na Casa e na opinião pública em favor da medida, cuja aprovação deve ocorrer no mesmo dia ou na semana que vem.
 

Além dos turcos, os nórdicos estão de olho também na reação da Hungria, integrante europeu da Otan mais próximo de Putin. Até aqui, o autocrático primeiro-ministro Viktor Orbán tem apoiado a aliança militar, mas resistido a ações como o corte da compra de petróleo russo.
 

Se a oposição turca for vencida, a decisão reverterá mais de 200 anos de história. A Suécia se orgulhava de sua neutralidade, decidida em 1809 após a perda da mesma Finlândia para o Império Russo. Já a Finlândia era neutra desde o fim a Segunda Guerra, na qual lutou duas vezes contra a União Soviética.
 

Moscou adotou um tom ameaçador sobre a adesão de Helsinque e fará o mesmo com Estocolmo. O Kremlin afirmou que a adesão é um risco para a segurança nacional russa, uma terminologia sombria, porque remete à retórica contrária a eventual adesão da Ucrânia à Otan antes da guerra.
 

A medida mais provável, de acordo com observadores militares, é o deslocamento oficial de mísseis com capacidade nuclear para Kaliningrado, região russa espremida entre Lituânia e Polônia, à beira do mesmo mar Báltico que banha Suécia e Finlândia. Estocolmo já disse que isso não significaria muito, por considerar que os russos já têm essas armas por lá.
 

Enquanto isso, a estatal russa de energia elétrica anunciou que irá, alegando problemas de pagamentos, cortar a eletricidade que fornece à Finlândia neste sábado. O motivo, claro, é o anúncio sobre a Otan. O país importa 10% de sua luz da Rússia.
 

Já a Otan, na figura do secretário-geral Jens Stoltenberg, celebrou o anúncio finlandês e já disse esperar o sueco. Ambos os pedidos, se não houver alguma reviravolta no caso sueco, serão analisados oficialmente na cúpula de junho da aliança militar ocidental, a ser realizada em Madri.
 

A dúvida que fica é acerca das garantias provisórias de segurança, já que um processo de adesão à Otan dura de oito meses a dois anos, normalmente, a partir da inscrição formal. Ninguém quer esperar tanto, em especial se Putin conseguir encerrar a guerra contra Kiev sem exaurir suas forças.
 

A decisão dos países nórdicos é mais um efeito geopolítico extremo da guerra, iniciada em 24 de fevereiro. Toda a estrutura de segurança europeia está em reorganização, e diferenças de interesses entre membros da Otan emergem dia a dia, embora a aliança tenha renovado seu senso de missão.
 

De lá para cá, a Rússia foi objeto de sanções econômicas nunca vistas em tempos modernos, todo o arcabouço energético europeu está em xeque, a Otan passou a armar pesadamente a Ucrânia e a arriscar uma Terceira Guerra no processo, a Alemanha anunciou um programa de remilitarização e a China observa a situação da aliada Moscou com um misto de preocupação e ambição num mundo polarizado.
 

Apesar da atitude oficial, nem Suécia nem Finlândia são totalmente neutras. Ambas são membros da União Europeia, bloco político que tem em seu tratado fundador uma cláusula que prevê assistência militar dos colegas em caso de agressão. Mas o dispositivo nunca foi usado.
 

No caso sueco, um país muito mais desenvolvido e incisivo do ponto de vista militar do que a Finlândia, há outras implicações para a adesão. Ao longo dos anos, Estocolmo sempre buscou agir em consonância com a estratégia ocidental, participando de manobras militares conjuntas e compartilhando inteligência.
 

Mas, ao mesmo tempo, sempre buscou ter uma indústria de defesa própria e avançada. Tem produção naval e aeroespacial, como provam os caças Saab Gripen comprados pelo Brasil, e cerca de 85% de sua receita vem de exportação. Aderir à Otan significa entrar num grande bazar em que os atuais 30 membros em tese usam armas e sistemas que são compatíveis entre si.
 

O movimento poderá favorecer a exportação de produtos como os lançadores de foguete antitanque NLAW, estrelas na Guerra da Ucrânia, mas há dúvidas sobre o impacto por exemplo na venda do Gripen.
 

O caça americano F-35 já derrotou o sueco em duas concorrências recentes, inclusive uma para o fornecimento de 64 aparelhos à Finlândia, e tem se firmado como padrão do bloco ocidental.

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Mulher vai a brechó nos EUA e compra busto romano de 2 mil anos por 35 dólares

  • Bahia Notícias
  • 08 Mai 2022
  • 14:09h

Foto: Reprodução / CNN

Uma mulher norte-americana foi a um brechó em Austin, no estado do Texas, Estados Unidos, e acabou adquirindo uma obra de arte dos tempos da Roma Antiga por apenas US$ 34,99. De acordo com a CNN, o fato ocorreu em agosto de 2018 com Laura Young.

“Eu estava apenas procurando por qualquer coisa que parecesse interessante”, disse Young. “Foi uma pechincha de US$ 35, não havia razão para não comprá-lo”, complementou.

Mal sabia ela que o busto que comprou teria laços romanos e acabaria no Museu de Arte de San Antonio (Sama) quatro anos depois.

Young entrou em contato com casas de leilões e especialistas para obter qualquer informação que pudesse sobre a estrutura de mármore. A Sotheby’s confirmou que o busto era de fato da época romana antiga, e eles estimaram que tivesse cerca de 2.000 anos.

Um especialista conseguiu rastrear o busto em um banco de dados digital e encontrou fotos da década de 1930 da cabeça em Aschaffenburg, na Baviera, Alemanha. Lynley McAlpine, curadora de pós-doutorado da Sama, disse que acredita-se que seja o busto de Sexto Pompeu, um líder militar romano. Seu pai, Pompeu, o Grande, já foi aliado de Júlio César.

O busto foi alojado em uma réplica de uma casa de Pompéia, também conhecida como Pompejanum, encomendada pelo rei Ludwig I da Baviera. Lá estava em exibição até a Segunda Guerra Mundial, que foi a última vez que foi vista até que Young a comprou em 2018.

O busto, junto com outros artefatos da casa, foi transferido para um depósito antes do Pompejanum ser bombardeado e destruído durante a guerra. Em algum momento, a peça foi roubada do armazenamento.

“Parece que em algum momento entre quando foi armazenado até cerca de 1950, alguém o encontrou e o levou”, disse McAlpine. “Desde que acabou nos EUA, parece provável que algum americano que estava estacionado lá colocou as mãos nele”, continuou.

A peça está sendo emprestada contratualmente à Sama por um ano, mas McAlpine explica que ainda é tecnicamente de propriedade da Alemanha desde que foi saqueada do armazenamento. Depois de maio de 2023, o busto será enviado de volta ao país europeu, onde voltará a ser exibido, mais uma vez, no Pompejanum.

Homem que se apaixonou pela irmã e teve quatro filhos com ela quer legalizar incesto

  • Bahia Notícias
  • 03 Mai 2022
  • 16:43h

Foto: Reprodução/Youtube

Patrick Stuebing e Susan Karolewski se conheceram quando ele tinha cerca de 22 anos e ela 15 anos e se apaixonaram um pelo outro. Hoje, Patrick com 44 anos e Susan com 37, o casal tem quatro filhos e um detalhe “peculiar” na relação: eles são irmãos. 

De acordo com o jornal Daily Mail, os irmãos se conheceram quando Patrick , que tinha sido adotado por outra família ainda na infância, resolveu retornar para casa da família biológica e dividiu o quarto com a irmã. 

Seis meses depois, a mãe deles morreu e, no mesmo ano, um dos irmãos deles também. “A confiança se transformou em um tipo diferente de amor quando nossa mãe morreu, seis meses depois”, disse Susan sobre Patrick.

Patrick acredita que ter se tornado chefe da família auxiliou na aproximação deles. 

“Nós nem sabíamos que estávamos fazendo algo errado quando começamos a dormir juntos. Não pensamos em usar camisinha. Não sabíamos que era ilegal dormir juntos. Nossa mãe não teria aprovado, mas os únicos que devem nos julgar agora somos nós mesmos”, disse.

Com 16 anos, Susan deu à luz o primeiro filho deles, Erik. Agora, com 20 anos, ele mal consegue falar ou andar direito, porque tem deficiências físicas e mentais severas. A segunda filha, Sarah, que tem 19, nasceu em 2003, também com deficiências parecidas. Das relações entre os irmãos, nasceram ainda Nancy, 17 anos, e Sophia, 16, que parecem não ter deficiências.

“Isso não tem necessariamente a ver com o fato de sermos irmãos. Há outras pessoas com deficiência em nossa família. Tínhamos seis irmãos e irmãs que não sobreviveram em alguns casos porque eram deficientes”, acredita Patrick.

Em 2002, o casal foi julgado por incesto e Patrick recebeu pena de um ano. Susan precisou cumprir reclusão e reeducação para jovens. Ao serem liberados, eles se encontraram de novo e tiveram as duas filhas caçulas. Em 2005, Patrick foi preso novamente.

“Nós não nos conhecemos na infância. Nos apaixonamos quando adultos e nosso amor é real. Não há nada que possamos fazer sobre isso. Nós dois estávamos atraídos um pelo outro e então a natureza tomou conta de nós. Foi tão simples. O que mais poderíamos fazer?”, declarou Susan.

Em 2012, eles solicitaram que o relacionamento entre eles deixasse de ser contra a lei para o Tribunal de Direitos Humanos da Alemanha. A requisição, no entanto, foi negada. 

De acordo com o Daily Mail, os dois continuam morando juntos, no leste da Alemanha.

Mundo: Menino de 4 anos 'rouba' carro da mãe e provoca acidente

  • BBC
  • 02 Mai 2022
  • 08:35h

Foto: POLICE UTRECHT NORTH/via BBC

Um menino de 4 anos pegou o carro de sua mãe para passear na Holanda e bateu o veículo em outros dois carros estacionados.

O incidente aconteceu no sábado (30/4), na cidade de Utrecht, no centro do país. As autoridades disseram que o menino deixou o local do acidente de pijama e pés descalços. Ninguém ficou ferido.

A polícia foi chamada depois que moradores viram o menino andando sozinho na rua, no frio.

Bem-humorada, a polícia disse no Instagram que havia descoberto um "novo Max Verstappen", em referência ao atual campeão mundial de Fórmula 1, que é holandês.

Segundo as autoridades, a criança acordou no sábado e pegou as chaves do carro de sua mãe "para dar uma volta".

Logo depois de a polícia receber a ligação informando sobre o menino sozinho na rua, as autoridades foram informadas sobre um veículo abandonado nas proximidades, que parecia ter atingido dois carros estacionados.

  O carro estava registrado no nome da mãe do menino. Quando os policiais telefonaram para ela, eles colocaram o menino na linha. Segundo os policiais, durante o telefonema, ele imitava a direção e fazia gestos de virar o volante.

"Foi quando nós percebemos que a criança provavelmente era o motorista", diz o post do Instagram.

O menino de quatro anos recebeu chocolate quente na delegacia e um ursinho de pelúcia, antes de ser pego pela sua mãe.

Juntos, todos foram ao local do acidente, onde o menino foi perguntado se ele poderia mostrar como o carro funcionava.

A criança abriu o carro com a chave, colocou-o na ignição e moveu o pé para a embreagem e os pedais do acelerador, disse a polícia.

Os policiais pediram aos pais que escondessem as chaves do carro no futuro.

"Felizmente, a aventura deste mini motorista chegou ao fim sem grande estardalhaço", acrescentou a polícia.

Rússia eleva ameaça ao Ocidente e diz que qualquer interferência terá resposta 'fulminante'

  • G1
  • 29 Abr 2022
  • 08:34h

Foto: Alexei Danichev/ via Reuters

O presidente russo, Vladimir Putin, advertiu, nesta quarta-feira (27), que qualquer intervenção externa na operação militar lançada pela Rússia na Ucrânia receberá uma "resposta fulminante".

    "Se alguém tem a intenção de intervir do exterior nos atuais acontecimentos (da Ucrânia), criando inaceitáveis ameaças de caráter estratégico para nós, deve saber que nossa resposta (...) será fulminante", declarou Putin, em uma sessão no Parlamento russo.

Seu governo, acrescentou, vai recorrer ao seu mais moderno armamento.

    "Dispomos das ferramentas para isso, das quais ninguém mais pode ostentar. Nós não faremos alardes, (mas) as usaremos, em caso de necessidade. E quero que todos saibam", prosseguiu.

Putin destacou em várias ocasiões a modernização do armamento russo, com arsenais de mísseis hipersônicos e com o míssil balístico intercontinental Samart, que foi testado com sucesso no início do mês.

Chanceler russo cita 'risco real' de guerra mundial: qual a chance de ela acontecer? Entenda

  • G1
  • 26 Abr 2022
  • 16:37h

Foto: Maxim Shemetov / Pool / AFP

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, subiu o tom das ameaças em uma entrevista.

Incomodado com as doações de armas e munição à Ucrânia por países ocidentais, ele afirmou na segunda-feira (25) que a perspectiva de uma guerra mundial nuclear é inaceitável para a Rússia, mas que os riscos aumentaram porque a Otan “engajou-se em uma guerra com a Rússia 'por procuração' e está armando o ‘procurador’”.

“Os riscos são bem consideráveis”, ele afirmou em uma entrevista com a TV estatal russa.

“Não quero que isso seja retratado com uma proporção excessiva, mas o perigo é sério, real, não deve ser subestimado”, afirmou Lavrov.

Qual é a chance real de uma guerra nuclear?

Em 14 de abril, o chefe da CIA, William Burns, declarou que a ameaça representada pelo “uso potencial de armas nucleares táticas" ou de "baixa potência" pelo presidente russo, Vladimir Putin, em caso de desespero diante dos fracassos de seu exército, deveria ser levada a sério.

Àquela altura, no entanto, ele disse que os americanos não viam nenhum sinal concreto, como deslocamentos ou ações militares que pudessem aumentar as preocupações.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou em março que a perspectiva de uma guerra nuclear havia voltado a ser uma possiblidade.

De acordo com um texto do "New York Times", o receio dos especialistas é que um desentendimento ou uma provocação mais severa faça com que algum dos lados responda de forma desproporcional, e perca-se o controle.

A guerra na Ucrânia aumenta esse risco ao maior nível que o mundo já viveu desde a crise dos mísseis de Cuba e, de acordo com os especialistas ouvidos pelo jornal, de forma ainda mais perigosa.

    " A chance se uso de armas nucleares é muito baixa, mas não é zero. É real, e pode aumentar, essas coisas podem acontecer", disse ao jornal americano Ulrich Kühn, um estrategista da Universidade de Hamburgo, Alemanha.

Rússia testa míssil intercontinental com capacidade nuclear

  • G1
  • 20 Abr 2022
  • 17:34h

Foto: Ministério da Defesa da Rússia/via AFP

A Rússia anunciou nesta quarta-feira (20) que testou seu novo míssil balístico intercontinental Sarmat. Essa arma estratégica tem capacidade nuclear e o presidente russo, Vladimir Putin, disse que, por não ter igual no mundo, que dará motivos para "pensar duas vezes" àqueles que tentam ameaçar a Rússia.

Putin apareceu na TV recebendo informações de membros das Forças Armadas de que o míssil foi lançado de Plesetsk, no noroeste do país, e atingiu os alvos na península de Kamchatka, no extremo leste russo.

    "Trata-se de uma arma única, que reforçará o potencial militar das nossas Forças Armadas, vai garantir a segurança da Rússia contra as ameaças externas e vai fazer aqueles que ameaçam nosso país com uma retórica desenfreada e agressiva pensarem duas vezes", declarou Putin, após o anúncio televisivo do teste balístico.

Em um comunicado, o Ministério da Defesa da Rússia disse que o Sarmat foi disparado de um lançador de silo às 15h12, horário de Moscou e as ogivas de treinamento atingiram um local de teste em Kamchatka, no Oceano Pacífico, a uma distância de quase 6.000 km (3.700 milhas).

“O Sarmat é o míssil mais poderoso com o maior alcance de destruição de alvos do mundo, o que aumentará significativamente o poder de combate das forças nucleares estratégicas de nosso país”, afirmou o ministério.

Segundo Putin, o Sarmat é capaz de "derrotar todos os sistemas antiaéreos modernos". Esta arma faz parte de uma série de outros mísseis apresentados em 2018 como "invisíveis" por Vladimir Putin. Entre eles estão os mísseis hipersônicos Kinjal e Avangard.

Em março, Moscou afirmou ter utilizado o Kinjal pele primeira vez contra alvos na Ucrânia.

A distância atingida pelo míssil é de, aproximadamente 5.800 km, ou seja, esse é um número superior à distância que existe entre o extremo sul e o extremo norte brasileiro (aproximadamente 4.100 km).

    "O novo complexo tem as mais altas características táticas e técnicas e é capaz de superar todos os meios modernos de defesa antimísseis. Não tem nada igual no mundo e não terá por muito tempo", disse Putin.

Segundo informações do Ministério da Defesa da Rússia, o lançamento aconteceu às 15h12 no horário de Moscou (9h12 no horário de Brasília). O órgão russo também afirmou que ele irá substituir o sistema de mísseis Voyevoda.

Presidente peruano quer castração química para estupradores

  • G1
  • 18 Abr 2022
  • 20:15h

Foto: Reuters/Sebastian Castañeda/Pool

O presidente do Peru, Pedro Castillo, afirmou nesta segunda-feira (18) que irá apresentar ao Congresso do país, ainda nesta semana, um projeto de lei que autoriza a castração de estupradores.

Em um pronunciamento a apoiadores, Castillo disse que a punição seria em decorrência de "um clamor popular", mas a proposta enfrenta resistência dentro do seu próprio governo.

Alfonso Chávarry, ministro do Interior, discordou do presidente e disse, em entrevista coletiva, que a proposta "tem que ser reavaliada" e que não poderia ser aplicada "sem ter um estudo".

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, comentou anteriormente sobre o assunto da castração de estupradores, sem relação com a proposta peruana.

"O estupro é um crime monstruoso, os criminosos têm que ser punidos, mas pena de morte e tortura não são a resposta", disse Bachelet em outubro de 2020.

O que defende Castillo?

O governo do presidente peruano Pedro Castillo vai apresentar nesta semana uma proposta ao Congresso do Peru que autoriza a castração química para estupradores.

A iniciativa foi anunciada pelo presidente após a divulgação de um caso da semana passada em que uma criança de 3 anos foi sequestrada e estuprada por um homem, que gravou o ataque.

Segundo Castillo, a proposta, que ainda não foi apresentada formalmente ao Congresso, prevê a punição de agressores de menores de idade, adolescentes e mulheres.

Violência sexual no Peru

A violência sexual é um problema grave no Peru, com uma estimativa de que 15 menores sejam estuprados por dia, de acordo com o Ministério da Mulher.

Além disso, ao menos 10 mil dos condenados em prisões do Peru cumprem pena por crimes sexuais, que são – depois de roubos e delitos – os mais cometidos no país.

As estimativas oficiais apontam para que, do total de vitimas de estupros no Peru, ao menos 76% seja de menores de idade.

Brasil defenderá diálogo com Putin no G20, após Rússia pedir apoio em carta

  • por Fabrício de Castro | Folhapress
  • 15 Abr 2022
  • 14:23h

Foto: Alan Santos / PR

O Ministério da Economia vai defender uma posição de diálogo com a Rússia nas discussões do G20 (grupo das 20 maiores economias globais), do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial. A postura será adotada pelo ministro Paulo Guedes nas reuniões das três organizações que acontecerão na próxima semana, em Washington, nos Estados Unidos. Guedes embarca para lá no domingo (17).
A Rússia tem sofrido sanções de diversos países após ter invadido a Ucrânia e começado uma guerra no país.

Em carta enviada a Guedes nesta semana, o país pediu apoio do Brasil para evitar acusações políticas e supostas tentativas de discriminação em organismos multilaterais. A carta chegou justamente na semana que antecede os encontros do G20, do FMI e do Banco Mundial.

De acordo com o secretário de Assuntos Econômicos Internacionais do Ministério da Economia, Erivaldo Gomes, o entendimento no ministério é de que as "pontes" construídas entre os países na área econômica não podem ser destruídas. A visão é de que seria preciso evitar "atitudes emocionais" no atual momento.

"Romper canais de comunicação, a gente vê como uma maneira de você não ter como discutir o problema e buscar as soluções. Independentemente de quem seja, queremos que canais de comunicação estejam funcionando", afirmou.

Desde o início das hostilidades no leste europeu, o governo brasileiro tem evitado confrontar o governo de Moscou. O presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou o presidente russo, Vladimir Putin, em fevereiro, pouco antes do início da guerra. Na ocasião, sem citar a Ucrânia, Bolsonaro afirmou ser "solidário à Rússia".

No Brasil, com o conflito já em andamento, Bolsonaro defendeu uma posição neutra em relação à Rússia. Ao mesmo tempo, o Itamaraty apoiou, no início de março, resolução contra a Rússia na Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

Mais recentemente, em votação que decidiu pela suspensão da Rússia do CDH (Conselho de Direitos Humanos) das Nações Unidas, o Brasil optou por se abster.

Guedes estará em Washington entre 17 e 23 de abril, para reuniões do G20, do FMI e do Banco Mundial. Ele e outros membros do ministério também se encontrarão com investidores e terão encontros bilaterais com representantes de outros países.

Nesse período, mesmo que a guerra entre Rússia e Ucrânia permeie as conversas, a equipe econômica diz que não tratará especificamente das sanções impostas à Rússia pelos Estados Unidos e por países europeus.

A avaliação é de que Guedes não deve entrar no assunto, que seria da alçada da política internacional, sob responsabilidade do Ministério das Relações Exteriores.

Em Washington, o ministério prevê discussões sobre o problema das cadeias globais de transporte e do custo dos fertilizantes, em função da guerra.

Haverá ainda debates sobre os efeitos econômicos da pandemia, o custo da energia e a segurança alimentar nos países. No Banco Mundial, um dos temas será a dívida pública nos países.

Guedes tentará posicionar o Brasil como uma "solução" e um "porto seguro" para investidores. O discurso é de que o país fez o "dever de casa" das reformas e, por isso, se tornou mais resistente a turbulências, como a atual.

A defesa do Brasil como um porto seguro para investimentos vem sendo feita pela equipe econômica desde o início da guerra. A intenção é mostrar que o Brasil estaria preparado para receber eventuais fluxos de recursos que, antes, estavam aplicados em outras regiões, inclusive na Rússia.

Os dados do Banco Central mostram que em 2021, apesar da pandemia do novo coronavírus, o Brasil recebeu US$ 46,4 bilhões em IDP (Investimento Direto no País) — investimentos considerados produtivos, feitos em novas fábricas ou em empresas já em funcionamento. A cifra, no entanto, ainda está abaixo do verificado antes da pandemia: em 2019, foram US$ 69,2 bilhões.

O Ministério da Economia também vai defender nos encontros em Washington que o Brasil é a solução para a segurança alimentar dos países.

Segundo o ministério, o país, que já é um grande fornecedor de alimentos para o mundo, pode se tornar ainda mais importante na área neste momento de turbulência global.

A guerra entre Rússia e Ucrânia tem elevado os preços de commodities exportadas pelo Brasil, como soja e milho. Neste aspecto, a balança comercial brasileira tem se beneficiado das cotações mais altas.

O problema é que, por outro lado, estes produtos também são consumidos no mercado interno. Isso se reflete em preços mais elevados nos supermercados.

Os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que, nos 12 meses até março, o óleo de soja subiu 23,75% no mercado interno, o milho em grão teve alta de 23,36% e o frango inteiro (muito dependente do preço do milho) ficou 16,11% mais caro.

Mudança histórica: Finlândia e Suécia discutem entrada na Otan

  • Jornal Nacional
  • 14 Abr 2022
  • 08:26h

(Reprodução/Jornal Nacional )

A invasão da Ucrânia pode precipitar a entrada de duas nações europeias militarmente neutras na aliança militar do Ocidente. As primeiras-ministras da Finlândia e da Suécia discutiram este assunto nesta quarta-feira (13) em Estocolmo.

As duas primeiras-ministras representam a maioria. Elas chegaram no encontro sabendo que as populações da Finlândia e da Suécia agora preferiam entrar na Otan.

Não faz muito tempo, os dois países achavam que a neutralidade era o melhor para paz. Sanna Marin contou que a guerra na Ucrânia balançou essa percepção. A primeira-ministra explicou que a Finlândia está de “mãos dadas com a Otan desde a anexação ilegal da Crimeia”. Mas agora ficou clara a diferença entre ser um aliado e ser um parceiro. Ela avisou que a decisão sobre a candidatura sai em semanas.

A primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson, disse que ela vai tomar uma decisão com a oposição em maio. O governo sueco deixou claro que a eventual adesão seria uma reação; que a Rússia criou o problema.

Há quase 200 anos, a Suécia não entra em uma guerra. A última vez foi com os russos. A Finlândia idem. O país perdeu território para Rússia na Segunda Guerra. Os dois países dividem 1,3 mil km de fronteira. E se aceitasse os finlandeses, a Otan dobraria a linha de contato com a Rússia.

A aliança militar do Ocidente se apresenta como uma aliança defensiva, baseada no poder de dissuasão. Porque todos os aliados precisam concordar em defender os outros em caso de agressão. É um pouco como o lema dos Mosqueteiros: um por todos, e todos por um.

A aliança militar do Ocidente surgiu em 1949 com 12 aliados. E já na primeira década teve três adesões. A União Soviética respondeu com o Pacto de Varsóvia: uma aliança militar de países comunistas. Houve mais duas adesões na Otan antes do fim da União Soviética, em 1991. Vladimir Putin já chamou o colapso soviético de “a maior catástrofe geopolítica do século”.

Hoje, o presidente russo chefia o Conselho de Segurança da Rússia. Mas em março de 1999, ele estava sentado numa dessas outras cadeiras. Putin já tinha poder quando três antigos países comunistas viraram a casaca. Tanto que dali a cinco meses ele virou o primeiro-ministro.

Mas a dor maior foi cinco anos depois. Putin já era o presidente quando a aliança abraçou sete países de uma só vez. E três deles eram da União Soviética: Estônia, Letônia e Lituânia. Os bálticos fizeram da Otan vizinha do inimigo. Outros quatro países ainda entraram depois.

A Ucrânia foi para fila em 2008. Putin então cozinhou o rancor em fogo baixo por 14 anos. A expansão da Otan foi um dos argumentos para a Rússia invadir os vizinhos.

É provável que as adesões de Suécia e Finlândia ofendessem a Ucrânia, que literalmente batalhou para virar uma aliada.

Mas a especialista Rachel Rizzo, do Atlantic Council, explicou que os dois países nórdicos compartilham inteligência e fazem exercícios há muito tempo com a Otan.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, avisou que a entrada da Finlândia e da Suécia poderia acontecer rápido. A aliança discutiu as adesões na última reunião.

O governo russo alertou que a entrada da Finlândia e da Suécia na aliança militar seria uma ameaça direta à Rússia. O porta-voz deixou claro que a Europa não teria estabilidade. O Kremlin avisou que teria que “reequilibrar a situação” à maneira russa.