oram encontrados cerca de 126 metros cúbicos de madeira no local — Foto: Reprodução/TV Bahia
Um terreno desmatado de cerca de sete hectares, o que equivale a sete campos de futebol, foi descoberto em uma área de proteção ambiental da cidade de Ibicoara, na Chapada Diamantina, no último fim de semana. Segundo informações da Secretaria de Meio Ambiente e da Companhia Independente de Polícia e Proteção Ambiental da cidade, a fiscalização chegou à área desmatada após de denuncias de incêndios no local, que fica a cerca de cinco quilômetros da zona urbana da cidade. Aproximadamente 126 metros cúbicos de madeira foram encontrados no local e, segundo a prefeitura, o material será doado. A administração municipal acredita que o local teria sido desmatado para uma plantação irregular de café. Ainda segundo a prefeitura de Ibicoara, a área desmatada fica dentro de uma propriedade privada. Os proprietários estão sendo procurados.
Diante das projeções de que o mundo enfrentará um déficit de 40% de água até 2030, segundo afirma principal relatório da Unesco para a sustentabilidade da água, o mercado financeiro já começa a se movimentar para investir no segmento.
Reportagem da Exame Invest, nesta semana, a água começou a ser negociada por meio de contratos de futuros na Bolsa Mercantil de Chicago (CME, na sigla em inglês). Cada contrato representa 10 acre-pés de água, ou 12334,8 metros cúbicos e sua liquidação será com base no índice Nasdaq Veles California Water, que tem seu valor definido pelos preços praticados nos cinco principais mercados de água da Califórnia.
É nesse contexto que a Itaú Asset lançou o fundo ESG H2O Ações. Voltado para o mercado global de água, o fundo terá participação em 50 empresas do segmento por meio do ETF iShares Global Water UCITS (IH2O). Listado na bolsa de Londres, o ativo acumula 39,5% de alta desde 2018 – e somente neste ano subiu 7%.
“O fundo vai olhar para dois grupos: um de serviços de água e infraestrutura e o outro de equipamentos e materiais de água. Não é só serviço de abastecimento. É todo o ecossistema de água, até para a tese de investimento ser diversificada”, afirma Victor Vietti, superintendente de recomendação do Itaú Unibanco.
“Nós sabemos que a água doce é um bem cada vez mais escasso e é de se esperar que empresas que se relacionem de forma positiva com o ecossistema da água consigam se beneficiar desse ambiente”, diz Renato Eid, diretor de estratégia beta e integração ESG da Itaú Asset.
Eid conta que a ideia inicial é tomar exposição a esse mercado por meio de ETF, mas não descarta a possibilidade de o fundo passar a investir em contratos futuros de água. “Se fizer sentido a tese de investimento, não tem por que não.”
A taxa mínima de aplicação no fundo é de 1 real. Mas, como é livre para investir até 100% do patrimônio no mercado internacional, é, por questões regulatórias, dedicado a investidores qualificados, com mais de 1 milhão de reais em investimentos. Sua taxa de administração é de 0,9%, sem taxa de performance.
Ao analisar as imagens capturadas em câmera lenta foi possível desvendar alguns mistérios | Foto: Elias Rosal/Instagram
Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com colegas dos Estados Unidos, Inglaterra e da África do Sul, registraram pela primeira vez a ramificação e a formação de estruturas luminosas por raios.
Ao analisar as imagens capturadas em câmera lenta – super slow motion – , eles conseguiram desvendar por que os raios se bifurcam e algumas vezes, na sequência, formam estruturas luminosas interpretadas pelos olhos humanos como objetos piscantes.
Os resultados do estudo, apoiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), foram publicados na revista Scientific Reports.
“Conseguimos fazer a primeira observação óptica desses fenômenos e com isso encontrar uma possível explicação sobre por que os raios se bifurcam e piscam”, diz o pesquisador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Inpe e coordenador do projeto, Marcelo Magalhães Fares Saba.
Os pesquisadores registraram por meio de câmeras digitais de vídeo de alta velocidade mais de 200 raios ascendentes – que partem de estruturas altas na superfície e se propagam em direção às nuvens – durante tempestades de verão em São Paulo e em Dakota do Sul, nos Estados Unidos, entre 2008 e 2019.
Os raios ascendentes foram disparados por outras descargas elétricas, seguindo o padrão de formação desse tipo de raio menos comum que os descendentes – que descem das nuvens e tocam o solo – descrito pelo mesmo grupo de pesquisadores do Inpe em um estudo anterior.
“Os raios ascendentes são iniciados a partir da ponta de uma torre ou para-raios de um edifício alto, por exemplo, em consequência da perturbação do campo elétrico da tempestade causada por um raio descendente que ocorra a uma distância de até 60 quilômetros”, explica Saba.
Embora as condições de observação tenham sido muito semelhantes, foram observadas formações de estruturas luminosas em apenas três raios ascendentes, registrados nos Estados Unidos. Esses três raios ascendentes eram formados por uma descarga líder positiva, que se propaga em direção à base da nuvem.
“A vantagem de registrar imagens desses raios para cima é que é possível visualizar toda a trajetória dos líderes positivos, desde o solo até a base da nuvem. Uma vez dentro da nuvem já não é possível observar a descarga”, ressalta o pesquisador.
Os pesquisadores constataram que na extremidade da descarga líder positiva existia outra descarga mais tênue com uma estrutura parecida com a de um pincel.
“Observamos que essa descarga, chamada de pincel corona, pode se bifurcar e definir a trajetória do raio e a sua ramificação”, afirmou Saba.
Quando a ramificação é bem-sucedida, o raio pode seguir à direita ou à esquerda. Quando a ramificação não é bem-sucedida, a descarga corona pode dar origem a segmentos de comprimento muito curto e tão brilhantes quanto o raio.
Esses segmentos aparecem pela primeira vez alguns milissegundos após a divisão do pincel corona e pulsam conforme o raio se propaga em direção às nuvens, revelaram as imagens. “As piscadas são repetidas tentativas de inicialização de uma ramificação que falhou”, diz Saba.
De acordo com o pesquisador, essas “piscadas” podem explicar por que os raios costumam apresentar várias descargas. Mas essa teoria ainda precisa ser comprovada. Por Elton Alisson, da Agência Fapesp.
O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), através da Unidade Regional (UR) de Vitória da Conquista/BA, realizou uma operação de combate ao desmatamento ilegal de Mata Atlântica e carvoarias ilegais, na região dos municípios de Cândido Sales e Encruzilhada. “A gente vinha recebendo muitas denúncias de comércio ilegal de carvão nesses municípios. Por isso, resolvemos verificar as informações pessoalmente através de uma operação técnica, com o apoio da Polícia Militar. Chegando lá, identificamos a atividade ilegal, e, prontamente, tomamos as medidas necessárias para combatê-la, visando minimizar os impactos de desmatamento e do comércio ilegal de madeira nativa”, relata o coordenador da UR de Vitória da Conquista, Glauber Guerra. Com o apoio da Polícia Militar, o Instituto destruiu 41 fornos que eram utilizados para a produção ilegal de carvão, cada um com a capacidade de queimar quatro metrosestéreo de madeira por fornada. Além disso, também foram apreendidos mais de 30 metros estéreos de madeira nativa em forma de lenha e flagrados mais de 100 hectares de mata atlântica, um bioma altamente sensível e que possuem pouquíssimos remanescentes de vegetação nativa, a qual foi suprimida ilegalmente.
Na última quarta-feira (2), um incidente provocou um deslocamento de material localizado na área de estoque da barragem de rejeitos | Foto: Divulgação/MP-BA
O Ministério Público Estadual (MP-BA), por meio do promotor de Justiça Pablo Almeida, recomendou à empresa JMC – Yamana Gold, responsável pela barragem de rejeitos na cidade de Jacobina, onde ocorreu um incidente na última quarta-feira (2), que apresente, no prazo de 60 dias, um modelo conceitual de rompimento hipotético da parede secundária da barragem, bem como a mancha de rejeitos respectiva.
O incidente na última quarta-feira provocou o escorregamento de terra na área de estoque da barragem de rejeitos. “Visualmente algumas estruturas da empresa estariam na aparente rota de rompimento lateral, o que precisa ser apurado, eis que eventual escorregamento nesta região levanta a possibilidade de uma situação hipotética de um rompimento diferente daquele projetado em modelo conceitual, devendo ser feitas as modificações devidas no Plano de Ação de Emergência e demais estudos relacionados”, destacou o promotor de Justiça Pablo Almeida.
O promotor explicou que é necessária essa análise hipotética com o intuito de verificar se a área da empresa onde estão os trabalhadores da barragem eventualmente poderia ser afetada por um rompimento da parede secundária.
“Os estudos feitos pela empresa foram realizados somente na parede principal, o que é bastante preocupante. Por isso precisamos de um estudo de topografia e de curva de níveis para identificarmos se as rotas de fugas e pontos de encontro, em casos de acidente de barragem, seriam afetados”, ressaltou Pablo Almeida.
Na manhã dessa quinta-feira (3), o promotor de Justiça realizou uma inspeção no local do incidente. Ele explicou que, por conta da falta de energia ontem na barragem, a empresa não conseguiu disponibilizar durante a inspeção os dados de instrumentação, como leituras de piezômetro (equipamento utilizado para medir a pressão dos fluidos ou a compressibilidade de substâncias sujeitas a pressões elevadas), dados de pluviosidade, vazão de dreno de fundo, dentre outros. “Mais uma falha que se relaciona a outra deficiência de sistema de backup de energia num setor tão importante e sensível de mineração”, afirmou Pablo Almeida.
No documento, o MP-BA recomendou ainda que a empresa, no prazo de cinco dias, instale, pelo menos, dois piezômetros na região baixa, onde ocorreu o escorregamento, sendo preferencialmente um digital e um manual, apresentando no prazo máximo de dez dias, depois 30 dias, depois 60 dias, as primeiras leituras; que, no prazo de 60 dias, realize o desassoreamento completo dos corta-rios das barragens B1 e B2; e apresente projeto para mudança do corta-rio, de forma a garantir o fluxo do rio, no prazo de 60 dias.
Além disso, a empresa JMC deve, no prazo de 60 dias, disponibilizar ao escritório das barragens B1 e B2 backup de energia para hipótese de falta ou manutenção elétrica, instalação de internet e telefone via satélite.
Um levantamento do Instituto Trata Brasil, organização que monitora avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país, apontou que a Bahia precisa aumentar em 3,24 vezes o valor do investimento médio anual em saneamento básico, para conseguir atingir as metas da Lei do Saneamento Básico, sancionada em julho.
As metas estabelecem que o Brasil precisa chegar a 2033 com 99% de sua população atendida com água tratada e com 90% coleta e tratamento de esgoto.
Segundo os dados do estudo, que usou dados de investimento e atendimento de água e esgoto do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), a meta de investimento do Plansab e do diagnóstico realizado pelo consórcio formado pela Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto e a companhia holandesa Klynveld Peat Marwick Goerdeler (ABCON-KPMG), mantido o atual patamar anual de investimento, apenas o Distrito Federal, São Paulo e Paraná atingirão as metas.
Na Bahia, o estudo aponta que, até 2018, 82% do estado era atendida com água tratada e 40% com esgoto.
O levantamento destaca ainda que o investimento médio anual em água e esgoto no estado, entre 2014 e 2018, foi de R$ 603 milhões e que, para atingir a meta, a Bahia precisará ter uma média anual de R$ 2,012 bilhões entre 2019 e 2033.
Além de DF, SP e PR, em outros sete estados, o estudo aponta que a média histórica de investimentos é relevante, mas abaixo do previsto para a universalização: Pernambuco, Roraima, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Sergipe.
O grupo no qual a Bahia está inclusa, junto com outros 15 estados, o estudo aponta que a média de investimentos está muito abaixo da prevista para que a meta seja atingida. Os estados são Acre, Ceará, Piauí, Maranhão, Rondônia, Pará, Amazonas, Goiás, Tocantins, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Paraíba e Alagoas.
A necessidade de ampliação de investimentos é maior no Amapá: no estado, o estudo estima que o investimento precisa ser ampliado em 18,43 vezes para atingir a meta de universalização até 2033, passando dos R$ 6 milhões anuais investidos em média entre 2014 e 2018 para R$ 141 milhões.
Ventos poderão chegar a até 65 km/h, com rajadas, além de ondas em alto-mar com altura de até 4 metros | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Um ciclone de características subtropicais começou a ser formado na noite de domingo (25) no Oceano Atlântico e pode provocar tempestades fortes nos litorais da Bahia, Rio de Janeiro e Espírito Santo até a terça-feira (27). O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta informando que os ventos poderão chegar a até 65 km/h, com rajadas, além de ondas em alto-mar com altura de até 4 metros.
Segundo a nota do Inmet, na segunda e na terça-feira, o nível de chuva pode variar entre 80 e 100 milímetros e atingir também a região centro-leste de Minas Gerais, incluíndo a capital Belo Horizonte.
De acordo com o UOL, no sábado (24), a Agência Nacional de Mineração (ANM) alertou o estado de Minas para a possibilidade de deslizamentos e precipitações em três barragens com nível de emergência 3, que é o mais alto, nos municípios de Ouro Preto, Nova Lima e Barão de Cocais.
“As condições de tempo severo estão sendo previstas, preliminarmente, por modelos numéricos globais”, diz a nota, emitida pelo Inmet em parceria com a Marinha do Brasil, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/Inpe) e o Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica da Força Aérea Brasileira (Cimaer/FAB). Os órgãos alertam ainda que os navegantes devem checar as condições antes de saírem ao mar.
O termo indústria 4.0 foi cunhado pela primeira vez na Alemanha, em 2011, para descrever como as inovações tecnológicas estão transformando a produção industrial no mundo todo, por meio da informatização da manufatura de produtos. O conceito é conhecido também como revolução 4.0 – ou o que podemos chamar de Quarta Revolução Industrial. A indústria 4.0 é uma revolução digital, movida por tecnologias como internet móvel, inteligência artificial, automação, machine learning e aperfeiçoamento de sensores, tornando-os menores e possibilitando a chamada "Internet das Coisas". Muitas pessoas argumentam que grande parte dessas tecnologias surgiu durante a Terceira Revolução Industrial. No entanto, o aperfeiçoamento cada vez maior dessas inovações é o que caracteriza a indústria 4.0. Esse aperfeiçoamento, combinado a outras inovações recentes, levou ao surgimento de possibilidades que, no passado, não teriam sido sequer imaginadas.
Revoluções industriais na história
Antes de se aprofundar no conceito e nos fundamentos da indústria 4.0, confira o percurso dos processos de manufatura ao longo da história – ou seja, como ela evoluiu do século 18 até a contemporaneidade.
Primeira Revolução Industrial
A Primeira Revolução Industrial aconteceu em meados do século 18. Nesse período, a manufatura iniciou um processo de passagem do trabalho manual, realizado por pessoas e auxiliado por animais, para uma forma mais otimizada de trabalho. A indústria passou a adotar o uso de motores a vapor, água e outros tipos de máquinas e ferramentas que auxiliavam o trabalho humano.
Segunda Revolução Industrial
No início do século 20, o mundo entrou em uma Segunda Revolução Industrial, com a introdução do aço e da eletricidade nas fábricas. O uso de eletricidade permitiu aos fabricantes aumentar sua eficiência e aprimorar o funcionamento das máquinas fabris. Foi nesse período que os conceitos de produção em massa, como linha de montagem, foram introduzidos para elevar a produtividade.
Terceira Revolução Industrial
A Terceira Revolução Industrial teve início no final da década de 1950, à medida que os fabricantes começaram a incorporar mais tecnologia eletrônica – e, eventualmente, de computadores – nas fábricas. Durante esse período, os processos de produção fabris passaram a dar menos ênfase à tecnologia analógica ou mecânica e mais ênfase às tecnologias digitais e automatizadas.
Quarta Revolução Industrial (ou indústria 4.0)
A indústria 4.0 prioriza as tecnologias digitais mais recentes nos processos de manufatura, elevando a níveis jamais vistos a interconectividade, o acesso a dados em tempo real e a introdução de sistemas ciberfísicos nas fábricas. A indústria 4.0 afeta toda a cadeia de produção, oferecendo uma abordagem mais abrangente, interligada e holística para a manufatura, conectando o físico ao digital e permitindo maior colaboração entre departamentos, parceiros, fornecedores, produtos e pessoas na indústria. Além disso, as fábricas inteligentes podem aprimorar processos e, assim, impulsionar seu crescimento.
Os 9 pilares da indústria 4.0
Inteligência artificial e robótica
Além de reduzir os custos de produção, máquinas e robôs inteligentes melhoram o desempenho e a produtividade nas empresas, poupando mão de obra, porque se responsabilizam pela execução de tarefas que não exigem interferência humana. No futuro, a indústria 4.0 prevê que máquinas e robôs com inteligência artificial serão capazes de interagir entre si e com as pessoas, tornando-se mais flexíveis e cooperativos.
Análise de dados
Por meio da análise e da gestão de enormes quantidades de dados, é possível aumentar o desempenho e otimizar processos industriais, com redução de consumo energético e falhas na qualidade dos processos. A leitura de dados na indústria 4.0 permite uma visualização melhor do cenário da empresa e tomadas de decisão mais acertadas.
Simulação
Na indústria 4.0, a simulação computacional é utilizada em plantas industriais para análise de dados em tempo real, aproximando os ambientes físico e virtual. A simulação também é utilizada para aperfeiçoar configurações de máquinas e testar produtos e processos antes que eles sejam aplicados na realidade, otimizando recursos, melhorando a performance e proporcionando mais economia às empresas.
Integração de sistemas
Nem todos os sistemas são totalmente integrados ainda. No entanto, a indústria 4.0 propõe maior sinergia entre sistemas, garantindo uma gestão integral de experiência, para que as cadeias de valor sejam de fato automatizadas.
Internet das Coisas (IoT)
A Internet das Coisas é a conexão entre rede de objetos físicos, ambientes, veículos e máquinas, por meio de dispositivos eletrônicos. Na indústria 4.0, esse recurso garante maior eficácia na coleta e na troca de informações. Na indústria de produtos e serviços, a Internet das Coisas integra tecnologias por meio de uma rede baseada em IP.
Com o aumento da conectividade na indústria 4.0, a necessidade de proteger sistemas e linhas de manufatura contra ameaças à segurança aumentou significativamente. Por isso, comunicações seguras e confiáveis, bem como gerenciamento sofisticado de identidades e acesso a máquinas, são essenciais para impedir transtornos na produção.
A computação em nuvem se refere à prática de usar servidores remotos interconectados e hospedados na internet para armazenamento, gerenciamento e processamento de informações. Essa prática oferece recursos que possibilitam reduzir custos, otimizar o tempo e aumentar a eficiência na execução das tarefas.
A indústria 4.0 usa esse recurso para criar protótipos e produzir componentes individuais. O conceito é conhecido também como impressão em 3D. Na indústria 4.0, os métodos de manufatura aditiva serão amplamente empregados para produzir pequenos lotes de produtos, que oferecem vantagens de construção e desenhos complexos.
Os sistemas baseados em realidade aumentada oferecem suporte a uma série de serviços, como a seleção de peças em um depósito e o envio de instruções de reparo por meio de dispositivos móveis. Esses sistemas estão só começando, mas, no futuro, as empresas utilizarão a realidade aumentada para fornecer aos trabalhadores informações em tempo real que melhorem a tomada de decisões e os processos de trabalho.
A humanidade tem dois grandes desafios no mundo contemporâneo: cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e se adaptar às inovações da indústria 4.0. Ambos os desafios exigem uma mudança radical de mentalidade e a tomada de atitudes inovadoras, que sejam capazes de solucionar problemas de forma rápida e eficaz. A boa notícia é que os dois podem se ajudar mutuamente.
As vantagens e desvantagens da indústria 4.0 vêm sendo discutidas entre pesquisadores e organizações. Essas discussões abrangem desde o desemprego até a desigualdade social – e abordam também a preocupação com meio ambiente. Da mesma maneira que são capazes de ajudar a reduzir os impactos ambientais, as novas tecnologias também podem representar um desafio para o desenvolvimento sustentável. Tudo depende de como as indústrias e empresas lidam ou lidarão com elas no futuro.
O potencial de impacto das novas tecnologias no meio ambiente ainda é desconhecido. Os ODS foram elaborados como uma resposta ao crescente impacto negativo do nosso modo de vida no planeta. No entanto, eles apenas definem o que se deve fazer, mas não como devemos fazer. O “como” será definido pelas escolhas que fizermos na adoção de tecnologias da indústria 4.0.
A mais desejável das soluções deve ser usar os conceitos da indústria 4.0 como um instrumento para cumprir os ODS. Ao encontrar resoluções para problemas ambientais, como as mudanças climáticas, as inovações também devem ser usadas para reverter processos de degradação ambiental e garantir desenvolvimento sustentável de longo prazo em todo o planeta.
Os recursos que a indústria 4.0 oferece podem facilitar uma série de ações que beneficiem o meio ambiente. Entre outras coisas, eles possibilitam reduzir o consumo de papel e de cartuchos ou toners de impressoras na empresas. Confira outras atitudes sustentáveis que as empresas podem adotar na era da indústria 4.0.
Reciclagem de eletrônicos
Exploração dos recursos vegetais de florestas e matas de forma controlada, garantindo replantio
Preservação de áreas verdes
Ações de incentivo à produção e ao consumo de alimentos orgânicos, que não agridem a natureza e são benéficos à saúde
Exploração dos recursos minerais de forma controlada, racionalizada e com planejamento
Uso de fontes de energia limpas e renováveis (eólica, geotérmica e hidráulica) para diminuir o consumo de combustíveis fósseis
Criação de atitudes pessoais e empresarias voltadas para a reciclagem de resíduos sólidos
Desenvolvimento da gestão sustentável nas empresas, diminuindo o desperdício de matéria-prima, e criação de produtos com baixo consumo de energia
Consumo controlado de água, evitando ao máximo o desperdício, e adoção de medidas que visem à não poluição dos recursos hídricos
Para se manterem bem-posicionadas no mercado, as empresas devem se preparar para aderir à nova mentalidade da indústria 4.0. Essa revolução prioriza não apenas a automatização e digitalização dos processos industriais, mas também o gerenciamento responsável dos recursos e dos resíduos gerados pela manufatura nas fábricas. Se utilizados com sabedoria, os conceitos e as ferramentas da indústria 4.0 podem grandes aliados da humanidade na preservação do planeta.
Uma área florestal em Andaraí, na Chapada Diamantina, foi atingida por um incêndio. Equipes do Corpo de Bombeiros seguem no trabalho de contenção do fogo nesta quarta-feira (7). Segundo o G1, as primeiras chamas começaram a ser vistas na manhã desta terça-feira (6). A secretaria municipal de Turismo e Meio Ambiente informou que o fogo se alastrou durante o dia e chegou até o limite com o município de Mucugê. Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, as regiões afetadas são o Capa Bode, o Parque Nacional da Chapada Diamantina e o Parque Municipal de Andaraí. Além dos bombeiros, trabalham na contenção do fogo equipes do Prev Fogo, ICMbio [Instituto Chico Mendes de Biodiversidade] e brigadistas da região. Até o momento não se sabe a causa do incêndio. Também não há registro de feridos.
Senador defende relação com os Estados Unidos, mas com independência | Foto: Brumado Urgente Conteúdo
O senador Jaques Wagner (PT-BA) utilizou as redes sociais na manhã desta segunda-feira (21) para criticar o monitoramento que o Departamento Americano está fazendo da Venezuela, a partir da fronteira com Roraima. O petista defendeu a relação com os Estados Unidos, mas pediu independência.
“Não somos base dos EUA! Não precisamos macular nossas relações com os EUA nem com os vizinhos da América do Sul. É um absurdo que esse monitoramento esteja sendo admitido, transformando o Brasil num quintal americano. Queremos uma relação com os EUA com independência”, escreveu.
Wagner também anunciou que propôs um voto de censura à visita do departamento, “por considerar a forma inapropriada como essa visita foi feita, fora de tempo, fora de lugar, usando o nosso solo nacional para ameaçar o povo venezuelano”.
“Melhor faríamos nós, brasileiros, se designássemos uma comissão que fosse aceita pelo governo venezuelano para acompanhar o que vai acontecer nas eleições. Melhor do que ficar torcendo para que o caos se instale por lá e a gente depois não consiga sequer poder opinar”, concluiu.
A MetSul Meteorologia adverte para uma massa de ar polar enorme e muito intensa que vai atingir praticamente a metade do território brasileiro e grande parte da América do Sul nesta semana com potencial de ser um evento histórico de frio e neve. Verdadeira bolha de ar antártico avançará pela Argentina e vai atingir pela sua trajetória continental o Sul, o Centro-Oeste, o Sudeste e parte do Norte do Brasil, além de Paraguai, Bolívia, Uruguai, Peru e mesmo Equador, Colômbia e Venezuela. Assim, a influência do ar frio, mesmo que modesta, deve atravessar a linha do Equador e chegar ao Hemisfério Norte, onde é verão.Massas de ar frio fortes ocorrem virtualmente quase todos os anos no Sul do Brasil, mas esta será excepcionalmente forte e abrangente para a segunda metade do mês de agosto. A queda da temperatura será sentida a partir da quarta-feira no Rio Grande do Sul e entre quinta e sexta-feira será percebida nas demais regiões brasileiras. A quinta, a sexta e o começo do sábado serão dias de muito frio no Sul do Brasil. Como a massa de ar será por demais gelada, é comum que chegue com vento moderado a forte que vai trazer sensação térmica com valores muito baixos, negativos em muitas localidades.
Uma baixa polar em níveis médio da atmosfera vai atuar sobre o Sul do Brasil. Isso irá fazer com que haja nebulosidade e instabilidade com ar muito gelado em altitude, o que na análise da MetSul traz uma altíssima probabilidade de ocorrência de neve no Sul do país. Todos os modelos numéricos consultados pela MetSul apontam neve entre quinta-feira e sábado. Se há certeza do frio intenso e quase convicção que pode nevar, a dúvida no momento é onde e o quanto pode nevar.
A cada rodada, e a cada modelo, as projeções de neve são diferentes e variam bastante. Ora, muito mais abrangente e ora mais limitada aos locais tradicionais do fenômeno como os Aparados da Serra e o Planalto Sul Catarinense. O que chama atenção, porém, é que diversos modelos e em diversas rodadas de hoje e dos últimos dias indicaram que pode nevar de forma mais abrangente e em locais pouco acostumados a ver neve ou que não testemunham o fenômeno por décadas.
Os modelos nas últimas horas e dias já indicaram neve no Uruguai, perto da cidade de Buenos Aires e nas províncias argentinas de Santa Fé e Entre Rios, na maior parte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná, e até em Curitiba e no Sul do estado de São Paulo.
Saída da 0Z de sábado do modelo canadense indicando muita neve em Curitiba e até na divisa com São Paulo
Ocorre que nas rodadas seguintes não mantiveram estas tendencias. Veja o caso, por exemplo, do modelo canadense. Na saída da madrugada de hoje, indicava neve em meio Sul do Brasil e em quantidade de 25 cm a meio metro em alguns pontos. Já na rodada da tarde de hoje, apesar de indicar neve em muitos lugares, a projeção é de menos neve e em menos lugares que na projeção da madrugada.
Saída da 0Z de hoje do modelo canadense
Saída da 12Z de hoje do modelo canadense
Já o modelo do serviço meteorológico alemão rodado pela MetSul em sua rodada da tarde de hoje apontava neve em maior quantidade nas áreas tradicionais do Planalto Sul Catarinense e dos Aparados da Serra do Rio Grande do Sul, mas sinalizava o fenômeno em menor quantidade também em áreas do Norte gaúcho, como o Planalto Médio, e em pontos do Oeste e Meio-Oeste Catarinense e do Planalto de Palmas, no Paraná.
Saída das 12Z de hoje do modelo alemão
Diante deste cenário, reiteramos que a probabilidade de neve é altíssima, mas que hoje não se pode fazer responsavelmente projeções precisas de quantidade e localização do fenômeno. O que pode e deve ser informado é que deve nevar e não se descarta que forte em alguns locais, e ainda que o fenômeno possa alcançar até pontos menos acostumados ao fenômeno. Somente, porém, nos próximos dias se terá um cenário mais claro.
A neve por natureza é um fenômeno de difícil previsão e mesmo nos Estados Unida os meteorologistas encontram grande dificuldade não raro em precisar as acumulações. Anos atrás, por exemplo, a cidade de Nova Iorque foi parada totalmente por ordem da Prefeitura ao custo de bilhões de dólares por previsão oficial do Serviço Nacional de Meteorologia norte-americano que nevaria 50 cm a 75 cm, mas no fim do dia caíram poucos centímetros e o caso acabou sendo muito estudado e debatido na comunidade meteorológica e concluiu-se em diversos fóruns sobre a necessidade de se comunicar ao público e governos os diferentes cenários e as incertezas em prognósticos neste tipo de situação.
A MetSul Meteroologia destaca que fenômeno que não se descarta ainda é a ocorrência de chuva congelada e que poderia se dar até em locais até de menor altitude, mesmo ao nível do mar, porque a atmosfera estará extremamente resfriada na segunda metade da semana e este tipo de precipitação pode ocorrer com a temperatura em superfície acima de 5ºC positivos.
Como haverá mais nuvens sobre o Sul do Brasil, as mínimas entre quinta e sexta serão baixas, mas não extremas como as registradas ondas de frio mais fortes deste inverno até agora e que se deram com céu claro e ar muito seco. Por outro lado, a presença de nebulosidade deve fazer com que as máximas sejam muito baixas, o que trará dias muito frios e ainda com vento aumentando a sensação de gelo.
PO potencial histórico deste evento de frio a se confirmar não será pelas mínimas e sim pela neve se ela vier forte e em mais locais que o habitual como indicado por alguns modelos
Como é comum na presença de uma área de menor pressão atmosférica, ar seco avança a Oeste e ao Norte do sistema. Por isso, esfriará muito e com mínimas muito baixas com geada no Norte da Argentina, no Paraguai, em pontos do Centro-Oeste do Brasil e em parte do Sudeste, não se afastando geada em Minas Gerais fora das áreas de Serra como a região do Triângulo Mineiro e até no Sul de Goiás.
Projeção de geada do modelo canadense para a madrugada do dia 22
Os mapas deste boletim e outros de neve e geada estão disponíveis a qualquer hora ao assinante na seção de mapas com até quatro atualizações diárias e ao longo da semana a MetSul oferecerá novos boletins detalhados e atualizados sobre o frio, geada e neve aqui em metsul.com.
De acordo com ONS, energia produzida é quase suficiente para atender a demanda da região | Foto: Mateus Pereira/GOVBA
A Bahia é vice-líder na geração de energia eólica do Brasil, resultado que ajudou a região do Nordeste a bater novo recorde de produção no mês de agosto. De acordo com informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a energia produzida em terras nordestinas seria suficiente para atender 93,8% da demanda da região. Com essas taxas de produção de energia eólica, o Nordeste é quase autossuficiente. A produção também foi ajudada pelos fortes ventos baianos devido o inverno. Nos primeiros meses deste ano, a Bahia gerou 31% de energia eólica do país e assumiu a liderança do segmento de energias renováveis, ultrapassando o Rio Grande do Norte. Desde então, segundo a ONS, a Bahia e o Rio Grande do Norte disputam a liderança. Atualmente, a Bahia possui 170 parques eólicos em operação e mais de 1.300 aerogeradores instalados em todo o estado.
A última atualização do Monitor de Secas aponta que na Bahia a área com seca caiu de 80,97% para 75,78% entre maio e junho. Este é o menor percentual do fenômeno no estado desde agosto de 2015, quando 61,7% do território baiano registrou seca. A severidade do fenômeno também diminuiu com o recuo da área com seca moderada, que caiu de 31,01% para 17,94% entre maio e junho. A seca grave e a seca fraca estão presentes respectivamente em 3,71% e 54,13% do estado. Os acumulados de chuvas em junho na Bahia variaram entre valores abaixo de 10mm, na porção centro-oeste, e valores em torno de 250mm no litoral. Tal condição, somada à uma melhora nos indicadores de curto e longo prazo, favoreceu a uma redução da intensidade da seca (de moderada para fraca) em grande parte do centro-sul do estado. Também houve uma pequena expansão da área sem seca em parte do setor nordeste e, ainda, no extremo sul. No extremo norte, na divisa com o Piauí, ainda prevalece o núcleo de seca grave. Os impactos em todo o território baiano são somente de longo prazo.
Com as chuvas de junho, o Monitor de Secas registrou uma redução das áreas com o fenômeno em sete estados: Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Por outro lado, houve o aumento das áreas com o fenômeno em cinco estados: Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em Tocantins a área se manteve estável. No caso do Rio de Janeiro, que entrou no Mapa do Monitor em junho, foi registrada seca pela primeira vez no estado. Assim como aconteceu em maio, no mês passado todas as 15 unidades da Federação apresentaram partes de seus territórios sem registros de seca.
Em cinco estados houve a redução da gravidade das secas: Bahia, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Sergipe. Em Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Maranhão e Rio Grande do Norte continuam existindo somente áreas com seca fraca. Em Tocantins, a severidade do fenômeno permanece variando de fraca a grave em mudanças em relação a maio. Já no Piauí aconteceu um leve aumento da área com seca moderada, enquanto no Rio de Janeiro foi identificada uma porção com seca fraca. Como é a primeira vez que DF e Goiás constam do acompanhamento, ainda não é possível comparar a situação de ambos em relação a meses anteriores.
O mês de junho faz parte do período chuvoso no leste do Nordeste. Também integra o período seco em grande parte do centro-norte e oeste nordestino, assim como na região Centro-Oeste. De acordo com a climatologia do último mês, os maiores volumes de precipitação, com valores acima de 150mm, ocorrem no noroeste do Maranhão e no litoral leste do Nordeste. Volumes inferiores a 20mm são esperados tanto para o interior da região Nordeste quanto para maior parte de Minas Gerais, Goiás e Tocantins, além do Distrito Federal.
Em junho de 2020, precipitações com acumulados superiores a 150mm ocorreram no noroeste do Maranhão e em grande parte do litoral leste nordestino. Já as menores precipitações aconteceram no interior do Nordeste, bem como nos estados da parte central do Brasil, o que resultou na caraterização do período seco nessas áreas.
Quando analisados os últimos meses, há um predomínio de chuvas acima da média no Nordeste, o que vem contribuindo para uma contínua redução da severidade e das áreas de seca na maior parte desta região, onde agora predominam condições que variam desde sem seca relativa até seca fraca. Porém, devido à grande variabilidade das chuvas, ainda há pequenas áreas de seca com intensidade variando de moderada a grave. Toda a seca na região possui impactos somente de longo prazo.
O Monitor de Secas tem uma presença cada vez mais nacional, abrangendo quatro das cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste mais Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Tocantins, Goiás e Distrito Federal – estes dois incluídos neste mês no Mapa do Monitor. Tanto Mato Grosso do Sul quanto os três estados da região Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) já receberam treinamento e iniciaram a etapa de testes para entrar no Monitor, o que já pode acontecer nos próximos meses.
O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores de seca e nos impactos causados pelo fenômeno em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo.
O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. Na Bahia, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA) é o órgão que atua no Monitor de Secas. Por meio da ferramenta é possível comparar a evolução das secas nos 14 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido.
O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração.
Em operação desde 2014, o Monitor de Secas iniciou suas atividades pelo Nordeste, historicamente a região mais afetada por esse tipo de fenômeno climático. No fim de 2018, com a metodologia já consolidada e entendendo que todas as regiões do País são afetadas em maior ou menor grau por secas, foi iniciada a expansão da ferramenta para incluir outras regiões. Em novembro de 2018, junho de 2019, janeiro de 2020, junho de 2020 e julho de 2020 aconteceram respectivamente as entradas de Minas Gerais, Espírito Santo, Tocantins, Rio de Janeiro, Goiás e DF (estes no mesmo mês) no Mapa do Monitor.
O Monitor de Secas foi concebido com base o no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica uma seca relativa – as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região – ou a ausência do fenômeno.
Ortópteros saltadores podem causar grandes prejuízos econômicos | Foto: reprodução
Autoridades paraguaias identificaram, no país, uma “nuvem” de gafanhotos semelhante a que, no fim de junho, se formou na Argentina e chegou próxima às fronteiras com o Brasil, motivando o governo brasileiro a, na ocasião, declarar estado de emergência fitossanitária no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Embora não representem um risco direto para os seres humanos, estes ortópteros saltadores podem, em grupo, causar grandes prejuízos econômicos, devorando plantações em questões de horas. Segundo o Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Vegetal e de Sementes (Senave) do Paraguai, até a tarde de ontem (15), milhares de gafanhotos da espécie schistocerca cancellata, (também chamada de gafanhoto migratório sul-americano) se encontravam próximos ao Parque Nacional Defensores del Chaco, no estado de Boqueirão, a cerca de 300 quilômetros (km) das fronteiras com o Brasil e a Argentina.
A possibilidade dos gafanhotos se deslocarem para outras regiões colocou não só os técnicos do Senave paraguaio “em vigilância permanente”, mas também motivou o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina a reforçar o pedido para que produtores rurais e a população em geral alertem às autoridades sanitárias locais caso avistem os animais.
No Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento confirmou ter recebido dos técnicos paraguaios informações sobre a segunda nuvem de gafanhotos. A pasta informou que está monitorando a situação, mas que, no momento, não há como prever o comportamento dos animais, pois isto depende de uma série de fatores climáticos.
“No momento, as condições meteorológicas não são favoráveis à sua entrada no Brasil e, por isso, ainda não é necessário estabelecer uma emergência fitossanitária para essa nuvem”, sustenta o ministério, revelando que ocorrências do tipo já vem sendo monitoradas por especialistas de diversos países sul-americanos desde 2015. Além disso, desde o dia 23 de junho, quando foi emitido o alerta em decorrência da primeira nuvem, também os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná estão mobilizados para, se necessário, adotar as medidas de controle cabíveis.
Explosão demográfica
Conforme a Agência Brasil noticiou no dia 25 de junho, embora o surgimento de nuvens de gafanhotos tenha voltado a ganhar destaque quando a situação na Argentina ameaçava transpor as fronteiras do Brasil e do Uruguai, o fenômeno é antigo na região.
Segundo o Senasa, há muito tempo os argentinos convivem com um espantoso número de gafanhotos migratórios sul-americanos. Durante a primeira metade do século XX, a espécie “foi a praga mais prejudicial” para o setor agropecuário do país, “causando significativas perdas econômicas em cultivos e campos naturais de amplas regiões” do país.
Mesmo com este histórico, em 2017, especialistas se surpreenderam com o que classificaram como uma nova “explosão demográfica dos gafanhotos”. O que motivou a aprovação do Protocolo Interinstitucional de Gestão de Informações – o que não impediu que, dois anos depois, a Argentina tivesse que decretar emergência regional frente aos milhares de insetos provenientes do Paraguai.
Ontem, a Senasa informou que continua acompanhando milhares de animais que faziam parte da nuvem que se formou em junho e que, agora, estão agrupados próximos à cidade de Curuzú Cuatiá, a cerca de 100 km de Uruguaina (RS). De acordo com o órgão, os gafanhotos estão em uma área de difícil acesso e, nos últimos dias, têm se deslocado pouco, devido às baixas temperaturas.
A Década dos Oceanos, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), começa nesta segunda-feira (8) – Dia Mundial dos Oceanos – em todo o mundo. Diplomatas, ambientalistas e cientistas esperam que nos nos próximos dez anos a humanidade aumente o conhecimento sobre as águas que cobrem 70% do planeta e proteja melhor essa imensidão, que absorve um terço do gás carbônico produzido pela atividade humana, retém o aquecimento global e serve à subsistência direta de bilhões de pessoas. Esta segunda-feira também é o Dia Mundial dos Oceanos, instituído durante a conferência Rio-92 para promover a conservação de espécies e habitats, diminuir a poluição e a escassez de recursos por causa da sobrepesca.
“Fonte de bens e serviços que sustentam a humanidade, os oceanos são importantíssimos para o funcionamento do planeta e para o bem-estar. A gente precisa conhecer mais e cuidar mais”, defende Alexander Turra, professor titular do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) e responsável pela cátedra Unesco para Sustentabilidade dos Oceanos.
Turra, que também faz parte da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, alerta que neste momento de pandemia do novo coronavírus (Covid-19) “diminuiu o esforço de fiscalização nos oceanos”. Ele teme que o afrouxamento esteja sendo aproveitado para a sobrepesca e para a pirataria.
Em oito anos da década passada (2011-2018) ocorreu uma média de 257 casos de pirataria marítima por ano em todo o planeta, segundo o International Maritime Bureau (IMB).
Difícil vigilância
Crimes marítimos e acidentes nos oceanos podem ser de difícil investigação. Alexander Turra lembra que até hoje os brasileiros não sabem como 3.600 quilômetros do litoral, da Reserva Extrativista do Cururupu (Maranhão) até São João da Barra (Rio de Janeiro), foram atingidos por manchas de petróleo.
Por análise da composição molecular, sabe-se que o óleo foi extraído da Venezuela, mas não se sabe a causa da ocorrência da mancha, criminosa ou acidental, como vazamento de uma embarcação ou naufrágio em alto-mar.
Turra lamenta que não seja possível saber o dano total do incidente e mesmo se os efeitos já cessaram. “Visualmente, o aspecto é de melhora, porém o efeito de longo prazo ainda está sendo avaliado. A gente não sabe qual é a sua magnitude.” De acordo com dados da Marinha, foram recolhidas mais de 5 mil toneladas de óleo em 11 estados.
O pesquisador preocupa-se com a possibilidade de que “esse tipo de sinistro possa acontecer de novo”. Como forma de prevenção e controle, ele defende a pesquisa conjunta entre as universidades federais e a Marinha. Também espera que haja melhora na fiscalização do tráfego marítimo internacional, inclusive com o monitoramento da interrupção de comunicação dos navios (transponder), que impede a rastreabilidade por embarcação.