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Representatividade LGBTQIA+: Lojistas da comunidade ampliaram seus negócios online na pandemia

  • Redação
  • 28 Jun 2021
  • 18:39h

Desde o início da pandemia, empreendedores já triplicaram suas vendas online | Foto: Divulgação/Nuvemshop

Um levantamento feito pela plataforma de e-commerce Nuvemshop, identificou que 11% das lojas da plataforma são administradas por pessoas da comunidade LGBTQIA+. Desse total, 50% encontram-se na cidade de São Paulo, 8% estão no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, 6% no estado do Ceará e 5% no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A pesquisa foi realizada para celebrar o Dia do Orgulho LGBTQIA+, comemorado nesta segunda-feira (28). Outro aspecto considerado na pesquisa foi o motivo para empreender, 44,5% informaram que ter o próprio negócio era um sonho, 18,5% criaram a loja virtual para ter uma fonte de renda e 18% queriam ter mais autonomia e liberdade.

Em resposta a maior dificuldade no ramo do empreendedorismo, 39% responderam que falta crédito para quem quer começar e 34% disseram que a gestão do tempo é um grande desafio.

Thiago e Mauro são empreendedores e proprietários da Loja Mermeleia, em São Paulo. O casal está junto há 12 anos e se uniram por meio da arte. Eles contam que sempre tiveram o sonho de empreender, começaram fazendo sucos e depois passaram a produzir geleias de frutas brasileiras. 

“Antes da pandemia, vendíamos os produtos na loja física, que fechou na pandemia, feiras de pequenos produtos artesanais e empórios. Hoje, 50% das vendas são pelo e-commerce e os outros 50% pelos empórios”, conta o casal que desde o início da pandemia já triplicaram suas vendas online. 

Tatiana Rezende, CFO Global da plataforma de e-commerce Nuvemshop, é lésbica e conta que a empresa tem uma turma bastante relevante que se identifica como LGBTQIA+. “Cerca de 25% dos nossos funcionários. Então, é super importante ter alguém da comunidade em um papel de liderança”, completa.

Mistério na região: 2 jovens estão desaparecidos

  • Redação
  • 22 Jun 2021
  • 10:21h

(Fotos: Reprodução Redes Sociais)

Dois homens estão desaparecidos desde à noite do último sábado, (19), dia em que foram vistos ou mantiveram contato com amigos e familiares pela última vez. Jurandir Santos Souza, de 32 anos, que trabalha como motorista para um empresário em Gandu, teria informado que faria uma viagem para Jequié ao sair de casa.

Neuber Miranda Machado, de 35 anos, também está desparecido e ainda no sábado esteve em uma loja de som automotivo em Gandu, conforme relato do proprietário em uma postagem na rede social.

Em seguidas tentativas de contato com ambos, às ligações vão para caixa postal ou informa que está fora de área. Familiares e amigos da dupla iniciaram uma campanhas nas redes sociais para descobrirem o paradeiro deles, e o caso já foi repassado para à polícia, que vai iniciar às investigações.

Comissão do Esporte na Câmara promove debate sobre a vaquejada

  • Agência Câmara de Notícias
  • 21 Jun 2021
  • 10:34h

Audiência vai discutir a vaquejada como atividade desportiva formal | Foto: Reprodução

A Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados promove audiência pública nesta segunda-feira (21) para discutir sobre a vaquejada como atividade desportiva formal. O evento será realizado às 14 horas, no plenário 6, e terá transmissão interativa pelo e-Democracia.

A audiência pública foi solicitada pelos deputados Fred Costa (Patriota-MG), Fábio Mitidieri (PSD-SE) e Joaquim Passarinho (PSD-PA). O tema está contido no Projeto de Lei 2452/11.

Foram convidados para o debate: o representante das comissões de Bem-Estar Animal da Associação Brasileira dos Médicos Veterinários de Equídeos e da Federação Ibero-Americana de Associações de Veterinários Equinos, Helio Cordeiro Manso Filho , o perito ambiental Randel Silva, a vereadora de Juiz de Fora (MG) Katia Franco, o médico-veterinário César Fabiano Vilela, pós-graduado em Perícia Judicial Veterinária e em Medicina Veterinária Legal, a vereadora de Pains (MG) Cathya Goulart, o médico-veterinário Diego Barbosa de Freitas, pós-graduando em comportamento e bem-estar animal e a professora do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac, Maceió (AL), Raíssa Karolliny Salgueiro Cruz.

Em 2016, centenas de vaqueiros do Brasil ocuparam a Esplanada dos Ministérios em Brasília em ato contra a proibição de vaquejadas,

Fumaça de fogueira e dos fogos pode contribuir para o agravamento de quadros de Covid-19

  • Redação
  • 21 Jun 2021
  • 09:56h

Fumaça de fogueira e dos fogos de artifício causam irritação nas vias aéreas e também podem facilitar infecção pelo vírus | DP

A fumaça é considerada um fator relevante que impacta diretamente na saúde do paciente diagnosticado com Covid-19. Na pandemia, os riscos que o novo coronavírus podem representar para cardiopatas, diabéticos, hipertensos e fumantes ganharam atenção especial de especialistas que apontam a poluição do ar como responsável pela vulnerabilidade do pulmão em meio à pandemia.

A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) revela que existe um risco duas a três vezes maior de infarto em pessoas expostas à poluição do ar por emissões de motores à combustão. A Socesp, no entanto, não levou em consideração o desencadeamento de implicações causadas pelo coronavírus no organismo.

A fumaça de fogueira e dos fogos de artifício causam irritação nas vias aéreas e podem desencadear mecanismos biológicos que facilitam a infecção pelo vírus ou mesmo agravar o quadro de pacientes que já estejam infectados, por esses motivos a fogueira e os fogos devem ser evitados no período junino em meio à pandemia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou a informação de que 91% da população do planeta vive em locais onde a qualidade do ar está abaixo do recomendado. Um estudo publicado na revista científica Science of the Total Environment mostra uma incidência maior de mortes por Covid-19 em regiões onde o índice de dióxido de nitrogênio é mais alto.

Especialista em saúde pública, Angelina Oliveira chama a atenção para o fato de que a poluição atmosférica pode provocar ou agravar enfermidades do trato respiratório, como doença pulmonar obstrutiva crônica, rinite, pneumonia, asma e câncer de pulmão e está associada a acidente vascular cerebral (AVC), Parkinson, Alzheimer e infarto.

“O mês de junho é um período mais propenso às doenças respiratórias devido ao tempo mais frio e ao aumento da umidade do ar, que faz com que as partículas em dispersão aérea fiquem mais tempo viáveis. Esse ambiente favorece a propagação do novo coronavírus”, explica Angelina.

Ainda quem esteja com um quadro leve de Covid-19 ou se recuperando da doença pode ficar vulnerável a uma complicação por causa dos efeitos da fumaça, já que o vírus atinge o sistema respiratório.

Dia dos Namorados: Confira lista de filmes românticos para uma sessão de cinema em casa

  • Erem Carla
  • 12 Jun 2021
  • 16:36h

Clássicos e lançamentos estão disponíveis nas diversas plataformas de streaming | Foto: Reprodução

A data mais romântica do ano chegou. Neste sábado (12) será comemorado o Dia dos Namorados em todo Brasil. Sem as programações habituais em decorrência da pandemia, muitos casais buscam alternativas para passar o dia junto e em segurança.

Pensando nisso, vai uma dica dos melhores filmes românticos, disponíveis nas plataformas de streaming para você aproveitar um cinema em casa com seu amor. A lista vai desde os clássicos até os lançamentos. Confira!

Meu Primeiro Amor

O primeiro amor a gente nunca esquece! O filme de 1991 mostra o verão de Vada (Anna Chlumsky), de 11 anos, e seu melhor amigo, Thomas (Macaulay Culkin), por quem Vada se apaixona. Emocionante e divertido, o drama está disponível na Netflix.

Dirty Dancing: Ritmo quente

Quem acompanhou a história de Baby (Jennifer Grey) e Johnny Castle (Patrick Swayze) com certeza sentiu vontade de protagonizar as cenas de dança desse clássico com seu parceiro. O filme mostra as férias de Baby num resort onde conhece um professor de dança e se apaixona por ele. Animado e empolgante, o filme está disponível na Netflix.

10 Coisas Que Eu Odeio Em Você

Bianca (Larisa Oleynik) pode namorar, desde que sua irmã, Katharina (Julia Stiles), namore também. Apaixonado por Bianca, Cameron (Joseph Gordon-Levitt) resolve contratar o misterioso Patrick Verona (Heath Ledger) para seduzir a futura cunhada, o que Patrick não sabia era que nessa ‘missão’ ele encontraria o amor. O filme está disponível na Disney Plus.

Nasce Uma Estrela

Protagonizado por Lady Gaga e Bradley Cooper, o filme conta a história de um cantor country no auge da fama que encontra a jovem cantora Ally, interpretada por Lady Gaga. Os dois iniciam um relacionamento amoroso e, enquanto a carreira de Ally está em ascensão, Jackson é prejudicado pelos seus vícios e cai no esquecimento. O filme ganhou um Oscar na categoria de Melhor Canção Original com Shallow, e está disponível no Prime Video.

Hampstead — Nunca é Tarde Para Amar

Desde que seu marido morreu, Emily (Diane Keaton) se sente triste e sozinha. Mas tudo muda quando ela conhece Donald (Brendan Gleeson), um homem que vive ilegalmente, há mais de 17 anos, em uma cabana. Quando percebe que um grupo imobiliário está tentando destruir a casa de Donald, Emily decide ajudá-lo. O filme está disponível no Prime Video.

Um Crime para Dois

Nessa comédia romântica, o casal Leilani (Issa Rae) e Jibran (Kumail Nanjiani) está passando por uma crise em seu relacionamento. Quando eles se veem de repente envolvidos em um misterioso assassinato, eles precisam tentar resolver o crime para limpar seus nomes enquanto tentam salvar a relação. O filme está disponível na Netflix.

Doentes de Amor

O comediante e motorista de Uber paquistanês Kumail (Kumail Nanjiani) e a estudante de psicologia Emily (Zoe Kazan) se apaixonam em Chicago, mas encontram dificuldades no momento em que suas culturas entram em conflito. Quando Emily contrai uma doença misteriosa e é colocada em coma, Kumail tenta enfim resolver o conflito emocional entre sua família e seu coração. Esse filme romântico e divertido está disponível na Globoplay.

Diário de Uma Paixão

Por último, mas não menos importante, o filme que promete arrancar lágrimas até dos menos sensíveis conta a história de Allie Hamilton (Rachel McAdams) e Noah Calhoun (Ryan Gosling), dois jovens que se conheceram num parque de diversões em 1940. Depois de anos separados pelos pais de Allie, eles se reencontram e a jovem terá que escolher entre sua vida atual e seu primeiro amor.

Agora é só preparar a pipoca e convidar seu amor para dividir com você a emoção que esses filmes trazem!

Shows, balada virtual, exposição de cartuns e arrecadação de cestas básicas marcam Camarote Virtual Solidário na parada LGBTQIA+

  • Vera Moreira
  • 03 Jun 2021
  • 11:11h

(Foto: Divulgação)

Domingo, 6 de junho, acontece em ambiente virtual a 25ª edição da Parada LGBTQIA+ em S.Paulo, que é a maior do mundo. Esse ano, o tema “HIV/AIDS Ame+ Cuide+ Viva+” marca os 40 anos da descoberta da Aids.

A Agência de Notícias da Aids monta um Camarote Virtual Solidário para arrecadar cestas básicas para doação à ONGs que atendam pessoas com HIV e AIDS em estado de vulnerabilidade.

Esse ano, o camarote é um evento virtual solidário com sete horas de entrevistas e três shows: Rita Benneditto, DJ Tutu de Moraes e As Baías. Os especialistas vão compartilhar as últimas novidades sobre os avanços no tratamento e os desafios que a doença impõe a todos desde o descobrimento do primeiro caso. O intuito é trazer maior conscientização sobre o vírus, tratamento e prevenção. A live será pelas redes sociais e site da Agência Aids com apresentação da jornalista Roseli Tardelli e da drag Dindry Buck.

A doação de cesta básica será via QR Code que aparecerá na transmissão, via smartphone ou pelo site do PagSeguro. O link é redirecionado a uma página específica de doação, onde dá para escolher quantas cestas doar. Também é possível doar pelo site do Pag Seguro https://pag.ae/7XaJo4dnR

AGENDA LIVE – Camarote Virtual Solidário - 6 de junho

12h- Abertura Oficial - Roseli Tardelli, diretora da Agência de Notícias da Aids e a drag Dindry Buck

12h30 - Dra Áurea Abbade, presidente da ONG Gapa São Paulo e a ativista Nair Brito, fundadora do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas

13h30 - Exposição Cartuns da Diversidade (12 Cartuns de Laerte, Angeli, André Dahmer, Paulo Caruso, Cynthia Bonacossa e Daniel Lafayette) – o escritor João Silvério Trevisan comenta a exposição

14h15 - Bate- papo: Ativismo no Brasil - Veriano Terto, ativista, vice-presidente da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids, e Alessandra Nilo, diretora da ONG Gestos

15h15 - Show da Rita Benneditto

16h10 - Avanços no Tratamento contra a Aids no Brasil – infectologistas: Dr. Fábio Mesquita, Dr. Vinícius Borges (Doutor Maravilha) e Dra. Zarifa Khouri

17h10 - Show do DJ Tutu de Moraes

17h50 - Bate-papo: Política de Aids no Brasil - Avanços, conquistas e desafios - Dr. Gerson Pereira, diretor do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Ministério da Saúde)

18h15 - Show de As Baías

18h55 - Encerramento

Congresso derruba vetos de Bolsonaro em PL e libera R$ 700 milhões da Lei Aldir Blanc

  • Redação
  • 02 Jun 2021
  • 10:54h

(Foto: Reprodução)

O Congresso Nacional derrubou, nesta terça-feira (1º), os vetos do presidente Jair Bolsonaro no Projeto de Lei que prorrogou o prazo do uso de recursos da Lei Aldir Blanc. “Por 420 votos a 12, Congresso Nacional derruba o veto do Bolsonaro genocida e libera R$ 700 milhões represados nas contas de estados e municípios da Lei Aldir Blanc”, comemorou Ursula Vidal, titular da Secretaria de Cultura do Pará e presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Cultura. Com a derrubada dos vetos, alguns itens serão reincorporados à Lei 14.150/21: a possibilidade de usar, até 31 de dezembro de 2021, o saldo remanescente do ano passado para ações emergenciais de renda e projetos culturais; repasse aos municípios de recursos não utilizados que foram devolvidos ao fundo estadual de cultura; prorrogação do prazo para prestação de contas até 30 de junho de 2022 (recursos estaduais ou municipais) ou 31 de dezembro de 2022 (recursos federais); e aumento de carência para os tomadores de empréstimos junto a bancos federais nas condições previstas pela Lei Aldir Blanc de julho de 2021 para 1º de julho de 2022.

Governo amplia cerco contra o São João, agora o inimigo da vez

  • Levi Vasconcelos
  • 27 Mai 2021
  • 14:44h

Às vésperas do São João, ainda nem saímos da ressaca do Dia das mães, e os hospitais estão lotados e a procura nas alturas | Fotocomposição: Brumado Urgente

Diz Leo Prates, secretário de Saúde em Salvador, que a pandemia produziu a seguinte situação: a Covid ataca; os hospitais lotam, as autoridades fecham; a situação alivia, abre. E até agora, mais de um ano, tem sido assim.

E agora, às vésperas do São João, ainda nem saímos da ressaca do Dia das mães, e os hospitais estão lotados e a procura nas alturas.

— Entre as 6h da manhã de ontem (anteontem) e as 6h da manhã de hoje (ontem) tivemos só nas UPAS de Salvador, sem contar as unidades estaduais e particulares, 124 novas pessoas com Coronavírus. É uma situação melindrosa.

Terceira onda

E dá para falar que teremos uma terceira onda? Com a palavra Fábio Vilas Boas, secretário de Saúde do Estado.

— Não podemos falar em terceira onda. A maré alta ainda não refluiu. Mas sem dúvida poderemos ter um agravamento da situação após os festejos juninos.

Rui Costa proibiu transporte intermunicipal três dias antes do São João e três dias depois, justamente para tentar dificultar isso, já que no ano passado, mesmo sem festas na praça, o São João turbinou a Covid. A campanha eleitoral, no fim de ano foi mais aliviada, mas em janeiro e fevereiro, mesmo sem Carnaval, produziram a situação atual.

Diz Leo Prates que a briga é entre salvar vidas e CNPJs.

— Infelizmente não temos escolha. Só nos resta seguir a cartilha prescrita.

Ibicuí registra prejuízo de R$ 5 milhões por causa do cancelamento dos festejos em 2021

  • G1/BA
  • 25 Mai 2021
  • 09:50h

(Foto: Reprodução)

Pelo segundo ano consecutivo, os festejos juninos estão suspensos na Bahia. Em Ibicuí, na região sul, as perdas em volume de negócios chegam a cerca R$ 5 milhões por causa do cancelamento, segundo informações da prefeitura municipal. A cidade é uma das mais procuradas no estado, nesta época do ano. Segundo o prefeito de Ibicuí, Marcos Galvão, o prejuízo é imenso para a cidade. "Vamos para o segundo ano que Ibicuí não se veste para o São João. Quem conhece nossa cidade e nossa história, sabe como ela se prepara e se transforma para os festejos juninos. É triste", comenta. Quem também sentiu o impacto do cancelamento do São João foi o motorista Davi Malta. Ele alugava casas para turistas durante o período. "Com a falta desse dinheiro as contas apertam, porque já fazia uma programação com o dinheiro do São João", explicou. Já o funcionário público Cláudio Carvalho de Oliveira conta que montava barracas de bebidas nas festas juninas há pelo menos 15 anos. Ele diz que o valor arrecadado em junho superava a renda obtida com o trabalho formal, durante todo o ano. O corretor de imóveis Edson Mendes disse que conseguiu alugar 56 imóveis para turistas em 2019, último ano de realização da festa. "São João aqui chega a 100% a procura de imóveis para alugar. Fora dessa época, praticamente a taxa é zero. Então é uma época que me assegurava um certo valor", lamenta. Os festejos juninos não serão permitidos na Bahia por causa da pandemia Covid-19. A decisão foi anunciada na semana pelo governador Rui Costa, que afirmou também que o transporte intermunicipal será suspenso entre os dias do São João e São Pedro, para evitar aglomerações no interior. 

Morre atriz Eva Wilma, uma das maiores estrelas da televisão e do teatro, aos 87

  • Tony Goes | Folhapress
  • 16 Mai 2021
  • 08:12h

(Foto: Divulgação)

Um dos maiores nomes da dramaturgia brasileira, a atriz Eva Wilma morreu neste sábado, aos 87 anos. Ela estava internada no hospital Albert Einstein desde abril tratando um câncer de ovário. A atriz havia sido internada em janeiro deste ano com pneumonia.

Não fosse pela proibição dos pais, Eva Wilma teria iniciado sua carreira no "Holiday on Ice", o espetáculo de patinação artística que excursionava sem parar pelo mundo afora. Aos 14 anos de idade, ela já era bailarina clássica, e sua desenvoltura a mantinha firme mesmo sobre uma superfície de gelo.

Mas a estreia como atriz não demorou. Em 1952, aos 19, começou no teatro com “Uma Mulher e Três Palhaços” ao lado de seu futuro marido, o ator John Herbert, morto há dez anos. No ano seguinte, fez seu primeiro filme, a comédia “Uma Pulga na Balança”, dirigida pelo italiano Luciano Salce.

Foi em 1953 que também apareceu na televisão pela primeira vez, no seriado “Namorados de São Paulo”, em que contracenava com Mario Sergio. John Herbert logo substituiu o ator original, e o programa teve seu título alterado para “Alô, Doçura”. Com ele, Eva Wilma entrou para a história da nossa TV.

Concebido por Cassiano Gabus Mendes como uma resposta brasileira à série americana "I Love Lucy", “Alô, Doçura” foi exibido pela Tupi até 1964. Não havia personagens fixos, mas Eva Wilma e John Herbert —com quem a atriz se casou em 1955— sempre interpretavam um casal que enfrentava alguma rusga conjugal. Com episódios de apenas 15 minutos de duração, o programa marcou época, e foi um precursor do que hoje chamamos de sitcom.?

Nas décadas de 1950 e 1960, Eva Wilma também participou de alguns episódios do “Grande Teatro Tupi” e de várias montagens do Teatro de Arena. Seu filme mais importante do período foi “São Paulo S.A.”, de Luís Sérgio Person, lançado em 1965. Mas, em 1969, um teste em Hollywood quase mudou o rumo de sua carreira.

A atriz estava almoçando no restaurante dos estúdios da Universal, em Los Angeles, quando um agente a abordou. Alfred Hitchcock estava procurando por uma atriz latina para interpretar uma cubana no que seria um de seus últimos longas, “Topázio”. Eva Wilma topou na hora, e fez três testes para o cineasta britânico. Acabou preterida pela alemã Karin Dior.

“O meu consolo é que 'Topázio' não foi um dos bons filmes do Hitchcock. Eu assisti e dizia para mim mesma 'esse papel não era para mim'”, disse ela em entrevista ao programa Conversa com Bial, em agosto do ano passado. “Mas era para me conformar mesmo, pois eu queria ter feito.”

De volta ao Brasil, Eva Wilma viu a segunda etapa de sua carreira televisiva deslanchar. Durante pouco mais de dez anos, ela foi a maior estrela das telenovelas da Tupi.

Mesmo diante do crescimento irresistível da Globo, a mais antiga emissora do país emplacou vários folhetins de sucesso naquele período. Quase todos eram escritos por Ivani Ribeiro e protagonizados por Eva Wilma, como "A Viagem", "A Barba Azul" ou "Mulheres de Areia". Nesta última, a atriz teve seu papel mais icônico —ou papéis, as gêmeas Ruth e Raquel, uma boa e a outra, má. Foi também na Tupi que ela conheceu seu segundo marido, o ator Carlos Zara, morto em 2002.

A derrocada do canal, em 1980, fez com que ela finalmente se transferisse para a Globo. Já madura, Eva Wilma escapou de interpretar mocinhas na nova casa. Em compensação, ganhou inúmeros personagens marcantes, como as aristocráticas vilãs Francisca Moura Imperial, de "Transas e Caretas", em 1984, e Maria Altiva Pedreira de Mendonca Albuquerque, de "A Indomada", em 1997, ou a doutora Marta Correia Lopes, do seriado “Mulher”, de 1998.

Em paralelo, jamais se afastou dos palcos, participando de espetáculos tão diversos como “Antígona”, em 1976, “Esperando Godot”, em 1977, “Pato com Laranja”, em 1980, e “Querida Mamãe”, de 1994 a 1996.

Em 1999, apareceu, ao lado de Eunice Muñoz —tida como a maior atriz de Portugal— em “Madame”, um papel escrito originalmente para Fernanda Montenegro. A peça imaginava o encontro entre duas personagens emblemáticas das literaturas de seus respectivos países, a brasileira Capitu, de “Dom Casmurro”, e a portuguesa Maria Eduarda, de “Os Maias”.

Nos últimos tempos, Eva Wilma se fez rara na TV. Em sua última novela completa, "Verdades Secretas", de 2015, teve um papel relativamente pequeno, porém marcante. Era Fábia, uma grã-fina arruinada, entregue ao alcoolismo. Desde então, participou de alguns capítulos de “O Tempo Não Para”, em 2018 e 2019, e de um episódio da minissérie “Os Experientes”, de 2019. Há pouco, foi vista na reprise de “Fina Estampa”, novela produzida há dez anos.

Depois de uma internação em março de 2016, ainda voltaria ao palco três vezes. Em agosto daquele mesmo ano, estrelou, ao lado de Nicette Bruno, “O Que Terá Acontecido a Baby Jane” —a primeira direção de uma peça não musical assinada por Charles Möeller e Claudio Botelho. Eva Wilma encarnava a personagem-título, imortalizada no cinema por Bette Davis. Em 2018, participou de uma remontagem de “Quarta-Feira, Sem Falta, Lá em Casa”, de Mário Brasini, junto com Suely Franco e sob a direção de Alexandre Reinecke.

No mesmo ano, estreou o show “Casos e Canções”, em que revisitava sua longa carreira acompanhada ao violão pelo filho John Herbert Júnior e pelo pianista e cantor William Paiva. Em abril do ano passado, no começo da pandemia, apresentou este espetáculo numa live, transmitida online. Foi seu último trabalho.

Filha de um alemão católico e de uma argentina judia de ascendência russa, Eva Wilma Riefle Buckup Zarattini morreu na mesma cidade onde nasceu. Deixa os filhos Vivien e John Herbert Junior, de seu primeiro casamento, e os netos Miguel, Mateus, Gabriela, Francisco e Vitorio. Além, é claro, de um legado imenso –o de uma das mais belas e talentosas atrizes brasileiras de todos os tempos.

'Nomadland' leva três prêmios do Oscar 2021; veja lista completa dos vencedores

  • Redação
  • 26 Abr 2021
  • 09:37h

(Foto: Divulgação)

Depois de se destacar no Globo de Ouro, PGA Awards e Bafta, o longa-metragem “Nomadland” venceu o maior prêmio do Oscar 2021 Além da categoria de Melhor Filme, a obra venceu também como Melhor Direção (Chloé Zhao) e Melhor Atriz (Frances McDormand), totalizando três estatuetas.  Os longas “Meu Pai”, “Soul”, "O Som do Silêncio" e “Mank”, por sua vez, empataram com prêmios em duas categorias, cada. Realizada na noite de domingo (25), neste ano de pandemia a cerimônia do Oscar aconteceu em dois lugares, no Dolby Theatre e no Union Station, em Los Angeles.

Veja a lista completa dos vencedores do Oscar 2021:

Melhor filme
"Nomadland"

Melhor direção

Chloé Zhao, "Nomadland"

Melhor ator
Anthony Hopkins, "Meu Pai"

Melhor atriz

Frances McDormand, "Nomadland"

Melhor ator coadjuvante

Daniel Kaluuya, "Judas e o Messias Negro"

Melhor atriz coadjuvante

Youn Yuh-jung, "Minari"

Melhor roteiro adaptado

"Meu Pai"

Melhor roteiro original

"Bela Vingança"

Melhor figurino

"A Voz Suprema do Blues"

Melhor trilha sonora

"Soul"

Melhor curta-metragem

"Dois Estranhos"

Melhor curta-metragem em animação

"Se Algo Acontecer... Te Amo"

Melhor som

"O Som do Silêncio"

Melhor animação

"Soul"

Melhor fotografia
"Mank"

Melhor documentário

"Professor Polvo"

Melhor documentário em curta-metragem

"Colette"

Melhor montagem

"O Som do Silêncio"

Melhor filme internacional

"Druk - Mais uma Rodada" (Dinamarca)

Melhor cabelo e maquiagem

"A Voz Suprema do Blues"

Melhor canção original

"Fight for You", de "Judas e o Messias Negro"

Melhor direção de arte

"Mank"

Melhores efeitos especiais

"Tenet"

'Mais arrasador, só as mais de 350 mil mortes': Forrozeiros lamentam 2º ano sem São João

  • Jamile Amine
  • 17 Abr 2021
  • 08:54h

Foto: Rosilda Cruz / SecultBa

“Mais arrasadora do que essa situação, somente as mais de 350 mil mortes dos brasileiros”. Com estas palavras Adelmário Coelho classificou o momento vivido pelos forrozeiros na Bahia, diante da pandemia do novo coronavírus, que já se arrasta por mais de um ano e paralisa todo o setor de eventos e entretenimento até os dias de hoje.

A frase clichê de que o setor cultural foi o primeiro a parar e será o último a retomar as atividades já é uma realidade compreendida por todos, tanto artistas quanto pelo poder público, mas os trabalhadores do ramo seguem em busca de soluções, ainda que paliativas. 

No caso dos forrozeiros, o drama pode ser ainda mais profundo, pois a perspectiva real é de que as festas juninas sejam canceladas pelo segundo ano consecutivo. Sem vacinação suficiente e com números de mortes e infecções ainda altos, dez prefeituras baianas já anunciaram que não realizarão os festejos, enquanto outras aguardam para bater o martelo. 

O governador Rui Costa, por sua vez, também se mostrou pouco otimista com relação ao evento nos moldes convencionais em 2021, mas ainda não descartou a possibilidade da Bahia permitir festas fora de época mais adiante. “Estamos chegando no meio do mês de abril e a essa altura não vejo horizonte de possibilidade de termos a festa de São João no período tradicional da festa. Eventualmente se for fazer alguma coisa fora de época para compensar a ausência do São João pode até ser no segundo semestre. Mas agora em junho acho muito difícil. Não vai ter ambiente sanitário para isso”, justificou. 

Em entrevista ao Bahia Notícias, um grupo de forrozeiros comentou o panorama do setor, falou sobre o que tem sido feito para manter viva essa expressão cultural durante a pandemia, deu sugestões para ajudar os artistas e trabalhadores envolvidos na área, além de cobrar “sensibilidade” do poder público na implementação de políticas compensatórias.

 

Conhecido como o “rei do forró temperado”, Zelito Miranda não tem medo de criar e se adaptar. Apesar do susto e de toda a carga negativa que a pandemia traz consigo, o artista revela que redescobriu o poder das redes, ainda que financeiramente elas não deem um retorno significativo. “O susto em 2020 foi uma coisa meio doida, porque foi abrupto, chegou em cima e a gente teve que se reinventar. E essa reinvenção aconteceu virtualmente”, conta o músico. “Foi compensatório do ponto de vista do prazer de tocar, mas não é a mesma coisa de você estar em um palco”, salienta.

Resignado sobre a impossibilidade da realização das tradicionais festas no período junino, ele revelou que pretende fazer um show de São João online. “Ano passado eu fiz algumas lives, com nome Arraiá do Rei, e eu vou repetir esse ano. Eu quero, inclusive, que isso vire um projeto virtual nosso para o mês de junho. Quando acabar tudo - com fé em Deus tudo acaba logo -, eu quero manter, porque descobri uma coisa interessante que estava alí do nosso lado, as redes sociais e a internet, que a gente usava para divulgação só”, diz o artista.

Zelito lembra que depois do primeiro baque, no ano passado, chegou a acreditar que a pandemia não se estenderia por tanto tempo, mas a esperança foi se desfazendo, ao passo que o vírus se propagava e a vacinação não. “Chegou em outubro e a gente teve aquela baixa da pandemia, até ali a gente ainda estava com uma luz no fundo do túnel que as coisas se transformariam, que a gente resgataria rapidamente essa coisa do mercado do São João. Só que chegou o Carnaval e não teve, aí o olhar já ficou mais embaçado”, relata. 

Diante do cenário, em 2020 ele revela que cancelou diversos trabalhos, a exemplo do tradicional Forró do Parque, realizado há 11 anos em Salvador, e que este ano ele pretende fazer uma versão virtual no mês de junho, “só pra não passar em branco”.

Isolado em casa e na incerteza sobre o futuro, Zelito Miranda diz que não nutre mais expectativas sobre haver ou não os festejos juninos em 2021, mas destaca a decepção pela falta de apoio aos artistas, sobretudo aqueles ligados às tradições juninas. “Está havendo um grande descaso com a cultura de todos os lados. Eu não imaginei que os nossos governantes ficassem tão apáticos perante a parte cultural”, diz o músico, destacando a importância do São João, enquanto patrimônio do Nordeste e do Brasil. “Tem raiz, tem um cabedal, tem uma história pra contar. É uma festa completa, tem tudo, comida, bebida, reza, santo, novena... O ciclo junino é muito rico culturalmente”, pontua. 

Ainda neste sentido, ele compreende a gravidade da pandemia e a necessidade de obedecer aos protocolos estabelecidos pela comunidade científica, mas cobra ações efetivas para apoiar os profissionais do setor. “Nós vamos torcer e pedir juízo a esses governantes, que eles deem atenção a essa questão, porque, claro e evidente, a gente não pode passar dois anos de São João sem faturamento, sem trabalhar. Tudo bem, a gente segura um ano, um ano e meio, mas acredito que ninguém aguenta mais. A real é essa, está barra pesada”, declara o forrozeiro, que admite uma solução a partir da adaptação das festas para o online. “Eu acho que tem que ter esse mundo virtual e o Estado e as prefeituras não podem mais ficar esperando para entrar nesse mundo virtual, porque é a arma que nós temos nesse momento”, afirma. 

Enfático, Zelito lança questionamentos: “Esse ano o bicho já começou a pegar pra todo mundo, porque você já vai para dois anos sem faturamento. Imagine se Deus o livre essa pandemia atravessa 2022, e aí? Vai ser extinta a profissão de ator? Vai ser extinta a profissão de cantor? Vão ser extintas as profissões que mexem com plateia, com o público? É uma coisa que a gente tem que ter um pensamento, está na hora de todo mundo pensar sobre isso”. 

Targino Gondim, por sua vez, classificou como “aterrador” o cenário, diante do segundo ano de São João cancelado. “Existem muitos, inúmeros artistas no Brasil todo e aqui na Bahia, que já sofrem durante esse tempo todo sem nenhum pouco de receita, só pedindo ajuda e sendo ajudado de diversas formas, mas sem nenhum tipo de dignidade, sem condição de exercer seu trabalho, sua profissão. E agora com essa notícia de cancelamento de São João, isso é horrendo”, avalia o forrozeiro. 

O músico conta que durante o período de “zero receita”, as transmissões online têm sido uma alternativa para continuar divulgando suas músicas. “É também uma forma de estar ajudando as pessoas com esse novo formato que se desenhou de ter que ficar mais em casa, de não poder sair, sem aglomeração. A gente vai ajudando para que as pessoas possam também sobreviver a tudo isso”, acrescenta o artista, que planeja para maio, junho e julho alguns shows virtuais com banda, para que possa criar alguma receita. Dentre os eventos online confirmados por ele estão as lives de Dia dos Namorados e de São João.

Um tanto quanto otimista, Targino diz ainda torcer para que a vacinação “venha com toda força” em 2021 e que a vida seja retomada com mais tranquilidade. “O coronavírus veio pra ficar essa certeza de que a gente precisa muito um do outro, que a gente precisa viver pensando sempre no próximo, e que a gente tem que se apegar menos à mesquinhez, a um pensamento único”, pondera. 

Nem mesmo o legado de 62 anos de trabalho blindou o Trio Nordestino da crise causada pela pandemia da Covid-19. Sem poder realizar shows, o grupo tem se mantido com os frutos da longa carreira, mas ainda assim precisou apertar os cintos. 

“Graças a Deus, a gente tinha outras rendas de composições, de gravações, acessos de Youtube, Spotify, e isso ajudou a gente a chegar até aqui. E a questão da nossa banda, os meninos também souberam se virar em questão de auxílio emergencial, Lei Aldir Blanc, então, claro que ficou ruim, mas deu para segurar. O impacto foi ruim, a gente teve que reduzir os custos ao mínimo possível, e não digo só com relação à banda, mas a questão familiar também. Esse ano que passou realmente foi muito difícil”, conta o empresário do grupo, Carlos Santana, conhecido como Coroneto por ser neto de Coroné, um dos fundadores do Trio Nordestino.

 Na avaliação dele, a pandemia, que foi um baque na carreira do trio e chegou a atrapalhar o lançamento de um projeto em homenagem a Gilberto Gil, é o “maior acontecimento negativo na carreira de todo mundo”. Coroneto contou ainda que no início acreditou que o problema não se arrastaria por tanto tempo, mas, ao ver a segunda onda, percebeu estar equivocado. “Entrou a pandemia e a gente ficou ‘ah, daqui a pouco passa’, mas a coisa foi se agravando, e você sabe que o artista, por mais que você tenha reserva, o que tira e não repõe uma hora acaba”, pontua. 

Sobre a possibilidade de, neste ano, as tradicionais festas juninas serem realizadas, ele, que já integrou o Trio Nordestino, disse não existir esperança, sobretudo por conta do processo lento de vacinação. “Então eu acho que São João mesmo, presencial, igual a gente costumava fazer, não vai ter”, opina, revelando que apesar do revés, neste ano, diferente de 2020, o Trio Nordestino tem recebido convites para fazer lives para empresas. “Então, alguma movimentação vai ter. Igual ao ano passado, que foi zerado, com certeza não fica”, revela.

“Graças a Deus, a carreira do Trio é cheia de sucessos, eu acho que não existe uma banda de forró que nunca tocou o Trio Nordestino. E isso nos dá uma bagagem musical e cultural muito grande pra que realmente aconteçam coisas bacanas com a gente. Pelo fato da gente ter 62 anos e ter prestígio no meio do forró, pra gente fica um pouco mais fácil, ou menos pior. Mas a luta é diária pra conseguir alguma coisa”, conclui Coroneto, que aposta na esperança de que a vacina chegue e em breve o grupo possa voltar a fazer o que sempre fez: “levar alegria pro povo”. 

ADELMARIO COELHO

Para Adelmario Coelho, um dos principais motivos do agravamento da pandemia e a consequente crise que tem abatido o setor cultural é a má gestão do governo Bolsonaro. “Nós estamos aqui, infelizmente, por falta da liderança nacional. Podíamos estar em um outro patamar de imunização. Agora é o mundo que precisa de vacina e o Brasil imaginava que somente fosse ele que podia pegar vacina ali rapidinho. Não vai acontecer isso. São 8 bilhões de pessoas do planeta que precisam de vacina e quem se antecipou a isso, quem correu e acreditou na ciência - que deve ser por aí - evidentemente que está levando vantagem. Nós estamos vendo aí países na frente, quase que com sua população imunizada, e nós estamos chegando agora quase a 10%, com 210 milhões faltando ser vacinadas, é brincadeira isso? Então, o caminho a ser perseguido ainda é com muita luta, não tenha dúvida”, avalia o forrozeiro.

Sensibilizado com a conjuntura sanitária do país e também com a derrocada da economia criativa, ele disse a frase que abre a matéria: “Só mais arrasadora do que essa situação [dos forrozeiros], somente as mais de 350 mil mortes dos brasileiros. Com certeza é uma dor imensurável”. Segundo o músico, além de triste, o cenário de dois anos sem festas juninas é “devastador”.  

Na sua visão, é compreensível o cancelamento do evento, pois defende a ciência e vê como “nenhum pouco razoável” fazer aglomerações em um momento crítico. Apesar disso, ele destaca a necessidade de viabilizar alternativas. “Já vi aqui que já temos ratificado pelos prefeitos mais de 10 cidades que já cancelaram [as festas juninas] vendo esse cenário. Isso traz uma tristeza muito grande. Compreendemos, mas, evidentemente, sentimos, porque essa decisão afeta dramaticamente toda essa população que vive essencialmente desse período. O forró, por mais que a gente tente quebrar a sazonalidade, ainda é uma festa sazonal. E as festas juninas - Santo Antônio, São Pedro e São João -, digamos assim, são o ápice da sobrevivência dos seus defensores”, pontua.

Diante da importância desta manifestação cultural, Adelmario diz torcer para que prefeitos e governador viabilizem a realização do evento, ainda que em outro momento. “Esperamos que haja essa sensibilidade da gestão pública de contemplar - pelo motivo justificado do vírus nesses dois anos nas datas tradicionais - um evento fora da época. É preciso que seja feito isso, porque imagine aí você esperar 2022 apenas pra você ter uma festa que lhe dá sustentação financeira para o ano todo, é muito complicado”, diz o músico, salientando, no entanto, que tudo seja feito de forma prudente e responsável. "Pode ter certeza que a classe forrozeira também não quer isso, quer fazer a coisa com segurança”, afirma.

“Mesmo que não seja na dimensão do mês tradicional de junho, com as três festas, que se faça alguma coisa para dar oportunidade e pelo menos um alívio nessa cadeia produtiva, seja em setembro ou outubro. Acho que nada disso vai ferir absolutamente nada. É preciso que seja feita alguma coisa e não esperar 2022, porque tem gente passando fome aí”, reitera o artista, que só em junho de 2020 precisou cancelar mais de 30 shows e atualmente vive de reservas financeiras construídas ao longo de 27 anos de carreira artística, além da poupança adquirida com o trabalho anterior no Polo Petroquímico.

Sem novas receitas, Adelmario Coelho fala da dificuldade de amparar os mais de 40 pais de família que integram sua equipe. “É muito difícil, porque onde você não irriga, a fonte seca”, diz o músico, revelando que tem feito um “esforço muito grande” para, diante do cenário, ajudar seus funcionários. “Evidentemente que fizemos ajustes, tivemos que também tirar pessoas, porque não temos de onde, financeiramente, contrapor uma normalidade. Realmente somos impactados diretamente e aí ficamos impotentes”, conta o forrozeiro, que descarta as apresentações virtuais como alternativa. “Porque as lives não nos trazem rentabilidade, eu tive que investir pra poder fazer, pra poder dialogar com meu público. É muito importante falar com eles [os fãs], mas financeiramente, pelo contrário, eu tive que bancar para que fossem viabilizadas as lives”, lamenta. 

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‘Não vejo possibilidade de termos o São João no período tradicional’, diz governador

  • Anderson Ramos
  • 14 Abr 2021
  • 17:39h

10 cidades já anunciaram suspensão dos festejos juninos | Foto: Divulgação

O governador Rui Costa praticamente descartou a realização do São João na Bahia por conta da gravidade da pandemia da Covid-19 no estado. Para ele, caso a situação melhore, é possível fazer o festejo em outro período. “Estamos chegando no meio do mês de abril. Nessa altura, não vejo horizonte de possibilidade de termos a festa do São João no período tradicional. Se for fazer alguma coisa fora de época, no segundo semestre pode até ter, mas agora, em junho, acho que é muito difícil. Não vai ter ambiente sanitário pra isso”, falou o chefe do executivo baiano em entrevista para rádios da região Oeste, nesta quarta-feira. Até o momento, 10 municípios já anunciaram a suspensão da festa junina. Segundo o G1, Camaçari, Senhor do Bonfim, Jaguarari, Itaberaba, Cachoeira, Santo Antonio de Jesus, Ipiaú, Euclides da Cunha, Mata de São João e Amargosa decidiram cancelar os eventos para evitar aglomeração. Já Juazeiro, Irecê, Piritiba, Mucugê, Ipirá e Cruz das Almas ainda avaliam a situação. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), a taxa de ocupação nos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) para adultos na Bahia é de 82%, as 13h57 desta quarta. No último boletim emitido pela pasta nesta terça (13), o estado registrou 4.104 novos casos e 102 mortes.

‘Os notáveis’: o podcast que desvenda o processo criativo de grandes nomes da música brasileira

  • Casa do Bom Conteúdo
  • 13 Abr 2021
  • 11:41h

Apresentado pelo jornalista e crítico musical Sérgio Martins, o podcast é produzido pela parceria entre a Pod360 e PJ (Jota Quest) | Foto: Reprodução Instagram @pj_jotaquest

Pod360 fecha parceria com o PJ, da banda Jota Quest, para o lançamento do podcast “Os notáveis”, apresentado pelo jornalista e crítico musical Sérgio Martins.

“Os Notáveis” é um programa de entrevistas. Mas, cá entre nós, muito mais que um simples bate papo. Primeiro, pela qualidade dos convidados. Sérgio Martins conversa com artistas realmente relevantes no showbiz, nos mais diferentes estilos musicais. Segundo, a música é a prioridade do podcast. Nele, os artistas falam de seu processo criativo, de suas influências e dos métodos de composição. São verdadeiras aulas, oferecidas por quem sabe e faz, sempre de modo simples e acessível.

Nos quatro primeiros episódios, o podcast recebe os músicos Nasi (Ira!), que fala de seu passado no rock’n’roll, Fernanda Takai (Pato Fu), que traça uma linha evolutiva do pop brasileiro, Kiko Loureiro (Megadeth), que aborda a fundo as técnicas e segredos  da guitarra, e Roberto Frejat, que comenta sobre “À Beira do Precipício”, seu primeiro álbum solo depois da saída do Barão Vermelho. É claro, há sempre momentos de descontração entre uma explicação e outra.

Para os próximos episódios, o podcast receberá ainda Samuel Rosa (Skank), Nando Reis, Lulu Santos, Rogério Flausino (Jota Quest) e muitos outros.

Sobre “Os Notáveis”

O baixista e produtor PJ (Jota Quest) e o jornalista Sérgio Martins se conheceram nos bastidores de uma apresentação do Skank, em 1997, onde a então J. Quest fazia a abertura. A paixão pela música solidificou a amizade, e entre dicas de bandas, relatos de shows e conversas sobre música boa, surgiu o projeto de consolidar esses conhecimentos em um formato acessível, com o aporte do conhecimento de quem realmente conhece o fazer musical. Em 2020, durante a calmaria da pandemia, eles decidiram consolidar o projeto jornalístico e assim nasceu “Os Notáveis”, o podcast apresentado pelo grande crítico musical e produzido pelo baixista.

Com estreia prevista para o dia 14 de abril nas plataformas de streaming Spotify e Deezer, “Os Notáveis” terá episódios inéditos todas quartas-feiras, às 09:00. Esperamos vocês!  

SOBRE A POD360

Pod360 é o primeiro e maior hub brasileiro dedicado exclusivamente à criação de podcasts profissionais. Uma empresa de inteligência estratégica para conteúdo em áudio especializada em produção e gestão de podcasts. Formada por um time de profissionais que tem dedicação total aos podcasts, a Pod360 tem como missão transformar esse formato em uma parte importante no cenário de conteúdo e mídia para corporações e pessoas. Para a Pod360, vozes unidas são a mais poderosa forma de comunicação.

Reflexos da Pandemia: Prefeitura de Camaçari anuncia cancelamento do São João em 2021

  • 12 Abr 2021
  • 15:22h

(Divulgação)

A prefeitura de Camaçari anunciou nesta segunda-feira (12) o cancelamento do Camaforró 2021, festa de São João da cidade. Este é o segundo ano consecutivo que a festa não é realizada na cidade da região metropolitana de Salvador, devido à pandemia do coronavírus. O anúncio foi feito nas redes sociais oficiais da administração da cidade. “Uma das datas mais expressivas no calendário da cultura popular nordestina, as festas juninas saem de cena. Isso porque, diante da nova variante do coronavírus que é mais agressiva e em virtude das orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), que entende a necessidade de eliminar situações de aglomeração como forma de controlar a disseminação do vírus, informamos o cancelamento do Camaforró 2021, que não ocorrerá pelo segundo ano consecutivo por causa da pandemia da Covid-19. “, disse a prefeitura.