Remédio pode reduzir até 60% do colesterol

  • 02 Dez 2015
  • 19:02h

(Foto: Reprodução)

Um dos desafios médicos é tratar pacientes que já não respondem mais às medicações disponíveis. No caso da hipercolesterolemia familiar (HF), uma condição genética que faz com que as pessoas tenham níveis altíssimos de colesterol, podendo levar a infartos precoces, alguns pacientes não conseguem chegar aos níveis corretos de LDL (colesterol “ruim”) com as estatinas e ezetimibe, medicamentos atualmente comercializados no Brasil. Para preencher essa lacuna, há uma nova esperança medicamentosa que pode reduzir até 60% do colesterol LDL além das estatinas. Em processo de aprovação pela Anvisa no Brasil, o anticorpo monoclonal evolocumab já está aprovado nos Estados Unidos. "Essa classe de drogas [inibidores da PCSK9] se mostrou segura, não há nada que as desabone, aparentemente. São drogas que, na minha opinião, vão mudar a história natural dessa doença, pois vamos realmente conseguir colocar pacientes dentro de valores que são compatíveis com a prevenção da doença cardiovascular", explica Raul Dias dos Santos Filho, diretor da Unidade Clínica de Lípides do Incor e professor associado no departamento de cardiopneumologia da faculdade de Medicina da USP.

 

O cardiologista conta que esse novo medicamento não está sendo indicado apenas para a hipercolesterolemia familiar, mas para pessoas com colesterol alto em geral. "O FDA aprovou sem estudo que provasse que essas drogas reduzem infarto. Há vários estudos grandes sendo feitos, em quase 60 mil pacientes", explica ele, sobre a urgência de ter novos medicamentos para reduzir o colesterol. A hipercolesterolemia familiar atinge uma a cada 200 pessoas e pode levar à consequências cardiovasculares sérias, como infarto ou AVC. No caso dos homens, 25% deles infartam antes dos 40 anos e, as mulheres têm mais 10 anos de lambuja graças aos hormônios femininos protetores da saúde cardiovascular.


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