Sem aprovação de nova meta, governo só tem dinheiro até sexta-feira

  • Tribuna da Bahia
  • 02 Dez 2015
  • 07:01h

(Foto: Reprodução)

Em reunião com Dilma, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa foi enfático ao defender a necessidade de aprovação urgente da meta fiscal para 2015 no Congresso. Caso contrário, a partir de sexta-feira (4/12), o governo ficará paralisado, conforme explicação dada pelo ministro aos líderes da base. Barbosa disse sexta-feira é o prazo para o país “aguentar”. Caso contrário, “não haverá dinheiro para nada”. A orientação do Planalto é tentar votar tudo, mesmo que a sessão adentre a madrugada. Para ilustrar a gravidade da situação, Barbosa chegou a comparar com o chamado "shutdown" nos Estados Unidos ocorrido em 2013. O Brasil, segundo o ministro, estaria em situação semelhante. Esse "apagão" da administração pública implicaria em suspensão de serviços e não pagamento de credores.

 

Diante disso, na reunião, o governo adotou “prioridade zero” para a sessão marcada para esta noite, que terá que vencer a votação dos vetos pendentes, que trancam a pauta, para depois apreciar o PLN-05, que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano, autorizando o governo a fazer um déficit de quase R$ 120 bilhões. Após participar de reunião com a presidente Dilma Rousseff, ministros da coordenação política e demais lideres da base, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), falou da estratégia traçada pelo Planalto. “A presidente considera que é essencial para o país e que aprovado o PLN-05 hoje pelo Congresso, imediatamente os efeitos do decreto de contingenciamento estão suspensos, portanto a normalidade institucional retoma e os pagamentos daauilo que é fundamental para não paralisar o país correm normal e naturalmente”, disse Guimarães. Na tentativa de retomar a normalidade, no entanto, o governo ainda esbarra na desarticulação da base após ter tido seu líder no Senado, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso na semana passada pela operação Lava Jato, acusado de tentar atrapalhar as investigações. Além disso, outro obstáculo para o Planalto é a sessão do Conselho de Ética da Câmara, que deve votar o parecer do deputado Fausto Pinato (PRB-SP), que pede a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha espera lealdade dos três deputados do PT que fazem parte do colegiado e ameaça colocar em andamento um dos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Guimarães sustentou o discurso de que esses dois episódios (Cunha e Delcídio) não devem influenciar no trabalho do Congresso e apelou para o discurso já ensaiado no Planalto de que os problemas envolvendo os dois aliados são "internos do Congresso". 


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