Confira dicas para se dar bem em concursos públicos

  • Tribuna da Bahia
  • 02 Ago 2015
  • 16:04h

(Foto: Ilustração)

Atualmente, os 95 concursos com inscrições abertas somam 18 mil vagas espalhadas por todo o país. Contando com salários que podem chegar aos R$ 27,5 mil, os empregos que simbolizam o “sonho da estabilidade financeira” dos brasileiros foram responsáveis por determinar o surgimento de uma nova ocupação: “concurseiro” – o estudante que reserva a maior parte do seu tempo absorvendo o conteúdo das provas e que guarda suas economias para pagar 0,inscrições, bancar viagens para fazer exames em outras cidades, e custear cursos que podem aprimorar suas técnicas de estudo. É neste meio que se encontram pessoas como Jéssica Guerreiro. Formada em Direito, ela passou a dedicar-se aos concursos públicos logo após ter sido aprovada no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Desde janeiro, suas ocupações têm se dividido entre a pós-graduação e o estudo focado nos concursos na área jurídica. Com os dias contados para terminar a pós, a advogada espera agora ter mais tempo voltado ao conteúdo didático. 

 

Para auxiliar nos estudos, ela optou por pagar um curso online com valor anual de R$ 2.000 onde tem acesso a todas as disciplinas, e a todas às aulas, que podem ser vistas e revistas da forma como melhor convém ao aluno. Além dessa facilidade, também é possível tirar dúvidas com os professores através de email, telefone e vídeo conferências. A rotina de Jéssica tem início no final da manhã com as matérias do Direito Público (constitucional, administrativo, tributário, dentre outras em que tem maior afinidade e identificação.  Após uma pausa de aproximadamente duas horas para o almoço e descanso, é a vez do Direito Processual, no qual ela admite que tem mais dificuldade, e onde prefere reservar mais tempo para melhor captar o conteúdo das matérias. Os estudos mais intensos para as disciplinas processuais, segundo Jéssica, têm início por volta de 14h, e terminando aproximadamente 18h30, todos os dias. 

Estudar deve ser uma fonte de prazer  

Segundo o advogado-geral da União e especialista em concurso público, Waldir Santos, o que mais pode fazer a diferença para o concurseiro não é a disciplina, mas a falta dela. “Ter disciplina na preparação para o concurso garante apenas a certeza de que o concurseiro irá estudar. Acontece que é imprescindível que ele aprenda, e estudar nem sempre é garantia de aprendizado. Uma preparação sacrificada, mas mal feita, normalmente leva as pessoas a acharem que são burras. O que elas não sabem é que, mesmo sendo burras, elas conseguem passar. É estranho usar esse termo de forma sincera, ainda mais na atualidade em que a pedagogia brasileira importa tolices da Espanha, como essa de que todos são igualmente inteligentes”. O que o especialista aponta também é necessidade de encarar a vida de concurseiro, não como uma obrigação, mas uma escolha consciente de que encontrou prazer nas horas dedicadas e no conhecimento que consegue adquirir. Foi algo parecido com que a administradora Cristiane de Souza passou. Hoje, ela, que é assistente de negócios no Banco do Brasil, continua a estudar, mesmo tendo alcançado o sonhado emprego estável.  Desde que graduou-se em Administração, Cristiane tem se dedicado especificamente aos concursos voltados para cargos nas instituições financeiras – atividade que sempre foi seu foco, e com a qual mais se identifica. Para auxiliar os estudos, ela matriculou-se em um curso preparatório, que freqüentava durante a manhã, enquanto que o turno vespertino era voltado para os estudos em casa, onde se aprofundava no conteúdo. Uma das dicas que mais passa para seus amigos e colegas que ainda estão batalhando por uma vaga é fazer as provas anteriores. “O que percebo quando converso com outros concurseiros, é que eles sabem o conteúdo, mas desconhecem o método das provas, e por isso, acabam não indo tão bem no exame como poderiam”. Mesmo com um emprego na mão, a administradora agora foca em conquistar uma vaga no Banco Central, que pode ser financeiramente melhor, e mais benéfica.   Para passar, segundo Waldir Santos, a espontaneidade se faz necessária. “É recomendável que ele não tenha disciplina, e que seu hábito de estudar seja fruto da vontade espontânea, pois assim o cérebro assimila conhecimentos em quantidades muito maiores e com mais rapidez. Disciplina serve para treinamento físico. Para atividade de aprendizado é preciso compromisso espontâneo, de forma que a atividade de estudar seja envolta em prazer, e não em sofrimento”. A estratégia infalível, segundo o especialista, seria aprender a gostar de estudar, e isso se consegue usando métodos de estudos para ampliar o rendimento, e fazendo avaliações periódicas, com duas finalidades: 1) Perceber que se aprendeu mais e quanto se aprendeu mais; 2) Redimensionar estrategicamente o tempo dedicado a cada disciplina. Sabendo avaliar, a hora agora é de organizar-se e se jogar de cabeça nos livros para alcançar a tão sonhada vaga.  

 


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