Fumar pode aumentar risco de desenvolvimento da esquizofrenia, diz estudo

  • 12 Jul 2015
  • 17:03h

(Foto: Ilustração)

Fumar pode desempenhar um papel direto no desenvolvimento da esquizofrenia, e a ligação precisa ser investigada, dizem os pesquisadores. De acordo com a equipe do Kings College de Londres, os fumantes têm mais propensão a desenvolver a doença e em uma idade mais jovem. Publicada no “Lancet Psychiatry”, a análise de 61 estudos separados com dados envolvendo 14.555 fumantes e 273.162 não-fumantes sugere que a nicotina na fumaça do cigarro pode estar alterando os níveis de dopamina química do cérebro. Especialistas disseram que era um “caso muito forte”, mas que são necessárias mais pesquisas. O ato de fumar tem sido associado com a psicose, mas há muito acredita-se que pacientes com esquizofrenia são mais propensos a fumar porque usam o cigarro como uma forma de automedicação para aliviar o sofrimento de ouvir vozes ou ter alucinações. Os principais resultados da pesquisa foram que 57% das pessoas com psicose já eram fumantes quando tiveram seu primeiro episódio psicótico; fumantes diários eram duas vezes mais propensos a desenvolver esquizofrenia que não-fumantes; e fumantes desenvolviam esquizofrenia um ano antes, em média. 

O argumento é que, se há uma maior taxa de fumo antes de a esquizofrenia ser diagnosticada, então fumar não é simplesmente um caso de automedicação. “É muito difícil estabelecer o nexo de causalidade [com este estilo de estudo], o que estamos esperando que isso faça é realmente abrir os olhos para a possibilidade de que tabaco poderia ser um agente causador na psicose, e esperamos que isso irá, em seguida, levar a outras experiências de investigação e clínicos que ajudem a fornecer provas mais firme”, disse James MacCabe, do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência da Kings. Os estudiosos ressaltaram, no entanto, que não é a maioria dos fumantes que desenvolve esquizofrenia, mas que acreditam que o fator esteja aumentando o risco. A incidência global da doença é de uma em cada 100 pessoas normalmente, o que pode ser aumentada para dois por 100 por fumar.


 


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