Mais da metade das operações da PF contra facções atinge PCC e CV

  • PCC e Comando Vermelho são os principais alvos da Polícia Federal, mas também se destacaram facções do Amapá, Acre e Rio Grande do Norte
  • Thalys Alcântara/Metrópoles
  • 12 Fev 2024
  • 09:25h

Foto:Hugo Barreto/Metrópoles

A maior parte das operações especiais da Polícia Federal (PF) contra o tráfico de drogas deflagradas no ano passado foram para combater as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), as principais do país.

Levantamento feito pelo Metrópoles a partir de dados da PF mostra que foram realizadas 335 operações especiais de combate ao tráfico de drogas em 2023, sendo que em 110 foram identificadas as facções criminosas que eram investigadas.

Operações especiais são aquelas em que há cumprimento de medida constritiva, como bloqueio de bens, prisão, busca e apreensão.

A facção paulista PCC aparece na liderança, sendo alvo de 35 operações. Na segunda posição está a carioca Comando Vermelho, com 32 operações especiais, seguida pelas facções Terceiro Comando, do Rio de Janeiro, Sindicato, do Rio Grande do Norte, e Okaida, da Paraíba.

Crise no Acre

O estado com mais operações especiais da PF contra facções criminosas em 2023 foi o Acre, seguido pelo Amapá. Os dois estados estão entre os menos populosos do país e acabam sendo pouco notados, mas ambos vivem uma realidade de crise na segurança pública.

Em julho do ano passado, uma rebelião de mais de 24 horas terminou com cinco detentos mortos no presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro Alves, em Rio Branco, capital do Acre.

 

Um policial penal e um faxineiro chegaram a ser feitos reféns, mas foram liberados. Três dos mortos foram decapitados. A rebelião começou depois que presos do CV invadiram a ala de rivais das facções Bonde dos 13 (B13) e PCC.

A maior parte das operações da PF no Acre foram contra o Comando Vermelho, mas também houve operação contra o B13 e o Sindicato do Crime.

Amapá líder de homicídios

No caso do Amapá, o principal alvo da PF foi a facção carioca Terceiro Comando, que tem uma “filial” na região. O estado do norte brasileiro tem a maior taxa de mortes violentas intencionais, índice que inclui números de homicídios, latrocínios e mortes por intervenção policial.

A taxa do Amapá foi de 50,6 mortes violentas a cada 100 mil habitantes, mais que o dobro da média nacional, que é de 23,4 mortes a cada 100 mil. As taxas foram calculados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a partir de dados de 2022 fornecidos pelos governos estaduais.

Ataques do Sindicato do Crime

Outro estado que se destacou na quantidade de operações da Polícia Federal contra facções foi o Rio Grande do Norte, que tem uma facção própria batizada de Sindicato do Crime.

O estado do nordeste brasileiro viveu uma onda de ataques, de autoria do Sindicato, em março do ano passado.

Criminosos realizaram atentados incendiários e atacaram bases da Polícia Militar na capital Natal (RN) e em cidades do interior. As ordens para o ataque teriam partido de dentro do sistema prisional do estado.


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