Trilogia da Segurança Parte II: 'Errar é humano, mas persistir é burrice'
- Por Dr. Cleio Diniz
- 17 Nov 2014
- 09:40h
(Foto: Laércio de Morais | Brumado Urgente)
Juntamente como o dito popular “o pior cego é aquele que não quer enxergar”, ambos os ditados provem da sabedoria popular, e como tantos outros são frutos e refletem resultados reiterados de situações vividas, todavia se enquadram perfeitamente como espelho das ações adotadas na questão de segurança.
Após mais de 40 anos de pesquisa, o professor e psicólogo Stanton Samenow concluiu que “a decisão de cometer crimes pouco tem a ver com a pobreza e as condições de vida em que eles (bandidos) se encontravam” (Veja, ed. 2346. 06 de novembro de 2013. Pg 19). Esta conclusão desmitifica a tese usada hipocritamente por aqueles que buscam uma desculpa para justificar atos criminosos. A verdade é que pobreza e crime não são sinônimos, aliás, os maiores crimes são cometidos nas castas mais elevadas.
Em pesquisa realizada para produção de minha tese de monografia de faculdade intitulada “Fins da Pena” pude perceber que o meio influência, mas não origina a criminalidade. Por ser de amplo aspecto a celeuma da segurança, vamos simplificar e abordar a posição do estado e das entidades envolvidas traçando um paralelo de modo a criar uma transparência e melhor entendimento através de dois exemplos reais.
O primeiro e mais recente, o ataque ao Parlamento Canadense, onde um dos criminosos foi morto por um policial. Este Policial foi recebido como herói em sessão especial, condecorado e aplaudido de pé.
No Brasil, mais precisamente na cidade de São Paulo, a Rota (polícia especializada similar a CAESG) após denúncia descobriu um “tribunal do crime”, o qual estava em funcionamento. Foi recebida a tiros de fuzil, e no confronto alguns bandidos foram mortos, todos com extensa lista de passagem pelos mais diversos crimes, sendo alguns considerados de alta periculosidade. Na operação foi encontrado armamento proibido e drogas. Os policiais foram afastados e processados. Como esperar que uma pessoa que é forçado, devido ao baixo salário, a morar com sua família ao lado da criminalidade e em um determinado momento vista um uniforme e se transforme, mas sabendo que se houver ato de heroísmo será processado.
Ora, qual será o meio, o modo mais correto de incentivar um combatente do crime, um funcionário a agir corretamente? Fala-se muito em punir o policial que não agir com probidade e lisura, mas não se fala em reconhecer e bonificar aquele que age com presteza. Em ambos os casos qual será aquele que surtira maior resultado?
Estamos vivendo a política do “achometro” onde as decisões são tomadas sem um estudo de resultado, mas apenas calcada em interesses, onde se aborda apenas a parte que lhe é benéfica para supostamente divulgar e conduzir um resultado.
Um povo sem educação não questiona. Um povo sem saúde é dependente. Um povo sem segurança tem medo. Este tripé torna-se o objeto do desejo de todo governo que se distância de seus propósitos para com os interesses da sociedade. Não se trata mais de incompetência, mas de acordar.