Ararinha azul de lear: espécie agora tem como ameaça a energia eólica

  • Levi Vasconcelos
  • 03 Ago 2021
  • 14:14h

Foto: Lourinho Reis

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) protagonizou notícia nacional ao anunciar que repatriou da Alemanha 52 indívíduos da ararinha azul, espécie quase extinta. Como, se na região de Euclides da Cunha o mesmo ICMBio cuidada da ararinha?

Isso gerou a pergunta aí do estudante Vitor Vieira, da Pituba, Salvador. Simples, amigo: a ararinha repatriada é a chamada ararinha azul pink, típica de Curaçá. Já em Euclides da Cunha é a ararinha azul de lear, essa bem vigiada, mas também ameaçada.

O ICMBio também está lá, mas quem vigia é a Associação Jardins Ararinha Azul de Lear. Marlene de Souza Alves, integrante, conta que lá hoje há dois mil indivíduos. 40 anos atrás, quando o movimento começou, eram apenas 40.

Nova guerra

A ararinha azul de lear foi descoberta em 1856, mas a área de ocorrência só em 1978. É ali, entre Euclides da Cunha e Canudos, passando sobre o açude de Cocorobó, terras do beato Antonio Conselheiro, palco da Guerra de Canudos.

Este cenário, caatinga pura, está de frente com um invasor que ameaça a ararinha de lear. A empresa francesa Voltalia está em vias de instalar um parque eólico. Marlene diz que a situação é muito delicada.

— Vem uma empresa dessa para o sertão, gera empregos numa área extremamente carente. Fica difícil fazer entender que a nossa ararinha de lear tem o direito de viver.

Enfim, o pedaço já tem dono.


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