A Covid matou o forró de 2020 e a folia de 2021. O inferno que isso dá está aí

  • Levi Vasconcelos
  • 14 Fev 2021
  • 09:38h

Foto: ONG Rio da Paz/Fotos Públicas

É certo e carimbado que a pandemia da Covid causa dores e horrores desde que se instalou, ainda agora também. São quase 230 mil mortes. Está matando também, e muito, o ganha pão de muita gente, especialmente o pessoal do entretenimento, que protesta, com razão, mas sem futuro certo.

Muitos dos artistas baianos, do axé ao forró, coçam o bolso para socorrer auxiliares que se viram sem ter o que fazer. O cancelamento do Carnaval tirou R$ 2 bilhões da praça. O São João quase isso. E Rui Costa já disse: São João 2021 só com a maioria da população vacinada. Mas o mesmo Rui Costa diz não acreditar que jovens e adolescentes sejam vacinados ainda este ano.

Sem saída

Desde que a Covid se instalou, a guerra entre salvar vidas ou CNPJs está acirrada. Num primeiro momento, as vidas prevaleceram. Na sequência, deu como diz o professor Roberto Badaró: ‘O povo cansou da Covid, mas a Covid não cansou do povo’.

Óbvio que a segunda onda foi turbinada pela campanha eleitoral. E também pela dobrada do ano. Mas daí embalou. Nunca a guerra entre vidas e CNPJs se aguçou tanto, e parece que os CNPJs estão falando mais alto, ainda mais com a vacina vindo – devagar, mas vindo.

Ninguém aguenta mais. Na Lavagem do Bonfim, manda a tradição, ‘quem tem fé vai a pé’, mas este ano foi ‘quem tem fé fica em casa’. Ou o amigo agradecer a ausência de outro numa festa após saber que ele estava com Covid.

No tempero, falecidos e falidos. Não perca o foco, esse é um tempo de aflição.


Comentários

    Nenhum comentário, seja o primeiro a enviar.