Prefeito de Caculé contraria próprio decreto e acende fogueira e sofre 'bombardeio' de críticas

  • Informe Cidade
  • 27 Jun 2020
  • 09:46h

Prefeito contraria o próprio Decreto e acende fogueira na noite de São João. A postagem foi feita em sua rede social às 23:28 horas do dia 23 de junho. Foto: Reprodução/Facebook.

Em pleno período de festas juninas, o prefeito de Caculé, José Roberto Neves, do Democratas, decidiu proibir a venda de fogos de artifício, bem como a concessão de alvarás para as barracas que comercializem o produto. O Decreto 1.573 que estabelece as imposições foi publicado na terça-feira (23). De acordo com o documento, a proibição passa a valer a partir das 00:00 horas do dia 23 de junho de 2020 e permanecerá enquanto durar a situação de calamidade pública.

Além da venda de fogos, o Decreto também proíbe:
- conceder alvará para barracas que comercializem fogos de artifício;
- acender fogueiras em espaços públicos e privados;
- queimar ou soltar fogos de artifício em espaços públicos e privados.

O prefeito também determinou a suspensão dos alvarás que foram concedidos antes da publicação do Decreto.O Decreto leva em consideração a recomendação do Ministério Público do Estado da Bahia sobre medidas temporárias de prevenção e combate à pandemia do coronavírus. Entre as considerações do documento, está a de que a tradição junina de acender fogueira e queimar fogos de artifício naturalmente provoca aglomerações, comprometendo a eficácia do isolamento social, além de elevar os riscos de doenças e problemas respiratórios. 

Mesmo com o cancelamento dos eventos oficias de São João, ambulantes já comemoravam aumento de 20% nas vendas de fogos de artifício em comparação a 2019. Foto: Aloísio Costa.

A proibição, “feita nas coxas”, contrariou dezenas de barraqueiros que tradicionalmente comercializam fogos de artifício na cidade nesta época do ano. Para eles, a medida deveria ter sido tomada com antecedência. “Agora, que já compramos a mercadoria e precisamos vender os produtos o prefeito diz que está proibido? Acho isso um absurdo e uma falta de respeito. Já não basta esse crise que estamos passando e vamos ter que arcar com mais esse prejuízo?” Questiona um ambulante. Outro vendedor de fogos desabafou: “Pra que aglomeração maior do que a que estamos vendo nos comércios e até mesmo nas feiras-livres? A cidade está cheia e a prefeitura não tem como controlar isso. Não é uma reunião familiar, em casa, com uma fogueira acesa, que vai comprometer o combate ao coronavírus.”

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