PF ouve porteiro que envolveu o nome do presidente Bolsonaro no caso Marielle Franco

  • G1
  • 20 Nov 2019
  • 16:10h

(Foto: Reprodução)

O porteiro do condomínio onde a família Bolsonaro tem casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, prestou depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira (19). A informação foi publicada pelo jornal O Globo, na coluna do jornalista Ancelmo Gois. Foi o porteiro que envolveu o nome do presidente Jair Bolsonaro no inquérito que investiga o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, como revelou o Jornal Nacional. A PF entrou no caso após pedido do ministro Sérgio Moro, que foi acionado pelo presidente, feito à Procuradoria-Geral da República. O objetivo é apurar se houve obstrução de Justiça ou falso testemunho por parte do porteiro contra o presidente. O teor do depoimento não foi divulgado e o G1 não localizou a defesa do porteiro. À Polícia Civil, o funcionário do condomínio relatou que o ex-PM Élcio Queiroz disse que iria à casa do presidente e não à casa de Ronnie Lessa horas antes do assassinato da parlamentar e seu motorista no dia 14 de março de 2018. Élcio e Ronnie são os únicos presos pelo duplo assassinato. Como o nome de Bolsonaro foi citado, a lei obriga que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise a situação. Com isso, a investigação em curso no Rio de Janeiro poderia ser transferida para a Polícia Federal Na declaração feita à Polícia Civil, o porteiro disse que Élcio se apresentou na portaria dizendo que iria à casa 58, de Jair Bolsonaro, e anotou o número no livro de registros do condomínio. Afirmou ainda que identificou a voz de quem autorizou a entrada como sendo a do "Seu Jair". Mas o Jornal Nacional mostrou em reportagem de 29 de outubro que registros da Câmara dos Deputados apontam que o então parlamentar Jair Bolsonaro estava em Brasília. No dia 30 de outubro, Carlos Bolsonaro divulgou em rede social o áudio do condomínio em que um porteiro fala com Ronnie e este autoriza a entrada de Élcio. A gravação foi periciada pelo Ministério Público Estadual (MPE), que concluiu que o porteiro que depôs à polícia pode ter mentido, esquecido ou se equivocado. O pedido de perícia foi protocolado às 13h05 do dia 30. E a entrevista coletiva com o resultado da perícia começou menos de duas horas depois, às 15h30. Dias depois, o colunista Lauro Jardim, do jornal "O Globo", publicou a notícia de que o áudio apresentado pelo filho do presidente não é do mesmo porteiro que prestou o depoimento. A informação foi confirmada em reportagem da revista "Veja".


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