Joice Hasselmann diz que Planalto pressionou deputados para tentar dar 'golpe' no PSL

  • G1
  • 21 Out 2019
  • 09:09h

Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmou neste domingo (20) que o Palácio do Planalto pressionou deputados para tentar dar um "golpe" no PSL, partido ao qual o presidente Jair Bolsonaro é filiado. Joice Hasselmann deu a declaração ao fazer uma transmissão ao vivo em uma rede social. Procurada, a assessoria da Presidência da República informou que não comentará o caso. Na semana passada, Bolsonaro retirou Joice Hasselmann da função de líder do governo no Congresso Nacional. A deputada deixou o posto após ter assinado uma lista de apoio ao deputado Delegado Waldir (PSL-GO) para a liderança do PSL. Um áudio revelou a articulação de Bolsonaro para tentar colocar o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no posto. "Algumas pessoas, eu sinto muito, foram pressionadas e não conseguiram aguentar a pressão. Porque quando alguém do palácio liga ou o próprio presidente liga [...], é obvio que muita gente foi pressionada para tentar dar um golpe no partido, o partido que é o maior da Câmara, e que o presidente precisa desse partido", afirmou Joice Hasselmann. "O presidente foi induzido ao erro por um grupo de pessoas que realmente está muito preocupado com o fundo partidário, muito preocupado com essas coisinhas que não são tão nobres. E acabou que o presidente caiu nessa baita enrascada, acabou usando o próprio Palácio do Planalto, a estrutura do palácio, para ligar para um ou outro parlamentar, chamar lá e tentar fazer o Eduardo Bolsonaro líder. Seria o presente de Dia das Crianças do Eduardo Bolsonaro", acrescentou. Para a agora ex-líder do governo, o que aconteceu foi "absolutamente irregular, absolutamente imoral". Joice Hasselmann disse ainda que, se não puder divergir de Bolsonaro, estará em uma "ditadura". "Se eu como deputada não tenho o direito de divergir, seja de quem for, inclusive do presidente, não vivo na democracia, aí é ditadura, não é democracia. Na democracia, podemos divergir. [...] As pessoas não podem ser perseguidas, achacadas ou ameaçadas porque divergem. Não é assim, não é assim", completou.

 


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