Aprovação da Base Curricular do ensino médio leva desafio a estados

  • 05 Dez 2018
  • 15:08h

Foto: Reprodução/RBS TV

Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio, aprovada na terça-feira (4), vai mudar até 2022 a forma como o conteúdo é trabalhado nas salas de aula na última etapa da educação básica e vaiinfluenciar até o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Entre críticas, alertas e expectativa, sete especialistas ouvidos pelo G1 listam pontos positivos e negativos do documento.

  • Proposta é vaga e só detalha o que será ensinado em português e matemática, diz Cesar Callegari, sociologo, ex-presidente do conselho da BNCC do CNE
  • Itinerários formativos (que são a parte específica de escolha do aluno), não foram tratados, afirma Chico Soares, conselheiro do CNE
  • Impacto virá com a reelaboração dos currículos nas redes estaduais e municipais, diz Eduardo Deschamps, presidente da comissão da BNCC
  • Base engessa práticas pedagógicas e fere a autonomia profissional dos professores, diz Fernando Cássio, professor da UFABC e pesquisador
  • Organização da base focada em competências tira a centralidade do conhecimento, afirma Monica Ribeiro da Silva, professora da UFPR e porta-voz do Movimento Nacional em Defesa do Ensino Médio
  • Estados têm uma tarefa muito importante que é produzir os currículos estaduais, diz Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos pela Educação

Antes da BNCC, o Brasil não tinha um currículo nacional obrigatório e as únicas disciplinas listadas por lei nos três anos do ensino médio eram português, matemática, artes, educação física, filosofia e sociologia. Agora, só português e matemática são obrigatórias em todo a etapa e os demais conteúdos vão aparecer em 'itinerários formativos' e os currículos deverão ser definidos pelos estados. Nesta quarta (5), o Conselho Nacional de Educação (CNE) divulgou a íntegra do documento, que ainda está sob revisão e deverá ser submetido ao Ministério da Educação para ser homologado. Segundo o MEC, ainda não há data para esta homologação.A previsão é que as mudanças previstas na base estejam em vigor no início do ano letivo de 2022.


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