Artigo Opinião: Segurança Pública. Onde vai dar esse caminho?

  • Dr. Cleio Diniz
  • 31 Out 2013
  • 09:37h

Dr. Cleio Diniz é articulista do Brumado Urgente

Uma coisa é certa, somente o tempo, através da história demonstra irrefutavelmente o resultado das decisões tomadas. No caso em questão, a segurança pública e as soluções adotadas pela gestão pública tem se mostrado cada dia mais distante da necessidade e anseio da sociedade prevalecendo no resultado a criminalidade em detrimento da tranquilidade da sociedade. Em fevereiro de 2001, a Revista Veja (Editora Abril, edição 1686, pg 86/93) publicou uma matéria onde o título de capa era “Impunidade – Livres Para Matar”. Uma síntese da matéria vinha estampada na capa, sendo o resultado de uma pesquisa alarmante, mas que pelo visto não foi levada a sério, nem pelas autoridades, nem pela população. Dizia a pesquisa que:” De cada 100 assassinos, ladrões e estupradores,  a polícia prende 24, a justiça condena 5 e só um cumpre a pena até o fim”. No interior da revista, a matéria abria com o título: “Somos todos reféns”. Tal resultado por si só é um incentivo a criminalidade e um desespero para o cidadão, direcionando o foco da questão para um futuro sombrio. 12 anos se passaram e verificamos que a política adotada para a segurança pública não surtiu o efeito esperado, certo é que a questão da segurança pública tem se agravado. Podemos estender este cenário a outras searas da criminalidade que não sejam aqueles dotados da violência física, mas que na onda da impunidade são incentivados. Apesar de acenar com a máxima de que o crime compensa ainda nos respaldamos nos valores morais e familiares profundamente enraizados, todavia tais conceitos diariamente confrontados com a inversão de importância e conquista onde se valora a lei de Gerson, ou seja, o princípio do mais esperto se sobrepõe ao princípio da retidão. O grande Rui Barbosa, em uma de suas celebres frases lecionou que "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." Perante o resultado divulgado pela revista veja, e pelo quadro que atualmente vivemos, nos é permitido acreditar que o mestre Rui Barbosa era um visionário, um vidente. Certo é, que o caminho que trilhamos não nos conduzira ao objeto tão cobiçado – A Segurança e Tranquilidade de outrora.


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