46% das vagas do Fies de 2016 estão ociosas, diz levantamento do Semesp

  • 24 Mar 2016
  • 18:03h

(Foto: Reprodução)

Quase metade (46%) das 250 mil vagas disponibilizadas pelo Financiamento Estudantil (Fies) neste primeiro semestre de 2016 não foram preenchidas, segundo levantamento amostral feito pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp) com 70 associados. O Ministério da Educação (MEC) informou que o processo seletivo do Fies ainda está em curso, por isso não é possível quantificar o número de vagas que resultaram em contratos de financiamento ou não. Ainda, de acordo com o ministério, o final do processo se dará no dia 30 de junho e que são adotadas estratégias para ocupação de eventuais vagas remanescentes.

De acordo com os dados do Semesp, entre os 20 cursos com maior percentual de sobra de vagas, oito são da área de licenciatura: geografia, filosofia, física, biologia, matemática, letras, química e artes visuais. Além dos cursos de licenciatura, outros nove tecnólogos (curta duração) estão os que apresentaram baixa procura via Fies, segundo o levantamento do Semesp. Entre eles: gestão portuária, negócios imobiliários, petróleo e gás, sistemas para internet, design de moda, gestão comercial, fotografia e hotelaria. Engenharia de telecomunicações, secretariado e teologia são os outros três cursos disponíveis para serem financiados pelo Fies que não apresentaram interesse, ainda de acordo com o levantamento do Semesp.,Para o diretor executivo do sindicato, Rodrigo Capelato, este é um dos reflexos do endurecimento das regras do Fies. Desde o ano passado, para contratar o financiamento, o estudante tem ter feito média de 450 pontos no Enem, ter nota acima de zero na redação, além de renda per capita de, no máximo, 2,5 salários mínimos. A restrição de renda é um problema. Não faz sentido o aluno ter 100% de bolsa pelo Prouni, se possui renda percapita de 1,5 salário. E no Fies, que ele tem de pagar, só consegue 100% de financiamento se tiver renda percapita de 0,5 salário”, afirma. O MEC rebate a afirmação: "o Fies continua abrangente, tendo em vista o percentual de famílias brasileiras que estão nesse limite de renda", informa o ministério. Outro impeditivo, na visão de Capelato, é a estratégia do governo de priorizar cursos com pouca demanda. “Não adianta forçar a oferta. Há vagas sobrando. Precisa haver um direcionamento dos cursos estratégicos e mais vagas para os cursos mais procurados.”


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