Zika pode ter chegado ao Brasil na Copa de 2014

  • 12 Jan 2016
  • 19:33h

(Foto: Reprodução)

Transmitido também pelo Aedes aegypti, pode-se dizer que o Zika é um vírus “primo” da dengue, mas com consequências menores. Febre, dores no corpo e náuseas são alguns dos sintomas apresentados por esse vírus e os médicos têm dificuldade em diferenciá-lo da dengue ou do chikungunya. Hoje, porém, sabe-se que o zika vírus pode ter uma consequência grave em gestantes, por causar microcefalia no bebê. Segundo Carolina Cipriano, infectologista do Hospital Badim, no Rio de Janeiro, uma das hipóteses é que a zika tenha chegado ao Brasil durante a Copa do Mundo de 2014. A zika se manifesta com uma febre mais baixa do que a dengue, mas em muitos casos, além da dor no corpo comum, causa conjuntivite e irritação na pele. No entanto, ela não causa queda de plaquetas como na dengue, portanto não há risco de hemorragias.

 

Em tese, o paciente que contrair a zika poderia ser tratado com medicamentos comuns que são proibidos nos casos de dengue, como o caso do ácido acetilsalicílico (AAS). Os médicos, no entanto, não permitem, já que o exame que detecta qual tipo de vírus contaminou o doente só fica pronto em 12 dias, e até esse resultado sair não é possível saber se é dengue, chikungunya ou zika. Se o enfermo usar o AAS e não for zika, e sim dengue, o risco de complicações é muito alto, já que o remédio pode causar sangramentos. Logo, o AAS continua proibido em todos os casos. Os laboratórios comuns, no entanto, não têm infraestrutura para detectar a zika. Atualmente, segundo o infectologista do Hospital 9 de Julho, Antônio Pignatari, os exames são feitos nos laboratórios do Instituto Adolfo Lutz e Fiocruz.

De onde a zika veio

A zika foi relatada pela primeira vez na África, na floresta Zika, em Uganda - daí o nome. Os macacos rhesus estavam infectados, diz Pignatari. “Ele foi isolado na década de 40, e é muito parecido com o vírus da dengue”, conta. “Agora, podemos ter os três circulando no Brasil”. Em tese, quem é contaminado uma vez desenvolve imunidade contra o vírus. Pignatari faz uma ressalva: por ser um vírus ainda não muito estudado, não se sabe se há outras variações dele, o que dificultaria a fabricação de uma vacina e faria uma pessoa ser contaminada mais de uma vez.


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