Líder do Candomblé brumadense reage com indignação a declarações de pastor em Cruzada Evangélica

• Daniel Simurro | Brumado Urgente
• 26 Mai 2014
• 09:36h

(Imagem Ilustrativa)

A liberdade religiosa no Brasil para muitos é tida como uma das mais evoluídas do mundo, aonde o pluralismo de crenças vem sendo respeitado pelas mais diversas lideranças, mostrando que o Ecumenismo é uma forte tendência da sociedade atual. Dentro deste contexto, em que membros de diferentes denominações religiosas viveriam de forma harmoniosa, não poderia deixar de existir as correntes mais fundamentalistas, que pregam de forma veemente o sectarismo, querendo impor a “ferro e fogo” a sua “verdade”. Em um mundo globalizado, onde a miscigenação sociocultural é cada vez mais intensa, esse tipo de comportamento sempre faz com que o “gatilho da intolerância” seja disparado, provocando ânimos alterados e reverberações mais contundentes. Brumado teria vivenciado uma situação dessas na noite deste domingo (25), segundo o babalorixá Dionata de Xangô, conhecido também como "guru das estrelas", que se sentiu “ofendido” com supostas palavras proferidas por um pastor durante uma Cruzada Evangélica que estava acontecendo na Praça Coronel Zeca Leite. Em seu perfil numa rede social ele citou que “agora, vejam só, teve um congresso evangélico hoje aqui em Brumado na praça da prefeitura, onde um pastor proferiu palavras desrespeitosas onde ele teria dito que não era necessário galinha preta, cachaça e nem despacho”. Ainda segundo o líder candomblecista o pastor teria dito que todos os terreiros de candomblé da cidade teriam que ser fechados, o que gerou uma forte indignação nos membros dessa corrente religiosa que militam em Brumado. Dionata de Xangô ainda argumentou que “a que ponto chega a ousadia de alguns evangélicos, que vivem em prol de querer pregar verdades absolutas, usando o nome de outras denominações religiosas. Pastor acho que você deve aprender em primeiro lugar respeitar a religião do próximo. Acorda viu, as pessoas hoje são esclarecidas, vai pensando que o povo e inocente”. E conclui de forma taxativa ao declarar que “a intolerância é uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças em crenças e opiniões".