Abandonado pelo PT e sob humilhação de ser um senador preso, Delcídio vira 'homem-bomba'

  • 29 Nov 2015
  • 07:24h

Segundo especialistas políticos e fontes internas nos bastidores, partido cometeu um erro grave ao isolá-lo. Delcídio do Amaral já é apontado como a “principal testemunha” da Lava-Jato. (Foto: Reprodu

Para entender a magnitude da prisão, na semana passada, de Delcídio do Amaral, senador petista e líder do governo, é preciso até um pouco de imaginação. Pois imaginemos que nenhum empresário preso na Operação Lava-Jato tivesse até hoje quebrado o silêncio nas delações premiadas – ou que nenhum político estivesse na lista que a Procuradoria-Geral da República mandou para o Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo no cenário irreal acima, a prisão de Delcídio e a possibilidade de ele recorrer à delação premiada – uma vez que foi abandonado pelo PT, ignorado por Dilma e ofendido por Lula – terão consequências devastadoras para a estabilidade do já cambaleante regime lulopetista. Delcídio do Amaral testemunhou os momentos mais dramáticos dos escândalos do governo do ex-­presidente. Viveu e participou desses mesmos momentos no governo Dilma. Delcídio não é uma testemunha. Ele é “a” testemunha – e a melhor oportunidade oferecida à Justiça até agora de elucidar cada ação da entidade criminosa que, nas palavras do ministro Celso de Mello, decano do STF, “se instalou no coração da administração pública”.