Polícia busca imagens de câmeras para identificar homem que estuprou médica; hospital lamenta

  • 30 Nov 1999
  • 00:00h

Entrada do Wellpark do Hospital São Rafael, onde a vítima trabalha. Controle só para entrada de veículos (Foto: Evandro Veiga)

Uma médica de 32 anos do Hospital São Rafael foi estuprada após ter sido sequestrada na saída do trabalho, no início da noite de sexta. Segundo informações da 10ª Delegacia Territorial (Pau da Lima), que cuida da investigação, a médica foi abordada dentro do estacionamento Wellpark em frente à unidade médica. O criminoso foi descrito pela vítima como um homem negro, que trajava jaleco, calça jeans e camisa social e tinha cerca de 1,70m de altura.


A médica foi levada no seu próprio veículo, um Honda Civic prata, até o bairro de Águas Claras. Lá, o bandido a forçaria a efetuar saques em uma agência do Banco do Brasil, mas encontrou o local fechado. Ele então dirigiu até um matagal no bairro, estuprou a médica e fugiu com o veículo.  A vítima foi abordada por volta das 18h40, segundo o boletim de ocorrência registrado às 23h08 do mesmo dia. Ela foi encaminhada ao Departamento de Polícia Técnica (DPT), na Centenário, para realizar exames de corpo delito.


Em nota, o Hospital São Rafael (HSR) lamentou o ocorrido e informou que está apoiando a vítima e acompanhando o caso. “Ressaltamos que o fato se deu fora das dependências do HSR, em estacionamento administrado pela empresa Wellpark”. A vítima é casada e tem um filho recém-nascido, segundo seu perfil em uma rede social. 


O delegado José Clodoaldo Lima informou que a investigação começou ontem, mas ninguém foi preso ainda. “A vítima está bem e foi ouvida também na Polinter”, disse. No estacionamento, ninguém quis comentar o ocorrido. Também não foram localizados responsáveis no escritório que administra o empreendimento. Uma gerente do Wellpark também foi contatada por telefone, mas não atendeu às ligações.


Segundo o delegado José Clodoaldo Lima, um representante da empresa esteve na delegacia apenas para buscar uma cópia da ocorrência policial. “A empresa deve ser ouvida e agentes do serviço de investigação estão buscando imagens de câmeras de segurança”, assegurou. 


No local, é visível que o controle de acesso é feito apenas para os veículos. O acesso de pedestre fica antes da guarita e das câmeras de segurança visíveis. Funcionários do hospital temem a violência no bairro. 


“É mais difícil sair em bando por causa dos horários de plantão que são diferentes. Eu saio sozinha, às vezes, e fico com medo, por isso procuro deixar o carro o mais próximo da guarita do Wellpark”, relata uma funcionária que preferiu não se identificar. “Eu pago R$ 180 por mês pelo estacionamento em horário comercial, tem gente que paga mais de R$ 300 e é um absurdo acontecer coisas como essas lá dentro”, disse outro frequentador.


O advogado Cristiano Porffidio, especialista em Direito Cível e Trabalhista, lembra que os estacionamentos privados são responsáveis pela segurança dos clientes dentro do estabelecimento. “Se você paga para usar esse serviço, e nós sabemos como esses serviços são caros, é por querer segurança. É um caso grave e cabe indenização por danos morais, os estacionamentos precisam preservar a segurança do veículo, mas não só, também dos clientes”, analisa.