Brasil tem investimento em educação inferior a países da OCDE, diz relatório

  • Bahia Notícias
  • 13 Set 2023
  • 19:17h

Foto: Sumaia Vilela / Agência Brasil

O relatório "Education at a Glance 2023", divulgado nesta terça-feira (12), apontou que o Brasil investe menos em educação do que países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O estudo mostrou dados da educação dos países membros do grupo e de países parceiros, a exemplo do Brasil.

Segundo o relatório, o Brasil investiu durante 2020 US$ 4.306 por estudante, o que equivale a aproximadamente R$ 21, 5 mil. Já os países da OCDE investiram, em média, US$ 11.560 equivalente a R$ 57,8 mil. Os recursos fazem referência aos investimentos realizados desde o fundamental até a educação superior.

Os recursos e valores no Brasil foram inferiores entre 2019 e 2020. Em média, na OCDE, os investimentos dos governos com a educação cresceram 2,1% entre 2019 e 2020, a um ritmo mais lento do que a despesa total do governo em comparação aos serviços, que cresceram 9,5%. 

 

No Brasil, o recurso total do governo com educação diminuiu 10,5%, já o gasto com todos os serviços foi superior a 8,9%. Na pesquisa da OCDE, isso pode ter ocorrido devido à pandemia de covid-19.  

 

“O financiamento adequado é uma condição prévia para proporcionar uma educação de alta qualidade”, aponta o relatório. 

 

A maioria das nações da OCDE investem entre 3% e 4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) no ensino fundamental e médio, chegando a menos 5% do PIB na Colômbia e em Israel. A porcentagem de investimento brasileira não chega a constar nesta edição do relatório.  

 

“O investimento na educação como percentagem do PIB é uma medida da prioridade que os países atribuem à educação, mas não reflete os recursos disponíveis nos sistemas educativos, uma vez que os níveis do PIB variam entre países”, diz o documento. 

 

A  Colômbia, o México e a Turquia, por exemplo, gastam anualmente menos de US$ 5 mil por estudante, ou R$ 25 mil, enquanto Luxemburgo gasta quase US$ 25 mil, ou R$ 125 mil. Existem também variações significativas nas despesas por estudante segundo a etapa de ensino.  

 

Por lei, de acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), o Brasil deveria investir ao menos 10% do PIB no setor de educação até 2024. Segundo o último relatório de monitoramento da lei, produzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2022, o investimento brasileiro em educação chegava a 5,5% do PIB, e o investimento público em educação pública, a 5% do PIB, 

 

“Bem distantes das metas estabelecidas no PNE. Esses resultados apontam para uma grande dificuldade dos entes em aumentar o orçamento destinado à educação”, diz o texto do Inep.