Cúpula da República teve 1 mulher a cada 16 homens após ditadura

  • FolhaPress
  • 08 Mar 2023
  • 08:00h

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Em quase 40 anos de redemocratização no Brasil, a cúpula da República contou com 66 homens e só 4 mulheres —uma proporção de 16,5 para 1— e continua até hoje comandada majoritariamente pelo sexo masculino.

 

 

No período, só Dilma Rousseff (PT) foi eleita presidente, enquanto sete homens passaram pelo comando do Poder Executivo. Ela foi destituída em 2016, após sofrer um processo de impeachment mais de dois anos antes do fim de seu segundo mandato. 

Legislativo nunca teve desde a redemocratização uma mulher como presidente da Câmara ou do Senado —foram 18 e 15 homens ocupantes do posto, respectivamente, nesse período.

 

 

No Poder Judiciário, só três mulheres (ante 26 homens) se tornaram ministras do STF (Supremo Tribunal Federal): Ellen Gracie, Cármen Lúcia e Rosa Weber. As nomeações ocorreram entre 2001 e 2011.

 

 

As duas últimas seguem na corte. Rosa preside o tribunal de 11 ministros e destoa da predominância masculina na corte e nos demais Poderes, sob comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e do deputado federal Arthur Lira (PP-AL).

 

 

Até em cargos abaixo da cúpula do Executivo, Legislativo e Judiciário, a sub-representatividade feminina se mantém. No Congresso, o cenário repete 1985, quando as duas Casas elegeram só uma mulher para cargo de comando nas mesas diretoras: Eunice Michiles —a primeira senadora do país— foi indicada para a quarta secretaria do Senado.