Fundão de R$ 4 bilhões, uma história de melancólico final

  • Levi Vasconcelos
  • 29 Jul 2021
  • 16:54h

(Imagem Ilustrativa)

Ano passado, 19.342 pessoas se candidataram a prefeito nos 5.560 municípios brasileiros, e 517.802 disputaram mandatos de vereador. Foi a estreia do Fundo Eleitoral, com R$ 1,7 bilhão. Se repartido equitativamente, daria pouco mais de R$ 3,16 para cada.

Óbvio que as eleições federais e estaduais têm bem menos candidatos. Em 2018 foram 14 candidatos a presidente, 202 a governador, 357 a senador, 8.588 a deputado federal e 18.922 a estadual. Total de 28.083 candidatos.

Se rateados os R$ 4 bilhões que Bolsonaro está prometendo aprovar, a coisa muda radicalmente: dá R$ 142,4 mil para cada.

Final previsto

Claro que a partilha equitativa é hipotética. Em 2018, partidos direcionaram mais ou menos recursos conforme a quem interessava. Se o Fundão for aprovador como diz Bolsonaro, os R$ 4 bilhões, é evidente que os partidos, com todos os seus defeitos, estarão empoderados.

Diz-se que em eleição federal os universos são mais abrangentes, daí a necessidade de mais dinheiro. Mas sem as coligações, os deputados com mandato estarão bem mais fortes que a concorrência.

E é aí que está o xis da questão: Bolsonaro ameaçou vetar o Fundão, inicialmente proposto em R$ 5,7 bilhões, e perguntamos se ele ia aguentar. Não aguentou. Promete um abatimento, baixando para R$ 4 bilhões.

O epílogo do caso já é conhecido: a gente morre no fim. É dinheiro nosso.