OCDE: taxar herança é ‘imposto certo no momento certo’

  • Redação
  • 11 Mai 2021
  • 09:46h

Entidade diz que medida pode reduzir desigualdade com menos custos e distorções que imposto sobre fortunas | ECONOMIA Publicado em 11/05/2021 às 09h00. OCDE: taxar herança é ‘imposto certo no momento certo’ Entidade diz que medida pode reduzir desigualdad

Chefe de políticas tributárias e estatística da ODCE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), David Bradbury disse que taxar herança é “o imposto certo na hora certa” para o período pós-pandemia de Covid-19.

A entidade divulgou nesta terça (11) um relatório em que analisa esse tributo em 24 de seus 37 membros e faz recomendação para melhorar seus desenhos e elevar sua arrecadação. É “o imposto certo”, segundo a OCDE, porque trabalhos empíricos mostram que ele tem custos menores de implantação e provoca menos distorções que os tributos sobre fortunas —que já foi abandonado na maioria dos países que o implantaram, mas voltou à discussão com a necessidade de financiar a retomada pós-Covid-19.

“Os números mostram que são os mais ricos os que mais se beneficiam de patrimônio herdado e que a concentração de riqueza tem crescido nas mãos do 1% e dos 10% mais ricos, criando um círculo vicioso”, acrescentou o diretor do Centro de Políticas Tributárias da OCDE, Pascal Saint-Amans.

Apesar de acharem a tributação de heranças como uma política socialmente justa, os especialistas da OCDE dizem que a economia política de sua implantação é difícil, porque ele é um dos impostos mais impopulares, principalmente entre a classe média, segundo informações da Folha de S.Paulo. “Existe um mito de que os ricos conseguem escapar do imposto e quem paga a conta é a classe média”, disse o diretor.