E eis que a pandemia escancara a imoralidade, de políticos e outras
- Levi Vasconcelos
- 05 Abr 2021
- 18:16h
Política não é a atividade mais descarada, é a mais escancarada. Se a representação é assim é porque a sociedade é assim | Imagem Ilustrativa
Não é algo fedorento ver os deputados aumentarem o direito de gastos com saúde em 170% (de R$ 50 mil para R$ 135,4 mil)? A democracia que eles tanto defendem é para isso?
As perguntas aí, do leitor Jean Ventura, da Pituba, Salvador, são oportunas.
Por parte, meu caro. Primeiro, sim. Fede muito, sobretudo quando muitos estão morrendo nas portas dos hospitais com Covid, e mulheres grávidas parindo quase na rua. E nós, não eles, é que queremos democracia para isso, denunciá-los, dizer da indignação coletiva que tais atos causam.
No caso dos deputados, mostra que políticos em geral agem absolutamente na contramão do bom senso, o clássico ‘primeiro o meu, depois o teu’. Deveria ser o inverso.
Lé com cré
Mas dizem que momentos difíceis como a pandemia sempre nos deixam lições. E uma delas é a exposição das fragilidades morais que grande parte da sociedade ostenta.
Aí emergem episódios tristes de todos os cantos. A enfermeira que por desatenção ou má fé fingiu que estava vacinando; os bandidos de arma em punho assaltando postos médicos para carregar vacinas; e, a cereja do bolo da imoralidade, a falsa enfermeira que estava aplicando vacinas falsas para políticos e empresários que pretendiam furar fila via submundo.
Como se vê, caro Jean, só para botar os pingos nos is, política não é a atividade mais descarada, é a mais escancarada. Se a representação é assim é porque a sociedade é assim.