Bolsonaro perde briga contra a ciência. Os sinais são de que ele está muito só
- Levi Vasconcelos
- 24 Mar 2021
- 06:53h
Ontem, enquanto milhares morriam, o presidente tentava salvar a pele do general Eduardo Pazzuelo, que seguiu a cabeça do chefe e deixa o Ministério todo complicado | Foto: Reprodução
Jair Bolsonaro seguiu os passos do amigo Donald Trump na briga contra a Covid, e parece caminhar para ter o mesmo destino político. O documento divulgado por banqueiros, economistas e empresários rogando para que ele corrija o prumo diante da pandemia mostra a imensidão da solidão em que o presidente se encontra, mandando o povo ir para rua e ignorando os mortos.
Um contransenso primário, rústico, atrasado, brigar com a ciência, que, convenhamos, nas circunstâncias atuais, merece o mais profundo do nosso respeito e o mais efusivo dos aplausos, atividade essencialíssima, uma poderosa aliada da vida, a humana no topo.
Gripe espanhola
A gripe espanhola pintou na terra em 1918, 102 anos atrás. Dizem que matou mais de 50 milhões de pessoas. Ressalva importante: na época, os cientistas nem sabiam o que era vírus, algo só identificado em 1930.
A primeira vacina contra a gripe espanhola, a nossa hoje contra o H1N1, só aconteceu em 1940. Os cientistas da atualidade produziram uma vacina em menos de um ano. Ou seja, se o Coronavírus ficasse solto tanto tempo como o H1N1, lógico que o estrago seria maior, porque assassino ele é. Não é a tal gripezinha presidencial…
Veja que ontem, enquanto milhares morriam, o presidente tentava salvar a pele do general Eduardo Pazzuelo, que seguiu a cabeça do chefe e deixa o Ministério todo complicado.
Em suma, fica difícil para Bolsonaro chutar quem merece palmas por salvar vidas.