Brumado: Assombrados pela Covid-19, candidatos temem ser infectados e devem evitar aglomerações

  • Daniel Simurro | Brumado Urgente
  • 02 Out 2020
  • 10:32h

(Fotocomposição: Brumado Urgente)

Nunca a recomendação de não se fazer aglomerações foi tão real, pelo menos para os políticos, já que em plena campanha, tanto aqui como lá na “Terra do Tio Sam”, candidatos acabaram sendo infectados pelo novo coronavírus, que, mesmo não sendo temido como antes, faz com que o isolamento seja irreversível.

Num breve retrospecto, o TSE, por meio do presidente Luís Roberto Barroso, decidiu que o adiamento das eleições municipais para 2021 ou 2022 seria “rasgar a Constituição”, decretando o pleito para o dia 15 de novembro deste ano.

Fazendo um “back in time” um pouco mais alongado, vale lembrar a afirmação do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que declarou que o pico da Covid-19 no Brasil seria em abril e que, muito provavelmente, em agosto tudo já estaria “quase normal”, o que, infelizmente, foi um vaticínio clínico que não se cumpriu, já que a pandemia continua muito ativa, ainda mais em cidades do interior.

Neste contexto pode se conjecturar que o TSE acabou falhando em suas previsões, colocando os candidatos como “presas fáceis” para a infecção, já que as aglomerações em período eleitoral são quase inevitáveis. Um dos casos mais emblemáticos foi do pré-candidato a prefeito de Coaraci, Kadu Castro (PSD), que veio a falecer por complicações da Covid-19.

Trazendo para um enfoque local, outro fato que reforçou essa tendência, foi a convenção promovida pelo PP e PT no auditório do CEEP, na qual, segundo relatos dos próprios convencionais, cerca de 70 pessoas acabaram contraindo o vírus, tanto que nos corredores políticos já circulam comentários como “Corona Convencion”.

Inclusive na referida convenção, ao que tudo indica, o candidato Dr. Geraldo Azevedo, pode ter sido infectado, o qual, inclusive, teve o seu quadro clínico intensificado, tendo que ser internado numa unidade de terapia intensiva em Vitória da Conquista.

Isso acabou assombrando os candidatos, não só os cabeças de chapas, mas também os que irão disputar uma cadeira no Legislativo, que nessas eleições de 2020, provocaram um número recorde de postulantes, tanto que se brinca que “tem mais candidato que eleitor”.

A campanha que já objetivava o ambiente virtual como o palco principal da disputa, parece que irá se cumprir à risca, porque ninguém quer colocar em risco a sua saúde e até a própria vida, já que o número de óbitos pela Covid-19 em Brumado vem aumentando.

Com isso a campanha vai ser um “macarrão sem molho”, já que a graça da disputa são os embates e, principalmente, os comícios e caminhadas que são o verdadeiro termômetro para os eleitores, especialmente os indecisos.

Outra situação que tem que ser pontuada é o grande índice de abstenção que essa eleição de 2020 terá, pois são incontáveis os relatos de eleitores que garantem que não irão comparecer ás urnas, principalmente os mais velhos, já que, segundo eles, o risco do contágio é muito alto, pois as aglomerações seriam inevitáveis e a sanitização dos locais de votação não será feita com toda a eficácia.

Então, com o “Fantasma do Corona” solto pelas ruas, sedento e voraz para infectar os pobres mortais, todo cuidado é pouco, o que vai fazer com que a campanha seja uma das mais frias no âmbito externo e muito “caliente” nas redes sociais, pois os “cards of evil” e as “fake news” vão circular freneticamente, o que deverá provocar uma verdadeira avalanche de ações judiciais, já que a nova legislação condena veementemente está prática nociva.

Em suma, o TSE acabou falhando em realizar o pleito no meio dessa pandemia, tendo como égide a Constituição, só que, lá no Congresso, a reeleição de Maia e Alcolumbre poderá acontecer e, nesse caso, a Constituição onde ficará? Está aí uma boa pergunta que não quer calar.