Conquista: comerciantes relatam grande número de lojas que serão desativadas: “Muitos já entregaram as chaves”
- brf
- 20 Abr 2020
- 17:32h
(Foto: Reprodução)
Na manhã desta segunda-feira (20), a Câmara Municipal de Vitória da Conquista, por meio do presidente Luciano Gomes (PCdoB), e dos vereadores Rodrigo Moreira (PP) e Jorge Bezerra (SD), membros da Comissão Especial de Combate à Covid-19, se reuniu com uma comissão de comerciantes da cidade para buscar uma solução para a questão do comércio local, fechado desde o dia 21 de março, por força do Decreto 20.193 de 2020. O comerciantes solicitam um diálogo com o prefeito Herzem Gusmão e com o Comitê de Gestão de Crise para Enfrentamento da Pandemia Covid-19, sob a alegação de que a resistência do Executivo em ouvir os lojistas pode gerar uma crise econômica de altas proporções; Representando mais de 1.500 lojistas do município, Saulo Bruno de Barros disse que a luta dos comerciantes é para evitar a falência do comércio e principalmente dos pequenos empreendedores. “Eu não estou aqui brigando só por mim, estamos numa luta em favor de todos, em favor da economia local, em favor dos empregados e de todos que dependem do comércio para sobreviver”, disse.
A comerciante Nilzete dos Santos Silva lamentou a sua situação e de outros que não estão conseguindo pagar as contas. “Eu pago aluguel no comércio, pago aluguel de casa. Já perdi tudo uma vez e tive que recomeçar do zero, agora corro o risco de perder o pouco que consegui. Como vou sustentar meus filhos adolescentes, como vou manter os funcionários que tenho?”, questionou, emocionada. Lojista do ramo de confecção, Gilmar Queiroz da Silva disse que o comércio não tem como suportar a crise. Ele listou as inúmeras obrigações dos comerciantes, a exemplo de aluguel, FGTS, INSS, ICMS, férias, IPTU, água, luz e telefone, salários dos funcionários e as próprias contas pessoais. “Essas contas não entraram em quarentena, eu pago R$ 17 mil de aluguel, tenho mais de 15 funcionários. Como vamos sobreviver a isso? Não estamos aqui fazendo política, estamos lutando pela sobrevivência nossa e da nossa cidade”, afirmou, acrescentando que mesmo retornando agora, as perdas já são irreparáveis. “Só na Travessa Justino Gusmão seis lojas já entregaram as chaves, porque não terão condição de reabrir, preferiram fechar as portas definitivamente. O mesmo acontece em algumas galerias, coisas desse tipo não estão sendo levadas em conta”, afirmou. Comerciante do ramo de cama, mesa e banho, Jarbas Gomes reforçou as palavras dos demais colegas. “Quem trabalha com vendas à vista não está vendendo e nada tem a receber, e aqueles que vendem no prazo estão sem receber e com vários cheques devolvidos e sustados. No meu caso já são mais de R$ 100 mil. Infelizmente teremos que partir para as demissões, não há outra saída”, salientou.