Opinião: Violência, até quando?

  • Por Dr. Cleio Diniz
  • 27 Ago 2014
  • 18:29h

(Foto: Brumado Urgente)

Há muito se fala do problema da violência, não só no Estado, ou a nível Brasil, mas em nossa região. Às vezes mais, às vezes menos, e este vai e vem da indignação pode estar apontando para um acontecimento muito maior e muito mais preocupante que a própria violência, ou seja, pode estar nascendo um indício de que a população está se acostumando com a situação, se acostumando com a violência e com a inércia das autoridades.


Pode causar espanto e dúvidas esta colocação, contudo, observemos que, nos últimos dias a violência tem tomado conta das páginas de noticiários, em todas suas esferas, onde Brumado por mais de uma vez fez parte do noticiário estadual através de uma das maiores redes de televisão, e tudo em razão de vários homicídios, e não estamos aqui falando de mortes provocadas por confronto com a Polícia em cumprimento de seu dever, e sim em execuções realizadas a frente de uma escola e ao lado da Delegacia de Polícia. Quanta ousadia.


Estamos falando de um crime considerado pela legislação com um dos mais repulsivos, e talvez somente por isto tenha chamado tanta atenção, e assim perguntamos: e como ficam os crimes de menor potencial ofensivo, segundo a legislação penal?


E é neste ponto que levanto a tese de que a população pode estar se acostumando a violência, pois os crimes considerados menores, como pequenos furtos, apesar de preocupantes não causam mais tanta indignação ao ponto de fazer o cidadão se levantar e gritar “chega”, ao ponto de chamar a atenção da imprensa, ao ponto de fazer parte das estatísticas e pesquisas que formam o ranking da violência. E estes crimes continuam crescendo, mesmo quando se fala menos sobre o assunto e se passa a impressão que tudo esta bem.


Por acaso estamos adotando a política egoísta: “não é comigo”? ou a que diz:” não vale a pena, da muito trabalho”?, ou: “ é culpa do governo, do judiciário, eles que resolvam”? ou ainda a mais bizarra: “fazer o que?” Certo é que estamos vivendo a culpa pela omissão, permitindo, pela preguiça a implantação da supremacia do crime.