Brumado: Vereadores vão denunciar a Magnesita ao MPF, INEMA e a ABTN

• Daniel Simurro | Brumado Urgente
• 27 Ago 2014
• 16:35h

A situação da emissão de poluentes por parte da empresa mineradora Magnesita que atingem a Vila Presidente Vargas já dura cerca de 30 anos, mas, agora, já ultrapassou a barreira do tolerável, onde os moradores confirmam que os casos de doenças respiratórias, principalmente entre as crianças, tiveram um aumento muito preocupante. Na manhã desta quarta-feira (27) o Brumado Urgente acompanhou uma comissão da Câmara de Vereadores de Brumado, formada pelos vereadores Édio Pereira, Zé Carlos de Jonas, Zé Ribeiro e Santinho, numa visita à localidade para que ficasse atestada a gravidade da situação. Foram ouvidos inúmeros moradores e verificadas algumas residências, se comprovando a forte emissão de poluentes. Numa visita à residência do aposentado Antônio Amorim Lima, onde fica instalada uma espécie de central medidora dos níveis de poluição, uma situação acabou ficando no campo dos enigmas, porque, segundo testemunhas, nas primeiras horas da manhã, dois funcionários da empresa estiveram no local, limparam os equipamentos, desligando os mesmos em seguida. Ainda houve informações que funcionários e máquinas de empresas prestadoras de serviços da Magnesita trabalharam a noite inteira retirando material advindo dos fornos e molhando os locais com carros pipas para que as provas não ficassem expostas.

 

Os vereadores confirmaram que os equipamentos que medem a poluição no local estavam desligados (Foto: Daniel Simurro | Brumado Urgente)

 

Após uma vasta inspeção em casas e estabelecimentos comerciais, a comissão de vereadores firmou a decisão de entrar com uma representação no MPF - Ministério Público Federal, no INEMA - Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia e também na ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, órgão que regula a emissão do Certificado ISO, para que medidas urgentes sejam tomadas para cessar essa situação de emissão de poluentes. Segundo o vereador Zé Carlos de Jonas “esta é uma questão de saúde pública, então as ações que irão ser tomadas serão contundentes, pois já tentamos ir pela via do diálogo, mas, infelizmente não fomos respeitados, então só no resta essa alternativa de tolerância zero com essa questão”. O vereador Édio Pereira, que já empunhou essa bandeira há cerca de 20 anos atrás, externou a sua indignação ao proferir que “o que vimos aqui hoje foi a gota d’água que fez transbordar o balde da nossa paciência, pois são décadas lutando contra essa situação e nada de efetivo foi realizado, então, infelizmente, não temos outra alternativa a não ser denunciar a Magnesita no Ministério Público Federal, no Inema e na ABTN”. O próximo passo que será dado pela comissão será reunir vários elementos comprobatórios e formatar um dossiê para ser entregue as referidas autoridades. Confira fotos abaixo: